domingo, 16 de julho de 2023

Resenha: "Para Francisco,"


PARA FRANCISCO
Autora:
 Cris Guerra
Editora: Arx 
Número de páginas: 192
Nota: 5/5 ⭐


Olá, pessoal! Nestas férias li o livro "Para Francisco,", escrito por Cris Guerra. Peguei emprestado da minha mãe, e foi uma leitura recheada de reflexões, poesia e sentimentos. Certamente uma belíssima leitura! O livro é bem curtinho, contendo somente 192 páginas. Portanto, dá para ler bem rapidinho! Eu, no entanto, li devagar, no meu ritmo. Fui apreciando aos poucos a beleza dos textos de Cris Guerra, como quem estava a degustar palavras. A edição atual do livro conta com um conteúdo adicional e, portanto, com mais páginas, mais ainda não a conferi. 


"Para Francisco," é o nome do blog criado pela autora, onde ela escrevia cartas destinadas ao seu filho (Francisco) contando, à princípio, sobre o pai dele, Guilherme, que faleceu 2 meses antes de seu nascimento. Ao mesmo tempo, Cris fala sobre seu luto, a maternidade e um pouco de seus antepassados que também faleceram. Algumas postagens do blog foram reunidas e transformadas no livro que hoje resenho, publicado em 2008. 


Perdi o amor, ganhei o filho - ficou o amor transformado em gente  (Página 77)

 

A obra, assim, é de uma grande delicadeza e nos permite refletir sobre a vida e a morte, sobre afetos, felicidade, tristeza, luto... tudo isso de forma poética e sensível. O livro ainda conta com algumas trocas de e-mail entre Cris e Guilherme, além de fotografias dos dois. É uma leitura inspiradora! A forma como Cris escreve é muito bonita e sincera, um presente para o leitor que se vê permeado por suas belas palavras, pelo olhar honesto, maduro e poético com a qual encara a vida e pelo amor, sentimento evidente em todos os seus textos. Acredito que o fato de ser uma história real torne tudo ainda mais belo e íntimo, o que acaba cativando ainda mais quem lê a obra. Fica aqui, portanto, a minha recomendação! 


🌸 CITAÇÕES FAVORITAS 🌸 

" 'Que absurdo as coisas durarem mais que as pessoas' " - Página 13

"Pela primeira vez, eu estava distraída. Naqueles últimos meses, eu me despedia dele sem a sensação de que aquela poderia ser a última vez. Talvez por isso eu não tenha dito a ele o quanto o amava. Está certo, ele sabia. Mas queria ter dito mais uma vez. - Página 14

"[...] Encerra-se a dor e fica só a leveza do que foi presença." - Página 26

"Faltas são a prova da presença." - Página 29


"Aperto você bem junto a mim, você mantém seu ouvido no meu coração, e juntos dançamos pela sala. [...] É maravilhoso ver você sorrindo, cantando, sentindo. Alegre, bem-humorado, de bem com a vida. Vamos dançar assim enquanto eu aguentar carregar você. Depois a gente troca." -  Páginas 39 e 40 

"Porque hoje, mesmo convivendo com o silêncio insuportável que me grita todos os dias, mesmo assim: há o som da sua risada, que é música; há o seu sono, que é o melhor silêncio, o silêncio de existir. Eu me lembro todos os dias, mesmo carregando o meu cantinho escondido, que ainda assim sou mais feliz. É que quando olho pra você eu me lembro de mim." - Página 41

"Sonhávamos [Cris e Guilherme] singelezas, como dois meninos com um olhar ingênuo para a vida. Era assim nossa rotina." - Página 45 

"Vocês [Francisco e Guilherme] se perderam um do outro. Eu tive a sorte de ter os dois." - Página 73

"Para mim, uma casa aconchegante fala do quanto me sinto confortável em mim mesma. Adoro viajar, filho. Mas também adoro ficar. [...] Viajar é maravilhoso. Mas é fundamental gostar de voltar para casa." - Página 96 

"Você vai crescer, vai ficar adulto, vai aprender que deve ser um homem sério. Mas um dia vai descobrir de novo que as melhores coisas da vida não servem pra nada. Que o melhor é contar estrelas, histórias, piadas. Que viver é uma inutilidade deliciosa." - Página 97

"(Apaixonar-se por um amigo é arrebatador. De repente você olha para o lado e descobre o que seu coração já sabia havia muito tempo)" - Página 114


"Quando nasce um amor novo, é difícil resistir à tentação de alimentá-lo só com a presença. Mas é preciso deixar o amor respirar. Se você colocar uma flor bem bonita dentro de uma redoma, com medo de que o vento e o tempo levem sua beleza, manterá por muito pouco tempo o que dela é bonito." - Página 145

"Não mais  sogros e nora, mas pai e filha. [...] Hoje saí da casa de seus avós sentindo por eles o mais profundo amor. E entendendo que, ao fazer em mim um filho, seu pai estava plantando uma nova família pra me dar de presente." - Página 151

"Não por acaso a vida é assim. Acordar e acreditar que tudo vai ser melhor, sentir que já está sendo bom, não importa se não exatamente do jeito que a gente sonhou. Você, filho, é a minha manhã fresca de sol." - Página 183

Nenhum comentário:

Postar um comentário