Resenha: "Extraordinárias: mulheres que revolucionaram o Brasil"
Maria Rita
abril 30, 2020
2 Comments
Li "Extraordinárias:Mulheres que revolucionaram o Brasil" há 3 dias. Ele estava na minha lista há cerca de 2 anos!
O livro, escrito pelas jornalistas Duda Porto de Souza e Aryanne Carraro deveria ser lido por todos (tanto homens como mulheres). A proposta do livro é bastante interessante (tendo sido alcançada com sucesso!), a edição é belíssima, a escrita é ágil e simples, enfim, o livro é maravilhoso!
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Escrito em 2017, "Extraordinárias" traz mini biografias de 45 mulheres brasileiras que, como diz o prórpio subtítulo, revolucionaram o Brasil e a nossa história. 5 dessas mulheres estão na seção "Abrasileiradas", já que não nasceram no Brasil, mas abraçaram o país como sua própria nação. O livro conta as história das mulheres cronologicamente, ou seja, primeiro é contada a história de mulheres "mais antigas", para, no decorrer do livro, chegar aos dias atuais. Além disso, cada mulher possui uma ilustração feita por um time de ilustradoras brasileiras, o que torna o livro ainda mais bonito e dinâmico!
O objetivo do livro é contar a trajetória de mulheres que marcaram a História, sendo, muitas vezes, apagadas dos livros. É levantar questionamentos, reflexões, é se sentir inspirada a lutar pelo que acredita, pelos seus direitos e por um mundo melhor, como cada uma das 45 mulheres homenageadas na edição. São histórias de mulheres como qualquer uma, mas que não se deixaram calar pelo machismo tão presente na sociedade, até mesmo nos dias atuais. Afinal, para compreender o presente é preciso conhecer o passado.
Tendo isso como base, para deixar tudo ainda mais "completo", o livro trouxe uma linha temporal em seu final, sobre eventos marcantes na História das mulheres. Ele ainda traz consigo um glossário, para facilitar e agilizar a leitura.
Nas mini biografias de algumas mulheres, ainda são aprofundados os eventos onde a história delas se passa, além de trzaer citações delas prórprias ou de outras pessoas sobre elas. Ainda contamos com a seção "saiba mais", na história de algumas mulheres, onde são indicados filmes e livros sobre a história de vidas delas.
Algumas dessas mulheres eu já conhecia, outras tinha apenas ouvido falar, e outras eu nunca havia visto! Conhecer a história de cada uma delas foi muito gratificante, especialmente entender um pouco melhor sobre como eu cheguei até aqui.
Ao analisar a linha do tempo, fiquei abismada ao constatar que alguns eventos são tão recentes! Como por exemplo, até 2005, cometer adultério era crime (o que é absurdamente ridículo). Casais homossexuais só puderam firmar uma união (juridicamente falando) em 2011. Isso só me fez perceber o quanto avançamos, mas o quanto ainda temos que avançar. Creio que esse também era um dos objetivos do livro: instigar o desejo de mudança, avanço, de um mundo melhor, e inspirar a leitora a mudar o mundo.
Apesar de ser direcionado a meninas e mulheres, o livro deveria ser lido por homens, que buscam uma desconstração social e buscam evoluir. Afinal, é importante que os homens reconheçam os próprios privilégios e busquem nos ajudar nessa luta.
Por fim, gostaria de enfatizar que o livro, obvimante, não trouxe todas as mulheres que fizeram história. Algumas foram reduzidas ao glossário, como Dilma Rousseff e Tarsila do Amaral, mas isso não reduz sua importância, claro. Apesar de tudo, gostaria que a história de Dilma tivesse sido contada (no glossário, apenas foi dado um mega resumo sobre quem foi ela), afinal, idependentemente da sua corrente política, temos que reconhecer a importância dela para a História, já que ela foi a primeira (e única, até o momento) presidenta do Brasil. Creio que ela foi reduzida ao glossário para evitar polêmicas.
De qualquer forma, esse livro é maravilhoso, e me lembrou bastante "Histórias de Ninar Para Garotas Rebeldes", que eu li no final de 2018 (inclusive tem resenha dele por aqui). Super recomendo! ❤😉
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Citações
"Parece que temos de provar tudo a todos a todo momento, embora a gente saiba muito bem que ninguém nunca deveria ter de provar nada para garantir direitos iguais e respeito "- Página 09
"Os homens, não podendo negar que nós somos criaturas racionais, querem provar-nos sua opinião absurda, e os tratamentos injustos que recebemos, por uma condescência cega às suas vontades; eu espero, entretanto, que as mulheres de bom senso se empenharão em fazer conhecer que elas merecem um melhor tratamento e não se submeterão servilmente a um orgulho tão mal fundado"- Página 39 (citação de Nísia Floresta)
"Nós fomos as primeiras a propor que as mulheres não mudassem seu nome ao se casar. Eu mesma não adotei o nome do meu marido. Nós achávamos que isso seria uma demonstração de idependência e resistência. Eu fiz meu nome, o nome com que nasci. Agora, muita gente faz o nome do marido e, quando se torna conhecida, ninguém sabe se é por competência ou por causa do marido"- Página 82 (citação de Carmen Portinho)
"[...] Para ela [Pagu], resolver os conflitos sociais era o que criaria uma sociedade mais equilibrada, inclusive para as mulheres"- Página 94
"Vencer na vida é manter-se de pé quando tudo parece abalado. É lutar quando tudo parece adverso. É aceitar o irreparável. É buscar um caminho novo com energia, confiança e fé"- Página 115 (citação de Dorina Nowill)
"Lute contra o preconceito. Lute contra a falta de apoio. Lute contra tudo isso - os meninos, as pessoas que dizem que você não pode"- Página 171 (citação de Marta Vieira)
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E você? Já leu o livro? O que achou? Me conte aqui nos comentários!
"Os homens, não podendo negar que nós somos criaturas racionais, querem provar-nos sua opinião absurda, e os tratamentos injustos que recebemos, por uma condescência cega às suas vontades; eu espero, entretanto, que as mulheres de bom senso se empenharão em fazer conhecer que elas merecem um melhor tratamento e não se submeterão servilmente a um orgulho tão mal fundado"- Página 39 (citação de Nísia Floresta)
"Nós fomos as primeiras a propor que as mulheres não mudassem seu nome ao se casar. Eu mesma não adotei o nome do meu marido. Nós achávamos que isso seria uma demonstração de idependência e resistência. Eu fiz meu nome, o nome com que nasci. Agora, muita gente faz o nome do marido e, quando se torna conhecida, ninguém sabe se é por competência ou por causa do marido"- Página 82 (citação de Carmen Portinho)
"[...] Para ela [Pagu], resolver os conflitos sociais era o que criaria uma sociedade mais equilibrada, inclusive para as mulheres"- Página 94
"Vencer na vida é manter-se de pé quando tudo parece abalado. É lutar quando tudo parece adverso. É aceitar o irreparável. É buscar um caminho novo com energia, confiança e fé"- Página 115 (citação de Dorina Nowill)
"Lute contra o preconceito. Lute contra a falta de apoio. Lute contra tudo isso - os meninos, as pessoas que dizem que você não pode"- Página 171 (citação de Marta Vieira)
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