sábado, 19 de junho de 2021

Resenhas: "Peanuts: Você não entende o sentido da vida" e "Peanuts: Ninguém mais tem o espírito aventureiro"

junho 19, 2021 0 Comments
PEANUTS FILOSOFIA DE VIDA E AVENTURA
Autor:
 Charles M. Schulz
Número de páginas: 144
Editora: L&PM
Notas: Peanuts Filosofia de Vida: 4,3/5 ⭐
Peanuts Aventura: 4/5 ⭐


Oi, pessoal! Hoje trago as resenhas de dois livros de "Peanuts", que completam uma das minhas coleções das tirinhas! A coleção, da editora L&PM, conta com 5 livrinhos ao todo, todos resenhados aqui. Confira: Resenhas: "Peanuts: Ninguém gosta de mim..." e "Peanuts: felicidade é..." e Resenha: "Peanuts: é para isso que servem os amigos"


"Peanuts: Você não entende o sentido da vida" contém tirinhas sobre filosofia de vida, como a própria capa indica. São histórias divertidas, que levam o leitor a refletir sobre o cotidiano. Como sempre, "Peanuts" se mostrou uma graça, inteligente e único! O mesmo ocorre com "Peanuts: ninguém mais tem o espírito aventureiro". Aqui, as tirinhas abordam a aventura, principalmente por meio da imaginação do querido Snoopy. Recomendo muito!



São livros super rápidos de serem lidos, contendo apenas 144 páginas (assim como os outros da coleção).  Além disso, a coleção é ótima para presentear, tanto pela qualidade das tirinhas como pelo preço de cada livro, que custa em torno de 14 reais (uns mais baratos e outros mais caros, mas em torno disso). Super recomendo! =) 


❁❁❁❁  FOTO DA COLEÇÃO COMPLETA   ❁❁❁❁


Minha coleção de tirinhas de Peanuts, agora completa! <3 Na foto, coloquei os livros na ordem de preferência (mas gosto de todos!). 
1 - Peanuts: Amor
2 - Peanuts: Felicidade
3- Peanuts: Filosofia de Vida
4 - Peanuts: Aventura
5 - Peanuts: Amizade

quinta-feira, 10 de junho de 2021

Resenha: "Moxie: Quando as garotas vão à luta"

junho 10, 2021 0 Comments
MOXIE: QUANDO AS GAROTAS VÃO À LUTA
Autora:
 Jennifer Mathieu
Editora: Verus Editora
Número de páginas: 288
Nota: 5/5 ⭐


Olá, pessoal! Hoje trago a resenha de "Moxie: Quando as garotas vão à luta", minha última leitura do mês de abril. Li o livro por influência do filme ("Dica de filme: Moxie - quando as garotas vão à luta"), que assisti no mês de março, e gostaria de dizer o óbvio: o livro é mil vezes melhor!! Mas irei falar mais sobre isso no decorrer da resenha. 


A história gira em torno de Vivian Carter, uma adolescente que está cansada do machismo fortemente presente no Colégio East Rockport, no interior do Texas. Decidida a conscientizar as outras meninas sobre os absurdos que ocorrem no colégio e despertar o desejo de lutar contra as opressões, Vivian cria e distribui os zines (espécies de revistinhas) da "Moxie" de forma anônima, inspirada no movimento das Riot Grrrls, do qual sua mãe fez parte. Com o passar do tempo, mais e mais garotas se juntam à Moxie, o que faz com que o movimento cresça no colégio, causando um verdadeiro rebuliço. Apesar disso, as garotas não desistiram e lutaram para que suas vozes fossem ouvidas. 


Era isso que o movimento Riot Grrrl tentava fazer. Elas [as meninas do movimento] tentavam criar caminhos para que as garotas se encontrassem. Garotas que se preocupavam com as mesmas questões e viviam as mesmas lutas e gostavam das mesmas coisas. Mas, como a internet não existia, elas faziam zines, bandas, folhetos em letra de música, shows e fita cassete que vendiam por cinco dólares. 


Foi uma leitura excelente e gratificante! O machismo presente nas atitudes dos garotos e homens do colégio me causaram muita raiva, e é muito triste que isso ainda aconteça em pleno século XXI. Assim, a obra veio para conscientizar a gente, adolescente, sobre o feminismo e algumas de suas pautas, fazendo isso com maestria! Com uma linguagem simples e fácil de ser compreendida, "Moxie" é um livro que todas (e todos) deveriam ler, não importa qual seja a idade de quem faz a leitura. Um ótimo livro para realizar uma introdução ao feminismo, contextualizando pautas importantes e mostrando que nossa luta é diária. 


Além de apresentar o movimento feminista de forma didática e lúdica, "Moxie" também possui outros pontos positivos bem legais. A relação de Vivian com suas amigas é algo que merece ser destacado, pois podemos ver a presença de sororidade entre elas e também entrar em contato com as vivências de outras personagens. É interessante ver como as garotas lidam de formas diferentes com o feminismo e como elas vão, aos poucos e à medida que se conscientizam, abraçando a causa. Um exemplo disso é Claudia, melhor amiga de Vivian, que inicialmente se mostrava relutante com relação ao movimento, mas que depois acabou se identificando como feminista ao entender melhor sobre o que o feminismo trata. Também temos Lucy, que acabou de se mudar de colégio, onde vivia uma realidade completamente diferente, já que sua antiga escola não era conservadora como East Rockport. 


- Sabe - digo - acho massa ela [Lucy] dizer que é feminista. 

Claudia não responde na hora. Por um segundo acho que já dormiu. 

- É, pode ser - ela responde, e percebo que está escolhendo as palavras com muito cuidado.

- Você quer dizer que não tem certeza se acha massa? - pergunto, também escolhendo as palavras com muito cuidado.

- Quero dizer que acho que não precisa de rótulo. A palavra "feminista" é estranha e assustadora para as pessoas. Acabam pensando que você odeia os homens. Prefiro dizer que sou, sabe, a favor da igualdade. 

- E o feminismo não é exatamente isso? Igualdade? Não acho que signifique que você não pode querer sair com os caras. [...]

     

Outro ponto positivo do livro é a forma como ele mostrou como os homens muitas vezes não compreendem as nossas lutas e não saem de suas bolhas e como é difícil para eles fazerem isso, justamente por não sofrerem com as opressões do machismo. Essa visão foi apresentada por meio do personagem Seth, namorado de Vivian. Ele apoia o feminismo, mas não entende determinadas pautas, reproduzindo falas machistas como "nem todo homem...". É interessante como a obra aborda isso, promovendo o debate e não o cancelamento.



LIVRO X FILME


Agora, fazendo algumas comparações com o filme... Irei deixar de fora comentários irrelevantes, como o fato de Vivian ser loira no filme e ter cabelo preto no livro. 


O desenvolvimento das personagens, no livro, se deu de maneira bastante natural e fluida, o que não ocorreu no filme. No longa-metragem, as personagens tiveram um desenvolvimento bem superficial, e isso foi algo que me incomodou antes mesmo de ler o livro para poder fazer comparações. Além disso, a forma como o feminismo foi abordado no livro também foi melhor desenvolvida. O relacionamento entre Seth e Vivian no filme é um tanto sem graça, porque, novamente, não é algo que possui um bom desenvolvimento. No livro, nós realmente torcemos pelo relacionamento dos dois, que é verdadeiramente fofo. O "Seth do filme" foi apresentado como o "rapaz perfeito", o que o torna sem graça, diferentemente do "Seth do livro", que apresenta qualidades e defeitos, assim como qualquer ser humano. Em outras palavras: seu personagem ganhou uma profundidade melhor e mais adequada. 

Sei que os filme são menos detalhados em comparação às obras originais, mas isso não significa que eles não possam adaptá-las melhor ou de forma mais coerente. O longa-metragem não mudou muita coisa com relação ao livro, mas excluiu fatos interessantes e relevantes ao desenvolvimento da história, o que acabou comprometendo a qualidade final. Então, é uma obra relativamente fiel, mas com um desenvolvimento ruim. Uma adaptação bastante mediana. 

Definitivamente, o livro merecia uma adaptação melhor! 


❁❁❁❁❁❁


Moxie é um livro maravilhoso, que todas as pessoas deveriam ler. Recomendo muito! <3 E lembre-se: Garotas Moxie dão o troco!



MAIS CITAÇÕES FAVORITAS ❁

"- Eu sei que nem todos os caras são babacas - digo. - Eu entendo. Mas a questão é que fica difícil lembrar disso quando tem tantos babacas por perto, sabe?" - Página 161

"[...] Na vida você tem que lidar com o que acontece. Tem que encarar o que vier. [...]" - Página 206

"Não humanista, igualitarista ou sei lá o quê. Feminista. Não é uma palavra feia. A partir de hoje essa talvez seja minha palavra preferida. Porque na verdade é só isso, meninas que apoiam umas às outras e querem ser tratadas como seres humanos num mundo que sempre encontra um jeito de dizer não." - Página 235

" - Às vezes acho que até os melhores caras têm dificuldade de entender - Lucy diz, com voz triste e baixa. - E acho que o Seth é um cara incrível. Mas, se ele não viveu essas coisas, acho que ele não tem como saber." - Página 252



sexta-feira, 23 de abril de 2021

Dica de série: Grace and Frankie

abril 23, 2021 2 Comments

GRACE AND FRANKIE
Criadores:
 Marta Kauffman e Howard J. Morris
Elenco principal: Jane Fonda, Lily Tomlin, Martin Sheen, Sam Waterson, June Diane Raphael, Brooklyn Decker, Ethan Embry e Baron Vaughn
Temporadas: 6, renovada para a 7° e última
Ano: 2015-presente
Classificação indicativa: 16 anos
Onde assistir: Netflix
Nota: 4,7/5⭐


Olá, pessoal! Hoje irei indicar uma série super legal: Grace and Frankie, criada por Marta Kauffman (criadora de Friends) e  Howard J. Morris (co-produtor de Eu, a patroa e as crianças). A série já estava na minha lista há muitoo tempo, mas não assisti antes por não considerá-la adequada à minha idade na época (tinha 12 anos). Impulsionada pelo Método Kominsky, que também aborda a velhice, dei o play em Grace and Frankie. E que boa surpresa!

O seriado conta com Jane Fonda (Grace) e Lily Tomlin (Frankie) como protagonistas, que entregam uma atuação maravilhosa em seus papéis! Disponível na Netflix, "Grace and Frankie" caminha para a reta final, e sua sétima (e última) temporada deverá estrear em breve na plataforma, mas ainda não há previsão de estreia. 


A série inicia em um restaurante, quando Grace e Frankie recebem a notícia de que seus maridos são gays, estão apaixonados um pelo outro há 20 anos e planejam se casar. Elas já se conheciam, mas não gostavam muito uma da outra. No entanto, com esse fato, elas se unem e passam a morar juntas em uma casa de praia (que já era propriedade de ambas, por conta da grande convivência entre a família das duas e dos maridos, que eram "amigos" em um escritório de advocacia). Assim, uma linda amizade se desenvolve entre as protagonistas, que se apoiam em diversos momentos e incentivam uma à outra a serem pessoas melhores. É notável como essa amizade enriquece as duas, e é gratificante vê-las em tela! Além de precisarem lidar com a notícia dada por seus maridos, elas ainda lidam com a velhice e as dificuldades que ela traz. 

É ótimo que a série traga essa temática, pois a terceira idade não é muito abordada na mídia, e dar visibilidade à velhice é muito importante, já que as pessoas idosas costumam ser invisibilizadas em nossa sociedade. Além disso, "Grace and Frankie" também aborda a sexualidade feminina de forma bastante natural. O fato dessa temática ser apresentada por meio de personagens idosas torna-a ainda mais interessante, pois o preconceito com relação à sexualidade na terceira idade é ainda maior.





Outro ponto alto da série é a relação entre os ex-maridos gays das protagonistas, Robert e Sol. É interessante ver como o relacionamento dos dois se desenvolve, principalmente estando na terceira idade, onde nossa visão de mundo já está bem definida e é mais difícil se desconstruir. Também é interessante a relação entre os dois e Grace e Frankie, pois, mesmo depois do erro terrível que cometeram com elas, eles mantém uma boa e saudável relação, mantendo (no caso de Frankie e Sol) e retornando (no caso de Grace e Robert) a amizade que possuem uns com os outros. 


Mias um fator que merece destaque na série é a sua trilha sonora PERFEITA! Descobri muita música boa graças a ela! Uma dica: enquanto assiste ao seriado, deixe seu celular perto de você, pois o Shazam (aplicativo que identifica a música que está tocando no ambiente) pode ser bem útil hahaha 


Grace and Frankie é uma série leve, agradável, engraçada e melancólica na medida certa. As situações apresentadas pelo seriado permitem que façamos uma reflexão acerca da nossa própria realidade, o que o torna ainda mais especial! Recomendo muito! ☺ <3


TRAILER DA PRIMEIRA TEMPORADA 



TRILHA SONORA 1°-5° TEMPORADAS 

terça-feira, 20 de abril de 2021

Resenha: "Modern Love: Histórias reais de amor, perda e redenção"

abril 20, 2021 0 Comments
MODERN LOVE
Autores:
 Vários
Organizador: Daniel Jones
 Editora: Rocco
Número de páginas: 304
Nota: 5/5 ⭐



Olá, pessoal! Hoje trago a resenha de um livro belíssimo, que reúne diversas crônicas da coluna "Modern Love" ("Amor Moderno", em português), publicada desde 2004 no famoso jornal The New York Times. As histórias reunidas no livro foram organizadas por um dos editores e fundadores da coluna, Daniel Jones. Algumas dessas crônicas foram, inclusive, adaptadas para a televisão pela Amazon Prime Video, em 2019. Assisti à série naquele mesmo ano, em apenas 2 dias, de tão leve e gostosinha que és (falarei mais sobre ela adiante). A experiência de poder ler diversas crônicas da coluna (e não apenas as que originaram a série) foi deliciosa e tocante! 


As crônicas falam sobre o amor em suas mais diversas formas, com histórias extremamente sensíveis, que levam o leitor à reflexão. Certamente é uma obra que te faz pensar sobre a vida e esse sentimento tão plural que nos une e que torna o mundo tão belo: o amor. "Modern love" emociona, arranca sorrisos e aquece o coração, com suas crônicas sobre os mais diversos assuntos, que nos tiram de nossa própria bolha e nos fazem sentir esperança (porque creio que o amor faça com que a gente se sinta assim). Todos esses sentimentos são potencializados pelo fato de que todas as histórias presentes no livro são reais. Cada crônica é única, bela e especial, onde cada autor depositou um pouco de si (e da própria vida) no papel. Isso torna a obra mais linda ainda! 


O livro é dividido em quatro partes:

  • Em algum lugar lá fora, que aborda crônicas sobre relacionamentos que não aconteceram, ou que não duraram para sempre (e isso não significa que não tenham sido especiais enquanto perduraram). Assim, encontramos casos de desilusões amorosas, amizades, relações casuais e (por que não?) esperança. Minha crônica favorita desta seção foi "No hospital, um interlúdio de clareza", que foi adaptada para a série de TV (adaptação bastante fiel, aliás), que fala sobre um acidente que o autor sofreu em um encontro, que acabou levando-o para o hospital. Sua ficante permaneceu com ele durante todo seu tempo internado, e, mesmo que eles não tenham terminado juntos, esta é uma história que eu considero bastante inspiradora, pois faz pensar sobre todas as pessoas que conhecemos em nossa vida e que nos marcam de alguma forma, mesmo que não levemos conosco por toda a nossa história. 
  • Acho que amo você, que aborda o amor romântico com várias histórias lindas e diversas. Duas das minhas crônicas favoritas estão nesta parte da obra: "Quando Eva e Eva mordem a maçã", que fala sobre uma mulher lésbica muito religiosa que acaba se apaixonando por outra mulher da Igreja, e "Você talvez queira se casar com meu marido", que emociona ao mostrar a realidade da autora, com poucos dias de vida devido a um câncer, falando sobre seu marido.



  • Segurando firme nas curvas, que aborda situações difíceis que os autores precisaram enfrentar, como o próprio título da seção sugere. Aqui, encontramos variadas formas de amor: romântico, próprio, amizade, familiar, etc. Minhas crônicas favoritas desta parte do livro foram "O meu marido agora é minha esposa", onde a autora fala sobre a transição de gênero de seu esposo e como ela lida com isso e "Unir forças para manter o jogo vivo", onde a escritora fala sobre a perda de sua filha caçula, como as duas eram próximas e da paixão pelos Beatles que ambas compartilhavam (na minha humilde opinião, esta é a melhor crônica de todo o livro!). 
  • Assuntos de família, que foca no amor dentro do núcleo familiar (e isso serve também para a nossa família de consideração). As crônicas que mais gostei desta seção foram "Uma promessa mantida, além do divórcio e até da morte", que fala sobre a autora e sua relação com seu ex-marido, que era bem bonita (e mostra que não é porque relacionamentos terminaram que eles são um fracasso) e "Quando eu tinha dezesseis anos entreguei-o para adoção. Poderíamos tentar de novo?", onde a escritora fala sobre a construção de um relacionamento com o filho que ela entregou para adoção. 

Com esse breve resumo sobre as partes do livro e das minhas histórias favoritas, percebemos como é uma obra plural e sensível, e, por isso, eu acredito que todos deveriam lê-la! Esse formato e a pluralidade de histórias tornam a leitura ainda mais dinâmica, o que faz com que você devore o livro rapidinho! 

A série é igualmente bela, e já foi renovada para uma segunda temporada. Acredito que a série complementa as crônicas, dando uma nova face e novas emoções às histórias. Contendo apenas 8 episódios que podem ser assistidos em qualquer ordem (embora eu recomende que você assista cronologicamente, e no último episódio você irá entender o porquê), a primeira temporada de "Modern Love" é uma ótima adaptação das crônicas originais (embora, obviamente, encontremos algumas divergências). 

Inspirador, emocionante, plural e, sobretudo, real, "Modern Love" é um livro que eu recomendo a todos! Certamente uma obra que ficará guardada com muito carinho em meu coração ❤

Assista ao trailer da série aqui:

 

CITAÇÕES FAVORITAS


"[...] Em todos os casos, vulnerabilidade significa nos expormos à possibilidade de perda, mas também - e isso é crucial - à possibilidade de criação de um vínculo" 

"Ficamos tão obcecados com o emprego que queremos ou com a pessoa com quem estamos saindo, porque achamos que não haverá outro. Mas sempre haverá outro."

"Às vezes é preciso perder o amor para reencontrá-lo, e a volta para o lugar de origem é a chave para que esse amor volte a desabrochar."

"Em Jess, eu vi o amor que Jesus pregava, um amor que não era limitado pelas situações e que se estendia a todo mundo, principalmente a quem era esquecido, a quem era estranho. Jesus nunca mencionou a homossexualidade. A cosmologia dEle não era limitada por crenças, crimes e desdém, sua essência era amar os marginalizados. Todas as fibras de Jess refletiam aquilo. Ela incorporava os atributos pelos quais Jesus tinha mais paixão: compaixão, bondade, justiça. Como amar alguém que amava tão bem poderia ser errado?"

PLAYLIST DA PRIMEIRA TEMPORADA DA SÉRIE



quarta-feira, 31 de março de 2021

Resenha: "Linda Conquista", Doces Magnólias

março 31, 2021 0 Comments
DOCES MAGNÓLIAS - LINDA CONQUISTA
Autora:
 Sherrly Woods
Editora: Harlequin Books
Número de páginas: 384
Nota: 3,5/5 ⭐


Olá, pessoal! Durante o mês de março li o livro "Linda Conquista", que faz parte da série "Doces Magnólias", da autora Sherryl Woods. A série literária, que conta com 11 obras ao total (sendo que apenas a primeira delas foi publicada no Brasil), originou o seriado televisivo de mesmo nome, original Netflix. No entanto, a primeira temporada da série é uma adaptação dos 3 primeiros livros, sendo que cada um foca em uma doce magnólia: Maddie, Dana Sue e Helen, respectivamente. A ideia de juntar as histórias das três em uma temporada só me agradou bastante, pois creio que isso tornou a série mais dinâmica. 


"Linda Conquista", primeiro livro da série, foca na história de Maddie Townsend, uma mulher de 40 anos, dona de casa e que acaba de ser largada pelo marido após o mesmo engravidar uma de suas enfermeiras (ele era médico), com quem mantinha um caso. A partir de então, Maddie vê sua vida virar de cabeça para baixo, pois, além de precisar lidar com os próprios sentimentos, ela precisa lidar com a revolta ,decepção e tristeza de seus três filhos e com as inúmeras fofocas na pequena e conservadora cidade de Serenity. 


É gratificante ver a evolução de Maddie ao longo do livro, pois muitas vezes ela se anulava dentro de seu casamento com Bill (seu ex-marido babaca). O fim de seu casamento foi uma oportunidade de ela renascer e se descobrir, com a ajuda de suas melhores amigas Dana Sue e Helen, de sua mãe Paula e do treinador de beisebol de seu filho mais velho, Cal Maddox, por quem passa a nutrir certo interesse.  Creio que o ponto forte do livro seja justamente esse: a resiliência de Maddie e o crescimento dela ao longo da narrativa. 


Porém, a obra possui seus pontos negativos. Alguns capítulos são um tanto arrastados, a narrativa às vezes é lenta e não ocorrem muitas reviravoltas, o que pode acabar cansando o leitor. No entanto, eu creio que o maior defeito desse livro seja a visão machista com relação a certas mulheres da narrativa e suas motivações, como é evidenciado no seguinte trecho (cuidado, spoiler):


Apesar desses clichês irritantes, "Linda Conquista" apresenta de forma leve e contextualizada a diferença injusta de tratamento entre homens e mulheres em determinadas situações: o famoso "dois pesos e duas medidas", abordado de forma simples (porém extremamente válida!) no livro. Além disso, a obra nos presenteou com uma protagonista forte, determinada e empoderada. Na série, às vezes eu achava Maddie meio sem sal hahaha


A série acertou em cheio ao melhorar os aspectos negativos do livro: é mais dinâmica, o elenco é bastante diversificado, não há clichês machistas irritantes... porém, precisamos levar em conta que o livro foi publicado em 2007, e a série em 2020. Muitas coisas mudaram de lá para cá (ainda bem!), e o seriado foi adaptado com os olhos mais conscientes dos dias de hoje. Isso não o torna melhor, apenas foi feito em uma época diferente e mais evoluída. Gostei da escolha da série de fazer isso sem tirar a essência do livro! Uma ótima adaptação (pelo menos do primeiro livro hahaha). 


A leitura vale a pena para quem busca algo bem levinho, para distrair a cabeça nesse momento de caos em que vivemos. Recomendo, mas você precisará relevar alguns diálogos (como os da foto que eu coloquei aqui) que evidenciam clichês desnecessários de rivalidade feminina. De qualquer forma, eu quero o segundo livro pra ontem na minha mesa! Agora é só esperar ele ser publicado no Brasil... 


CITAÇÕES FAVORITAS

"Não são as vitórias que nos tornam dignos, mas as causas por que lutamos."

"Maddie tentou se lembrar da última vez que alguém elogiara sua inteligência em vez de sua comida ou de sua habilidade como anfitriã." 

" - Você precisa se lembrar de como é capaz e inteligente. Seu casamento com Bill não definiu quem você é." 

"Esperava-se mais das mulheres naquele mundo tradicional do Sul dos Estados Unidos. Os homens punham as mulheres em pedestais e esperavam que ficassem ali quietinhas." 

" - [...] Ela é adolescente. Annie é só um pouco mais nova que Ty, e olha só a dor de cabeça que ele está me dando. O que você estava esperando?
A expressão de Dana Sue ficou melancólica. 
- Algo mais Gilmore Girls, eu acho." - Referência à Gilmore Girls. Eu AMO quando os livros/séries/filmes fazem referência às coisas que eu adoro!

" - Dois pesos e duas medidas - disse Cal - Os homens se acham no direito de fazer coisas que não querem que as mulheres façam. E, antes que você pergunte, não, não é justo."

quinta-feira, 18 de março de 2021

Dica de série: "O método Kominsky"

março 18, 2021 0 Comments


O MÉTODO KOMINSKY
Criador:
 Chuck Lorre
Elenco Principal: Michael Douglas, Alan Arkin, Sarah Baker, Paul Reiser, Jane Seymour, Nancy Travis e Lisa Edelstein
Classificação indicativa: 16 anos
Temporadas: 2 (renovada para a terceira)
Ano: 2018 - ... 
Nota: 4,5/5 ⭐
Onde assistir: Netflix


Olá, pessoal! Hoje irei indicar uma série bem rápida e gostosa de se assistir: "O Método Kominsky", que conta com Michael Douglas e Alan Arkin como protagonistas. A série, Original Netflix, é criação de Chuck Lorre, nome por trás de famosas e grandes séries de comédia, como Two And a Half Men e The Big Bang Theory. O seriado conta com duas temporadas (de 8 episódios cada uma, com duração média de 30 minutos) e já foi renovado para a sua terceira - e última - temporada! 


"O método Kominsky" retrata a velhice masculina de forma cômica e dramática, por meio dos personagens Sandy Kominsky (Michael Douglas) e Norman Newlander (Alan Arkin). Sandy é um antigo e renomado ator, ganhador de um Tony, mas que agora passa seus dias dando aulas de teatro em um estúdio fundado por ele. Por conta disso, podemos acompanhar algumas de suas aulas, que são bastante recorrentes no enredo, o que torna a série ainda mais interessante (e que te faz ter vontade de fazer aulas de teatro! Hahaha). Seu melhor amigo e agente, Norman, acabou de perder sua esposa para o câncer e conta com a ajuda de Sandy para passar pelo luto.  



O seriado é leve e sensível, e sabe equilibrar muito bem entre o humor e o drama, arrancando risadas e explorando as mais diversas emoções no telespectador. Não é à toa que a série venceu o Globo de Ouro de melhor série de comédia em 2019! "O Método Kominsky" apresenta um olhar único sobre a velhice, a amizade, o amor e as vivências que vêm com a idade: problemas de saúde, perdas, a perspectiva com relação à morte e à própria vida, etc. 


Recomendo bastante! Uma ótima série para se distrair, rir e se emocionar <3  

domingo, 14 de março de 2021

Dica de filme: "Moxie - quando as garotas vão à luta"

março 14, 2021 0 Comments
MOXIE - QUANDO AS GAROTAS VÃO À LUTA
Elenco principal:
 Hadley Robinson, Amy Poehler, Lauren Tsai, Nico Hiraga, Alycia Pascual-Peña, Josephine Langford, Patrick Schwarzenegger, Sabrina Haskett, Sydney Park, Anjelika Washington, Josie Totah, Emily Hopper 
Direção: Amy Poehler
Classificação indicativa: 16 anos (poderia ser 12 ou 14)
Nota: 3/5 ⭐
Onde assistir: Netflix


Olá, pessoal! Hoje assisti à "Moxie - quando as garotas vão à luta", filme original Netflix que estreou no início desse mês (03/03, para ser mais exata). Ele é a adaptação do livro de mesmo título (que já quero ler, inclusive!). Como nunca fiz a leitura da obra, não posso fazer uma comparação aqui no blog. Dessa forma, minhas opiniões ficam restritas ao filme. Tendo isso em mente, vamos para a resenha! :)


A proposta do longa é apresentar o feminismo para os adolescentes. Para isso, o filme nos apresenta Vivian, uma garota de 16 anos que decide fundar um clube feminista anonimamente em sua escola, por meio da publicação de zines (espécies de revistas) chamados "Moxie" e de reuniões com outras meninas (no entanto, ninguém sabia que foi ela a criadora e idealizadora da publicação). A protagonista se inspirou em sua própria mãe, que, na idade dela, lutava contra o patriarcado e também consumia zines feministas. Vivian decide colocar seu plano em prática quando sai uma lista que rotulava garotas de forma extremamente sexista (quem tinha os maiores seios, quem era mais "pegável", dentre outras coisas horríveis).⁣




É um filme interessante, e cumpre com o que promete, levantando vários questionamentos importantes relacionados ao assédio, estupro, rótulos, sororidade, etc. Com ele, temos a possibilidade de sair um pouco da nossa própria bolha - especialmente os homens - e analisar situações nocivas do nosso cotidiano que acabam sendo normalizadas. Um bom ponto de partida para começar a entender o feminismo e algumas de suas pautas!⁣⁣

A trilha sonora da obra também é ótima, recheada de músicas indie e punk rock. ⁣⁣

⁣⁣

No entanto, o filme peca bastante ao não desenvolver suas personagens e até mesmo as pautas levantadas, pois ele acaba não se aprofundando nas personalidades e histórias das meninas. Diversos aspectos do longa são superficiais, e pontos interessantes e com potencial no enredo não são bem aproveitados, o que me deixou um tanto incomodada. 




Apesar de seus pontos negativos, "Moxie" é um filme leve, de linguagem simples e inspirador, que gera diversas reflexões sobre a sociedade patriarcal em que vivemos (mesmo que apresentadas de forma rasa). Recomendo, especialmente para pré-adolescentes e adolescentes que buscam começar a entrar em contato com o movimento (digo isso porque o longa não se aprofunda em nenhuma questão levantada, sendo puramente introdutório). E, se você for homem/menino, recomendo para você também. É bom sair da zona de conforto :)

Caso tenha ficado com interesse em assistir ao filme, não se esqueça de dar uma olhadinha no trailer! :D


Playlist com a trilha sonora do longa: