sábado, 18 de janeiro de 2020

Resenha: "A cidade do Sol"


A CIDADE DO SOL
Autor:
 Khaled Hosseini
Editora: Agir (selo da Nova Fronteira)
Número de páginas: 368

Essa foi a minha segunda leitura de 2020, a primeira foi "A escolha", de Kiera Cass, que li em 06/01, mas não postei a resenha. Peço perdão por isso, postarei em breve. Mas, quando terminei "A cidade do Sol", tive que vir correndo fazer a resenha.

Se pudesse definir esse livro em uma palavra, usaria "perfeição". Ele mexeu comigo de várias formas: fiquei irritada, fiquei triste, chorei, me emocionei, sorri e, ao terminar de ler o livro, só pude sentir um calorzinho no fundo do meu coração e da minha alma.

Sei que é muito cedo para defini-lo como minha melhor leitura de 2020, mas não é tarde para defini-lo como um dos melhores livros da minha vida. Sendo bem sincera. É um dos meus livros favoritos (essa lista só cresce! Ainda bem... 💖😊), e reservei um lugarzinho especial para ele no meu coração ❤

✨💖✨💖´

"A cidade do Sol" é o primeiro livro que leio de Khaled Hosseini, e o peguei emprestado da minha mãe. Ele também é autor do best-seller "O caçador de pipas" e de "O silêncio das montanhas". Khaled Hosseini é afegão, mas atualmente mora nos Estados Unidos.

"A cidade do Sol" conta as histórias de Mariam e Laila, que foram criadas de maneiras bem distintas no Afeganistão. Mas, suas histórias se encontram quando Laila se torna a segunda esposa de Rashid, que já era casado com Mariam (no Afeganistão, isso é permitido).

Mariam é filha bastarda de um dos homens mais ricos de Herat, cidade do Afeganistão. Porém, ela viveu durante 15 anos de sua vida em um casebre com sua mãe, em um local um pouco mais afastado da cidade, em uma aldeia chama Gul Daman. Seu pai, Jalil, ia vistá-la toda a semana nesse casebre, mas Mariam nunca entendia o motivo de ela não conhecer as esposas de seu pai (3, ao todo) e não conviver com seus irmãos e irmãs. Até que, um dia, Jalil promete levá-la à cidade, mas falta ao compromisso. Mariam vai atrás do pai  em Herat, mas tudo o que ele faz é olhá-la por trás das cortinas e fechá-las. Ela, inclusive, dormiu em frente à casa dele. Assim, algo surpreendente acontece (não vou aqui, para não dar spoiler).
Jalil, então, dá a própria filha a um sapateiro de Cabul, Rashid.

Laila é filha de um professor da Universidade e, sua mãe, Fariba, vivia  em estado depressivo e de ansiedade, porque seus outros dois filhos foram embora para lutar na guerra. Laila, então, cresceu sem uma presença muito forte da mãe, e sentia que vivia a sombra de seus irmãos. De qualquer forma, ela cresceu com muito amor e enorme admiração pelo pai, que sempre dizia que ela podia ser o quisesse. Ela, inclusive, era uma das melhores alunas da escola. Então, você provavelmente se pergunta: "e como ela foi se tornar esposa de Rashid, se ela aparentemente tinha um futuro tão promissor?". Pois é, cara leitora (ou leitor), isso, eu lamento, não posso lhe contar, pois o motivo é realmente surpreendente.

Rashid é um machistão, babaca, ridículo e imbecil, que obrigou tanto Mariam como Laila a usarem uma burqa, e, inclusive, batia nelas. Nessas horas, vemos as diferenças da forma como Laila e Mariam reagem a esses ataques do marido: Laila não abaixa a cabeça e diz o que pensa, na maioria das vezes, enquanto Mariam aceita calada o que o marido lhe impõe.

Imagem relacionada
Mulheres usando burqa

Quando Mariam e Laila se tornam esposas de Rashid, Mariam vê em Laila uma verdadeira filha, uma companheira, uma amiga. A relação delas é muito, muito bonita. Verdadeiramente emocionante
É uma leitura recheada de reviravoltas, do início ao fim. Essas reviravoltas, surpreendem, mas, acima de tudo, emocionam.

O livro é dividido em 4 partes.

I. Conta a história de Mariam
II. Conta a história de Laila
III. Conta a história de Mariam e Laila, juntas, como esposa de Rashid
IV. Finaliza a história de forma emocionante e bela

A linguagem de Khaled Hosseini é leve e ágil, mas a história, em si, é um pouco densa. Por isso, parava a leitura às vezes, apenas para refletir, com minha indignação. De qualquer forma, a leitura vale mais que a pena.

Logo criamos empatia com Mariam e Laila e nos emocionamos com suas histórias. É um livro que todos deveriam ler, pelo menos uma vez na vida.

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CITAÇÕES FAVORITAS 

"A culpa é dos que geram os harami [bastardos, filhos fora do casamento], e não dessas crianças cujo único pecado foi ter nascido" - Página 9

"Aprenda isso de uma vez por todas, filha: assim como uma bússola precisa apontar para o norte, assim também o dedo acusador de um homem sempre encontra uma mulher à sua frente. Sempre. Nunca se esqueça disso, Mariam" - Página 12

"O casamento pode esperar, a educação não" - Página 105

"Uma sociedade não tem qualquer chance de sucesso se as suas mulheres não forem instruídas, Laila. Nenhuma chance" - Página 105

"Essa gente só conhece a guerra, Fariba - retrucou babi - Eles aprendem a andar com uma mamadeira numa das mãos e uma arma na outra"- Página 156

"[...] Trataram de eliminar todos os decretos do período comunista que fortaleciam a posição das mulheres e de substituí-los por determinações baseadas na Shari'a, as estritas leis islâmicas segundo as quais as mulheres têm que andar cobertas, são proibidas de viajar sem a companhia de um parente do sexo masculino, são punidas por apedrejamento se cometerem adultério." - Página 229                                                                 
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NOTA

5/5 estrelinhas, embora esse livro mereça infinitas estrelas⭐

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MAIS FOTOS 



Desculpem-me pela péssima qualidade da foto, meu celular travou na hora



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E você? Já leu "A cidade do Sol", ou algum outro livro do escritor? O que achou? Me conte aqui nos comentários ❤


                                                  

4 comentários:

  1. Esse livro é maravilhoso! Leia O Caçador de Pipas. É excelente tbm!

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  2. Já li e amei demais. Eu não costumo chorar em livros e filmes, mas nesse eu chorei... não somente pela dramaticidade da história mas tb por saber que aqueles acontecimentos são reais nas vidas de incontáveis mulheres daquele país.

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    1. Oi, Fá! Concordo com você. A história é muito emocionante, e ainda não conseguir ler outro livro que me tocasse da mesma forma que ele me tocou. É muito triste que, como você falou, essa seja a realidade de várias mulheres no país... creio que o livro venha para denunciar essa realidade, e isso o torna ainda mais especial! ❤

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