Resenha: "Quinze Dias"

QUINZE DIAS
Autor: Vitor Martins
Editora: Globo Alt
Número de páginas: 208
Nota: 4/5 ⭐

Oi, pessoal! Hoje trago a resenha de "Quinze Dias", que ganhei da minha madrinha. É o segundo livro de Vitor Martins que eu leio, e gostei bastante também! Li no início de março e escrevi a resenha no mesmo mês, mas estou postando apenas agora. Ainda acho que "Um Milhão de Finais Felizes" seja melhor, mas esse também é muito bom. 

"Quinze Dias" acompanha Felipe, que está cursando o Ensino Médio e ansiando pela chegada das férias, onde poderá, enfim, se ver distante da escola e de seus colegas que fazem bullying com ele, pois ele é gordo. Assim, ele precisa lidar constantemente com os comentários maldosos que fazem a respeito de seu corpo e com todas as inseguranças geradas em decorrência disso. Somado a essa questão, ele também é gay, mas aceita bem a sua sexualidade. 

Quando Felipe descobre que Caio, "o vizinho do 57", vai passar 15 dias em sua casa (e cada dia representa um capítulo do livro) seus planos de passar as férias em completa solidão vão por água abaixo. Além disso, há um outro detalhe: Felipe é apaixonado por Caio desde a infância, quando os dois costumavam brincar juntos na piscina, que parou de ser frequentada pelo protagonista quando este começou a se sentir inseguro com o próprio corpo, o que acabou levando ao afastamento dos dois. Dessa forma, Felipe vai precisar encontrar uma forma de lidar com a constante presença de Caio e como isso o afeta.

A relação entre os dois é muito bonita e fofa, sendo (re)construída de forma bastante natural. Outro ponto alto do livro é a relação entre Felipe e sua mãe, minha xará Rita. Além das questões de Felipe, somos apresentados também às questões de Caio, que ainda não aceitou completamente a sua orientação sexual e precisa lidar com a superproteção da mãe. 

A forma como o autor aborda a gordofobia (um dos temas mais debatidos ao longo da obra), o bullying e a homofobia é bastante sensível, assim como a maneira como ele desenvolve toda a história e a trajetória de autodescoberta de Felipe. 

Por fim, gostaria de destacar a importância de Caio, dos novos amigos de Felipe, da mãe dele e de sua terapeuta em seu processo de evolução. Acho fascinante como algumas pessoas realmente vêm para somar, despertando um lado nosso que nem sabíamos que existia. Como elas podem nos ajudar a nos conhecermos melhor e a sermos pessoas melhores.  Além disso, também gostei muito da capa, feita pelo próprio Vitor Martins, que também é ilustrador. 

"Quinze Dias" é uma leitura bastante leve e agradável, recheada de momentos que fizeram com que um sorriso genuíno brotasse em meu rosto. Recomendo bastante!