O ÚLTIMO OLIMPIANO Autor: Rick Riordan Editora: Intrínseca Número de páginas: 384 Nota: 5/5 ⭐ |
Oi, pessoal! Hoje trago a resenha de "O Último Olimpiano", quinto e último livro da série Percy Jackson e os Olimpianos (PJO). Mas se liga: depois deste, ainda há mais 5 livros, mas da série que sucede PJO, "Os Heróis do Olimpo". Isso fica claro no final da leitura, que encerra o ciclo da primeira série de Percy Jackson, mas deixa um gancho para série que a sucede. Agora, voltando a falar sobre "O Último Olimpiano"... Que leitura maravilhosa! Sem sombra de dúvidas, se tornou o meu livro favorito de PJO! Gostaria de agradecer à minha tia, que me deu literalmente todos os livros da série (valeu, dinda!) e também de dizer que essa resenha conterá spoilers dos livros anteriores, então toma cuidado.
"O Último Olimpiano" narra, desde o começo, a grande batalha travada contra Cronos e seu exército, esperada desde o primeiro livro. Isso não torna a obra repetitiva em nenhum momento - muito pelo contrário! Cada reviravolta é emocionante, cada revelação é construtiva e surpreendente. Aqui, Percy está prestes a completar 16 anos e, junto dos deuses e outros meio-sangues, precisa se preparar para a concretização da Grande Profecia, tão citada na série. É muito interessante ver o desdobramento da profecia e os acontecimentos que a permeiam, assim como a enorme guerra que a acompanha. É, na minha humilde opinião, o livro mais emocionante e eletrizante da série! Em vários momentos me senti ansiosa pelo rumo que as coisas estavam tomando e pelo rumo que elas poderiam tomar, mas de uma forma positiva! Porque a história consegue te conectar a esse ponto, ao ponto que faz com que você realmente se importe com as personagens, com o enredo, com o desenrolar dos eventos.
Um meio-sangue, dos deuses antigos filho,
chegará aos dezesseis apesar dos empecilhos.
Num sono sem fim o mundo estará,
e a alma do herói, a lâmina maldita ceifará.
Uma escolha seus dias vai encerrar,
o Olimpo preservar ou arrasar.
Algo muito legal no livro, e que creio ser um dos maiores destaques dele, se refere a Luke Castellan. Luke é o antagonista de Percy Jackson, o amigo que o traiu lá no primeiro livro, que quase o matou tantas vezes e que foi uma peça-chave para que o plano de Cronos ganhasse proporções enormes e ameaçadoras (não potencialmente, mas realmente ameaçadoras). Inclusive, no livro anterior, Cronos se apossa do corpo de Luke para que possa prosseguir com seu plano, o que é bastante bizarro. Então, me parece justo que o "O Último Olimpiano" ofereça uma perspectiva maior sobre sua a sua história e motivações. Nos livros que o antecedem, temos uma noção mínima sobre essas questões, mas aqui elas são mais aprofundadas, o que é maravilhoso para a construção do arco da personagem. E que arco! Luke foi uma personagem detestável na maior parte do tempo, mas, com todas as revelações, senti muita pena dele. Todas as escolhas erradas que fez ao longo da vida, todos os acontecimentos negativos, amarguras... nossa, só de me lembrar, a sensação de aperto no peito floresce em mim de novo. Queria que as coisas tivessem sido diferentes pra ele, porque você passa a entendê-lo como um personagem sofrido. Não digo que passei a amá-lo, porque não passei. Mas passei a compreendê-lo, apesar de discordar de suas atitudes, na grande maioria das vezes equivocadas e abomináveis. E claro, ele poderia ter agido diferente. Mas é possível compreender, entende? Uma personagem movida pelo rancor. Então, como disse, o sentimento que fica e se destaca é o de pena. Porque tudo poderia ter sido diferente, mas não foi. Foi um ponto no livro que me marcou bastante, e gostei muito da forma como Rick Riordan o fez, revelando o passado do Luke e dando a ele um arco digno, embora claramente melancólico.
Outro ponto que gostaria de destacar aqui se refere ao desenvolvimento da história de Nico di Angelo, que ganha novas formas. À medida que Nico vai se conhecendo, vamos descobrindo mais sobre ele, o que é bastante curioso. Crescemos junto de Nico. É bom e dá uma sensação de familiaridade agradável, que tornam o personagem mais instigante. Aqui, ele ajuda Percy Jackson e os outros semideuses, tendo um papel fundamental, além de trilhar mais seu próprio caminho. Saber um pouco mais sobre o seu passado ajuda a entendê-lo, e ajuda a compreender outros eventos importantíssimos que estão interligados à sua história e que acabam afetando a vida de outras personagens, não apenas a de Nico e de quem o cerca. E, assim, bato na mesma tecla que bati nas outras resenhas: a maneira como Rick Riordan entrelaça tudo na história. É fantástico! É perceptível como a história é bem construída, bem pensada, não apenas por conta dos fatos interligados, mas também pela maneira como a mitologia é adaptada. Mas voltando a Nico di Angelo... Como disse na resenha de "A Batalha do Labirinto", ele tem um potencial notório, e espero ver mais dele na próxima série! Nico está conquistando seu espaço aos poucos, e é realmente interessante ver isso acontecendo.
Podemos ver como os personagens evoluíram bastante, e, além de Nico, creio que o maior destaque no que se refere à evolução seja Grover. Desde que encontrou o deus Pã, Grover está mais poderoso, mais sábio, mais destemido. Não é mais o sátiro super atrapalhado do primeiro livro. Percy, por sua vez, segue corajoso, cativante, teimoso, encantador. Uma Cabeça de Alga absurdamente adorável. Adoro seus comentários sarcásticos sempre presentes, de humor sagaz. Annabeth continua esperta e extremamente leal aos seus amigos. Mesmo que em alguns momentos ainda paire a rivalidade entre ela e Rachel, o que me incomodou no quarto livro, ela é menos presente por aqui - embora, ainda, desnecessária. Rachel também continua admirável, e recebe um papel muito importante neste livro (assim como no anterior, mas de uma forma diferente. Não me estenderei para evitar spoilers). A relação entre Annabeth e Percy também recebe novos contornos, e é interessante ver como ela se desenvolve, especialmente depois do primeiro beijo que ocorreu em "A Batalha do Labirinto".
Além disso, uma adição ao núcleo dos deuses que me agradou muito foi a de Héstia, deusa do lar e do fogo. Ela tem um papel muito importante para as reviravoltas e para o desenrolar dos fatos, e gostei de todas as suas aparições. A deusa é acolhedora, assim como o lar e o fogo, e Rick Riordan soube passar bem essa sensação toda vez que ela aparecia.
"O Último Olimpiano" é cativante, comovente, recheado de ação e, claro, de muita mitologia grega. Um encerramento ótimo e emocionante, digno do caminho que começou a ser construído lá em "O Ladrão de Raios". Inclusive, chorei em alguns momentos, porque a história encanta e comove assim. Altamente recomendado! ❤
- Percy Jackson - disse Hermes -, talvez você possa mesmo ensinar uma ou duas coisinhas
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