domingo, 13 de julho de 2025

Resenha: "Verônica e os pinguins"

VERÔNICA E OS PINGUINS
Autora:
 Hazel Prior
Editora: Gutenberg
Número de páginas: 352
Nota: 3,8/5 ⭐


Oi, pessoal! Ontem concluí a leitura de "Verônica e os pinguins", livro que peguei emprestado da Biblioteca Central da UFS, minha universidade. Estava buscando algo levinho e descontraído, e no processo, quando vi a lombada de "Verônica e os Pinguins", reconheci que se tratava de uma edição da TAG. Para quem não sabe, - e comentei anos atrás sobre o tema no blog - a TAG é um clube de assinaturas literário, em que cada mês você recebe um livro surpresa em sua casa junto de alguns mimos. Eu nunca assinei, mas acho bem interessante. Quando vi que a UFS tinha umas edições da TAG (pois os assinantes recebem edições exclusivas dos livros) fiquei curiosa e dei uma olhada. Foi assim que cheguei até "Verônica e os Pinguins", obra que desconhecia completamente e que decidi ler porque gostei da sinopse (simples assim!).


O livro acompanha Verônica McCreedy, uma senhora com 85 anos de idade, milionária, solitária e muito ranzinza.  Ao refletir sobre a própria vida e a proximidade de sua morte, Verônica decide avaliar o destino de sua fortuna após o seu falecimento, pois não queria deixar tudo para o governo. Assim, procura saber se possui algum descendente vivo, uma vez que seu filho foi adotado por outra família e era falecido há anos, descobrindo a existência de Patrick, seu neto. Em meio à tal descoberta, a protagonista também passa a assistir um programa de televisão que acompanha um grupo de cientistas estudando pinguins na Antártica. Apaixonada pelos animaizinhos, preocupada com o risco de extinção que sofrem e após um encontro mal-sucedido com Patrick, Verônica pensa que seria bom deixar seus milhões de dinheiro nas mãos do projeto que estuda os pinguins. Antes de tomar sua decisão definitiva, porém, a senhora vai até a Antártica para verificar se vale a pena deixar sua herança com os cientistas, mesmo com as contraindicações de todos - as quais, vale destacar, ela não dá a mínima. Envolta por três cientistas, um monte de pinguins fofos, um neto recém-descoberto e um passado difícil e doloroso com o qual precisará lidar, Verônica vai, enfim, se permitir criar vínculos com as pessoas e aprender a recomeçar.


A vida pode ser generosa. Pode curar o coração e sussurrar que é sempre possível recomeçar, que nunca é tarde demais para fazer a diferença. Pode mostrar que há muitas, muitas coisas pelas quais vale a pena viver. E uma dessas coisas, uma das coisas mais alegres e inesperadas de todas, são os pinguins. 



É uma obra interessante, com uma história um tanto água com açúcar (o que, é claro, não é nenhum demérito!), que, embora não surpreenda e seja um tanto superficial em certos aspectos (mas falarei mais sobre isso adiante), me entreteve, me arrancou risadas sinceras e me fez torcer pelo destino dos personagens, especialmente pelo de Verônica. Li e assisti algumas resenhas aqui na internet e um comentário comum foi que acharam o começo do livro enfadonho, maçante, pois foca em retratar a rotina de Verônica. Eu, entretanto, não me incomodei com esse início, pois considerei interessante como a autora abordou o cotidiano de uma pessoa idosa e seus dilemas. Além disso, a leitura é permeada por comentários sarcásticos de Verônica, que, embora seja uma senhorinha ranzinza, teimosa e, admito, um pouco irritante, me divertiram e me fizeram rir genuinamente. É legal poder testemunhar como a viagem para a Antártica derrete seu coração de gelo (desculpe-me pelo trocadilho brega, foi mais forte do que eu) e faz a protagonista colocar a própria vida em perspectiva e recomeçar, mesmo no alto de seus oitenta anos e após uma série de tristes acontecimentos que moldaram profundamente seu modo de ser. Dessa forma, "Verônica e os Pinguins" é um livro com gostinho de esperança!


[...] A senhora não acha que, conforme os anos passam, a pessoa se torna menos obcecada consigo mesma e se preocupa mais com os outros? À medida que a gente envelhece, é como se a capacidade para o amor crescesse.


Como mencionei, considerei a obra superficial em determinados aspectos. Com exceção de Verônica, sinto que os outros personagens da história foram pouco desenvolvidos, inclusive seu neto Patrick, que narra diversos capítulos da obra e que, apesar disso, creio que tenha recebido um desenvolvimento mediano. Ademais, considerei o final da obra corrido: os fatos ocorrem rápido demais e os problemas desaparecem com a mesma velocidade com que surgem. Acredito, portanto, que o final poderia ter recebido um desenvolvimento melhor, com mais detalhes sobre o que ocorria. Um específico romance (não irei nomear entre quais personagens, para não dar spoilers), que acontece no final da obra, por exemplo, floresce do nada como se fosse o maior amor do mundo e isso me deixou um tanto incomodada, pois parece tudo muito conveniente e pouco convincente. De qualquer modo, apesar  desses pesares, creio ter sido uma boa leitura. 


"Verônica e os Pinguins" é um livro agradável, divertido e sensível. Uma boa pedida para quem busca algo leve, um tanto clichê e que seja encantador! No fim das contas, olha só, sentirei falta dos pinguins!


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