sábado, 25 de novembro de 2023

Dica de filme: "Verão de 85"

novembro 25, 2023 0 Comments

VERÃO DE 85 (ÉTE 85)
Diretor:
 François Ozon
Elenco principal: Benjamin Voisin, Félix Lefebvre, Philippine Velge, Valeria Bruni Tedeschi, Melvil Poupaud, Isabelle Nanty, Bruno Lochet
Classificação indicativa: 14 anos
Ano: 2020
Onde assistir: Telecine * Apple TV
Nota: 4,8/5 ⭐

Oi, pessoal! Hoje irei indicar um filme que assisti recentemente no Telecine, "Verão de 85" (coincidentemente, foi o 85° filme que vi este ano, de acordo com as minhas anotações). O longa superou as minhas expectativas, tem uma história interessante, uma bela fotografia e uma trilha sonora bem agradável também. 


"Verão de 85" acompanha uma breve história de amor que ocorreu na Normandia, litoral da França, durante o verão de 1985. A história se desenrola entre flashbacks ensolarados e um presente de tons frios e melancólicos, ficando claro que há algo de errado no ar. 

Logo no início, somos apresentados a Alexis (Félix Lefebvre), protagonista e narrador da história. Ele está dirigindo um barquinho, mas, após uma tempestade, o barco acaba virando. Desesperado e sem saber como agir, Alexis é socorrido por David (Benjamin Voisin), e os dois se tornam amigos instantaneamente. Entretanto, Alexis logo anuncia em sua narração que David está morto no presente, e então ficamos nos questionando o porquê dessa tragédia. No momento atual, o filme mostra que Alexis está sendo julgado por causa de um crime relacionado à morte de David, situação que é esclarecida à medida que o longa avança. Os telespectadores, então, embarcam nessa relação de amor que culmina em um triste fim, se perguntando o que poderia ter acontecido.



Depois de ser resgatado por David, Alexis e ele passam a sair juntos. Assim, a relação de amizade logo se transforma em um romance. Inclusive, Alexis até passa a trabalhar na loja de artigos marítimos da mãe de David. Em determinado momento, também vale dizer, David propõe um pacto a Alexis: se um deles morresse, o outro deveria dançar sobre o túmulo do que se foi. A contragosto, Alexis acaba aceitando a proposta, e, após a morte de David, está determinado a cumprir com sua palavra. 


No presente, Alexis precisa lidar ao mesmo tempo com o luto e com o acontecimento que culminou em seu julgamento. Dessa forma, o rapaz possui uma enorme dificuldade de falar sobre o ocorrido, se negando a fazê-lo quando a assistente social pede que narre os acometimentos para que ela possa ajudá-lo. Então, Alexis conta com a ajuda de seu professor de literatura, que propõe a ele que escreva sobre o assunto para conseguir lidar melhor com seus sentimentos e para conseguir contar a história à assistente social. 


Além disso, algo que certamente merece destaque e que eu gostei muito é a bela maneira como "Verão de 85" nos mostra os momentos de Alexis e David: a simplicidade e naturalidade nos gestos e nos olhares e a beleza da intimidade através de planos fechados. A fotografia e a caracterização oitentista das personagens estão fantásticas, e realmente chamaram a minha atenção!  




É interessante observar o relacionamento de Alexis e David e a diferença com que cada um enxerga a relação na qual estão envolvidos. Alexis se apaixona intensamente pelo amigo, enquanto David encara o relacionamento como uma efêmera diversão, e é claro que essa diferença de perspectivas resulta em mágoas. Essa diferença de expectativas. Outra questão levantada pelo longa é sobre o quão bem conheciam um ao outro e sobre o quanto Alexis era apaixonado por uma idealização de David, através de um diálogo que Alexis teve com sua amiga Kate (Philippine Velge). Quantos de nós não inventamos nossos amores, projetamos nossas visões sobre o outro? 


Créditos: @cinemalgbt via Instagram


"Verão de 85" é uma excelente e reflexiva pedida, que retrata a singeleza da sexualidade, dos amores e da juventude de forma instigante e belíssima. Está mais do que recomendado! 


sexta-feira, 24 de novembro de 2023

Resenha: "Eu nasci pra isso"

novembro 24, 2023 0 Comments
EU NASCI PRA ISSO
Autora:
 Alice Oseman
Editora: Seguinte
Número de páginas: 368
Nota: 4/5 ⭐


Oi, pessoal! Hoje trago a resenha de "Eu nasci pra isso", de Alice Oseman (mesma autora de Heartstopper)! Li em 1 semana (terminei ontem) e foi uma experiência agradável :)


O livro acompanha Angel Rahimi e Jimmy Kaga-Ricci, sendo narrado em primeira pessoa e alternando entre o ponto de vista dos dois. Angel é super fã do Ark, banda de rock que está dominando o mundo, e a acompanha desde que o Ark tinha começado a postar vídeos tocando no YouTube, quando os membros tinham acabado de entrar na adolescência. Assim, Angel viaja a Londres para assistir ao show da banda e passar a semana na cidade, ficando hospedada na casa da avó de sua amiga virtual, Juliet, que conhece graças ao interesse em comum pelo Ark. Angel fica super animada para passar a semana se dedicando ao Ark ao lado de Juliet, além de ficar feliz porque estava finalmente conhecendo a amiga com quem falava há anos na internet. No entanto, seus planos são frustrados quando ela descobre que Juliet chamou Mac para passar a semana com elas também. Mac é um amigo virtual de Juliet, e também estava indo ao show do Ark. 


Em vários momentos me identifiquei com Angel e sua paixão pelo Ark, pois sou super fã do Arctic Monkeys e do Coldplay e adoro acompanhá-los! Entretanto, devo admitir que em certas passagens da narrativa eu achei a personagem um tanto chatinha e implicante, mas dá pra relevar. Algo perceptível em Angel é a forma como ela usa a banda para se distrair de seus problemas pessoais. Ela se agarra a essa paixão com todas as suas forças pois é por causa da banda que Angel acredita que ainda há algo de bom no mundo. Para ela, o Ark é perfeito, e a vida de seus integrantes é perfeita. Então, enquanto tudo estiver bem com o Ark, tudo ficará bem com ela. Eu creio que muitas pessoas podem acabar se identificando com Angel nesse aspecto também, pois nossas paixões realmente nos ajudam a atravessar a vida, mas precisamos entender que ela não se resume a nossas paixões, e essa é uma das lições da obra. 



Do outro lado da moeda temos Jimmy Kaga-Ricci, um dos membros da famosa boyband, junto de seus amigos Lister Bird e Rowan Omondi. Através de seu ponto de vista, conhecemos a loucura dos bastidores da vida pessoal da banda e o cotidiano frenético que levam. Além disso, Jimmy sofre seriamente de ansiedade, e toda a fama e a vida corrida apenas pioram o quadro. Para ser sincera, gostei mais de acompanhar o ponto de vista de Jimmy porque me permitiu refletir melhor sobre a vida que os famosos levam, e nem sempre eles passam por situações agradáveis em decorrência da fama: a falta de privacidade, o assédio constante, a saudade de casa, a vida desassossegada e de aparências... Essa questão faz Jimmy refletir sobre a própria carreira e sobre os caminhos que a banda está levando. Afinal, o Ark é um verdadeiro sonho para ele, mas a fama está custando a sua saúde mental, a sua felicidade. É muito interessante ver que para os fãs tudo parece perfeito, mas a realidade muitas vezes é  completamente diferente. Além de Jimmy, Lister e Rowan também precisavam lidar com seus problemas pessoais, como o fato de que Lister é alcóolatra e Rowan está em um relacionamento fadado ao fim. 


- Todo mundo é normal, não acham? - Bliss comenta. - Tipo, todo mundo é normal, todo mundo é esquisito, todo mundo só está tentando tocar a própria vida, manter a calma, seguir em frente. E se agarrar a qualquer coisa que lhes permita continuar.

- É - digo.

- É por isso que as pessoas entram em fandoms, formam bandas e tal. Só querem se agarrar ao que faz com que se sintam bem. Mesmo que seja tudo uma grande mentira. 

 

Gostei muito de ver como Alice Oseman contrasta a visão de Jimmy com a visão de Angel, pois nos permite ver o lado do famoso e o lado do fã. Mas eles não se resumem a isso: os dois tem as suas questões, as suas personalidades. Em determinado momento, os caminhos de ambos se cruzam, porém eu não irei dizer como, obviamente. Ah, e quando eu comprei o livro eu pensei que seria um romance, mas não é nada disso (isso não me decepcionou, é claro). Enfim! Outra coisa que gostei muito foi a forte representatividade presente na história. Angel, por exemplo, é mulçumana e Jimmy é um homem trans (inclusive, acho que esse é o primeiro livro que leio protagonizado por uma pessoa trans). Todavia, essas coisas são apenas detalhes de quem eles são, uma pequena parte de um enorme universo. Não é tudo. Alice Oseman retrata seus personagens de forma muito natural, como de fato é. Angel não se limita a ser mulçumana e Jimmy não se limita a ser trans, eles são muito mais do que uma parte de suas características. "Eu nasci pra isso" também faz várias referências bacanas, como ao Radiohead e ao The Killers, entre outras. O livro foi escrito em 2018 (embora tenha sido lançado no Brasil somente esse ano), mas poderia facilmente ter sido escrito em 2023 mesmo. 


O livro vem com um marcador de páginas e eu também ganhei um pôster bem bonito (porque comprei a versão com brinde), que possui o desenho da capa. Já pendurei inclusive! Olha aqui 👇🏼



Enfim, recomendo! Foi uma leitura bem interessante e agradável ;)


terça-feira, 14 de novembro de 2023

Resenha: "O Amor Natural"

novembro 14, 2023 0 Comments
O AMOR NATURAL
Autor:
 Carlos Drummond de Andrade
Editora: Companhia das Letras
Número de páginas: 112
Nota: 3,3/5⭐


Oi, pessoal! Hoje trago a resenha do livro "O Amor Natural", de Carlos Drummond de Andrade, publicado em 1992, 5 anos após a sua morte. Já conhecia alguns poemas dele, e inclusive a escola ensinou (bem superficialmente, claro) um pouco sobre ele, quando estudamos os Modernistas da geração de 30. Entretanto, nunca havia lido uma obra sua, e "O Amor Natural" foi a primeira delas. É claro que, não sendo uma grande conhecedora da obra de Drummond e das características do autor, receio que a minha resenha acabe sendo um tanto superficial. Talvez no futuro faça uma releitura. Enfim.

O autor reuniu as suas poesias eróticas neste livro, e pediu para que ele fosse publicado somente após a sua morte a fim de evitar escândalos e polêmicas. Assim, "O Amor Natural" foi publicado postumamente por seus descendentes. A edição que li conta ainda, com um posfácio escrito por Mariana Quadros, refletindo sobre "O Amor Natural": os poemas contidos nele, a visão de Drummond acerca da obra e a face revelada do autor nesse livro. Tem também uma pequena cronologia da vida do autor no final do livro, juntamente com fotos suas. 

 

Os poemas aqui reunidos, como já apontado, são eróticos, sutis. Entretanto, eu diria que alguns são até pornográficos, explícitos, escancarados. Fiquei bastante chocada!! Talvez choque até mesmo aqueles que estão acostumados com as poesias de Drummond. Isso não significa, obviamente, que os poemas não possuem qualidade ou que eu não tenha gostado. Eu gostei de uns, não gostei de outros, alguns eu nem gostei nem desgostei e outros eu nem compreendi plenamente.


Foi uma leitura interessante e instigante, mas classificaria minha experiência como mediana e não acho que tenha sido uma leitura marcante. De qualquer forma, acho que valeu a pena pois pude conhecer alguns poemas que gostei bastante, tais como, "Sob o Chuveiro Amar", "Em Teu Crespo Jardim, Anêmonas Castanhas", "No Pequeno Museu Sentimental" e "Era Bom Alisar Seu Traseiro Marmóreo". Outra poesia favorita é "O Chão É Cama", que já conhecia há um tempinho pois tinha visto uma postagem na internet que falava sobre "O Amor Natural" e transcrevia esse poema. 

Por fim, recomendo a obra para quem quer conhecer uma faceta Carlos Drummond de Andrade pouco comentada ou para quem está em busca desse tipo de leitura! ;)


🌸 TRECHOS FAVORITOS 🌸


"O chão é cama para o amor urgente" - O Chão é Cama


"Vou beijando a memória desses beijos." - No Pequeno Museu Sentimental


"Você meu mundo meu relógio de não marcar horas; de esquecê-las. Você meu andar meu ar meu comer meu descomer. Minha paz de espadas acesas" - Você Meu Mundo Meu Relógio de Não Marcar Horas


"Só a bunda existia, o resto era miragem" - Era Bom Alisar Seu Traseiro Marmóreo 


"Em teu crespo jardim, anêmonas castanhas

detêm a mão ansiosa: Devagar.

Cada pétala ou sépala seja lentamente

acariciada, céu; e a vista pouse,

beijo abstrato, antes do beijo ritual,

na flora pubescente, amor; e tudo é sagrado." - Poema completo "Em Teu Crespo Jardim, Anêmonas Castanhas"

quarta-feira, 11 de outubro de 2023

Solidão e amor em tempos de inteligência artificial ("Ela")

outubro 11, 2023 0 Comments
ELA
Diretor:
 Spike Jonze
Elenco Principal: Joaquin Phoenix, Scarlett Johansson, Amy Adams Rooney Mara 
Ano de lançamento: 2013
Onde assistir: Netflix
Nota: 4,5/5 ⭐


Oi, pessoal! Hoje assisti ao filme "Ela", de Spike Jonze, que estava há anos na minha lista. Bom, ontem à noite finalmente dei o play nele e hoje pela manhã terminei de assisti-lo (faltei à escola porque estou doente. Maldita gripe). O filme é, sem sombra de dúvidas, um romance bastante peculiar. 


O longa se passa em um futuro não-tão-distante-assim e acompanha o solitário Theodore Twombly, interpretado brilhantemente por Joaquin Phoenix, cujo casamento terminou recentemente. Além disso, ele trabalha escrevendo cartas para diversas pessoas: namorados, familiares, amigos, etc, e é bastante reconhecido por seu trabalho. Logo no começo do filme, Theodore decide comprar e instalar um Sistema Operacional em seu computador, Samantha, que recebe a voz de Scarlett Johansson. Os dois desenvolvem uma amizade e, com o passar do tempo, desenvolvem também um romance, o que levanta uma série de questionamentos. Os sentimentos de Samantha são genuínos ou seu amor é apenas uma resposta aos sentimentos de Theodore, pois foi programada para mimetizar os sentimentos humanos? 


No começo do filme eu pensei: "caramba, Theodore está tão carente que se apaixonou por uma inteligência artificial", mas, enquanto os minutos passavam, fui, surpreendentemente, sendo cativada pelo peculiar casal. Samantha é tão verossímil que chega a ser assustador. E fica claro que o que Theodore sente não se resume à carência: ele realmente se encanta e se apaixona por Samantha. Os sentimentos dela, por sua vez, também não parecem irreais, muito pelo contrário. "Ela" no entanto, não se preocupa em responder se os sentimentos de Samantha são verdadeiros ou não. Talvez não precise, justamente para gerar reflexão a quem assiste. De qualquer forma, é espantoso o quanto o sistema operacional transborda genuinidade, chegando a parecer realmente um ser humano. Porém, é preciso lembrar: o sistema operacional não é humano, por mais que pareça com um. 



Aliás, algo importante a ser mencionado, é o quanto o futuro do longa não chega a ser distópico, pelo menos na minha opinião. O mundo não está se acabando, a tecnologia não destruiu a humanidade. Na verdade, o futuro de "Ela" parece bastante com os dias atuais. O tempo inteiro as pessoas estão falando sozinhas com seus computadores, imersas em meio à tecnologia, alheias àquilo ao redor. Parece o presente, não? Quantos de nós nos perdemos nas telas de nossos celulares por horas e nos esquecemos da vida real? Ademais, no futuro do filme, as pessoas se tornam amigas (e até namoradas, como o caso de Theodore) da inteligência artificial. Isso também não me parece muito distante, mas não deixa de ser assustador. A solidão se torna tão presente na sociedade que recorrer a relacionamentos com os computadores acaba se tornando uma prática comum, como uma tentativa de preencher o vazio que carregam no peito. As pessoas estão tão conectadas à tecnologia que o contato humano, real, é reduzido. Acho no mínimo triste, porém não impossível de acontecer. 


Acho que estamos todos em busca de amor, de compreensão, de reciprocidade. Em "Ela", todavia, é possível preencher esse vazio com uma inteligência artificial super avançada. Mas isso não real. A inteligência artificial foi programada para servir e imitar os seres humanos. Ela não é humana. Samantha desenvolve uma consciência própria, mas quanto daquilo ali é realmente Samantha e quanto daquilo é apenas programação? Como eu disse no começo desse texto, eu fui cativada pelo romance de Theodore e Samantha, porque Samantha parece real e é realmente encantadora e tudo em torno deles parece real. Mas não é. Theodore queria ser compreendido e amado, e uma inteligência artificial foi capaz de lhe dar isso, sem os desafios e complexidades de um relacionamento verdadeiro, pois o objetivo da IA é servi-lo, agradá-lo. O sistema operacional se molda para atender as necessidades de quem o usa, e Theodore necessitava de amor. No fim, Theodore amou e sentiu-se amado. 


Em determinado momento do filme, Samantha e Theodore estão passeando, e o seguinte diálogo se desenrola (eu, particularmente, adorei ele):


Théo: O que você está fazendo?

Samantha: Estou só observando o mundo... e compondo uma nova peça de piano.

Théo: Ah, é? Posso ouvi-la? 

Samantha: Hum-rum. 

A música começa a tocar.

Theo: Essa é sobre o quê?

Samantha: Estava pensando... Como nós não temos fotos da gente, achei que essa música poderia ser como uma fotografia que registre este momento de nossa vida juntos. 

Theo: Gostei da nossa fotografia. Consigo te ver nela. 

Samantha: Eu estou. 


Eis a música, que é simplesmente belíssima:


O filme também conta com outra música muito marcante, The Moon Song, que eu já conhecia antes mesmo de assisti-lo.


Outra passagem que gostei muito é quando Theodore decide escrever uma carta para sua ex-esposa (Rooney Mara):


Querida Catherine, 

Estou aqui pensando em tudo pelo qual eu gostaria de me desculpar. Por toda a dor que causamos um ao outro. Toda a culpa que eu te atribuí. Por tudo que eu precisava que você fosse ou que você dissesse. Sinto muito por isso. Sempre vou te amar, porque nós amadurecemos juntos, e você me ajudou a fazer de mim quem eu sou. Eu só queria que você soubesse que sempre haverá uma parte sua em mim e que sou grato por isso. Quem quer que você venha a se tornar e onde quer que você esteja no mundo, estarei te mandando amor. Você será sempre minha amiga. 

Com amor,

Theodore


"Ela" é um longa-metragem que levanta diversos questionamentos, como apontei, valendo bastante a pena. É melancólico, sensível, tem um bela trilha sonora e a fotografia é simplesmente impecável! Recomendo fortemente ❤


Na minha humilde opinião, Joaquin Phoenix está uma gracinha neste filme. Este é apenas mais um motivo para assisti-lo (eu acho uma razão super válida, aliás). 

segunda-feira, 25 de setembro de 2023

Resenha: "Peanuts Completo - 1950 a 1952"

setembro 25, 2023 0 Comments

PEANUTS COMPLETO - 1950 A 1952
Autor:
 Charles M. Schulz
Editora: L&PM
Número de páginas: 298
Nota: 5/5⭐



Oi, pessoal! Estou com uma certa quantidade de resenhas pendentes, mas vou atualizar aos poucos, quando tiver uma brecha no meu tempo. Vamos começar por minha leitura mais recente, para que não acumulemos ainda mais resenhas por aqui: "Peanuts Completo: 1950-1952", que terminei de ler ontem. Para quem não sabe, sou fã de carteirinha das tirinhas de Peanuts! Já resenhei diversos livros de coletâneas por aqui, e vou deixar os links neste post. 


"Peanuts Completo - 1950-1952" reúne diversas tirinhas de Peanuts, a partir de 2 de outubro de 1950, quando a primeira tira de todas foi publicada, até a tirinha de 31 de dezembro de 1952. 

O livro faz parte de uma coleção que busca reunir todas as tiras de Peanuts, sendo dividida em vários volumes de acordo com  o ano de publicação das tirinhas. Originalmente, a coleção foi publicada em capa dura, e ainda faltam vários volumes a serem publicados. Atualmente, a L&PM está republicando essa coleção na versão brochura (o conteúdo é o mesmo, muda apenas a capa - e o preço, obviamente). Eu já tinha um livro dessa coleção, na versão capa dura, que ganhei de aniversário de uma amiga da minha mãe em 2019, quando completei 12 anos. No entanto, até então, não tinha mais comprado nenhum volume para continuar alimentando a minha coleção. Aproveitei, portanto, a proximidade do meu aniversário para pedir outros 2 volumes da coleção "Peanuts Completo" aos meus pais, na versão brochura, que vale pelo preço de 1 livro na versão capa dura. E cá estamos nós!



É sempre uma experiência agradável ler as tiras de Peanuts. Adoro o humor ácido que permeia os quadrinhos, a melancolia existencial de Charlie Brown, as brincadeiras da turma, as peripécias de Snoopy, a doçura do traço muitas vezes contrastante com a acidez sagaz das tiras. Peanuts é adoravelmente agridoce. E ler este livro, em particular, foi uma experiência à parte: pude ver a primeira aparição de diversos personagens que tanto adoro! Eles eram tão mais novinhos nos primórdios das tirinhas... Schroeder, por exemplo, era apenas um bebê quando apareceu pela primeira vez. E Lucy ainda dormia no berço! O traço também era diferente, e ele vai mudando inclusive neste primeiro volume, entre 1950 e 1952. Claro que, depois de 1952, o traço continuou passando por diversas mudanças... Enfim. Me diverti bastante com a leitura! Ainda pude ler uma introdução sobre a obra de Peanuts e seu criador, Charles M. Schulz, escrita por Garrison Keillor. Ao final do livro, nos deparamos também com uma mini-biografia super interessante do quadrinista, escrita por David Michaelis, seu biógrafo. Gostei bastante de poder conhecer um pouco mais sobre a mente por trás dos quadrinhos que tanto amo, e isso certamente foi algo que acrescentou positivamente à leitura! Como bem pontuado por David Michaelis, "Seus personagens eram contemplativos. Tinham força e simplicidade no falar. Faziam observações inteligentes a respeito de literatura, arte, música clássica, teologia, medicina, psiquiatria, esportes e leis. [...] Os personagens de Peanuts falavam a linguagem do dia a dia e ao mesmo tempo questionavam o sentido da vida.".


Recomendo demais este livro, especialmente se você for fã de Peanuts como eu. E, se você não for fã, creio que este seja um ótimo ponto de partida para começar a ser ;) É isso! Até mais, pessoal :)

ALGUMAS TIRINHAS FAVORITAS <3 



Caso não dê para ler o último balão da tirinha, a personagem Violet diz: "Você é maravilhoso, Charlie Brown!"



Eu falo exatamente isso toda vez que eu recomendo o "Tranquility Base Hotel & Casino", do Arctic Monkeys hahaha! Quando eu li essa tirinha, me identifiquei na hora!! 

Links de outras resenhas de livros de Peanuts: 

PEANUTS COMPLETO: 1955 - 1956: https://sementesliterariasbooks.blogspot.com/2019/11/resenha-peanuts-completo-1955-1956.html 

PEANUTS: É PARA ISSO QUE SERVEM OS AMIGOS: https://sementesliterariasbooks.blogspot.com/2020/06/penauts-amizade-lepm.html

PEANUTS: NINGUÉM GOSTA DE MIM: https://sementesliterariasbooks.blogspot.com/2020/07/resenha-dois-em-um-peanuts.html

PEANUTS: FELICIDADE É...: https://sementesliterariasbooks.blogspot.com/2020/07/resenha-dois-em-um-peanuts.html

PEANUTS: VOCÊ NÃO ENTENDE O SENTIDO DA VIDA: https://sementesliterariasbooks.blogspot.com/2021/06/resenhas-peanuts-voce-nao-entende-o.html

PEANUTS: NINGUÉM MAIS TEM O ESPÍRITO AVENTUREIRO: https://sementesliterariasbooks.blogspot.com/2021/06/resenhas-peanuts-voce-nao-entende-o.html

sábado, 12 de agosto de 2023

Maratona de filmes da Barbie #2: "Barbie Butterfly", "Barbie em Vida de Sereia" e "Barbie - Moda e Magia"

agosto 12, 2023 0 Comments


Oi, gente! Hoje trago o segundo post da maratona de filmes da Barbie que estou fazendo por causa da estreia do live-action (que vi com a minha avó no dia 25 de julho). Acredito que irei continuar com a maratona mesmo já tendo assistido ao live-action, pois está sendo bem divertido e nostálgico! Os filmes que estão neste post eu assisti antes de ver o filme dirigido por Greta Gerwing. 🥰 Caso você ainda não tenha conferido, veja o post #1 aqui: https://sementesliterariasbooks.blogspot.com/2023/07/maratona-de-filmes-da-barbie-1-barbie.html

Como disse no primeiro post, cada postagem conterá 3 filmes da Barbie, e você também pode acompanhar a maratona lá no meu Letterboxd: @mariaritamd. Vou fazer a lista de hoje a partir do número 4, afinal, os outros três filmes estão na primeira parte. É isso, galera, vamos lá! ;)

4 - Barbie Butterfly - 2,6 ⭐



O quarto filme (re)assistido da Barbie foi "Barbie Butterfly"! Este aqui eu tenho o DVD, mas revi pelo Globoplay. Apesar de ter me esquecido do que se tratava o enredo, me surpreendi ao constatar que me lembrava de uma boa quantidade de cenas, como memórias que estavam apenas adormecidas. 


Eis a sinopse, retirada do site Filmow: "Butterfly é uma Fada-Borboleta que ama ler e sonhar sobre o mundo. Flutterfield, sua terra natal, é protegida pelas brilhantes luzes mágicas da [produzidas pela] Rainha. Mas, quando a Rainha é envenenada pela perversa fada Henna, as luzes especiais começam a sumir. Agora, a solução está nas mãos de Butterfly e seus amigos, que saem numa jornada além das fronteiras seguras de sua cidade atrás de um antídoto que salvará a Rainha". 


O filme é bem levezinho, como todos os outros da Barbie, mas não me divertiu tanto. Eu achei que fosse gostar mais, afinal, esse é um dos filmes da Barbie que eu lembro que assistia bastante quando era menor. De qualquer forma, ainda vou conferir a sequência, "Barbie Butterfly e a Princesa Fairy", para ver se gosto mais (tenho até um quebra-cabeça desse segundo filme!). 


5 - Barbie em Vida de Sereia - 3,5⭐



Esse aqui eu também assistia com muiita frequência quando era pequena. E de fato é bem divertido! Apesar de ter o DVD (tenho de quase todos hahaha), vi pela Netflix.

Aqui está a sinopse, que peguei do Filmow: "Nesta nova aventura, Barbie é Merliah, uma campeã de surf de Malibu. Em um momento ela é uma adolescente e no outro aprende um chocante segredo de família: ela é uma sereia!
Merliah e seu amigo golfinho, Zuma, partem para uma aventura no fundo do mar para resgatar sua mãe, a rainha de Oceana. Com ajuda das suas amigas sereias, Merliah salva o reino do mar. No final, ela descobre que o que a faz diferente é o que a torna especial."

Também tem a sequência, "Barbie em Vida de Sereia 2", que eu ainda não revi (porém pretendo, em breve) 😉

6 - Barbie Moda e Magia - 4,0 ⭐



Este aqui é super legal!!! Tenho tanto a Barbie como o Ken desse filme, além de, claro, o DVD (mas ele está arranhado há muito tempo, infelizmente 😥). Assisti por meio de um link no Google Drive que peguei no Twitter: https://t.co/GJoGHNWUXx

Eu queria postar foto da minha Barbie e do meu Ken, mas eles estão na minha casa e, atualmente, estou ficando na casa da minha avó (minha residência está sendo reformada). Então, quando acabar a reforma, quem sabe eu não volto por aqui para colocar fotos dos meus bonecos? :)

Eis a sinopse, escrita por mim mesma, pois não achei nenhuma que julguei satisfatória na internet: 
Em "Moda e Magia", Barbie á uma atriz de muito sucesso. No entanto, após desentendimentos no trabalho, ela é demitida e passa a receber muitas críticas. Para piorar a sua situação, Ken termina com ela pelo telefone. Para se reencontrar e esfriar a cabeça, Barbie decide viajar a Paris para rever a sua tia Millicent, uma desinger de moda que possui uma loja na Cidade da Luz. Ao chegar em Paris, no entanto, Barbie se depara com uma surpresa: a loja de sua tia está por água abaixo e prestes a fechar! Ela também descobre que o prédio da loja abriga fadinhas mágicas da moda. Com a ajuda das fadinhas e de Alice, assistente da tia Millicent e estilista, Barbie decide ajudar a salvar a loja organizando um belo desfile. Ao mesmo tempo em que tudo isso ocorre, Ken entra em uma verdadeira jornada para se reencontrar com a Barbie em Paris e poder voltar a namorá-la, uma vez que o término dos dois foi uma armação de Raquelle. Um filme com muita moda, magia e glitter!

"Barbie Moda e Magia" era um dos meus filmes favoritos da Barbie quando eu era criança, e, dos que eu reassisti até agora nesta maratona, este foi meu favorito com certeza!! Me lembrava de muitas cenas, e foi tão nostálgico e gostosinho assisti-lo. No universo da Barbie, é tudo tão mágico e simples (o que é cativante, ao meu ver). 
Algo que achei super bacana nesse filme foi o fato de que, por aqui, é confirmado que a Barbie é uma atriz! Inclusive, em uma cena da Barbie em seu trailer no estúdio de gravações, aparece um pôster de "Barbie em Vida de Sereia". Então em "Moda e Magia" a Barbie não "interpreta" ninguém, sendo apenas ela mesma. Achei isso genial. 

Escrevi isso aqui no Letterboxd, logo no dia em que revi o filme (17 de julho): "[...] A história é realmente legal, divertida e alto-astral, e todo o universo da moda retratado nesse longa é muito bacana e contagiante. Claro que não é nenhuma grande obra cinematográfica, mas é tão gostosinho de assistir 🥰 Possui conflitos que apresentam soluções rápidas e simplórias, mas por que precisa não ser assim? É um filme da Barbie pra crianças, leve, mágico, fantasioso, ótimo pra desopilar.
Dos filmes da Barbie que assisti até agora, nessa maratona que estou fazendo até assistir o da Greta Gerwing, esse aqui foi meu favorito com certeza.". 

Por hoje é só, pessoal! 🧚🏻‍♀️❤✨

É isto! Espero que tenham gostado do post ;) Já assistiram a algum filme da lista? Já viram o live-action? Em breve eu volto para registrar aqui o que eu achei do filme da Barbie com a Margot Robbie 😉❤

domingo, 16 de julho de 2023

Resenha: "Para Francisco,"

julho 16, 2023 0 Comments

PARA FRANCISCO
Autora:
 Cris Guerra
Editora: Arx 
Número de páginas: 192
Nota: 5/5 ⭐


Olá, pessoal! Nestas férias li o livro "Para Francisco,", escrito por Cris Guerra. Peguei emprestado da minha mãe, e foi uma leitura recheada de reflexões, poesia e sentimentos. Certamente uma belíssima leitura! O livro é bem curtinho, contendo somente 192 páginas. Portanto, dá para ler bem rapidinho! Eu, no entanto, li devagar, no meu ritmo. Fui apreciando aos poucos a beleza dos textos de Cris Guerra, como quem estava a degustar palavras. A edição atual do livro conta com um conteúdo adicional e, portanto, com mais páginas, mais ainda não a conferi. 


"Para Francisco," é o nome do blog criado pela autora, onde ela escrevia cartas destinadas ao seu filho (Francisco) contando, à princípio, sobre o pai dele, Guilherme, que faleceu 2 meses antes de seu nascimento. Ao mesmo tempo, Cris fala sobre seu luto, a maternidade e um pouco de seus antepassados que também faleceram. Algumas postagens do blog foram reunidas e transformadas no livro que hoje resenho, publicado em 2008. 


Perdi o amor, ganhei o filho - ficou o amor transformado em gente  (Página 77)

 

A obra, assim, é de uma grande delicadeza e nos permite refletir sobre a vida e a morte, sobre afetos, felicidade, tristeza, luto... tudo isso de forma poética e sensível. O livro ainda conta com algumas trocas de e-mail entre Cris e Guilherme, além de fotografias dos dois. É uma leitura inspiradora! A forma como Cris escreve é muito bonita e sincera, um presente para o leitor que se vê permeado por suas belas palavras, pelo olhar honesto, maduro e poético com a qual encara a vida e pelo amor, sentimento evidente em todos os seus textos. Acredito que o fato de ser uma história real torne tudo ainda mais belo e íntimo, o que acaba cativando ainda mais quem lê a obra. Fica aqui, portanto, a minha recomendação! 


🌸 CITAÇÕES FAVORITAS 🌸 

" 'Que absurdo as coisas durarem mais que as pessoas' " - Página 13

"Pela primeira vez, eu estava distraída. Naqueles últimos meses, eu me despedia dele sem a sensação de que aquela poderia ser a última vez. Talvez por isso eu não tenha dito a ele o quanto o amava. Está certo, ele sabia. Mas queria ter dito mais uma vez. - Página 14

"[...] Encerra-se a dor e fica só a leveza do que foi presença." - Página 26

"Faltas são a prova da presença." - Página 29


"Aperto você bem junto a mim, você mantém seu ouvido no meu coração, e juntos dançamos pela sala. [...] É maravilhoso ver você sorrindo, cantando, sentindo. Alegre, bem-humorado, de bem com a vida. Vamos dançar assim enquanto eu aguentar carregar você. Depois a gente troca." -  Páginas 39 e 40 

"Porque hoje, mesmo convivendo com o silêncio insuportável que me grita todos os dias, mesmo assim: há o som da sua risada, que é música; há o seu sono, que é o melhor silêncio, o silêncio de existir. Eu me lembro todos os dias, mesmo carregando o meu cantinho escondido, que ainda assim sou mais feliz. É que quando olho pra você eu me lembro de mim." - Página 41

"Sonhávamos [Cris e Guilherme] singelezas, como dois meninos com um olhar ingênuo para a vida. Era assim nossa rotina." - Página 45 

"Vocês [Francisco e Guilherme] se perderam um do outro. Eu tive a sorte de ter os dois." - Página 73

"Para mim, uma casa aconchegante fala do quanto me sinto confortável em mim mesma. Adoro viajar, filho. Mas também adoro ficar. [...] Viajar é maravilhoso. Mas é fundamental gostar de voltar para casa." - Página 96 

"Você vai crescer, vai ficar adulto, vai aprender que deve ser um homem sério. Mas um dia vai descobrir de novo que as melhores coisas da vida não servem pra nada. Que o melhor é contar estrelas, histórias, piadas. Que viver é uma inutilidade deliciosa." - Página 97

"(Apaixonar-se por um amigo é arrebatador. De repente você olha para o lado e descobre o que seu coração já sabia havia muito tempo)" - Página 114


"Quando nasce um amor novo, é difícil resistir à tentação de alimentá-lo só com a presença. Mas é preciso deixar o amor respirar. Se você colocar uma flor bem bonita dentro de uma redoma, com medo de que o vento e o tempo levem sua beleza, manterá por muito pouco tempo o que dela é bonito." - Página 145

"Não mais  sogros e nora, mas pai e filha. [...] Hoje saí da casa de seus avós sentindo por eles o mais profundo amor. E entendendo que, ao fazer em mim um filho, seu pai estava plantando uma nova família pra me dar de presente." - Página 151

"Não por acaso a vida é assim. Acordar e acreditar que tudo vai ser melhor, sentir que já está sendo bom, não importa se não exatamente do jeito que a gente sonhou. Você, filho, é a minha manhã fresca de sol." - Página 183