domingo, 19 de julho de 2020

Resenha: "Persépolis"

PERSÉPOLIS
Autora:
 Marjani Satrapi
Número de páginas: 352
Editora: Quadrinhos na CIA.
Nota: 4,5/ 5 ⭐


Dia 29 de junho eu terminei de ler "Persépolis, mas só tive tempo de fazer a resenha agora (semanas de provas online, por conta da pandemia). Enfim, bora lá!

Persépolis é uma história em quadrinhos aclamada, tendo ganhado vários prêmios, e inclusive virou filme em 2007 (tendo vencido o festival de Cannes e indicado ao Oscar de melhor animação)! Além disso, é o primeiro livro em quadrinhos escrito por uma mulher no Irã, o que é um feito e tanto. Esse livro me chamou a atenção no início do ano,e, enfim, pude lê-lo (e que experiência boa!). 



Essa edição, da"Quadrinhos na Cia." (selo da Companhia das Letras dedicado a publicar histórias em quadrinhos no formato de livro), reúne os quatro volumes de Persépolis, o que faz com que ele se torne um livro um pouco mais grosso. De início, fiquei meio intimidada com a grossura dele, mas eu li bem rapidinho, tamanha a fluidez da leitura. Não se deixe intimidar pelo tamanho do livro, pois é uma leitura bastante prazerosa, ágil e que gera várias reflexões! Creio que o formato em quadrinhos contribua para isso. 

"Na vida você vai encontrar muita gente idiota. Se te ferirem, pensa que a imbecilidade deles que os leva a fazer o mal. Assim você evita responder às maldades deles. Porque não tem nada pior do que a amargura e a vingança... Seja sempre digna e fiel a si mesma."

Persépolis é uma autobiografia em quadrinhos da autora Marjane Satrapi, e é ambientado na Revolução Islâmica de 1979 e suas consequências para o Irã, que até hoje é uma República Islâmica. Nunca tinha lido nada que falasse sobre a Revolução, e o livro foi um ótimo meio para aprender um pouco mais sobre ela. O livro foca na vida da Marjane, obviamente, e também em como o regime é extremamente opressor, especialmente com as mulheres. Acompanhando o crescimento da autora desde os seus 10 anos, o livro é cheio de críticas, questionamentos e reflexões. Assim, podemos ver seus erros e acertos, que a tornaram a mulher que é hoje. Com a leitura, também podemos aprender um pouco sobre a cultura do Irã. 



"Se um cara mata 10 mulheres na presença de outras 15, ninguém pode condená-lo, pois em caso de homicídio nós, mulheres, não podemos nem testemunhar! Também é ele que tem direito de divórcio e, se ele te concede, fica com a guarda dos filhos! [...]"

Marjane foi criada por pais politizados e de esquerda, o que contribuiu para que ela tivesse uma certa consciência política desde a infância. Com apenas 14 anos, foi mandada para Áustria sozinha, por conta da guerra do Irã e Iraque. Porém, retornou poucos anos depois, com saudades de casa. De volta ao Irã, ela pôde acompanhar toda a opressão e perseguição em seu país, onde as pessoas não eram livres para ser quem elas realmente eram ou agirem como bem entendessem. 

Uma leitura leve e rápida, com pitadas de humor e aprendizados. Muito bom! Recomendo para quem quer entender um pouco mais a situação do Irã e das mulheres no país. 

"A verdade é que, enquanto existir petróleo no Oriente Médio, não vamos saber o que é paz..." 

E você? Já leu "Persépolis"? O que achou? Me conta aqui nos comentários! ❤😘😘 

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