quarta-feira, 29 de junho de 2022

Resenha: "O Reino de Zália"

junho 29, 2022 0 Comments
O REINO DE ZÁLIA
Autora:
 Luly Trigo
Número de páginas: 440
Editora: Seguinte
Nota: 4,5/5 ⭐


Oi, pessoal! Hoje trago a resenha da minha terceira leitura das férias: "O Reino de Zália", escrito por Luly Trigo. É o primeiro livro da autora que leio, e gostei bastante! O começo da obra não me prendeu tanto, mas, do meio pro final, simplesmente não consegui largá-lo!  


"O Reino de Zália" nos apresenta Zália, princesa de Galdino (reino fictício criado pela autora), que estuda em um internato há cerca de 10 anos, distante dos problemas envolvendo a Coroa. Como seu pai, o rei, sofreu um AVC, ele teve que se afastar do trono para poder cuidar da saúde, e o irmão mais velho de Zália, Victor, assumiu como príncipe regente. Por ser a segunda filha, subir ao trono nunca esteve nos planos da protagonista, o que a deixa aliviada, já que seus sonhos envolvem viajar o mundo tirando fotografias - sua grande paixão. No entanto, quando Victor sofre um atendado e falece, Zália precisa retornar imediatamente ao Palácio Real. Há fortes suspeitas de que a responsável pelo atentado tenha sido a Resistência, forte grupo de oposição à Coroa espelhado por Galdino. Essa suspeita é sustentada pelo fato de que o grupo já havia realizado outros atendados contra a Família Real (sem sucesso), e pelo fato de que Victor iria assinar emendas que desagradavam bastante a população, indo de encontro à vontade do povo. Nesse contexto, Zália assume como regente, precisando aprender sobre como seu reino funciona, sobre política e várias outras coisas, para estar de fato preparada para exercer a sua função. 


    Marcador que veio na orelha do livro para ser recordado. Achei uma fofura e combinou com o vestido de Zália na capa! <3


Nessas circunstâncias, a princesa conhece Antonio, assessor político do palácio que passa a dar aulas de política para ela. Aos poucos, ela se aproxima do rapaz e percebe que está se apaixonando por ele, mas fica receosa em se entregar, por ter sido bastante machucada por sua antiga paixão, Enzo. Para completar, Enzo passa a ser o segurança pessoal dela, e a princesa percebe que nunca chegou a esquecê-lo realmente. No entanto, o romance não é o ponto principal do livro, que foca mais no desenvolvimento de Zália, como pessoa e princesa, e na política de Galdino do que, de fato, no romance - o que é bem legal! 

Eu apenas queria que a autora tivesse mostrado mais da história de Zália com Enzo, pois o romance que os dois tiveram demorou pra me convencer. A história deles é apresentada, sim, mas creio que teria sido melhor se os seguintes aspectos tivessem sido mais explorados: como Zália se apaixonou por Enzo (e o contrário também) e como funcionava a dinâmica dos dois no período em que se apaixonaram (especialmente o primeiro aspecto, já que o segundo até que foi abordado algumas vezes). Quanto ao desenvolvimento do romance de Zália com Antonio, não tenho nenhum adendo a fazer. Foi bastante convincente a forma como Luly Trigo o fez.


Além disso, temos os melhores amigos de Zália: Júlia, Gil e Bianca, que apresentam importantes papéis na história. No entanto, eu queria que eles tivessem sido mais desenvolvidos individualmente. Temos também Mariah, mãe de Júlia e professora de História de Zália no palácio, crucial no enredo. Outra personagem bastante marcante é a mãe de Zália, que me deixou bem dividida kkkk não posso falar o motivo para não dar spoilers. A relação de Zália com os pais é bastante abordada, sendo muito interessante observar a dinâmica da família e como a Coroa impacta fortemente as relações que Zália constrói , inclusive a familiar. 



Os pontos altos do livro, na minha humilde opinião, são o desenvolvimento de Zália e as inúmeras reviravoltas da história. No início da obra, ela era uma personagem um tanto insegura, mas, à medida que a história avança, se torna cada vez mais confiante sobre si mesma, suas atitudes e desejos, além de se mostrar excelente governando Galdino. Certamente uma personagem bastante cativante e empoderada! Zália escuta o povo e é bastante dedicada, o que faz com que ela se aproxime da Resistência , grupo acusado de matar seu irmão, o que torna a história ainda mais interessante. E as reviravoltas, então?? Nem se fala!! Foi "eita" atrás de "eita"!! Gostei muito da forma como a autora apresentou esses plot twists, que tronaram a obra ainda mais atrativa.  Há, ainda, várias discussões políticas, que podem ser facilmente aplicadas no nosso cotidiano. 


Dessa forma, "O Reino de Zália" apresenta um enredo cativante e bastante relevante. Recomendo fortemente! Não esperava muito da obra, mas, no final, fui surpreendida com uma leitura maravilhosa. Adoro quando isso acontece.  




quinta-feira, 23 de junho de 2022

Resenha: "O Mistério do Cinco Estrelas"

junho 23, 2022 2 Comments
O MISTÉRIO DO CINCO ESTRELAS
Autor:
 Marcos Rey
Número de páginas: 128
Editora: Ática
Nota: 3,5/5 ⭐


Olá, pessoal! Hoje trago a resenha do livro "O Mistério do Cinco Estrelas", que peguei emprestado na biblioteca da escola. A obra apresenta um suspense leve e simples, e faz parte da Série Vaga-Lume, famosa por seus vários livros infanto-juvenis. Li em março, mas, por falta de tempo, acabei adiando a resenha. Por isso, escrevo-a apenas agora, 3 meses após a leitura! 


"O Mistério do Cinco Estrelas" acompanha Leo, um adolescente que trabalha como mensageiro em um hotel 5 estrelas, o Emperor Park Hotel. Ao entregar o jornal para o Barão (Oto Barcelos), um morador bastante rico e influente do local, Leo acaba avistando o corpo morto de um homem no quarto do Barão, além de avistar uma mancha vermelha na vestimenta do senhor. Isso o deixa bastante intrigado e faz com ele se envolva fortemente com o caso. Ao tentar incriminar o Barão, Leo acaba perdendo o emprego, pois o Barão o acusa injustamente de roubo, distorcendo toda a situação e criando falsas provas para incriminar o rapaz. Para piorar a situação, quase ninguém acredita em Leo, especialmente a Polícia, que prefere acreditar nas palavras de Oto. Assim, o livro mostra o poder de Barão, decorrente de sua ampla riqueza e ações para caridade, e como isso o ajuda a escapar de diversas situações que o afetam negativamente. Leo, diferentemente do Barão, é jovem e pobre, o que também contribui para que as pessoas desconfiem de sua palavra (além do fato de que a figura que ele está enfrentando é bastante poderosa). 

O garoto conta apenas com o apoio de seu amigo Guima, do seu primo Gino, bastante inteligente, e de sua quase-namorada Ângela. O apoio dos três é bastante importante para que Leo consiga desvendar o mistério envolvendo a morte do homem, se proteger e, enfim, conseguir acusar o Barão de forma eficaz. 


A obra apresenta uma linguagem bem simples e dinâmica, além de possuir uma história que consegue facilmente se conectar com o leitor, devido ao seu tom instigante, que faz com que fiquemos ansiosos para saber o que acontecerá em seguida e como Leo conseguirá atingir seus objetivos. Não é uma leitura surpreendente, mas agradável e boa! Recomendo :)



quarta-feira, 22 de junho de 2022

Resenha: "A Diferença Invisível"

junho 22, 2022 0 Comments
A DIFERENÇA INVISÍVEL
Autoras:
 Julie Dachez e Mademoiselle Caroline
Número de páginas: 192
Editora: Nemo
Nota: 4,5/5⭐


Oi, pessoal! Hoje trago a resenha de "A Diferença Invisível", minha segunda leitura das férias. O livro, que é uma história em quadrinhos, estava na minha lista há cerca de 1 ano (ou quase isso), então finalmente pude lê-lo! =)


A obra autobiográfica de Julie Dachez (responsável pelo roteiro) e Mademoiselle Caroline (responsável pela adaptação do roteiro e pelo desenho) acompanha Marguerite, uma mulher de 27 anos que tem Autismo. O livro inicia antes de a protagonista ser diagnosticada, mostrando a sua rotina e as suas experiências. As sequências de quadros que mostram a sua rotina é repetitiva, assim como seu próprio cotidiano. Como dito pela narradora do quadrinho (que não é Marguerite, mas outra personagem da obra): "Essa repetição de fatos talvez possa te cansar, mas a rotina faz Marguerite se sentir segura.". Além disso, a protagonista também enfrenta constantes desafios no trabalho, em que o barulho do ambiente a deixa constantemente ansiosa e as exigências para que ela seja mais sociável são constantes. Essas exigências são feitas até mesmo fora do ambiente de trabalho, seja pelo seu namorado, pela sua família ou por suas amizades. Ela tenta, se expondo a situações que a deixam esgotada e extremamente desconfortável, tendo inclusive crises quando os acontecimentos fogem bastante da sua rotina ou quando ela precisa lidar com barulhos e outras coisas que a deixam incomodada. Preocupada com os próprios comportamentos, Marguerite decide pesquisar no Google a razão de se sentir assim, encontrando relatos de diversas pessoas com Síndrome de Asperger e se identificando com eles. 

A partir disso, ela passa a pesquisar mais sobre a Síndrome e a procurar profissionais que possam diagnosticá-la. Quando ela recebe o seu diagnóstico, a sua vida muda, e ela passa a compreender e a respeitar os seus limites. É muito legal a forma como Marguerite lida com isso, se sentindo mais livre. 


Comparação da forma como as cores foram aplicadas


Algo que considero bastante interessante é a forma como as cores são aplicadas: a vida de Marguerite, antes do diagnóstico, possui como tons principais o preto, o branco e o cinza, além do vermelho para representar situações de estresse, e o azul, que aparece em sua casa, representando a calmaria e segurança que seu lar lhe transmite. Depois do diagnóstico, a sua vida ganha mais cor, e as páginas se tornam bastante coloridas. O traço de Mademoiselle Caroline transmite leveza e é bastante agradável e bonito! Sabemos que Marguerite representa Julie Dachez, mas a ilustradora também aparece na história, tendo um papel importante. Não direi quem ela é no livro, porque foi uma surpresa para mim, e eu achei muito bacana a maneira como ela foi inserida na história e como foi a feita "a revelação". Depois que terminei o livro, fui folheá-lo novamente e notei algumas pistas sobre quem seria Mademoiselle Caroline na obra. 


Além disso, há um prefácio falando um pouco sobre a Síndrome de Asperger, focado na questão das mulheres com a Síndrome, uma vez que a protagonista a apresenta e os casos de autismo no sexo feminino são, infelizmente, subdiagnosticados. Isso ocorre porque mulheres com autismo conseguem esconder as suas particularidades mais facilmente do que os homens, imitando os comportamentos sociais considerados adequados pela sociedade (como olhar uma pessoa nos olhos quando está falando com ela). Outra causa desse cenário é a falta de estudo e representação acerca do autismo em mulheres (sempre homens brancos...). Assim, obras como "A Diferença Invisível" são muito importantes para nos alertar sobre a existência dessa realidade e também para que a sociedade possa compreender melhor o cotidiano de uma pessoa com autismo, aumentando a empatia. O final da obra também se aprofunda um pouco no comportamento de pessoas com Asperger, falando sobre as características da síndrome, estratégias de adaptação e a apresentação de obras que falam sobre ela. 


Desenho de Hans Asperger


A única coisa que me deixou meio incomodada nisso tudo foi a representação de Hans Asperger (responsável  por descrever a Síndrome pela primeira vez. Por isso ela recebe o nome dele). Ele recebeu uma ilustração fofa, em que ele está rodeado de crianças e parece bonzinho. No entanto, ele cooperou com nazistas e apoiava o regime. Não merecia ilustração fofa. Esse link aborda essa questão com mais detalhes, e creio que valha a pena conferir: https://tismoo.us/ciencia/por-que-algumas-pessoas-defendem-que-o-termo-asperger-seja-abandonado/


De qualquer forma, a HQ é muito boa, leve e agradável! É uma leitura bem rápida, que nos ensina muitas coisas. Recomendo! <3



segunda-feira, 20 de junho de 2022

Resenha: "O Príncipe e a Costureira"

junho 20, 2022 0 Comments
O PRÍNCIPE E A COSTUREIRA
Autora:
 Jen Wang
Número de Páginas: 306
Editora: Darkside
Nota: 5/5 ⭐


Oi, pessoal! "O Príncipe e a Costureira" foi a minha primeira leitura das férias (e também o primeiro livro que eu li com um protagonista não-binário), e o li apenas em um dia, tamanha a fluidez! =) Por se tratar de uma história em quadrinhos, creio que essa dinamicidade tenha sido ainda mais acentuada.

 

Ah, gostaria de dizer que tenho resenhas pendentes de alguns livros (4, pra ser exata: "O Mistério do Cinco Estrelas", os dois primeiros volumes de Heartstopper e "A Diferença Invisível". Este último eu li logo depois de "O Príncipe a Costureira", então provavelmente será a próxima resenha a sair.). No caso de "O Mistério do Cinco Estrelas" e "Heartstopper", eu não escrevi as resenhas antes por causa da escola. Mas agora estou de férias, aleluia! Estou priorizando os livros que acabei de ler porque estão mais frescos na cabeça, aí é melhor fazer as resenhas deles logo. Enfim, é isso que eu gostaria de avisar... voltando à resenha!


"O Príncipe e a Costureira" é um livro bastante sensível, tanto em sua história como nos traços dos desenhos. É uma história bastante rica visualmente, o que a torna ainda mais agradável. A leveza dos traços dão vida à bela história de maneira bastante eficaz! Além disso, a edição da Darkside também está belíssima, como costumam ser as edições publicadas pela editora (aliás, é o primeiro livro que adquiro dela). 



A obra acompanha a trajetória de Sebastian, príncipe da Bélgica que está passando um tempo na França com sua família, que, por sua vez, está buscando uma noiva para ele, mesmo que ele tenha apenas 16 anos e não deseje isso para a própria vida naquele momento. Além disso, Sebastian tem um segredo: ele gosta de usar vestidos! É nesse contexto que ele conhece Frances, a costureira. A realeza organizou um baile em comemoração aos 16 anos do príncipe, convidando as jovens solteiras para irem. Uma mãe e sua filha, então, entram na alfaiataria onde Frances trabalha solicitando um vestido para a menina ir ao baile. Como ela desejava algo horripilante, Frances atende ao pedido da garota, costurando um vestido que escandalizou a sociedade. Sebastian gosta da ousadia do vestido e solicita os serviços de Frances, que passa a trabalhar para ele oficialmente. É assim que surge Lady Crystallia, identidade que Sebastian passa a ter quando está usando vestidos. Também é assim que se inicia a relação dos dois, marcada pela cumplicidade, compreensão e apoio mútuo, sendo muito agradável acompanhar a forma como o relacionamento dos dois se desenvolve. 


Lady Crystallia, faz, então, o maior sucesso entre os parienses, em decorrência de sua elegância e dos vestidos maravilhosos que usa. Assim, à medida que seu sucesso cresce, a curiosidade da sociedade com relação à Frances aumenta (uma vez que ela é a responsável pelas roupas). No entanto, Frances é sabidamente a costureira de Sebastian. Se as pessoas descobrissem que ela também é a costureira de Lady Crystallia, o segredo de Sebastian correria grande risco de ser descoberto. Essa questão é bastante complicada, já que permanecer no anonimato é um peso para Frances, que sonha em ser reconhecida por seus trabalhos deslumbrantes. 


Como disse, é uma história bastante sensível, e é gratificante acompanhar o desenrolar dos fatos. Quando Frances pergunta a Sebastian por que ele usa roupas de meninas, ele dá uma resposta bastante marcante, que gostaria de deixar registrada aqui:


"Eu não sei. Tem dias que me olho no espelho e penso 'este sou eu, Príncipe Sebastian! Visto roupas de menino e pareço com meu pai'. Em outros dias, isso não soa real. Nesses dias, eu sinto que na verdade sou... uma princesa"

 

 


Além disso, o final do livro conta com o processo da autora com relação à criação dos quadrinhos, o que é muito legal! Podemos nos conectar ainda mais com a história, e eu gosto muito de saber saber sobre como as HQs são feitas. Enfim :)

Adoro histórias em quadrinhos, e essa aqui com certeza merece uma conferida. Deixou meu coração quentinho e, ao final da leitura, fez com que eu me sentisse mais leve. Recomendo bastante! Como dito em um recado deixado pela própria editora no interior do livro: "Produto recomendado para quem sabe que podemos ser felizes e plenos sendo quem realmente somos" ❤ 



domingo, 5 de junho de 2022

I just wanted to be... one of the Strokes!

junho 05, 2022 0 Comments

Oii, pessoal! Impossível falar em rock dos anos 2000 e não falar dos Strokes, cuja foto estampa o papel de parede da tela inicial do meu celular. Então, hoje trago as minhas músicas favoritas de cada álbum da banda, depois de ter feito dois posts nesse estilo aqui no blog: um sobre o Coldplay e o outro sobre o Arctic Monkeys 🖤! 


Comecei a ouvir os Strokes no ano passado, embora tenha ouvido falar deles pela primeira vez em 2020. Em partes, isso se deve ao Arctic Monkeys, já que Alex Turner (vocalista do AM) é fã declaradíssimo da banda, e eu sou fã declaradíssima dos macacos. Sem os Strokes, talvez o Arctic Monkeys não tivesse sido o que foi e talvez não fosse o que é hoje, tendo em vista que a banda influenciou pra caramba o som do AM. Tem até uma música deles, chamada "Star Treatmant", que diz, literalmente em sua primeira linha: "I just wanted to be one of the Strokes" ("eu só queria ser um dos Strokes"). 

Também comecei a ouvi-los por conta do Spotify, que me recomendou duas músicas deles ("Selfless" e "Life is Simple in The Moonlight"). Consequentemente, fui buscar mais músicas da banda e me apaixonei (especialmente pelo álbum "The New Abnormal", que é perfeito do início ao fim). Geralmente, o álbum que costuma introduzir as pessoas à banda é o "Is This It", que entrou para a História do rock, mas, para mim, esse álbum foi o "The New Abnormal" . Enfim... vamos às músicas!! Ah, vale frisar que minha opinião pode mudar ao longo do tempo :) 


IS THIS IT (2001)



O primeiro álbum da banda, que foi um estouro no mundo inteiro. É um dos meus favoritos dos Strokes! Ele tem duas capas (sendo que a segunda, lançada nos Estados Unidos, é a versão censurada). A primeira delas é simplesmente icônica!! A outra é bonita também, mas acredito que não há nem comparação... O álbum é muito marcante, se mantendo relevante no cenário musical mesmo depois de duas décadas de seu lançamento. Por meio dele, os Strokes inspirou várias outras bandas, como o Arctic Monkeys (como já citado aqui), Kings of Leon, Franz Ferdinand, etc. 

Música favorita: Hard to Explain. O ritmo é bastante contagiante e divertido! Há um trecho da letra que gosto bastante: "I said the right thing, but act the wrong way" (Eu disse a coisa certa, mas ajo do jeito errado). Em segundo lugar, "The Modern Age", também bastante contagiante ( o álbum inteiro na verdade hahaha). Em terceiro lugar, temos "Barely Legal" :)







ROOM ON FIRE (2003) 


Com sonoridade parecida ao antecessor (e sendo tão bom quanto ele), o Room on Fire foi lançado em 2003 Foi muito difícil escolher minhas músicas favoritas lançadas nele, pois gosto de várias. De uma forma geral, gosto mais do Is This It, mas, se for comparar as minhas favoritas de cada álbum, fico com o Room On Fire :)

Música favorita: Automatic Stop. Amo a melodia dessa música, especialmente o som da guitarra, que é simplesmente incrível e fascinante. Muito boa!! Em segundo lugar, fico com "Reptillia", música mais famosa do álbum (como diria Isabela Boscov: "Virou queridinha da Academia? Virou, virou queridinha. Mas não é só da Academia, é porque ela é boa mesmo"). É impossível não se empolgar com a canção, que é ótima para levantar o astral! Em terceiro lugar, "What Ever Happened", primeira faixa do disco. O legal é que as três músicas são as três faixas iniciais do Room On Fire. Gostaria de fazer uma menção honrosa à "12:51", que quase ficou com o terceiro lugar, e "Under Control", que é bem leve e gostosinha de escutar.






FIRST IMPRESSIONS OF EARTH (2006)



Lançado no ano em que eu nasci, eu levei um tempo até gostar dele. Eu colocava o "First Impressions of Earth" pra tocar e não conseguia nem chegar até a metade. Por um bom tempo, a única música que eu escutava dele era "You Only Live Once", até que eu resolvi dar mais uma chance e não me arrependo! É realmente um álbum muito bom. Gosto bastante de sua capa e do seu título, "Primeiras Impressões da Terra", e considero ambos bastante instigantes. 

Música Favorita: You Only Live Once. Escolha óbvia? Sim. Muito óbvia. Mas fazer o quê, se a fama da música é proporcional à qualidade? Em segundo lugar, temos "Razorblade", que é bastante agradável! E, em terceiro lugar, "Ize Of The World"! Eu não curtia muito o comecinho da música, e, por conta disso, sempre a pulava quando chegava a vez dela no álbum. No entanto, um dia, eu não pulei, e, surpreendentemente, descobri que a música é maravilhosa! Considero-a bastante emocionante e bonita. Não pulem as músicas nos álbuns, crianças. Elas podem acabar se mostrando muito boas! Gostaria também de citar Juicebox". Eu não gostava da música, e achava que o Julian Casablancas (vocalista da banda) só fazia se esgoelar durante boa parte da canção. Até que eu a ouvi novamente. E novamente. E novamente. E, a cada vez que eu escutava a música, ela se tornava cada vez melhor. Atualmente, é bastante difícil para mim chegar ao refrão e não cantar junto (que, contraditoriamente, é justamente a parte em que Julian fica se esgoelando. Ai ai...). O clipe de Juicebox é um tanto polêmico, por conta de suas cenas meio explícitas, tendo sido até mesmo censurado. No entanto, você o encontra facilmente no YouTube hoje em dia.


 





ANGLES (2011)



Com o Angles, os Strokes entraram em uma nova fase, mais experimentalista e com influências dos anos 80 (que continuaram a ser exploradas nos dois álbuns seguintes). O resultado foi promissor, mas ainda apontava para a necessidade de evoluir. Considero o Angles como o caminho, mas ainda não era o destino da viagem. Os 3 álbuns anteriores são bastante semelhantes, então acho ótimo que, com o Angles, a banda tenha buscado algo diferente (mesmo que, particularmente, eu prefira os 3 antecessores). Sua produção foi um tanto bagunçada, sendo que quase todo o trabalho foi descartado, tendo sido recomeçado quase que do zero, entre outras coisinhas. É um bom disco, na medida do possível. Acho que ponto alto dele é a experimentação. Isso, por si só, já torna o álbum mais interessante. 

Música favorita: Life Is Simple in The Moonlight. Essa canção é simplesmente uma das músicas que me fizeram gostar dos Strokes, e, não é à toa... Ela tem um solo de guitarra deslumbrante durante a sua segunda metade e há um trecho nela que sempre me chamou a atenção: "And we talked about ourselves in hell/to forget the love we never felt" ("E nós conversamos sobre nós mesmos no inferno/Para esquecer o amor que nós nunca sentimos"). Acho um trecho bastante curioso e interessante. Além disso, gosto bastante do título da música (A Vida É Simples no Luar)... acho bastante poético! Certamente o ponto do alto do álbum, na minha humilde opinião (é a última faixa do disco... pra fechar com chave de ouro!). Em segundo lugar, "You're So Right", que definitivamente merecia mais reconhecimento! Acho que a canção tem uma sonoridade bastante instigante, podendo se encaixar perfeitamente na trilha sonora de algum filme (pelo menos é assim que eu imagino). Em terceiro lugar, "Under Cover Of Darkness", bastante dançante e legal!!






COMEDOWN MACHINE (2013)



O álbum mais injustiçado dos Strokes. Tão injustiçado que a banda não fez nem uma tour para promovê-lo, e raramente toca as músicas que foram lançadas nele. Geralmente é o álbum deles que os fãs menos gostam (nem a própria banda liga muito pra ele. Infelizmente). Além disso, ele foi feito com os membros da banda separados, cada um no seu quadrado gravando a sua parte, porque estavam rolando umas tretas que desgastaram os caras e isso refletiu na produção do álbum (infelizmente²). Tem músicas muito boas, que fazem com que eu questione a existência de tanto hate em torno do Comedown Machine. O álbum continua o caminho iniciado pelo Angles, talvez saindo um pouco da curva em decorrência de todo o clima de desavença que rodeou a sua produção e da desvalorização dele, mas, ainda assim, consegue manter a banda no caminho. Ainda não era o destino final, mas nos presenteou com sons bastante interessantes. Definitivamente gosto mais dele do que do Angles. Dizendo isso, abraço a minha opinião impopular. 

Música favorita: Call It Fate, Call it Karma. Essa música é tão perfeita!! Acredite se quiser, mas os Strokes só a tocaram pela primeira vez no ano passado, 8 anos após o lançamento do álbum. Compreende a injustiça que falei acima?? "Call it Fate, Call it Karma" me transmite uma paz enorme, e a acho linda demais. Gosto muito do verso: "Can I waste all you time here in the sidewalk?" ("Posso desperdiçar todo o seu tempo aqui na calçada?"). Em segundo lugar, "80's Comedown Machine". Também a considero transcendental. Que música linda! Experimente escutá-la com os olhos fechados. É uma experiência muito boa. Em terceiro lugar, temos "Chances", que nos presenteia com vocais angelicais. Sério, que música maravilhosa e celestial! Todas as três músicas que citei aqui me passam a sensação de "me sentir infinita", como diria Charlie em "As Vantagens de Ser Invisível", então você realmente deveria conferi-las. Ok, acabei de perceber que eu gosto mais do Comedown Machine do que realmente achava que gostava.






THE NEW ABNORMAL (2020)




Chegamos nele. Simplesmente O MAIOR!! Meu álbum favorito dos Strokes!! Ganhou o Grammy de Melhor Álbum de Rock em 2021, e, sinceramente, foi merecidíssimo. Sua sonoridade, no geral melancólica, é fascinante e linda. Se, no Angles e no Comedown Machine, os Strokes estavam no caminho (e continuaram no caminho com o lançamento do interessante EP "Future, Present , Past", de 2016), posso dizer que eles chegaram ao destino final. São 45 minutos, divididos em 9 faixas. Cada minuto vale a pena, e é impressionante como o álbum consegue se manter interessante e agradável em todas as suas faixas, do início ao fm. Várias pessoas disseram que é o melhor álbum deles desde o "Is This It". Para mim, é ainda melhor! Uma obra-prima. 

Música favorita: Selfless. Junto de Life is Simple in the Moonlight, do Angles, me introduziu aos Strokes. Amo a sonoridade da música, e ela é bastante especial para mim. Foi por meio dela que conheci o "The New Abnormal" e ouvi o álbum inteirinho, então sou realmente grata à canção. Adoro a voz de Julian Casablancas nessa música, que mostra realmente o potencial do vocalista. É a minha música favorita da banda!! Em segundo lugar, "Why Are Sundays So Depressing?", que cresce ainda mais à medida que é tocada, e cuja sonoridade no final é tão bela!! Em terceiro lugar, "Ode to The Mets". Amo como ela começa tímida e é praticamente gritada no final (não de uma forma irritada, mas de uma forma triste e sofrida). A letra da canção é bem melancólica, assim como a sua melodia. No final, ela atinge seu clímax, e é difícil não se emocionar. Gostaria de fazer uma menção honrosa à "The Adults are Talking", mais alegre do que meu top 3 e um tanto dançante, e à "At The Door", tão depressiva quanto "Ode to The Mets" (talvez até mais). A letra também é muito bonita, e há uma passagem que acho tão linda: "Hard to fight what I can't see" ("Difícil lutar [contra] o que eu não consigo ver"). Por fim, deixo um trecho de Ode to The Mets que é simplesmente... 💔

"Old friends, long forgotten
The old ways at the bottom of the ocean 
Now has swallowed
The only thing that's left is us, 
So pardon the silence that you're hearing 
Is turning
Into a deafening, painful, shameful roar"

"Velhos amigos, há muito tempo esquecidos
As velhas maneiras no fundo do oceano 
Agora engoliu
A única coisa que resta somos nós,
Então perdoe o silêncio que você está ouvindo
Está se transformando 
Em um rugido ensurdecedor, doloroso e vergonhoso"







POR HOJE É SÓ, PESSOAL! <3

Antes de encerrar, gostaria de trazer novamente a curiosidade aleatória de que o baterista da banda é brasileiro e lançou um álbum com a ex-namorada dele e com um dos vocalistas do Los Hermanos ("Little Joy", que também é o nome da banda dos 3) hehehe 
Como despedida, fiquemos com uma série de fotinhas do Arctic Monkeys com os Strokes <3


They really just wanted to be one of The Strokes!

Alex Turner e Albert Hammond. Jr, um dos guitarristas dos Strokes

Alex Turner conversando com Julian Casablancas e Alex Kapranos, do Franz Ferdinand

Alex Turner e Nick Valensi, um dos guitarristas dos Strokes