sexta-feira, 31 de dezembro de 2021

Retrospectiva Literária 2021 :)

dezembro 31, 2021 0 Comments


Oi, pessoal! Hoje trago a retrospectiva literária de 2021! Esse ano eu li bem menos do que no ano passado, mas, em partes, o motivo disso é porque decidi focar mais nos estudos (esse ano foi mais puxado). No entanto, no fim, o que importa é que li bons livros, que me marcaram e que fizeram esse ano extremamente difícil um pouco melhor. 


Vamos a para a lista dos livros (em ordem!). Vale ressaltar que você encontra a resenha de todos eles aqui no blog :) 


  1. Chico Bento: Arvorada - Orlandeli 
  2. Os Últimos Melhores Dias da Minha Vida - Glberto Dimenstein ❤
  3. Doces Magnólias: Linda Conquista -Sherryl Woods
  4. Modern Love - Daniel Jones ❤ 
  5. Peanuts: Filosofia de Vida - Charles M. Schulz 
  6. Moxie- Jennifer Mathieu 
  7. Peanuts: Ninguém Mais Tem o Espírito Aventureiro... - Charles M. Schulz 
  8. Lonely Hearts Club - Elisabeth Eulberg 
  9. As Vantagens de Ser Invisível - Stephen Chbosky 
  10. Rose Procura Jack - Mel Darborn 
  11. The Prom: A Festa De Formatura - Sandra Mitchell
  12. Não Se Esqueçam da Rosa - Giselda Laporta Nicolelis 
  13. Éramos Seis - Maria José Dupré ❤
  14. Tomates Verdes Fritos - Fannie Flagg ❤ 


É isso, pessoal! Fico feliz que ao menos li 14 livros, 2 a mais do que se eu tivesse lido um para cada mês. Espero ler mais no ano que vem (ou, pelo menos, tentar). A minha melhor leitura, foi, definitivamente, "Éramos Seis", mas, falando de maneira geral, eu gostei bastante dos livros que li esse ano! Feliz Ano Novo e que venham muitas boas leituras em 2022 para nos ajudar a passar por esses dias de luta (e, espero, de glória!)! ❤🥰

quinta-feira, 30 de dezembro de 2021

Resenha: "Tomates Verdes Fritos"

dezembro 30, 2021 1 Comments
TOMATES VERDES FRITOS
Autora:
 Fannie Flagg
Editora: Globo
Número de páginas: 432
Nota: 4,5/5 ⭐


Oi, pessoal! Hoje trago a resenha de "Tomates Verdes Fritos no Café da Parada do Apito" (título grande kkk), que li neste mês de dezembro. Conheci a história por meio do filme da década de 90 (creio que a maioria das pessoas também), e, ao descobrir que tinha livro, tratei de colocar logo na lista. O livro é ainda melhor que o filme, mas o longa foi uma adaptação fiel, de qualquer forma. Claro, vááários detalhes foram deixados de fora, mas isso já é de se esperar. Além disso, por meio da obra literária, conhecemos mais a fundo a história dos coadjuvantes (alguns deles que nem existem no filme), e isso é algo muito interessante, pois permite que sejamos ainda mais cativados pelos personagens. 

Li a obra rapidamente, em menos de 1 semana (fui dormir 2 dias seguidos 1h da manhã porque não conseguia parar de ler, e foi a primeira vez que eu fiz algo do tipo). Isso se deve à história extremamente cativante e dinâmica, de linguagem fluida e simples e a seus capítulos curtos. 


A história "Tomates Verdes Fritos" se situa no Alabama, no sul dos Estados Unidos, entre o começo do século XX e os anos 80, e os capítulos se passam na Parada do Apito, pequena cidade do Alabama, e em Rose Terrace, uma casa de repouso. Assim, eles alternam entre épocas e lugares, havendo também os capítulos que são uma espécie de jornalzinho da Parada do Apito, fazendo com que o leitor se sinta ainda mais inserido naquele ambiente. Aliás, esse jornalzinho, chamado de "Semanário Weems" e escrito por uma moradora local, é um ponto alto do livro, pois são bastante engraçados, ajudando a dar mais leveza à história. 


Nos anos 80, a história acompanha Evelyn Couch, uma mulher de meia-idade depressiva na época da menopausa, insatisfeita com seu casamento e consigo mesma, e Ninny Threadgoode, uma senhorinha que vive momentaneamente em Rose Terrace, pois ela decidiu acompanhar a sua amiga até que ela se acostumasse com o local.  Evelyn frequentava a casa de repouso para visitar a sua sogra, e, enquanto o marido conversa com a mãe no quarto, ela ficava esperando na sala de visitas. Foi lá que ela conheceu Ninny, que começou a contar para Evelyn histórias das pessoas que viviam na Parada do Apito, lugar em que ela passou toda a sua vida. Assim, somos teletransportados à cidadezinha não apenas por meio dos capítulos dedicados a ela, mas também por meio das histórias que Ninny conta. Dessa forma, Evelyn e Ninny rapidamente desenvolvem um forte laço de amizade, que impacta positivamente a vida das duas, sendo muito bonito poder acompanhar a evolução delas em decorrência desse laço criado. Além disso, a amizade de ambas é muito importante para o desenvolvimento pessoal delas, assim como as histórias contadas por Ninny, que ajudam Evelyn a refletir sobre a própria vida e a evoluir. 


Já na Parada do Apito, somos apresentados a vários personagens, como toda a família Threadgoode, Ruth, Sipsey, Big George, Eva, Smokey Solitário, Onzell, entre tantos outros. Acompanhamos, especialmente, Idge Threadgoode, cunhada de Ninny, e Ruth, pois são as proprietárias do Café da Parada do Apito, cujo um dos pratos de destaque eram tomates verdes fritos (daí o título). Li várias resenhas, antes de ler o livro, que diziam que Idge e Ruth mantinham um relacionamento homossexual, mas, ao concluir a leitura, fiquei me questionando com relação a isso, porque era algo bastante implícito. Eu estranhei porque todos tratavam o relacionamento das duas de forma bastante compreensiva para a época (esta marcada pelo forte preconceito). Dando uma pesquisada e lendo a opinião de outros leitores, vi que a autora nunca havia afirmado que se tratava de um relacionamento homossexual, mas, ao ler o livro, vemos que a o amor das duas ia além da amizade. Até mesmo a forma como as pessoas ao redor e o livro tratavam o relacionamento das duas fazia parecer que se tratava de um casal. Então, sim, eu acredito que Idge e Ruth realmente eram um casal lésbico. Assim, ao meu ver, elas nutriam um amor romântico uma pela outra, mas, em decorrência da época em que a história se passa, e talvez também por conta da época em que foi escrita (final dos anos 80), isso foi apresentado de forma implícita e elas não assumiram o relacionamento homossexual. Enfim.


Idgie é uma personagem um tanto fechada emocionalmente, especialmente depois do falecimento de seu irmão mais velho, Buddy. No entanto, quando Ruth vai passar o verão na casa dos Threadgoode, pois ela foi mandada para lá pra cuidar de algumas atividades da igreja local, Idge se abre mais, e é gratificante acompanhar o impacto que essa relação gera em ambas (assim como ocorre com Ninny e Evelyn). Ruth, por outro lado, estava noiva de Frank Bennett, um homem extremamente abusivo. A partir disso, vemos como a relação das duas se desenvolve, mesmo em meio a tantas dificuldades. Vínculo muito bonito, por sinal, marcado pelo companheirismo, respeito e apoio mútuo. Assim, com o passar dos anos, elas abrem um Café na Parada do Apito, importante pano de fundo de vários eventos da história, como já citado nesta resenha. Além disso, elas também criam um filho juntas, fruto do relacionamento abusivo de Ruth com Frank. 



"Tomates Verdes Fritos" também fala bastante sobre racismo, extremamente presente nos Estados Unidos naquela época. Ele mostra diversos aspectos da época a esse respeito: a Ku Klux Kan, o fato de que negros não podiam frequentar estabelecimentos geridos por brancos, o tratamento injusto apoiado pela lei, etc. Isso é especialmente possível porque o livro não se restringe à Evelyn, Ninny, Idge e Ruth: ele também dá voz aos coadjuvantes, por meio de capítulos focados neles. Isso é algo que eu gostei bastante, pois nos sentimos mais íntimos dos personagens e familiarizados com suas histórias. Além disso, o fato de o livro abordar esse tema explicitamente e de forma marcante durante toda a leitura é um ponto alto, e faz com que nós, leitores, nos conscientizemos ainda mais acerca dele e de como ele se manifestava no passado (e, infelizmente, ainda no presente, mesmo que de forma diferente).

A obra também aborda outros temas super importantes, como o tratamento recebido pelas mulheres na época e o impacto que a Grande Depressão (Crise de 29) gerou entre as pessoas, por meio da ótica dos habitantes da Parada do Apito. Esse pano de fundo histórico torna o enredo ainda mais instigante. 


Além disso, no final da obra encontramos algumas receitas de Sipsey, que fazia as comidas do Café. Isso é algo bem legal, e permite que o leitor se conecte ainda mais à história e ao ambiente criado. 




Na edição do livro, encontrei alguns erros ortográficos, mas nada que atrapalhe de maneira significativa a leitura. No entanto, algo que me incomodou um pouco foi a situação temporal, mas, também, nada que atrapalhe muito. Por exemplo: no decorrer da leitura, vemos que determinado fato ocorreu em um ano X, mas, depois, o livro afirma que ocorreu em ano Y. Darei um exemplo mais concreto, mas, como é um spoiler, pule para o parágrafo seguinte se não quiser lê-lo. (SPOILER 🚨) O livro afirma, inicialmente, que Ruth faleceu em 7 de fevereiro de 1947, mas, depois, vemos no livro que na sua lápide consta o ano de 1946 (o que não faz sentido, já que ela foi enterrada poucos dias depois ao de sua morte, em 1947). Além disso, em outra passagem, que se passa em outubro de 1947, Idge fala de Ruth ao filho delas, dizendo que ele "está preocupando sua mãe [Ruth] e eu [Idge]", ou seja, como se ela ainda estivesse viva (o filho não a corrige). ( FIM DO SPOILER 🚨)


Eis outra coisa que me incomodou: em dado momento da história, Evelyn cria, em sua cabeça, Towanda, sua versão super-heroína, que representa a sua raiva e as suas mágoas acumuladas por tanto tempo, já que ela não se permitia sentir tudo isso. Assim que imagina a personagem, ela pensa no que faria no mundo para que ele se tornasse um lugar melhor, e, dessa forma, o livro cita diversos debates relevantes e importantes, como a questão da pornografia, da igualdade de homens e mulheres no cenário político, entre outros. Dessa forma, quando eu estava perto de concluir o capítulo em que Towanda foi imaginada, eu estava me sentindo super inspirada, até que eu leio a seguinte frase: “[...] Towanda varreu todo o Oriente Médio a fim de evitar uma Terceira Guerra Mundial.”. Eu parei de ler imediatamente (voltei só uns 15-20 min depois). Que frase absurda! 

É extremamente equivocado achar que a solução para evitar uma Terceira Guerra Mundial seria a eliminação da existência do Oriente Médio. Afirmar isso é extremamente perigoso, e colabora para uma visão xenofóbica acerca do local. Se alguém que não possui o mínimo de conhecimento acerca do tema ler essa frase, essa pessoa pode achar que ela está de fato correta, e cria-se uma visão preconceituosa acerca do Oriente Médio. Além disso, é muito hipócrita uma estadunidense afirmar isso, visto que os Estados Unidos esteve envolvido em diversas guerras e tensões ao longo da História, sendo protagonista de várias. Não irei me estender no assunto porque não é o foco da resenha, mas quis deixar registrado meu pensamento sobre esta passagem equivocada. O livro não deixa de ser muito bom por isso, e o mérito de todas as discussões importantes que ele levanta não é anulado, muito menos a sensibilidade da história. Mas não pude deixar de ficar chateada quando li isso, e o fato de o livro ter sido lançado em 1987 não é justificativa.

De qualquer forma, a leitura vale muito a pena, e carrega consigo uma importante lição sobre o impacto que temos na vida das outras pessoas e sobre os laços afetivos que desenvolvemos ao longo da vida. "Tomates Verdes Fritos" é um livro feminista, sem sombra de dúvidas, em decorrência de toda a dinâmica entre as mulheres da obra, bastante empoderadas, e de todos os debates importantes levantados.  Enfim, uma ótima maneira de encerrar as leituras de 2021! Recomendo bastante! Feliz Ano Novo, pessoal!! =)

❁ CITAÇÕES FAVORITAS ❁


"[...] O coração continua a bater igual, mesmo que esteja partido" - Página 43

"Idgie sorriu de volta e perdeu-se no céu azul refletido nos olhos dela  [de Ruth]. Era feliz como alguém que vive uma linda paixão de verão" - Página 94

"É engraçado como a maior parte das pessoas pode estar perto de alguém e gradualmente começar a amá-lo, sem jamais saber exatamente quando foi que isso aconteceu [...]" - Página 95 

"Permanecera virgem para não ser chamada de galinha ou vagabunda; casara-se para que não a chamassem de velha solteirona; fingira orgasmos para não ouvir que era frígida; tivera filhos para que não a chamassem de estéril; não fora feminista para não ser chamada de sapatão ou misândrica; nunca falou em voz alta ou perdeu a linha para não ser chamada de puta... 
Fez de tudo, e, ainda assim, um estranho a arrastara ao esgoto com palavrões que os homens usam contra as mulheres quando estão nervosos." - Página 253. Eu considero esse trecho particularmente maravilhoso, pois, infelizmente, é um retrato bastante realista de diversas mulheres ao redor do globo

"Evelyn questionava: por que sempre palavrões ligados ao sexo? E por que, quando os homens queriam ofender outros homens, chamavam de 'mulherzinha'? Como se fosse a pior coisa do mundo."- Página 254

"Os que mas sofrem são os que menos falam" - Página 372

segunda-feira, 27 de dezembro de 2021

Dica de série: "A Vida Sexual Das Universitárias"

dezembro 27, 2021 0 Comments
A VIDA SEXUAL SEXUAL DAS UNIVERSI´TÁRIAS
Título Original:
 The Sex Lives of College Girls
Criadores: Mindy Kaling, Justin Noble
Elenco Principal: Pauline Chalamet, Reneé Rapp, Alyah Chanelle Scott, Amrit Kaur, Gavin Leatherwood, Midori Francis, Ilia Isorelys Paulino, Christopher Meyer, Lauren Spencer, Renika Williams
Temporadas: 1 (renovada para a segunda)
Ano: 2021
Classificação indicativa: 16 anos
Onde assistir: HBO Max
Nota: 4,5/5 ⭐


Oi, pessoal! Hoje irei indicar uma série que acabou me surpreendendo positivamente: "A Vida Sexual das Universitárias", do HBO Max! Eu estava querendo assisti-la há um tempo, porque li alguns comentários positivos na internet e acabei me interessando, embora com um pouco de pé atrás por conta do título. Além disso, também me interessei porque uma das criadoras da série é Mindy Kaling, de "Eu Nunca...", série que eu acompanho desde o ano passado.

Gostaria de dizer que o seriado realmente tem umas cenas "😳", mais pesadas, mas você pode fazer que nem eu e pulá-las, ou baixar o volume e fechar os olhos. No fim, o conteúdo da série acaba fazendo com que ela valha a pena, e esse tipo de cena é um mero detalhe que você pode ignorar. 





"A Vida Sexual das Universitárias" acompanha um grupo de quatro garotas que dividem o quarto na prestigiada Universidade Essex, na Nova Inglaterra. Temos Kimberly (Pauline Chalamet), bolsista do Arizona, que enfrenta dificuldades na matérias da Universidade e que precisa trabalhar para conseguir pagá-la, dona de uma personalidade ingênua e doce. Foi a personagem de quem eu mais gostei, embora tenha gostado das quatro. Há também Leighton (Reneé Rapp), garota rica e um tanto arrogante de Nova Iorque, que precisa lidar com a homossexualidade reprimida pela mesma, Whitney (Alyah Chanelle Scott), jogadora de futebol que mantém um relacionamento em segredo com o técnico assistente do time. Além disso, ela também é filha de uma famosa senadora dos Estados Unidos, precisando lidar com o tempo escasso da mãe como uma das consequências da posição da mesma. Por fim, temos Bela (Amrit Kaur), estudante de origem indiana e que deseja se tornar uma comediante de sucesso no futuro.


As quatro protagonistas possuem personalidades bastante diferentes, sendo muito interessante acompanhar o nascimento da amizade entre elas, os dilemas que cada uma enfrenta, suas vivências na Universidade e o caminho que elas trilham rumo ao amadurecimento. A relação entre elas é um ponto alto da série, pois é pautada em apoio mútuo e compreensão, sendo um ótimo exemplo de sororidade entre mulheres. Além disso, o elenco é bastante diverso, o que também é um ponto alto. A cada episódio vamos descobrindo algo novo e impactante na narrativa, o que faz com que o desejo de marantoná-la surja com facilidade. São apenas 10 episódios, com duração de mais ou menos 30 minutos cada um (com exceção do primeiro, que tem quase 1 hora). Todos esses fatores contribuem para a sua dinamicidade, tornando a série bem gostosinha de se assistir. Sua dinâmica lembra a de "Eu Nunca...", mas gostei ainda mais de "A Vida Sexual das Universitárias". 


Não julgue a série pelo título, pois ela também aborda temas bastante importantes: amizade, assédio, sororidade, homofobia, machismo, entre outros. Com fundo humorístico, "A Vida Sexual das Universitárias" é leve e ótima para espairecer. Recomendo! 



quinta-feira, 9 de dezembro de 2021

Dica de filme: "As memórias de Marnie"

dezembro 09, 2021 2 Comments
    As Memórias de Marnie
Direção:
 Hiromasa Yonebayashi
Ano: 2014
Classificação indicativa: 10 anos
Nota: 4,8/5 ⭐
Onde assistir: Netflix


Oi, pessoal! Hoje irei indicar um filme que assisti recentemente, muito bom! "As memórias de Marnie" é o último filme lançado pelo Studio Ghibli - pelo menos até agora. O Studio é famoso por seus animes sensíveis, e, inclusive, já indiquei um deles por aqui: "O serviço de entregas da Kiki".  O longa é adaptação de um livro britânico, "When Marnie Was There". O livro, infelizmente, não foi lançado no Brasil, mas você encontra a versão original, em inglês, na Amazon. 


"As memórias de Marnie", indicado ao Oscar de Melhor Animação em 2016, retrata a trajetória de Anna, uma menina de 12 anos extremamente introvertida, com fobia social, baixa autoestima e asma, quando ela vai passar um tempo no interior do Japão por recomendações médicas, pois o ar puro do interior faria bem para a sua saúde. Anna também é adotada, pois seus pais faleceram em um acidente, e sua avó, que cuidava dela após a morte dos pais, também veio a falecer quando ela era pequenina. 


Ao chegar no interior, ela se depara com um imenso casarão, que ficava na beira de um pântano. Anna, então, começa a ter sonhos com uma garota chamada Marnie, de cabelos loiros, cacheados, olhos azuis e que mora no lugar. Porém, o casarão não possui moradores, e encontra-se assim há muito tempo. No entanto, ao anoitecer, Anna consegue chegar até lá e encontrar Marnie no local, e, inclusive, interagir com ela. Além disso, Marnie e as pessoas que a cercam estão visivelmente em uma época diferente, mais antiga. 


Dessa maneira, sempre que está perto do anoitecer, Anna passa a visitar Marnie, surgindo um laço forte de amizade e amor entre as duas. Marnie é muito importante para o amadurecimento de Anna, e é perceptível como ela supera seus problemas e se abre mais à medida que convive com a garota. 


Apesar disso, a existência de Marnie é um mistério, e ao longo da trama vamos nos perguntando se ela seria um fantasma, um sonho realista, ou se ela foi simplesmente inventada pela cabeça de Anna. Assim, à medida que o filme se desenrola, são apresentadas  informações tanto sobre Anna, como sobre Marnie, e podemos juntar as peças que foram reveladas ao poucos, até que, por fim, o filme revela quem é a garota de cabelos loiros. Outras personagens foram essenciais à revelação, como uma pintora da cidade que era amiga de Marnie na infância, e uma garotinha cuja família e ela se mudaram para o casarão, em determinado momento do filme.   


Anna e Marnie


O cenário de "As Memórias de Marnie" é belíssimo, e enche os olhos de qualquer um. A riqueza de detalhes é fascinante, e acrescenta ainda mais poesia e sensibilidade à trama. A história é muito bonita também, e, ao sentir o nó que se formava em minha garganta, tentei segurar as lágrimas que queriam surgir, mas falhei miseravelmente. 



A música acima faz parte dos créditos do filme. Vale a pena escutar :)

terça-feira, 30 de novembro de 2021

Resenha: "Éramos seis"

novembro 30, 2021 0 Comments
ÉRAMOS SEIS
Autora:
 Maria José Dupré
Editora: Ática
Número de páginas: 293
Nota: 5/5⭐

Oi, pessoal! Sei que andei um pouco sumida por aqui, mas foi porque eu estava muito atarefada com as coisas da escola (mas agora estou de férias, uhuu!). 

Bom... em outubro, eu li "Éramos Seis", livro que peguei emprestado da minha avó. A obra já serviu de inspiração para diversas novelas (a mais recente é a de 2019, com Glória Pires, e foi a única adaptação que eu assisti até agora). O livro, lançado em 1943, é um clássico da literatura brasileira, e é, de fato, muito bom! 


"Éramos seis" nos apresenta a história de Dona Lola e de sua família, a partir das memórias da mesma.  O enredo se passa entre as décadas de 1910 e 1930, e é interessante ver as diferenças da época em comparação com os dias atuais, ver como era o cotidiano da época. O livro, que se passa em São Paulo, retrata, por exemplo, a Revolução Constitucionalista de 1932, e como isso impactou as famílias da época, a partir do sensível olhar de Dona Lola. É muito legal ver o retrato de eventos históricos por uma perspectiva mais íntima, mesmo que não seja de forma aprofundada (como ocorre nos livros de História). Além disso, o enredo não é extraordinário. É simples e cotidiano, mas a narrativa não é repetitiva e cansativa em nenhum momento. Talvez seja na simplicidade que vivam as coisas mais belas (e Éramos Seis está aí para provar exatamente isso). Esse é um livro para sentir, e irei falar mais sobre isso no decorrer desta resenha. 


Por meio da obra, podemos acompanhar as vivências da família Lemos, formada por Dona Lola, Júlio, e seus 4 filhos: Carlos, Alfredo, Julinho e Isabel. Lola e Júlio precisam dar muito de si para conseguir pagar as prestações da casa em que moram, cujo valor foi dividido para ser pago em 10 anos. A forma como a autora retrata o sentimento de angústia de Dona Lola com relação ao pagamento da casa é muito sensível, e ela consegue passar esse sentimento para o leitor também, que se vê torcendo pela família. Além da questão da casa, há também a questão da criação dos filhos, tão diferentes entre si. Podemos, também, acompanhar a relação de Lola com sua mãe e suas irmãs, Clotilde e Olga, que vivem no interior, com a sua tia rica, Emília, e com sua vizinha e melhor amiga, dona Genu.



Júlio, como um homem de sua época, reproduzia diversos comportamentos machistas, além de que ele era muito arrogante com relação aos filhos (menos Isabel, que era a sua favorita), sobrecarregando Lola no papel de educadora e constantemente afirmando sua autoridade dentro de casa. Não é um personagem fácil de se gostar, mas ele também teve seus momentos de baixar a guarda. Isso é algo que eu gosto bastante nesse livro: os personagens são humanos, e correspondem à realidade. Nem mesmo Dona Lola, a protagonista, é perfeita. Ela é apenas humana. Eu gosto desse realismo retratado por Maria José Dupré. 


Outro personagem complexo da trama (talvez o mais complexo, na minha opinião) é Alfredo. Ao longo da narrativa, ele tomou diversas atitudes problemáticas, mas é difícil não simpatizar com ele, talvez porque somos apresentados a ele pela perspectiva de Dona Lola, uma mãe. Então, de certa forma, o olhar que direcionamos a Alfredo também é um olhar materno. Já Carlos, o filho mais velho, é extremamente responsável, e o melhor filho para Dona Lola. No entanto, ele também não é perfeito (ninguém no livro é), sendo um tanto estressado e tendo uma relação bastante conturbada com Alfredo. Julinho é responsável e calmo, sendo também considerado por Dona Lola um de seus melhores filhos. Isabel, a caçula, é mimada e superficial, mas se impõe e defende com unhas e dentes aquilo em que ela acredita, sendo um tanto teimosa e cabeça-dura. É interessante ver essa mudança de postura entre ela e Dona Lola, que é mais submissa (quando estava lendo o livro, assisti a uma resenha sobre ele, do canal "Ler Antes de Morrer", em que a moça fala sobre isso no início do vídeo. Eu, então, me atentei para essa diferença de comportamento ao longo da leitura, e é interessante notar isso).


"Éramos Seis" é uma obra extremante melancólica, extremamente sensível, extremamente humana. A forma como a autora retrata os sentimentos dos personagens é bela, e, durante a leitura, realmente somos tocados por esses sentimentos, como se fossem nossos, como se as memórias de Dona Lola fossem as nossas memórias. Eu amo a capacidade que um livro tem de despertar tantas coisas em nós, e eu amei tudo que esse livro despertou em mim. Toda a empatia, toda a melancolia. Creio que "Éramos Seis" tenha sido a minha melhor leitura de 2021 - até agora, claro. Enfim, eu recomendo muito! Uma obra para tocar a sua alma e para levar consigo para a vida. 


Sobrecapa da novela de 2019


quarta-feira, 6 de outubro de 2021

Resenha: "Não se esqueçam da rosa"

outubro 06, 2021 0 Comments
NÃO SE ESQUEÇAM DA ROSA
Autora:
 Giselda Laporta Nicolelis
Editora: Saraiva
Número de páginas: 64
Nota: 3,5/5 ⭐
*Um suplemento de leitura acompanha o livro*


Oi, pessoal! Hoje trago a resenha do livro "Não se esqueçam da rosa", que ganhei de presente de aniversário dos meus pais (foi em setembro). Li o livro em menos de 24 horas, pois é uma obra bem curtinha, cheia de ilustrações e possui linguagem fácil e dinâmica, sendo um paradidático. 

A história é mais simples e direta: os fatos ocorrem rapidamente e os personagens não são muito desenvolvidos. Isso não é algo que incomoda, pois o que mais importa aqui são os fatos narrados. Além disso, devemos ter em mente que o livro é um paradidático, voltado para o sexto/sétimo ano, então a forma como a sua narrativa se desenvolve também é mais simples por conta disso.


"Não se esqueçam da rosa" acompanha Hanako, uma adolescente que sofre de uma doença degenerativa que afeta os ossos, em decorrência de uma mutação nas células reprodutoras do pai, que é japonês. Suas células sofreram mutação por conta do contato com a radiação da bomba lançada em Hiroshima em 1945, cidade onde ele costumava viver antes da tragédia envolvendo a bomba. Em decorrência disso, ele e familiares mudaram de cidade, e, depois de um tempo, emigraram para o Brasil. 


Esclarecendo o contexto histórico

Na Segunda Guerra Mundial, havia dois blocos: os países do Eixo e os Aliados. Os países do Eixo eram a Alemanha Nazista, a Itália Fascista e o Japão. Já os Aliados eram os Estados Unidos, a Inglaterra e a União Soviética. Esses dois blocos representavam lados opostos na Guerra. 

Não irei me aprofundar, e sim fazer um resumão bem objetivo. Estou falando sobre isso para que vocês compreendam melhor a respeito do contexto em que o livro é desenvolvido. 


O Japão, certo dia, ataca a base naval estadunidense de Pearl Harbor, o que fez com que os EUA declarasse guerra ao país. Começou a ser colocado em prática, então, o Projeto Manhattan, que consistia no desenvolvimento de bombas atômicas extremamente potentes, criadas com o objetivo de destruir o máximo possível do território inimigo (no caso, o Japão). As bombas desenvolvidas foram lançadas nas cidades de Hiroshima e Nagasaki em 1945, causando mais de 200.000 mortes. Isso fez com que o Japão se rendesse dias depois (ele foi o último país do Eixo a se render), culminando no fim da Segunda Guerra Mundial. 


Voltando à resenha...


O livro alterna seus capítulos com relação à narração: ora em terceira pessoa, ora em primeira, sendo feita por Hanako. Quando é a menina quem assume a narração, ela é feita por meu de seu diário. Inclusive, ela cita, inúmeras vezes, "O diário de Anne Frank", que li quando eu tinha 10 anos e que retrata a Segunda Guerra Mundial. Nas poucas páginas que o livro possui, podemos acompanhar um pouco do dia-a-dia de Hanako, seus sonhos e anseios. 


No entanto, quando a doença começa a se desenvolver, sua vida vira de cabeça para baixo. A reflexão que o livro nos deixa é sobre o impacto profundo que uma guerra gera na sociedade, fazendo vítimas até mesmo quando ela acaba (como é o caso de Hanako). 




"Não esqueçam da Rosa" é um ótimo livro por levantar questionamentos de maneira simples e ainda trazer uma boa história, tendo como pano de fundo o ataque à Hiroshima. Creio que seja um bom paradidático a ser adotado, e lê-lo fez com que eu relacionasse a leitura às minhas aulas de História e Geografia.

O final do livro ainda traz o belo poema "Rosa de Hiroshima", de Vinícius de Moraes. Depois deem uma pesquisada na internet para que vocês possam ler também :) 


Enfim, recomendo! Não apenas para as pessoas que estão no sexto ou sétimo ano (eu, por exemplo, estou no nono), mas para estudantes em geral, por retratar um assunto que vemos em sala de aula de maneira simples e poética.


CITAÇÕES FAVOIRTAS 🌹


"Eles [os idosos] são a memória viva de um tempo que sem eles ficaria perdido" - Página 49

"Se todos nos calarmos, seremos todos coniventes." - Página 55

sexta-feira, 1 de outubro de 2021

Capas de álbuns de músicas feitas de LEGO

outubro 01, 2021 0 Comments

Oi, pessoal! Hoje trago algo bem legal que eu descobri graças a uma matéria no site "Música pavê" (inclusive, recomendo, o conteúdo é bem massa!): capas de álbuns musicais feitas com LEGO! As capas foram publicados no Flickr, por meio do grupo Lego Album Covers (https://www.flickr.com/groups/lego_album_covers/). Achei tão legal que resolvi escrever aqui no Sementes Literárias sobre esses covers, selecionando alguns que achei incríveis! Pretendo trazer mais posts com essas capinhas de LEGO, porque são várias as que eu mais gostei. Então, para essa "parte 1", decidi trazer 7 desses covers.

Ah, a matéria que me inspirou a escrever esse post foi essa aqui: https://musicapave.com/artes-visuais/capas-de-disco-feitas-de-lego/. Aqui no post, irei colocar tanto a imagem cover do álbum como a original :)


SGT. PEPPER'S LONELY HEARTS CLUB BAND (THE BEATLES)

"Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band" é um álbum bem marcante na história dos Beatles e da música, sendo mais psicodélico do que os anteriores da banda. Destacam-se músicas como "Lucy In the Sky with Diamonds" e "A day in the life" :) Inclusive, tem uma música nesse álbum com meu nome: "Lovely Rita" hahaha A versão LEGO do álbum é simplesmente adorável <3

Créditos: https://www.flickr.com/photos/104099903@N07/50903341071/in/pool-lego_album_covers/

Capa original do álbum, lançado em 1967


LUSH (SNAIL MAIL) 

Lançado em 2018, Lush é o álbum de estreia da artista indie Lindsey Jordan (Snail Mail). Fiquei muito feliz quando eu vi que tinha uma versão dele, porque eu não esperava que tivesse. O álbum é muito bom, e fica aqui a dica para que vocês conheçam as músicas de Snail Mail. Minhas favoritas são "Full Control" e "Speaking Terms", ambas lançadas no Lush. A versão LEGO ficou muito parecida com a original =D

Créditos: https://www.flickr.com/photos/-christoph-/43867109081/in/pool-lego_album_covers/


Capa original do álbum, lançado em 2018.


WHATEVER PEOPLE SAY I AM, THAT'S WHAT I AM NOT (ARCTIC MONKEYS)

Esse é o álbum de estreia do Arctic Monkeys, lançado em 2006 (ano do meu nascimento!), quando os integrantes tinham cerca de 20 anos, apenas. Ele contém músicas mais agitadas em comparação às canções de outros álbuns da banda, e a minha favorita dele é "A Certain Romance". Destacam-se também "When the Sun Goes Down", "I Bet you Look Good On The Dancefloor' e "Mardy Bum". O cover da capa ficou bem parecido, e eu adorei! :)

Créditos: https://www.flickr.com/photos/-christoph-/30315921464/in/pool-lego_album_covers/

Capa original do álbum, lançado em 2006.


ABBEY ROAD (THE BEATLES)

A capa de Abbey Road é clássica, sendo constantemente reproduzida das mais diversas maneiras. Uma música que eu gosto muito no álbum é "Octopus's Garden", escrita e cantada pelo Ringo Starr, baterista dos Beatles. Eu adoro a letra dessa música, que fala sobre o desejo de escapar da própria realidade, mas, infelizmente, muitas pessoas não compreendem isso. Outras músicas que se destacam no álbum são "Here Comes The Sun", "Come together" e "Something" (esta última tem uma história digna de fanfic, aliás hahaha. Confira aqui: https://www.letras.mus.br/blog/historia-something-george-harrison/). 
Eu gostei muito do cover, mas me pergunto o porquê de George Harrison estar com uma cara tão irritada na versão LEGO hahaha

Créditos: https://www.flickr.com/photos/berlin_steve/8414515260/in/pool-lego_album_covers/

Capa original do álbum, lançado em 1969.


TO THE FAITHFUL DEPARTED (THE CRANBERRIES)


Lançado em 1996, "To The Faithful Departed" é o terceiro álbum de estúdio do The Cranberries, banda irlandesa de rock alternativo. Eu adoro o contraste do azul com o amarelo nesse álbum, creio que cria um efeito bem legal! Nele, destacam-se as músicas "Salvation" e "When You're Gone". O cover ficou uma gracinha! 

Créditos: https://www.flickr.com/photos/ltdemartinet/4484416805/in/pool-lego_album_covers/

Capa original do álbum, lançado em 1996.


IS THIS IT (THE STROKES) 

"Is this it" é o álbum de estreia do The Strokes, banda que mais estou ouvindo ultimamente :) Curiosidades aleatórias: o baterista da banda é brasileiro! Não é legal? Ele nasceu no Rio de Janeiro, mas se mudou com seus pais quando tinha quatro anos para os Estados Unidos. Inclusive, ele, a ex-namorada dele e o vocalista/guitarrista do Los Hermanos fundaram uma banda: Little Joy, que lançou um álbum em 2008. Enfim 😅
O álbum é um dos mais marcantes lançados nos anos 2000, e revolucionou o Rock na época, com seu som de "rock de garagem" e alternativo. Destacam-se as músicas "Last Nite" e "Someday", mas a minha favorita é "The Modern Age". Em sua "versão LEGO", seu nome foi alterado para "Is this brick", fazendo referência aos bloquinhos de LEGO, o que eu achei bem criativo!

Créditos: https://www.flickr.com/photos/-christoph-/1388206189/in/photostream/

Capa original do álbum, lançado em 2001.

X&Y (COLDPLAY)

Lançado em 2005, "X&Y" é um dos meus álbuns favoritos do Coldplay! Falei um pouco sobre ele aqui no blog, em um post contendo as minhas músicas favoritas de cada álbum da banda: https://sementesliterariasbooks.blogspot.com/2021/08/favorita-de-cada-album-coldplay.html =) No álbum, foram lançadas as famosas "Fix You" e "Speed of Sound", e a minha favorita é "The Hardest Part"! De todos os covers deste post, esse com certeza foi o que ficou mais parecido, e o fato de a figura da capa original ser formada por um conjunto de blocos com certeza ajudou. Ficou muito bom! 

Créditos: https://www.flickr.com/photos/savagearrow/4128921540/in/pool-lego_album_covers/

Capa original do álbum, lançado em 2005.

❁ FIM! ❁

É isso, pessoal! Espero que tenham gostado =D 
Eu achei a ideia muito bacana, e, como disse no início deste post, pretendo trazer outros covers que acabei deixando de fora, para o post não ficar muito longo. Infelizmente não encontrei nenhum cover de uma capa de álbum brasileiro, mas como o grupo onde as fotos foram postadas é gringo, isso se justifica. Enfim!
Contem-me nos comentários qual foi o cover que vocês mais gostaram :) Até a próxima! <3