sábado, 22 de outubro de 2022

Minha opinião sobre o "The Car", novo álbum do Arctic Monkeys

outubro 22, 2022 0 Comments
THE CAR
Banda:
 Arctic Monkeys
Duração: 37 minutos
Data de lançamento: 21 de outubro de 2022
Nota: 4,5 ⭐
Ouça aqui: Spotify * YouTube * Apple Music * Amazon Music



Oi, galerinha! Sei que andei sumida, mas é por causa da escola. Tenho algumas resenhas pra fazer, de livros que li recentemente, mas, como essas semanas serão mais tranquilas, vou escrever em breve ;) Nunca fiz a resenha de um álbum, mas pra tudo tem uma primeira vez, não é mesmo?  Hoje, portanto, vamos ao que achei do "The Car", sétimo e mais novo álbum de estúdio do Arctic Monkeys! <3 Foi lançado ontem, dia 21 de outubro, e já dei várias escutadas!

Ah, já adianto que gostei do álbum, que segue a linha do "Tranquility Base Hotel & Cassino", mas, como Alex Turner bem disse, o "The Car" seria um retorno à Terra, se distanciando da sonoridade de ficção científica e espacial de seu antecessor. Talvez por isso seja mais fácil gostar dele "de cara" do que do Tranquility Base (pelo menos foi assim pra mim), embora eu acredite que ambos valham a pena. Isso não significa que eu goste mais do "The Car", até porque eu acho que ainda tá cedo pra eu sair definindo isso. Enfim.


Primeiramente, eu gostaria que as pessoas entendessem que o Arctic Monkeys está tomando novos rumos e que é bom que eles se aventurem em experimentações e saiam da zona de conforto que insistem em inseri-los. Ok, os primeiros álbuns realmente são maravilhosos e eu amo, e tá tudo bem não gostar do novo som deles, mas eles não são mais os meninos de 20 anos que eram quando o álbum de estreia deles foi lançado. As músicas deles atualmente refletem quem eles são hoje, e prender-se ao passado é injusto com os caras. Reclamar das mudanças deles e desmerecer toda a trajetória da banda em prol de um passado que não existe mais é realmente injusto. O importante é que eles seguem fazendo o que gostam, e, pelo que falaram em entrevistas, eles realmente se divertiram no processo de gravação do "The Car". E essa é uma das coisas que mais gosto no Arctic Monkeys: eles se mantêm fiéis à própria essência, ao que eles gostam de fazer, e buscam sempre experimentar e inovar dentro de seu próprio som, mesmo que isso acabe desagradando alguns. Se o interesse deles fosse puramente comercial, eles já teriam feito um "AM parte 2" há muito tempo. E bem que eles tentaram "retornar às origens",  mas os resultados não estavam agradando, e, como afirmou Alex Turner, eles estavam soando como uma paródia de si mesmos. Eu, sinceramente, acho incrível que eles fujam desse conceito de se repetirem. Como disse, está tudo bem não gostar e dizer que não gosta. Afinal, gosto é gosto e não se discute, mas desmerecê-los pelo álbum é claramente incompreensão da trajetória deles.


Dito isso, vamos ao que eu achei. Quando eles estrearam "I Ain't Quite Where I Think I Am" em um dos primeiros shows dessa nova era, bem antes do lançamento do álbum, eu admito que não curti muito e fiquei com um forte pé atrás. Mas então, um tempinho depois, eles lançam o primeiro single: "There'd Better Be a Mirrorball", e, como falei em um post daqui, eu chorei um pouquinho com a música, porque eles realmente estavam de volta e porque eu achei a música linda. Pronto, já estava mais animada! E, tendo escutado todas as 10 músicas, posso dizer que é a minha favorita! Aliás, todas as canções parecem ter saído da trilha sonora de algum filme, o que eu achei bem massa e me faz ficar imaginando cenas que combinariam com elas :)

Mas vamos falar faixa por faixa, pela ordem que aparece no álbum.



There'd Better Be a Mirrorball é melancólica, tanto em sua letra ( que, na minha opinião, fala sobre término) como em sua sonoridade, e eu amo músicas nesse estilo, então foi bem fácil gostar dela. O clipe também está bem massa, e foi dirigido por Alex Turner! Gostei muito da abertura, que mostra o Alex tocando piano com uma luz refletindo em seus cabelos, o que deixa o vídeo ainda mais bonito. Além disso, gostei bastante da fonte usada para anunciar o nome da canção, pois combinou bastante. É um clipe bonito, em vemos vários takes da banda e que e combinou muito com a melancolia da música. 


I Ain't Quite Where I Think I Am foi o terceiro single, lançado pouco antes do álbum. Achei chatinha nas primeiras vezes em que escutei (antes do lançamento oficial), mas, à medida que eu ia ouvindo, eu ia me acostumando ao som e achando mais legalzinha.  Quando eu descrevi a canção na postagem que eu fiz sobre o anúncio do álbum, eu usei exatamente esse termo (legalzinha) como um eufemismo, porque eu não sabia se aquela seria a sonoridade do álbum todo e porque eu também queria ouvir a versão de estúdio pra formular melhor minha opinião.  De qualquer forma, estou dando mais chances a ela, pois sempre tem alguma música que não gosto de primeira e que depois de um tempo passo a gostar. Ainda não acho tudo isso, mas tem umas partes interessantes (o começo, antes de Alex começar a cantar, por exemplo). Apesar disso, essa bendita ficou na minha cabeça durante uma manhã inteira, feito chiclete. Vai entender. De qualquer forma, é bacana que o Arctic Monkeys esteja se propondo a explorar novos sons, mesmo que, nesse caso em específico, não tenha me agradado tanto. 


Sculptures of Anything Goes era a canção que eu estava mais animada pra ouvir. Antes de sair aqui no Brasil, o álbum já tinha sido lançado em vários lugares por causa da diferença de fuso-horário, e a maioria das pessoas estavam dizendo que essa era a melhor do álbum. Bom, eu humildemente discordo. Eu gostei, mas está longe de ser uma das minhas favoritas. O som bastante cinematográfico é bem massa e faz com que eu me sinta em um filme, mas não achei isso tudo que estavam falando.


Quando eu ouvi Jet Skis on The Moat pela primeira vez me veio logo a cena de um casal dançando lentamente pela sala. Ok, bastante específico, mas foi exatamente isso. Eu adorei! Bem calminha, tranquila, bonita. Me passa a sensação de poesia, de olhar para o céu em uma noite estrelada e apreciar. Na verdade, não é a única música no álbum que me passa essa sensação. Falando de uma forma geral, creio que o "The Car" como um todo tenha essa energia. 


Body Paint foi o segundo single, e ouvi pela primeira vez em um vídeo com o áudio vazado de um show que eles fizeram, antes mesmo do lançamento oficial. Depois, eles também tocaram naquele talk show famoso dos Estados Unidos, o programa de Jimmy Fallon. E, sério, a versão ao vivo é ainda melhor, vale super a pena conferir. Enfim. Eu gostei muito! Na minha visão, a letra fala sobre o fim de um relacionamento (talvez eu esteja enganada, mas é dessa forma que eu interpreto). Há um trecho que, particularmente, achei interessante e melancólico (tendo em vista a minha interpretação da música como um todo é claro), que é: "And if you're thinking of me, I'm probably thinking of you" ("E se você está pensando em mim, eu provavelmente estou pensando em você"). Outro trecho que eu gostei, é um que se repete bastante: "There's still a trace of body paint on your legs and on your arms, and on your face" ("Ainda há um rastro de pintura corporal, nas suas pernas e nos seus braços e no seu rosto"). Eu interpreto essa parte sobre as marcas desse relacionamento, que foram deixadas na outra pessoa. Talvez eu esteja viajando? Provavelmente, mas pra mim sentido. Ah, e o clipe é bem top, vale a pena conferir. Achei melhor do que o de There'd Better Be a Mirrorball, tendo estilo de filme mesmo!


The Car (a música) tem um começo muito bonito, que passa sensação de infinito, sabe? Depois, a canção prossegue com um som instigante, cinematográfico e melancólico, palavras que, vocês já devem ter percebido, descrevem bem o álbum como um todo. Merece um clipe, ia ficar bem massa! 


Big Ideas soa autobiográfica, como vi algumas pessoas apontando e como fica notório no seguinte trecho (vou colocar logo a tradução porque é longuinho): "Eu tive grandes ideias, a banda estava tão animada/ O tipo que você prefere não compartilhar por telefone / Mas agora a orquestra tem todos nós cercados". O som do The Car é certamente mais orquestral do que o dos álbuns anteriores, algo que fica evidente em praticamente todas as faixas e pela presença constante de violinos, então eu realmente acredito que Big Ideas seja sobre a própria banda. No entanto, meu trecho favorito é: "The ballad of what could have been" ("A balada do que poderia ter sido"), porque se aplica a outras situações fora, inclusive, do contexto da banda. Eu achei uma frase bem legal!


O começo de Hello You me lembrou bastante o AM, especificamente Knee Socks. Mas de uma forma diferente, realmente mais orquestrada. É como se Knee Socks e o Everything You've Come To Expect (segundo álbum do The Last Shadow Puppets, banda paralela de Alex Turner) tivessem tido um filho, e esse filho é Hello You. Pra ser sincera, esse é o álbum do Arctic Monkeys que mais lembra o TLSP, e esta poderia ser facilmente uma música lançada pelo projeto paralelo do Alex, que vale muito a pena ser conferido. Gostei!


Mr. Schawartz é linda. Tem uma sonoridade romântica, e, assim como Jet Skis on The Moat, é o tipo de música que é fácil imaginar um casal dançando ao som dela. É o tipo de música pra se sentir, pra parar para apreciar. Sério, me pergunto o porquê de as pessoas não estarem falando tanto dela. É incrível!


O álbum fecha com chave de ouro. Perfect Sense é linda, contagiante, tristinha, lenta. Do jeitinho que eu gosto. Tem um trecho que eu achei bem interessante:  "Continue me lembrando que não é uma corrida/ Quando minha sequência invencível se transforma na reta final" e na hora que eu vi essa parte da música eu pensei em questões sobre comparação. Provavelmente nem é sobre isso, mas foi o que me veio à cabeça. Acho muito legal essas interpretações diversas que podemos ter sobre as coisas (quando elas permitem isso, é claro).


Em ordem de preferência, fica assim (provavelmente vai mudar, porque é o que sempre acontece, mas, nessas primeiras ouvidas, deu nisso):

1. There'd Better Be a Mirrorball

2. Body Paint

3. Mr. Schwartz

4. Perfect Sense

5. The Car

6. Jet Skis On The Moat

7. Hello You

8. Big Ideas

9. Sculptures of Anything Goes

10. I Ain't Quite Where I Think I Am


Se vocês forem no site do Letras (Letras.mus.br), pesquisarem por There'd Better Be a Mirrorball e  descerem a página, vocês vão encontrar meu nome e perfil lá, porque a canção foi enviada por mim hehehe ;) também enviei a tradução de The Car e a legenda de algumas músicas, como Body Paint. É realmente divertido contribuir por lá :) Enfimm


Vale a pena escutar o álbum, com a mente e com o coração abertos. "The Car" é um convite à introspecção, tão presente nas músicas, então, por que não? As mudanças são bem-vindas, e é interessante acompanhar a evolução do Arctic como banda. Recomendo! <3




segunda-feira, 29 de agosto de 2022

Vrum Vrum

agosto 29, 2022 0 Comments


21 de outubro de 2022. Uma sexta-feira. É o dia em que o Arctic Monkeys irá, finalmente, lançar seu sétimo álbum ("The Car"), após 4 anos do lançamento do "Tranquility Base Hotel & Cassino"! Também é um ano especial para a banda, pois ela está completando 20 anos desde a sua formação, lá em 2002. Estou bastante ansiosa!! O anúncio de lançamento do álbum foi feito há alguns dias, mas minha vida anda tão corrida (escola, ensino médio. Mal encontro tempo para respirar) que não consegui escrever por aqui. 
Não é um post muito elaborado, é mais como um registro pessoal. É claro que, quando o álbum for lançado, eu venho aqui falar sobre ele. 

Aliás, eles estrearam uma das músicas do álbum nessa nova série de shows que eles estão fazendo (depois de 3 anos!!): "I Ain't Quite Where I Think I Am" (algo como "Eu não estou exatamente onde eu acho que estou"). Eu gostei bastante do título, e a música em si é até legalzinha. Não me pegou de jeito e não achei "Ahh, meu Deus, que música maravilhosa", mas teve algumas partes que eu achei interessantes (do meio para o final). Então, vou esperar até sair a versão de estúdio para dar um veredito, que nunca é oficial, porque sempre tem umas músicas que de início eu não gosto muito ou acho sem graça ou que simplesmente não me encanta e que depois me encontro completamente viciada (Crying Lighting, Library Pictures, She Looks Like Fun, Reckless Serenade, I Bet You Look Good on The Dancefloor, etc). Aí também poderei ouvir a música mais vezes para formar melhor minha opinião. Veremos, veremos. 





Quando eu vi o título do álbum pela primeira vez, fiquei surpresa e minha primeira reação foi até achar o nome meio paia: "The Car". Mas aí me lembrei que é do Arctic Monkeys de quem estamos falando, então certamente tem algum conceito por trás. Pelo visto, vou ter que esperar até 21 de outubro para descobrir. Ah, uma das músicas no álbum se chama justamente "The Car", então estou bastante curiosa. Sobre a capa: quando vi, pensei logo: "parece as fotos que o Matt Helders [baterista] tira". E foi ele mesmo quem tirou! Apesar de ser apenas uma foto de um estacionamento, achei bem legal a foto ser de autoria dele. Ele tem umas fotografias bem interessantes, e, caso você tenha curiosidade, é só olhar o Instagram dele.  

Outra música do álbum que estou ansiosa para escutar é "Sculptures Of Anything Goes", cuja letra foi escrita não apenas por Alex Turner, mas por Jamie Cook também (de acordo com o iTunes)! Não sei se ele já participou da escrita de outras músicas da banda, mas, de qualquer forma, achei muito legal e me deixou mais curiosa , já que não é comum que os outros membros do AM escrevam as letras. 

Ah, e eu não poderia deixar de dizer que o Arctic Monkeys vem para o Brasil em novembro!! O primeiro show deles depois do lançamento do álbum vai ser por aqui (4 de novembro, no Rio de Janeiro). Eles também passarão por São Paulo, para o Primavera Sound (5 de novembro) e em Curitiba (8 de novembro). 

Enfim, é isso. Só registrando por aqui! 😊


****ATUALIZAÇÃO DA POSTAGEM*****

Oi, de novo! Mais cedo, eu escrevi esse post falando sobre minhas expectativas para o novo álbum do Arctic Monkeys, e o que eu havia achado das coisas que saíram até então. Só que aí, hoje mesmo, às 20h (aqui do Brasil, pois no Reino Unido era meia-noite), o Arctic Monkeys lançou um single novo!!!!!!!! "There'd Better Be A Mirrorball". Aqui, temos mais uma amostra do Arctic Monkeys inovando a cada álbum novo, mas sem perder a essência (como ele sempre fez). 

Que música linda ❤ Bem tristinha, do jeitinho que eu gosto. Se assemelha ao Tranquility Base em relação ao piano e, especialmente, em relação à melodia do começo da canção, mas é diferente. Não soa como uma música que estaria no TBH&C (só o início, talvez), mas lembra um pouco, demonstrando a influência do álbum anterior. Li um comentário na internet que descreveu a canção como o "filho" do Tranquility Base e do Everything You've Come To Expect, segundo álbum do The Last Shadow Puppets (projeto paralelo de Alex Turner). O comentário faz sentido, pois realmente é possível encontrar referências dos dois álbuns em "There'd Better Be a Mirrorball". É difícil de explicar, creio que só escutando para entender o que eu quero dizer. 
Ah, e sabiam que quem dirigiu o clipe (pois é, eles estrearam com clipe e tudo!) foi o próprio Alex Turner?? E ficou bem legal. Enfimmm

Quando escutei a música pela primeira vez, meus olhos marejaram. Porque realmente gostei da música, porque estou muito animada para o lançamento do The Car e porque eles vêm para o Brasil em breve. E tudo está tão perto! <3 

Agosto foi um mês incrível para os fãs do Arctic Monkeys :)


domingo, 7 de agosto de 2022

Resenha: "O Último Olimpiano"

agosto 07, 2022 0 Comments
O ÚLTIMO OLIMPIANO
Autor:
 Rick Riordan
Editora: Intrínseca
Número de páginas: 384
Nota: 5/5 ⭐


Oi, pessoal! Hoje trago a resenha de "O Último Olimpiano", quinto e último livro da série Percy Jackson e os Olimpianos (PJO). Mas se liga: depois deste, ainda há mais 5 livros, mas da série que sucede PJO, "Os Heróis do Olimpo". Isso fica claro no final da leitura, que encerra o ciclo da primeira série de Percy Jackson, mas deixa um gancho para série que a sucede. Agora, voltando a falar sobre "O Último Olimpiano"... Que leitura maravilhosa! Sem sombra de dúvidas, se tornou o meu livro favorito de PJO! Gostaria de agradecer à minha tia, que me deu literalmente todos os livros da série (valeu, dinda!) e também de dizer que essa resenha conterá spoilers dos livros anteriores, então toma cuidado. 


"O Último Olimpiano" narra, desde o começo, a grande batalha travada contra Cronos e seu exército, esperada desde o primeiro livro. Isso não torna a obra repetitiva em nenhum momento - muito pelo contrário! Cada reviravolta é emocionante, cada revelação é construtiva e surpreendente. Aqui, Percy está prestes a completar 16 anos e, junto dos deuses e outros meio-sangues, precisa se preparar para a concretização da Grande Profecia, tão citada na série. É muito interessante ver o desdobramento da profecia e os acontecimentos que a permeiam, assim como a enorme guerra que a acompanha. É, na minha humilde opinião, o livro mais emocionante e eletrizante da série! Em vários momentos me senti ansiosa pelo rumo que as coisas estavam tomando e pelo rumo que elas poderiam tomar, mas de uma forma positiva! Porque a história consegue te conectar a esse ponto, ao ponto que faz com que você realmente se importe com as personagens, com o enredo, com o desenrolar dos eventos. 


Um meio-sangue, dos deuses antigos filho, 

chegará aos dezesseis apesar dos empecilhos.

Num sono sem fim o mundo estará,

e a alma do herói, a lâmina maldita ceifará.

Uma escolha seus dias vai encerrar,

o Olimpo preservar ou arrasar. 


Algo muito legal no livro, e que creio ser um dos maiores destaques dele, se refere a Luke Castellan. Luke é o antagonista de Percy Jackson, o amigo que o traiu lá no primeiro livro, que quase o matou tantas vezes e que foi uma peça-chave para que o plano de Cronos ganhasse proporções enormes e ameaçadoras (não potencialmente, mas realmente ameaçadoras). Inclusive, no livro anterior, Cronos se apossa do corpo de Luke para que possa prosseguir com seu plano, o que é bastante bizarro. Então, me parece justo que o "O Último Olimpiano" ofereça uma perspectiva maior sobre sua a sua história e motivações. Nos livros que o antecedem, temos uma noção mínima sobre essas questões, mas aqui elas são mais aprofundadas, o que é maravilhoso para a construção do arco da personagem. E que arco! Luke foi uma personagem detestável na maior parte do tempo, mas, com todas as revelações, senti muita pena dele. Todas as escolhas erradas que fez ao longo da vida, todos os acontecimentos negativos, amarguras... nossa, só de me lembrar, a sensação de aperto no peito floresce em mim de novo. Queria que as coisas tivessem sido diferentes pra ele, porque você passa a entendê-lo como um personagem sofrido. Não digo que passei a amá-lo, porque não passei. Mas passei a compreendê-lo, apesar de discordar de suas atitudes, na grande maioria das vezes equivocadas e abomináveis. E claro, ele poderia ter agido diferente. Mas é possível compreender, entende? Uma personagem movida pelo rancor. Então, como disse, o sentimento que fica e se destaca é o de pena. Porque tudo poderia ter sido diferente, mas não foi. Foi um ponto no livro que me marcou bastante, e gostei muito da forma como Rick Riordan o fez, revelando o passado do Luke e dando a ele um arco digno, embora claramente melancólico. 


Outro ponto que gostaria de destacar aqui se refere ao desenvolvimento da história de Nico di Angelo, que ganha novas formas. À medida que Nico vai se conhecendo, vamos descobrindo mais sobre ele, o que é bastante curioso. Crescemos junto de Nico. É bom e dá uma sensação de familiaridade agradável, que tornam o personagem mais instigante. Aqui, ele ajuda Percy Jackson e os outros semideuses, tendo um papel fundamental, além de trilhar mais seu próprio caminho. Saber um pouco mais sobre o seu passado ajuda a entendê-lo, e ajuda a compreender outros eventos importantíssimos que estão interligados à sua história e que acabam afetando a vida de outras personagens, não apenas a de Nico e de quem o cerca. E, assim, bato na mesma tecla que bati nas outras resenhas: a maneira como Rick Riordan entrelaça tudo na história. É fantástico! É perceptível como a história é bem construída, bem pensada, não apenas por conta dos fatos interligados, mas também pela maneira como a mitologia é adaptada. Mas voltando a Nico di Angelo... Como disse na resenha de "A Batalha do Labirinto", ele tem um potencial notório, e espero ver mais dele na próxima série! Nico está conquistando seu espaço aos poucos, e é realmente interessante ver isso acontecendo. 



Podemos ver como os personagens evoluíram bastante, e, além de Nico, creio que o maior destaque no que se refere à evolução seja Grover. Desde que encontrou o deus Pã, Grover está mais poderoso, mais sábio, mais destemido. Não é mais o sátiro super atrapalhado do primeiro livro. Percy, por sua vez, segue corajoso, cativante, teimoso, encantador. Uma Cabeça de Alga absurdamente adorável. Adoro seus comentários sarcásticos sempre presentes, de humor sagaz. Annabeth continua esperta e extremamente leal aos seus amigos. Mesmo que em alguns momentos ainda paire a rivalidade entre ela e Rachel, o que me incomodou no quarto livro, ela é menos presente por aqui - embora, ainda, desnecessária. Rachel também continua admirável, e recebe um papel muito importante neste livro (assim como no anterior, mas de uma forma diferente. Não me estenderei para evitar spoilers). A relação entre Annabeth e Percy também recebe novos contornos, e é interessante ver como ela se desenvolve, especialmente depois do primeiro beijo que ocorreu em "A Batalha do Labirinto". 


Além disso, uma adição ao núcleo dos deuses que me agradou muito foi a de Héstia, deusa do lar e do fogo. Ela tem um papel muito importante para as reviravoltas e para o desenrolar dos fatos, e gostei de todas as suas aparições. A deusa é acolhedora, assim como o lar e o fogo, e Rick Riordan soube passar bem essa sensação toda vez que ela aparecia. 


"O Último Olimpiano" é cativante, comovente, recheado de ação e, claro, de muita mitologia grega. Um encerramento ótimo e emocionante, digno do caminho que começou a ser construído lá em "O Ladrão de Raios". Inclusive, chorei em alguns momentos, porque a história encanta e comove assim. Altamente recomendado! ❤


- Percy Jackson - disse Hermes -, talvez você possa mesmo ensinar uma ou duas coisinhas


🌸 CITAÇÕES FAVORITAS 🌸


"Às vezes o poder mais difícil de dominar é o poder de ceder" - Página 105

"[...] A esperança sobrevive melhor no seio de nosso lar" - Página 309

"Nenhum herói está acima do medo" - Página 347

"Os deuses me fuzilavam com os olhos, mas Annabeth cobria a boca com as mãos. Seus olhos brilhavam. E isso compensava tudo." - Página 353

" [...] Saiba reconhecer qual peixe é grande o bastante para ser pescado [...]" - Página 380


CITAÇÕES COM SPOILERS 🚨

" - Você fica uma gracinha quando está preocupado - murmurou ela. - Suas sobrancelhas ficam juntas e franzidas.
 - Você não vai morrer e me deixar lhe devendo um favor - falei. - Por que levou aquela facada?
- Você teria feito o mesmo por mim." - Página 203 

"Pensei em May Castellan, sozinha em sua cozinha, assando biscoitos e fazendo sanduíches para um filho que jamais voltaria para casa." - Página 341




sábado, 6 de agosto de 2022

Resenha: "A Batalha do labirinto"

agosto 06, 2022 2 Comments

 

A BATALHA DO LABIRINTO 
Autor:
 Rick Riordan
Editora: Intrínseca
Número de páginas: 392
Nota: 4,7/5 ⭐


Oii, pessoal! Hoje trago a resenha do quarto e penúltimo livro da série Percy Jackson e os Olimpianos: "A Batalha do Labirinto"! Já terminei a leitura do quinto livro e a resenha deve sair em breve :) Vale deixar registrado que, por se tratar do quarto livro, a resenha certamente conterá spoilers dos livros anteriores. 


O Acampamento Meio-Sangue está prestes a ser invadido pelas tropas do Titã Cronos, pois existe um acesso para o acampamento por meio do Labirinto de Dédalo, antigo e grandioso arquiteto, filho de Atena. No entanto, é muito difícil transitar no Labirinto, uma vez que ele está em constante expansão e seus caminhos mudam constantemente, sendo criado para confundir todos que caminham nele. Por conta disso, o exército de Cronos, liderado por Luke, está buscando uma forma de transitar pelo Labirinto certeiramente e, enfim, chegar ao Acampamento e atacá-lo. Para evitar que isso aconteça, Annabeth recebe a missão de adentrar o Labirinto a fim de encontrar Dédalo e convencê-lo a não ajudar Cronos & Companhia. Consigo, ela leva Percy, Grover e Tyson, e, um pouco depois, Rachel Elisabeth Dare junta-se ao grupo. Rachel apareceu no livro anterior, e, assim como a mãe de Percy, é uma mortal que consegue ver através da Névoa (mecanismo que altera a percepção de realidade dos mortais). 

Além disso, Grover permanece determinado em seu próprio grande objetivo: encontrar o deus Pã, perdido há muitos anos. Na história, há também Nico di Angelo, que fugiu do acampamento no livro anterior e não consegue aceitar a morte da irmã, buscando trazê-la de volta à vida com a ajuda de um fantasma. Ele não apareceu muito em "A Maldição do Titã", mas ganha mais espaço por aqui, o que me agradou! Nico é uma personagem interessante e que tem, nitidamente, bastante potencial. Ele está sendo aprofundado aos poucos, à medida que conhece mais sobre si mesmo, e creio que isso o torna ainda mais instigante. Thalia, por sua vez, deu uma bela sumida, mas isso já era te se esperar, tendo em vista que agora ela é uma Caçadora.



Assim como as obras anteriores, podemos aprender um pouco sobre mitologia grega de forma bastante divertida, em uma história emocionante e cheia de aventuras. Em vários momentos me vi angustiada junto às personagens, pois o Labirinto é capaz de enlouquecer qualquer um! Além de acompanhar o problema principal a ser resolvido (o rolê do Labirinto e Cronos), é gratificante ver a jornada de Grover ganhando novas formas, e também a de Nico. 

Só teve algo que me deixou incomodada na história: a implicância de Annabeth com Rachel, obviamente por conta de Percy Jackson. Rachel é uma garota bastante inteligente e se mostra uma pessoa muito leal, assim como Annabeth também é. Essa rivalidade que pairava no ar toda vez que estavam juntas é incômoda, e, como li em outra resenha, datada. De qualquer forma, a história continua sendo muito boa, apesar deste ~detalhezinho~. 


"A Batalha do Labirinto" é uma obra leve, divertida e bastante eletrizante. Recomendo!! E, tendo lido o último livro da série, digo: ele se tornou o meu favorito! Estou ansiosa para escrever a resenha dele. Bom, é isso galera. Até a a próxima :)


CITAÇÕES FAVORITAS 🌸


"Estou acostumada à perseverança. É preciso se erguer acima das discordâncias e do caos e continuar acreditando. É preciso manter os objetivos sempre em mente" - Página 114

"Conseguir uma coisa e ter a sabedoria para usá-la... são posições bem diferentes" - Página 115

"[...] A procura é a natureza da sabedoria" - Página 200

"[...] Não julgue ninguém até ter estado em sua forja e trabalhado com seu martelo, o.k?" - Página 229 

"Reconstruam o mundo selvagem, um pouco de cada vez, cada um em seu canto do globo. Não podem esperar que ninguém, nem mesmo um deus, faça isso por vocês" - Página 323

"Um gesto generoso pode ser tão poderoso quanto uma espada" - Página 352

"Percy, seres menores tomam muitas atitudes horríveis em nome dos deuses. Isso não significa que os deuses aprovem. A maneira como nossos filhos e filhas agem em nosso nome... isso diz mais sobre eles do que sobre nós" - Página 363

terça-feira, 26 de julho de 2022

Resenha: "A Maldição do Titã"

julho 26, 2022 2 Comments
A MALDIÇÃO DO TITÃ
Autor:
 Rick Riordan
Editora: Intrínseca
Número de páginas: 336
Nota: 4,6/5 ⭐


Oi, pessoal" Hoje trago a resenha de "A Maldição do Titã", terceiro livro da saga Percy Jackson e os Olimpianos. Já aviso que esta resenha contém spoilers dos livros anteriores, uma vez que se trata de uma sequência. Siga por sua conta e risco 👀


O livro anterior, "O Mar de Monstros", terminou com a notícia do retorno de Thalia, porque o poder do Velocino de Ouro no pinheiro (antes envenenado por Luke) foi tão forte que fez com que ela retornasse. Assim, neste livro, podemos conhecer um pouco mais dessa personagem tão citada anteriormente, observando a dinâmica entra ela e as outras personagens e como todos os anos em que seu espírito passou na forma de pinheiro a afetaram. 


"A Maldição do Titã" inicia com Thalia, Percy e Annabeth indo visitar um colégio a pedido de Grover, porque ele havia encontrado dois meios-sangues por lá: Bianca e Nico di Angelo. Ambos, no entanto, correm perigo, porque o vice-diretor do colégio é um monstro disfarçado e está sempre à espreita dos dois. Depois de uma luta com o monstro, Annabeth acaba sendo levada por ele e ambos desaparecem, deixando o protagonista bastante angustiado. É durante essa luta, inclusive, que conhecemos as Caçadoras e Ártemis (deusa da caça e da lua), que ajudaram Percy e seus amigos a lutarem contra o monstro e que têm papéis primordiais no enredo. As Caçadoras auxiliam Ártemis e costumam acompanhá-la em suas missões, sendo praticamente imortais, uma vez que só podem falecer em batalhas.


O vice-diretor monstruoso revelou, durante seu ataque, que ele e outros monstros estavam em busca de um monstro específico, bastante poderoso e capaz de destruir todo o Olimpo, ou seja: perfeito para os planos do titã Cronos. Ártemis, portanto, decide encontrar o tal monstro antes dos seguidores de Cronos, mas acaba sendo capturada pele exército do General (grande aliado de Cronos e chefe do vice-diretor monstro). Dessa forma, Zoë Doce-Amarga, uma Caçadora muito importante e experiente, recebe a missão de encontrar Ártemis e salvá-la, levando consigo Bianca di Angelo (que, logo no começo do livro, decide se tornar uma Caçadora), Grover, Thalia e outra Caçadora. Porémm, corre um imprevisto envolvendo essa outra Caçadora, e Percy, eventualmente, se junta à missão (inicialmente fugindo e seguindo o grupo, às escondidas). Claro que, além de salvar Ártemis, ele também está extremamente preocupado com Annabeth, e deseja poder salvá-la também. 



Além de Annabeth, outra personagem que mal apareceu por aqui foi Tyson, mas é justificado: no livro anterior, ele foi trabalhar para o pai, construindo armas. Eles fizeram falta, porque gosto bastante dos dois, mas entendo que é por conta do contexto do enredo, então, como é justificado e, portanto, lógico, está tudo bem. Sobre Thalia: admito que no começo não gostava tanto dela, e, apesar de não ter me apegado muiiito a ela, depois passei a gostar. Queria ter visto mais dela na história, de qualquer forma. Também queria ter visto mais de Bianca di Angelo, mas não irei me estender para não dar spoilers. 


Gostaria de falar um pouco mais sobre a personagem de Zoë Doce-Amarga, que teve bastante destaque em "A Maldição do Titã". No início, ela não tinha me cativado realmente, mas, ao longo da leitura, vamos entendendo melhor a sua história, e, portanto, porque ela tem determinados comportamentos. Passei a admirá-la verdadeiramente, porque Zoë se mostra uma personagem bastante forte e corajosa (desde o começo na verdade, mas, depois de determinadas revelações, essas características se evidenciam ainda mais). Ela se colocou em situações de grande risco e que despertavam gatilhos nela para poder salvar Ártemis, e isso é bastante ousado e comovente. O arco dela foi muito bem construído! Outras personagens novas que também gostei bastante foram Ártemis e Apolo, seu irmão e deus do Sol e das profecias. Ártemis também é muito corajosa e altruísta, e ela mostra isso em vários momentos do livro, especialmente no que se refere ao tratamento de suas Caçadoras. Apolo, por sua vez, é muito engraçado! Rick Riordan tem uma série de livros chamada "As provações de Apolo", e quando descobri sobre ela fiquei me perguntando por que, dentre tantos deuses, o escolhido foi Apolo, mas depois de ler "A Maldição do Titã" creio que tenha entendido. Ele é bastante carismático! 


O terceiro livro se mostrou uma excelente história, e estou absurdamente encantada e envolvida no universo de Percy Jackson. Como falei na resenha de "O Mar de Monstros", é simplesmente fascinante a maneira como tudo está conectado na série! Perceptivelmente, uma história muito bem elaborada. Aliás, estou terminando o quarto livro e posso dizer que o enredo continua eletrizante! Ansiosa pelo desfecho! ❤ 


✿ CITAÇÕES FAVORITAS ✿ 


" - Os sonhos são como um podcast,/fazendo download da verdade em meus ouvidos,/Eles me dizem coisas muito legais.
- Apolo? - arrisquei, pois achei que ninguém mais poderia fazer um haicai tão ruim assim" - Página 162

" - As estrelas - sussurrou ela. - Posso ver as estrelas novamente, minha senhora." - Página 283 

quarta-feira, 20 de julho de 2022

Dica de série: "Modern Family"

julho 20, 2022 0 Comments
MODERN FAMILY
Elenco principal:
 Sofia Vergara, Julie Bowen, Ariel Winter, Sarah Hyland, Ty Burrel, Nolan Gould, Jesse Tyler Ferguson, Aubrey Anderson-Emmons, Eric Stonestreet, Ed O'Neil, Jeremy Maguire, Rico Rodriguez
Criadores: Cristopher Lloyd (e não, não é o ator que fez Doc Brown em "De Volta pro futuro" hahaha) e Steven Levitan
Temporadas: 11
Ano: 2009-2020
Classificação indicativa: 12 anos
Onde assistir: Star+
Nota: 4,7/5 ⭐


Oi, pessoal! Nunca mais falei sobre série por aqui, né? É porque estou assistindo a menos séries ultimamente, e estava focada em Modern Family. Aliás, é justamente sobre ela que irei falar hoje! A série, que tem 11 temporadas, tem episódios curtinhos, leves e super divertidos! Ela é ótima para assistir com a família, em decorrência de sua leveza e de suas temáticas centradas justamente no núcleo familiar. Por falar nisso, assisti ao seriado com meus pais, e, somado ao fato que a série é longuinha, levamos 7 meses (sim, 7 meses) pra assisti-la. Com a escola e com os trabalhos dos meus pais, a gente costumava assistir à série à noite, quando todo mundo podia. Então, foi uma companhia por muito tempo, fazendo parte da minha rotina e que, com certeza, vai deixar saudades! 


"Modern Family" acompanha a dinâmica da família Pritchett a partir de filmagens estilo documentário, com as personagens (que são maravilhosas e super carismáticas) aparecendo, algumas vezes, de frente para a câmera e falando sobre o que está sendo retratado no episódio. A série nos apresenta a 3 núcleos da mesma família: o composto por Jay, Gloria e Manny, o composto por Claire, Phil e seus 3 filhos, e, por fim, o de Mitchell, Cam e Lily. 


Jay é o membro mais velho da família, pai de Claire e Mitchell e marido de Gloria. Ele é dono de uma empresa de armários bem-sucedida e é apaixonado pelo ramo. Ele também é um reflexo dos conservadorismos de seu tempo. Adoro ele, porque, além de ser extremamente engraçado (como todo o elenco), evoluiu bastante ao longos das temporadas, uma vez que tentava superar seus preconceitos estabelecidos há tanto tempo em sua vida. Gloria, sua esposa colombiana, é bemm mais nova do que ele e, de início, precisa lidar com os julgamentos em decorrência da diferença de idade entre ela e Jay. Sua personalidade é bastante forte, sempre lutando pelo o que acredita e pelo que quer, além de ser superprotetora com seu filho, Manny. Manny, por sua vez, é uma criança bastante adorável, sensível e amorosa. Com "espírito de adulto", é sempre divertido quando ele entra em tela com seus sentimentalismos sobre a vida e as coisas que a cerca. A relação construída entre ele e Jay é algo que merece destaque, porque o pai de Manny não era de fato presente em sua vida, e Jay desempenhava esse papel muito bem, com cumplicidade, respeito e amor. Uma relação muito bonita!




Além desse núcleo, temos também o de Claire, filha de Jay. Dona de casa, ela é uma personagem bastante determinada e focada naquilo que deseja, e é interessante como a série vai mostrando a evolução dela na carreira e as mudanças que a cercam, mas não falarei mais sobre isso para não dar spoilers 🤫 Phil Dunphy é seu marido, corretor de imóveis e dono de um coração enorme, sempre fazendo trapalhadas e acolhendo aqueles que ama. Acho que é impossível não se encantar por Phil e sua personalidade amorosa e ingênua! É muito legal ver a forma como ele mantém a criança interior viva em seu cotidiano e até mesmo na própria personalidade. Juntos, Claire e Phil tem três filhos: Hailey, Alex e Luke. Hailey, a mais velha, é a típica adolescente popular, sempre preocupada com a própria imagem e popularidade, sendo um tanto fútil. Adorei acompanhar a evolução dela, e, embora tenha visto algumas pessoas reclamando do final destinado a ela, eu gostei bastante! Deu pra ver como ela evoluiu e estava muito feliz com tudo o que alcançou, mesmo que, definitivamente, tenha sido um caminho cheio de curvas. No início da série, não curtia muito a personagem dela, mas, à medida que as temporadas foram avançando, ela foi me cativando mais. Além dela, temos Alex, a filha do meio, superrr inteligente, centrada em seus objetivos e responsável. É interessante a forma como a série mostra toda a pressão que essas características exercem sobre ela, na maioria das vezes de forma cômica (mas, apesar do tom engraçado, totalmente aplicável à realidade). Por fim, temos Luke, o caçula. Ele é bastante bobinho e ingênuo, mas, apesar de lerdinho, é uma criança bem astuta. Naõ gostei muito da forma como desenvolveram a personagem dele ao longo da série, mas falarei sobre isso depois. 




Por fim, temos o núcleo de Mithcell, também filho de Jay. Ele é advogado, gay, e tem um humor bastante ácido, cheio de sarcasmo e perspicácia. A dinâmica entre ele e o marido, Cam, rende muiiitas risadas! Cam é extremamente dramático, adora a arte performática (por sinal, ele, muitas vezes, atua como um palhaço que tem valor significativo pra ele: Fizbo) e se origina de uma fazenda no Missouri, sempre abordando e fazendo referências ao seu "lado caipira". Os dois são encantadores, e, mesmo que tenham briguinhas bobas com frequência, sempre acabam se compreendendo e se apoiando no final. Adoro eles!! Juntos, eles adotaram a vietnamita Lily, que é muito fofa! Eles fazem a menina da boneca, e é muito divertido e adorável acompanhar tudo. Desde pequena, Lily faz diversos comentários ácidos na série, que trazem ainda mais humor e leveza. Gostaria que ela tivesse aparecido mais, porque suas participações  costumavam conferir um "toque a mais" nas cenas. Além disso, gostaria de falar sobre a relação de Jay e Mitchell, que evoluiu muito ao longo do seriado, uma vez que Jay, conservador, não aceitava verdadeiramente a sexualidade do filho, o que, claro, gerava afastamento e mágoas. Foi muito bonito acompanhar a forma como essa relação cresceu, com compreensão mútua e o entendimento de que, no final, o que realmente importa é o amor. 


Apesar de ser uma série maravilhosa, "Modern Family" peca, especialmente e indiscutivelmente, no que diz respeito às origens latinas de Glória. São muitas as piadas que retratam uma Colômbia muito violenta, perigosa, em contraste com o retrato de exaltação dos Estados Unidos. Isso é bastante incômodo, porque é uma visão muito estereotipada da Colômbia e da América Latina como um todo (e os EUA está longe de ser perfeito, convenhamos). Agora, falando sobre o desenvolvimento de Luke e de Manny (especialmente o de Luke), que não me agradou tanto. Creio que o seriado não tenha sabido como apresentar e desenvolver os dois personagens na adolescência e na entrada da vida adulta, porque eles perderam um pouco a graça e o frescor que tinham no começo da série. Falando especificamente de Luke, parece que ele perdeu um pouco da essência dele, e, embora tenha continuado um tanto engraçado, não houve muitos progressos em sua história e personalidade. Não quero me estender para não dar spoilers e, se você assistiu à série e discorda de mim nesse aspecto, tudo bem :) Se você ainda não assistiu, assista e tire as suas próprias conclusões, porque, apesar de tudo, ainda vale muito a pena!



Com uma gama de personagens tão diversos, "Modern Family" faz jus ao título e apresenta uma família moderna e, acima de tudo, real. De forma cômica, acompanhamos o cotidiano dessa família nem um pouco convencional, sendo apresentados temas relevantes, realistas e com os quais podemos no identificar facilmente. Além disso, é muito legal poder acompanhar o crescimento das personagens, especialmente das crianças! As personagens estão longe de serem perfeitas, e isso é maravilhoso! São humanas: cometem erros, acertos, evoluem, passam por mudanças, amam, odeiam, têm qualidades e defeitos, aprendem, e... ufa! Vocês entenderam. Tudo aquilo que faz parte da experiência de sermos humanos. Adoro a maneira como a série consegue ter esse olhar sagaz para retratar a vida como ela é, sempre com  muita leveza para evidenciar o humor nas vivências das personagens - e, por que não?, para que possamos trazer um pouco desse olhar para a nossa própria realidade. ❤

segunda-feira, 11 de julho de 2022

Resenha: "O Mar de Monstros"

julho 11, 2022 0 Comments
O MAR DE MONSTROS
Autor:
 Rick Riodan
Editora: Intrínseca
Número de páginas: 304
Nota: 4,7/5 ⭐


Oi, pessoal! Hoje trago a resenha do segundo volume da série Percy Jackson e os Olimpianos: "O Mas de Monstros"! Ele conseguiu ser ainda melhor do que "O Ladrão de Raios", pois já estava familiarizada com o universo criado pelo Rick Riordan e as cenas foram, para mim, mais emocionantes. Gostei tanto que devorei o livro em apenas 2 dias, e pre-ci-so ler o terceiro urgentemente!! Bom, enquanto isso, vamos à resenha :) Ah, é importante destacar que, por ser a resenha do segundo livro, obviamente, haverá spoilers do primeiro livro. 


"O Mar de Monstros" começa mostrando Percy no último dia de aula em sua nova escola. Estava indo tudo bem: ele conseguiu passar um ano inteiro sem ser atacado por monstros e tinha até feito um novo amigo, Tyson. No entanto, um jogo de queimado entre Percy, os colegas e supostos estudantes que estavam de visita ao colégio resultou em uma grande confusão, pois os "estudantes" eram monstros. Com isso, Annabeth chega e ajuda a detê-los, avisando a Percy que o Acampamento Meio-Sangue corre perigo, pois a árvore de Thalia foi envenenada. Consequentemente, a barreira que protege o local estava frágil, fazendo com que o espaço sofresse diversos ataques. Dessa forma, Percy, Annabeth e Tyson (que vai junto porque Percy não queria deixá-lo sozinho e vulnerável) partem para o Acampamento a fim de tentarem resolver a situação, mas encontram ainda mais problemas. Quíron, o centauro e diretor de atividades do Acampamento, havia sido acusado de envenenar a árvore, sendo demitido e substituído por um espírito que sofria punições no Mundo Inferior, Tântalo. Além disso, foi revelado nos sonhos de Percy que Grover está preso na caverna de Polifemo, um ciclope que deseja se casar com o sátiro, acreditando que ele seja uma ciclope fêmea. No local onde a caverna se encontra também está o Velocino de Ouro, artefato mágico capaz de salvar a árvore de Thalia. Assim, Percy solicita uma missão a Tântalo, para salvar o Acampamento e Grover. Entretanto, o diretor, que assume uma postura bastante irresponsável e ignorante diante dos problemas que o Acampamento sofre, recusa-se a dar a missão à Percy Jackson e seus amigos, dando-a à Clarisse, filha chatinha de Hades. Ela, inclusive, ganha um pouco mais de destaque neste livro, sendo importante para a história. 

Obviamente, Percy ignora completamente seu pedido negado, fugindo do Acampamento com Annabeth e Tyson em busca do Velocino. Para isso, eles precisam atravessar o Mar de Monstros, que dá título à obra.




Embarcamos em mais uma aventura, permeada de momentos emocionantes e reviravoltas. Também descobrimos mais sobre as personagens e os aspectos mencionados no livro anterior, como a profecia que envolve Percy Jackson e que foi citada por Quíron e Annabeth em "O Ladrão de Raios" e os planos de Cronos, que segue usando Luke para concretizá-los e manipulando monstros e outros semideuses. Sobre as personagens, destaco o maior aprofundamento que Annabeth recebeu no livro, que me fez gostar ainda mais dela. Considero bastante interessante como tudo se mostra interligado da série, sendo fascinante poder acompanhar tudo isso (afinal, não sabemos exatamente o que esperar)! Gostaria de acrescentar também que, no começo da leitura (e não é um spoiler, podem ficar tranquilos) Percy descobre que Tyson é um ciclope (e outra coisinha também...), precisando lidar com as novas descobertas. Eu adorei a forma como Tyson foi inserido na história! Ele é muito fofo, ingênuo e leal, mas sofre muito preconceito no Acampamento por ser um ciclope, e, nesse ponto, Rick Riordan levantou questões bastante importantes. Quantas vezes deixamos de conhecer realmente alguém por julgar o que essa pessoa aparenta ser? Tyson sofre muita discriminação, uma vez que as pessoas esquecem de enxergá-lo como ele realmente é e o reduz às próprias ideias pré-concebidas: um monstro. Um inimigo. Uma aberração.


Mais uma vezes, Rick Riordan entrega uma obra que encanta de forma leve e extremamente divertida, que te faz aprender bastante sobre Mitologia Grega e que traz personagens cativantes. Foi bastante difícil largar o livro, que te deixa com gostinho de quero mais. Recomendo bastante :)


❁ CITAÇÕES FAVORITAS ❁

"Meu caro jovem primo, se há algo que aprendi ao longo das eras, é que você não pode desistir da sua família, não importa quanto tentado se sinta a isso" - Páginas 111 e 112

"Ficamos perto de morrer umas seis ou sete vezes, só, o que considerei muito bom." - Página 211

"Mas Percy... você é parte deus, parte humano. Vive em ambos os mundos. Pode ser ferido por ambos, e pode se influenciar por ambos. É isso que torna os heróis tão especiais. Você transporta as esperanças da humanidade para a esfera do eterno" - Página 259