quinta-feira, 9 de janeiro de 2025

Resenha: "A Livraria dos Achados e Perdidos"

A LIVRARIA DOS ACHADOS E PERDIDOS
Autora:
 Susan Wiggs
Editora: Harlequin
Número de páginas: 368
Nota: 3,5/5 ⭐


Oi, pessoal! No dia 06 desse mês terminei de ler a obra "A Livraria dos Achados e Perdidos", que ganhei de minha avó no Natal, e hoje trago a resenha :)


O livro narra a história de Natalie Harper, que possui um emprego estável e com bom salário em uma empresa de vinhos, mas no qual ela detesta trabalhar. No entanto, quando a sua mãe e o seu namorado sofrem um grave acidente de avião, falecendo na tragédia, Natalie precisa retornar para a sua cidade natal para cuidar da livraria que era administrada por sua mãe e para cuidar de seu avô, Andrew, que possui demência e sofre bastante com a doença. Ao retornar para o prédio que abriga a livraria e também os apartamentos de seu avô e de sua mãe, Natalie descobre a existência de uma série de dívidas e de problemas estruturais no local. Ela, então, começa a pôr em prática várias medidas para conseguir o dinheiro necessário para manter a livraria de pé, com a ajuda de seu avô, de seus amigos e do faz-tudo Peach, que vai trabalhar na livraria para recuperar a estrutura do lugar e que encanta Natalie. Além disso, com as obras, também são descobertos vários artefatos antigos (alguns pertencentes à própria família de Natalie), a partir dos quais a protagonista poderá descobrir mais sobre a história do lugar e sobre suas origens.


Para descobrir quem você é, lembre-se de quem você foi.

 

"A Livraria dos Achados e Perdidos" possui narração em 3° pessoa, com foco na perspectiva de Natalie,  centrando-se às vezes em outros personagens, como Peach e Andrew. Ademais, como era de se esperar, há várias referências à literatura, inclusive com uma lista de livros e autores reais que foram mencionados ao longo do enredo, o que achei bastante legal! Também gostaria de deixar claro que o livro não é um romance, como muitos podem pensar, pois, embora o romance exista, ele não é o foco principal da história. 




A leitura é fluida e bastante leve, bem água com açúcar, como um filme de sessão da tarde ou aqueles clichês da Netflix - o que não a torna ruim, é claro. É agradável. No entanto, não é um livro que eu considere marcante ou algo do tipo, por vezes sendo lento e me causando um pouco de tédio. Porém, na última parte da narrativa, a obra apresenta um final bastante apressado (como, SPOILER 🚨, aquele pedido de casamento nada a ver no final, sendo que os personagens ainda estavam se conhecendo melhor, não havendo um desenvolvimento adequado para tal feito). Outra coisa que me incomodou (e isso é mais um SPOILER🚨, então siga por sua conta e risco) foi como Natalie lidou com o falecimento de seu namorado, pois, mesmo que ela estivesse pensando em terminar com ele, por vezes ela soava fria e parecia mais incomodada com o fato de ele estar pensando em pedi-la em casamento (quando ela estava pensando em terminar) do que com a morte dele de fato. De qualquer forma, na maior parte do tempo, o livro foi agradável e divertido, com momentos aconchegantes e bonitos. 


Para ser justa e não apenas reclamar dos aspectos que julguei negativos, eu gostei muito da maneira como a autora tratou a demência de Andrew, especialmente quando a narração focava nele, pois foi permitido ao leitor se inserir no lugar de quem possui esse tipo de doença. A abordagem dessa questão foi feita de forma bastante responsável e realista, mostrando como é difícil para o indivíduo passar por um processo progressivo de esquecimento e também como é difícil para aqueles que cuidam daquela pessoa. Particularmente, lembrei-me bastante do meu próprio avô, que também apresenta demência. Considero este um ponto bastante alto da obra. Além disso, outra coisa que gostei foi a maneira como ela aborda a relação das personagens com o universo dos livros, sempre com muito carinho e com várias referências interessantes. Em alguns momentos, pode ser que você se pegue com vontade de ter uma livraria, assim como ocorreu comigo (também senti isso quando assisti ao filme "Mensagem pra você", com Tom Hanks e Meg Ryan). Ainda, a edição da Harlequin está uma fofura e dá de 10 a 0 na edição americana original. A capa, por exemplo, é adorável!


Ele começara a perder partes de si mesmo - a memória de curto prazo, o controle motor fino, a capacidade de raciocínio. Os médicos diagnosticaram uma forma branda de demência. Intermitente. Estágio inicial - a terrível implicação de que iria progredir. A perda da memória se agravaria, então viriam a desinibição e as alucinações. A mãe de Natalie já dissera que o avô ficava assustado e confuso de vez em quando. Outras vezes, ele voltava a ser quem ele era. 

 

Para quem busca um bom livro água com açúcar,  aconchegante e fofo, creio que esta é uma ótima pedida! ;)


O jeito como você passa o seu dia é o jeito como você passa a vida




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