quarta-feira, 9 de dezembro de 2020

Dica de filme: "Tudo bem no Natal que vem"

dezembro 09, 2020 0 Comments


TUDO BEM NO NATAL QUE VEM
Direção:
 Roberto Santucci
Elenco principal: Leandro Hassum, Elisa Pinheiro, Arianne Botelho, Miguel Rômulo, Danielle Winitis.
Ano: 2020
Classificação indicativa: 12 anos (embora pudesse facilmente ser 10)
Gênero: Comédia dramática
Nota: 4/5 ⭐
Onde assistir: Netflix

Estreou na Netflix o filme brasileiro natalino "Tudo bem no Natal que vem", com Leandro Hassum. Logo que comecei a assistir, percebi a enorme semelhança com Click (2006), estrelado por Adam Sandler.


Jorge (Leandro Hassum) detesta o Natal. Nascido no dia 24 de dezembro, ele nunca teve uma festa de aniversário comemorada decentemente, e afirma que é difícil dividir a atenção com o outro aniversariante: Jesus. Assim, ele não suporta nada que envolve o Natal e para ele é um alívio que a data seja comemorada apenas 1 vez no ano. No entanto, no Natal de 2010, o avô de sua esposa lança-lhe uma maldição, que se concretiza quando Jorge cai do telhado de sua casa: todo dia seria Natal para ele. 


Explico: quando Jorge cai do telhado, em 2010, ele acorda no dia 24 de dezembro de 2011 se lembrando apenas do Natal passado, como se ele não tivesse vivido os outros 364 dias do ano. O "Jorge verdadeiro" é justamente aquele que está presente apenas no Natal, e muitas vezes ele precisa lidar com as consequências dos atos que o Jorge do ano inteiro criou. É justamente com esse enredo que a narrativa me lembra de Click, quando o protagonista interpretado pelo Adam Sandler viu o que sua vida se tornaria se ele continuasse a agir de determinada forma, e também quando ele se via impossibilitado de corrigir as besteiras que fez enquanto estava no "piloto automático" (no caso de Jorge, nos outros 364 dias do ano). 



É uma narrativa interessante, embora um pouco cansativa e repetitiva em alguns momentos. Um ponto muito positivo do longa é justamente o fato dele ser brasileiro: nos identificamos ainda mais com os fatos narrados do que nos filmes estadunidenses, por exemplo, e isso aproxima o espectador da obra. O longa nos faz refletir sobre a forma como agimos, sobre recomeços e claro, sobre o próprio Natal. 


"Tudo bem no Natal que vem" possui risadas garantidas, mas também emociona em alguns momentos (não chorei, mas cheguei a ficar com um nó na garganta rsrsrsr). Recomendo o filme por tudo que falei acima, mas também porque precisamos valorizar o que é da nossa terra ;)




terça-feira, 1 de dezembro de 2020

Resenha: "O livro dos ressignificados"

dezembro 01, 2020 2 Comments
O LIVRO DOS RESSIGIGNIFICADOS
Autor:
 João Doederlein
Editora: Paralela/Companhia das letras
Número de páginas: 216
Nota: 5/5 ⭐


Oi, pessoal! Hoje trago uma resenha escrita por minha melhor amiga: Maiara Morais. Ela leu "O Livro dos Ressignificados", do @akapoeta, e gostou bastante! Então, decidi chamá-la para escrever a resenha aqui pro blog. Espero que gostem! <3 

Ah, em breve ela trará mais resenhas aqui pro Sementes Literárias também. Fiquemos no aguardo. :)

A resenha

O poeta João Doederlein escreve desde os seus onze anos de idade. Desde então, veio conquistando uma legião de fãs e admiradores de suas poesias nas redes sociais, usando o pseudônimo @akapoeta.




Este foi o seu primeiro livro a ser publicado. Vendeu mais de quarenta mil cópias, chegando a ser um dos livros mais vendidos de 2018. Além de ser tornar um best-seller para a carreira do autor.


O livro dos ressignificados traz uma coleção imensa de poesias contemporâneas, com o objetivo de dar novos significados às palavras, sentimentos e lembranças vividas pelo autor. 


Apesar de ser um livro leve, é bastante reflexivo e profundo. Cada palavra é escrita com muita expressividade, porque elas ganham vida, uma história, o que torna este livro tão singular. 



Nele, estão presentes ilustrações para algumas palavras e seus significados. O livro é dividido em seis partes: o jardim, o zodíaco, o coração, a mente ,a cidade e a história de nós dois. Cada parte é iniciada por alguma poesia ou algum texto, apresentando o assunto abordado.

Uma leitura inspiradora, causando no leitor uma sensação de conforto e até um pouco de romance. 


A beleza desse livro se ocasiona a partir das emoções contidas nas definições, pois haverá sempre um novo conceito por trás da formalidade do dicionário. Irei deixar alguns trechos do livro, que mais me sensibilizaram:

“O mar beija a praia o tanto de vezes que eu queria poder beijar você.’’

“Perdão é doar compreensão para quem se perdeu.’’

“São as duas aspas que fazem do seu sorriso poesia.”

“Transbordar é ser piscina em dia de chuva.”


 A mensagem deste livro é transmitir uma nova perspectiva sobre os detalhes do dia a dia ou os sentimentos do eu lírico. Mostra que existe muita pluralidade na simplicidade, naquilo que nós não imaginamos que tenha.

                                                                                                    - Maiara Morais 




domingo, 29 de novembro de 2020

Resenha: "O palhaço está em greve"

novembro 29, 2020 0 Comments


O PALHAÇO ESTÁ EM GREVE
Autor:
 Marco Túlio Costa
Editora: Galera Junior (Record)
Número de páginas: 98 
Nota: 4/5 ⭐


Entrei no site do LeLivros (usado para baixar livros gratuitamente), e cliquei na seção de infanto-juvenis (meu gênero literário favorito!), procurando por um livro rápido e aparentemente bom. Encontrei um com o título "O palhaço está em greve", que automaticamente chamou a minha atenção. Cliquei e li a sinopse. Gostei: política para crianças! Baixei, mandei pro Kindle, e li. De leitura fácil e rápida, concluí o livro em menos de 24 horas (os famosos "livros para se ler em uma sentada")


"O palhaço está em greve" é uma metáfora, do início ao fim. Em apenas 98 páginas, somos teletransportados para a realidade do palhaço Risolito, interpretado por José Hilário. A leitura começa com o personagem acorrentado às grades do Fórum da Justiça, e a imprensa fazendo cobertura do caso, com seu sensacionalismo típico. Questionado sobre o motivo de estar fazendo greve, o palhaço começa a contar sua história, e o livro assume a narrativa de primeira pessoa por alguns capítulos. De forma lúdica e simples, o livro mostra para o pequeno leitor a importância de nos unirmos e protestarmos em favor dos nossos direitos. 


Não são as vitórias que nos tornam dignos, mas as causas por que lutamos. 

 

No Circo Nacional (metáfora para o próprio mundo), os trabalhadores recebiam salários baixos e desiguais, com inúmeros impostos e taxas injustas. Falava-se em um leão que estava sempre faminto e precisava de carne de primeira e luxos, como justificativa para tais impostos e salários indignos. Logo podemos perceber que o leão representa o dono do circo, como o autor da obra mostra no decorrer da leitura. A forma como Marco Túlio Costa resolveu retratar o tema é bastante interessante, e chama atenção pela simplicidade com que ele conseguiu fazer isso.


Não pode ser um sistema desigual. O espetáculo é uma obra coletiva. Distribuímos gargalhadas de todos os tipos, todos saem encantados. Mas a renda da bilheteria não é repartida de forma justa. 


José Hilário, percebendo tais condições deploráveis, resolve conversar com seus colegas e com o próprio dono do circo. Vendo que não é o único a ser tratado de forma injusta e que de nada adiantou uma conversa com Lucrécio Goldwin, dono do circo, resolveu se mobilizar. O palhaço representa diversos trabalhadores ao redor do mundo, lutando contra a exploração que o sistema capitalista impõe e por seus direitos como cidadãos. 


Como é que alguém pode evoluir na vida acorrentado ao conformismo?


"O palhaço está em greve" é leve, divertido e essencial! Recomendaria para crianças de 9 ou 10 anos, mas também para os adolescentes (como eu) e adultos que buscam uma leitura de fácil entendimento, porém capaz de fazer com que a gente saia um pouco de nossa própria bolha. O livro é uma metáfora construída para crianças, mas que funciona muito bem com adultos. 




domingo, 22 de novembro de 2020

Precisamos falar sobre... a luta antirracista

novembro 22, 2020 4 Comments
Créditos: ?

Em junho desse ano presenciamos muitos protestos antirracistas em decorrência da morte de George Floyd nos Estados Unidos, e a ascensão do movimento Black Lives Matter (Vidas Negras Importam, em português). Pessoas do mundo todo foram às ruas, se posicionaram em suas redes sociais, e um amplo debate foi instaurado, que permanece mesmo após 5 meses do ocorrido. 


20 de novembro é o dia da consciência negra no Brasil, e, em sua véspera, o país presencia um caso de violência policial, onde João Aberto, um homem negro de 40 anos, foi morto espancado por seguranças do supermercado Carrefour. O local vem sendo alvo de críticas (merecidas, diga-se de passagem), e palcos de protestos ao redor do Brasil inteiro. É curioso? 


Não sou negra. Nunca me pararam em alguma loja por "agir de forma suspeita", nunca me disseram que tal produto era "caro demais para mim", nunca fui negligenciada por conta da cor da minha pele. Nunca sofri racismo. Dizer que todas as vidas importam (o que é algo muito óbvio), no contexto do movimento negro, é desmerecer a luta antirracista, e o equivalente a dizer que todas as casas importam em um incêndio. Não é meu lugar de fala, mas creio que seria errado presenciar um caso absurdo desses e não me posicionar, ainda mais quando possuo um blog de livros. 


É tão curioso e extraordinário como algumas pessoas possuem uma enorme dificuldade (ou seria apenas egoísmo?) de sair da própria bolha e tentar enxergar a realidade do outro! Racismo reverso não existe. Você não sofreu preconceito porque te chamaram de "branquela". Você (e nem eu) nunca terá dificuldade de encontrar um emprego apenas por conta de sua cor de pele. As pessoas não trocarão de calçada ao te avistar indo na direção delas. 


Os exemplos que aqui cito são casos que vi pessoas negras comentando na internet. Não precisa ser negro para reconhecer a existência do racismo estrutural no país. Um absurdo o que ocorreu, e mais absurdo ainda é saber que não é o único (e muito menos o último) caso de violência policial contra pessoas negras no mundo. 


Pessoas brancas, escutem o que as pessoas negras têm a dizer! Suas lutas, seus anseios, seus desejos e sonhos, suas perspectivas, suas realidades... e compartilhem o que vocês ouviram, fortaleçam a luta. Pessoas negras têm vozes, escute-as. Parem de tentar diminuir suas lutas de resistência, e juntem-se a elas! É o que eu estou fazendo aqui, por meio do Sementes Literárias. 


Não é um blog de política, mas desde quando ler não é política? O simples ato de existir é político, e é por isso que escrevo esse texto. Seu silêncio disfarçado de neutralidade também é político. Não se engane. 


"Acima de um passado que está enraizado na dor

Eu me levanto

Eu sou um oceano negro, vasto e irrequieto,

Indo e vindo contra as marés, eu me levanto.

Deixando para trás noites de terror e medo

Eu me levanto"- Maya Angelou, ativista do movimento negro nos Estados Unidos e escritora best-seller


segunda-feira, 16 de novembro de 2020

Escritores no Sementes: Ruth Rocha

novembro 16, 2020 0 Comments

Oi, pessoal! O blog tem um quadro no Instagram chamado "Escritores no Sementes", onde eu posto informações sobre alguns escritores e escritoras 😍❤️ O quadro conta, por enquanto, com duas postagens, e eles estão agrupados na hashtag #escritoresnosementes, no Instagram 😄 

Hoje decidi postar esse quadro aqui no site também! ;)


A primeira postagem foi em setembro, que foi sobre a Ruth Rocha! Os posts apresentam um formato diferente, já que foram feitos para o Instagram. Entretanto, creio que seja legal trazer essa diversidade por aqui. :)


A Ruth Rocha é uma das escritoras responsáveis por meu gosto pela leitura, uma das mais importantes autoras infanto-juvenis do país! Lembro-me que adorava seus livrinhos, e eles sempre eram paradidáticos na minha antiga escola. Veja, a seguir, um pouco mais sobre ela e sua carreira! 💚













sexta-feira, 13 de novembro de 2020

Dica de série: Gilmore Girls

novembro 13, 2020 0 Comments

GILMORE GIRLS
Ano: 2000-2007
Temporadas: 7 + Revival
Elenco principal: Lauren Graham, Alexis Bledel, Kelly Bishop, Edward Herrmann, Scott Patterson, Melissa McCarthy, Keiko Agena, Liza Weil, Jared Padalecki, Milo Ventimiglia, Sean Gunn, Matt Czuchry, Yanic Truesdale
Nota: 4,8/5 ⭐ (tirei 0,2 por conta da sexta temporada)
Onde assistir: Netflix


Oi, pessoal! Hoje trago uma dica de série maravilhosa, uma das minhas favoritas: "Gilmore Girls"! A criadora da série é a mesma de "The Marvelous Mrs. Maisel" (Maravilhosa Sra. Maisel em português), que já indiquei por aqui, a Amy Sherman-Palladino. 


Estou assistindo Gilmore Girls pela segunda vez (a primeira foi em 2016, quando eu tinha 9/10 anos). Considero a série bastante importante pra mim, pois foi uma das primeiras que assisti, e todos os dias à noite via um episódio com minha mãe. Lembro-me que fui bem sortuda na época, pois o revival foi lançado um pouco antes de eu ter terminado todas as temporadas (ou seja, não precisei esperar nadinha rsrsrs). 

Agora estou na metade da terceira temporada, e espero trazer mais posts sobre a série no Sementes Literárias. Esse aqui é apenas o primeiro: uma introdução, sem spoilers, apenas da série original (não estou contando o revival da Netflix aqui). 


Gilmore Girls (traduzida para "Tal Mãe, Tal filha", no Brasil) conta a história de Lorelai (Lauren Graham) e sua filha, Rory Gilmore (Alexis Bledel), em uma cidadedezinha encantadora no interior dos Estados Unidos, Stars Hollow. Ao engravidar aos 16 anos, Lorelai se recusa a se casar com o pai de Rory, e sai da casa dos pais para criar a filha sozinha, o que esfriou ainda mais a relação que ela possuía com seus progenitores. A série começa quando Rory já está com 16 anos, e está prestes a iniciar os estudos em uma escola particular. No entanto, a escola é muito cara, e Lorelai decide ir à casa dos pais pedir dinheiro para Rory poder estudar. É nesse momento que fica estabelecido que Lorelai e Rory deveriam jantar todas as sextas-feiras na casa dos pais, em troca do dinheiro. Assim, Gilmore Girls dá seu pontapé inicial e nos apaixonamos pelo enredo da obra!


Na série, podemos acompanhar a relação única e linda entre Lorelai e Rory, assim como a relação complicada que Lorelai possui com os próprios pais, ao mesmo tempo em que vemos o crescimento de cada uma e seus dilemas. Gilmore Girls também apresenta coadjuvantes marcantes e igualmente encantadores, que acrescentam bastante à história, com suas personalidades únicas e memoráveis. O cotidiano é mostrado de uma forma bastante dinâmica, fazendo com que a gente queira maratonar todos os episódios! Diálogos rápidos, piadas inteligentes, inúmeras referências, e, claro, café. Muito café.  


Prepare-se para risadas garantidas, quentinho no coração, e fortes emoções! Rsrsrsrs. A série é leve, divertida, e atemporal. Inclusive, completou 20 anos em 2020! 


É isso, pessoal! Você já assistiu Gilmore Girls? O que achou? Você também tem uma série que guarda com muito carinho no coração? Me conta nos comentários! Até a próxima :)






terça-feira, 10 de novembro de 2020

Resenha: "Para gostar de ler - Volume 10 (contos)"

novembro 10, 2020 0 Comments

PARA GOSTAR DE LER VOLUME 10 - CONTOS
Autores: Aluísio Azevedo, A. de Alcântara Machado, Érico Veríssimo, Guimarães Rosa, Ivan Ângelo, Mário de Andrade, Orígenes Lessa, Otto Lara Resende, Ricardo Ramos
Número de páginas: 80
Editora: Ática
Nota: 3,9/5 ⭐


Oi, pessoal! Eu fiquei um bom tempo sem ler nada, perdi o ritmo... isso é muito frustrante, especialmente porque eu estava acostumada a ler 4 livros em um mês. Então, estou voltando aos pouquinhos, e, por isso, peguei um livro mega fino que comprei há 2 anos em um sebo, mas nunca havia lido, o volume 10 (contos) da coleção Para Gostar de Ler. Há um outro livro da coleção por aqui (volume 6- poesias) que resenhei no ano passado: https://sementesliterariasbooks.blogspot.com/2019/03/resenha-poesias-da-scolecao-para-gostar.html  (basta clicar no link e você será redirecionada pra resenha).  


Eu indicaria esse livro para quem está iniciando no mundo da leitura, ou para quem, como eu, perdeu seu ritmo e quer retomar. Ele é dividido em 3 partes, com 3 contos cada uma delas: "Lembranças", "Esperanças" e "Mudanças". A obra apresenta textos de diversos autores, como  Érico Veríssimo, Aluísio Azevedo, Orígenes Lessa, Mário de Andrade, entre outros. Apresenta contos diversos, e isso é algo que gostei bastante, além de oferecer a oportunidade de conhecer novos escritores!  


O início do livro conta, ainda, com uma espécie de "entrevista" com os autores dos textos (os diálogos dos autores falecidos na época de publicação da obra foram feitos a partir de trechos de depoimentos e memórias). 


Meus contos favoritos, de cada parte do livro, foram: 

  • Lembranças: "A Aranha", de Orígenes Lessa
  • Esperanças: "Aos vinte anos", de Aluísio Azevedo (porque tem uma enorme reviravolta)
  • Mudanças: "Herança", de Ricardo Ramos 


E você? Já leu esse livro ou algum outro da coleção? Conte-me nos comentários! <3