quinta-feira, 4 de fevereiro de 2021

Resenha: "Chico Bento- Arvorada"

CHICO BENTO- ARVORADA
Autor:
 Orlandeli
Número de páginas: 100
Editora: Panini Comics
Nota: 4,8/4,8 ⭐


Oi, pessoal! Hoje trago a resenha da minha primeira leitura de 2021: "Chico Bento- Arvorada", minha segunda Graphic Novel da do selo Graphic MSP (projeto surgido em 2012 que traz releituras dos personagens do Maurício de Sousa). Li ainda em janeiro, mas estou fazendo a resenha apenas hoje. O primeiro livro que li do selo foi "Respeito", da Fefê Toquarto, que gerou muita polêmica por retratar o assédio sofrido pela personagem Tina em seu trabalho. Se você quiser ler essa resenha, é só clicar aqui!


"Chico Bento - Arvorada" é uma leitura rápida, daquelas que você consegue ler em uma sentada. Seu título ("Arvorada", uma versão caipira para "Alvorada") possui duplo-sentido: pode remeter tanto às árvores (como o ipê-amarelo, que tem um importante papel na história), como também pode significar o início de um novo dia, de uma nova era.  




No livro, podemos reencontrar o Chico Bento, o Zé Lelé, a Vó Dita, a Rosinha, dentre outros personagens dos quadrinhos do Chico. Os traços de Orlandeli (que você deve conhecer pelas tirinhas "Grump") são delicados e belos, o que torna o livro ainda mais bonito. Em seu final, o livro ainda conta com uma seção de extras, onde o leitor pode acompanhar o desenvolvimento da obra e um pouquinho da história do surgimento do Chico Bento de Maurício de Sousa. 


Na história, podemos acompanhar o Chico Bento em suas descobertas sobre a vida e reflexões sobre o tempo, lições aprendidas com sua sábia avó. Quando ela fica doente, ele precisa lidar com a possibilidade de perdê-la, e então o livro assume um ar ainda mais melancólico e reflexivo.




A obra é extremamente sensível, cheia de metáforas sobre a vida e lições que tocam no nosso íntimo. Sua leitura vale super a pena! 

Ele [o ipê -amarelo] passa o ano inteirinho quase sem chamá a nossa atenção. Até qui suas froris ixprode numa belezura qui mais parece um milagre. É argo úncio... um presente imbruiado num pedaço de tempo. Qui, sem o menor aviso, vai simbora com o vento. Isso mi faz alembrá dos presente qui a vida dá. Cada momento é como uma fror brotando. Eles vão surgindo um atrás do otro. Pode sê num sorriso, num abraço... inté numa coversa boba na varanda. Mas si a gente num si aquietá pra apreciá... vão simbora, como si nem tivesse ixixtido. Intão, a gente percebe qui o importante num é a quantidade de fror que brotô im sua vida, mas a beleza qui ocê consiguiu inxergá im cada uma delas. Chico, a vida é um presente qui merece sê apreciado. Vê as froris do ipê mi ajuda a num isquecê disso.  

 






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