domingo, 16 de agosto de 2020

Resenha: "A herdeira", Kiera Cass

agosto 16, 2020 0 Comments
A HERDEIRA
Autora:
 Kiera Cass
Editora: Seguinte (o selo jovem da Compahia das Letras)
Número de páginas: 392
Nota: 2,5/5 ⭐


Li "A herdeira" em janeiro (sim, em janeiro!) e a resenha estava pendente, mas... não mais!! Antes tarde do que nunca hehehehe 🙃🙃

"A herdeira" é a sequência de "A Escolha", da série "A Seleção" .  Acredito que seja a capa mais bonita de toda a série 😍❤ No entanto, este livro não faz parte da trilogia da America Singer, e conta a história da filha dela, Eadlyn Schereave, 20 anos após o fim do livro anterior. Assim, não recomendo que você leia essa resenha caso ainda não tenha concluído a trilogia da America :)

"A herdeira" é narrado por Eadlyn, e é um livro que divide bastantee opiniões: enquanto uns amam, outros não gostam nem um pouquinho. Entendo que seja  outra história, a da Eadlyn, que possui uma personalidade bem diferente de sua mãe. É importante ter isso em mente, para evitar maiores decepções. 

No livro, ocorrerá uma nova Seleção, onde 35 garotos disputarão a mão de Eadlyn, a filha mais velha e herdeira do trono. O sistema de castas foi extinto no governo de America e Maxon, mas ele deixou várias marcas na sociedade, como o preconceito e segregação social. Revoltados com a situação, novos grupos de rebeldes começaram a atacar a monarquia. Isso me lembra um pouco da história do Brasil (em contextos diferentes, é claro), onde a escravidão foi extinta, mas nada se fez durante ANOS para reverter as cicatrizes deste triste período histórico (cujas marcas permanecem vivas até o dia de hoje). As cotas, por exemplo, é uma tentativa do Estado de reparação histórica. Bom, foi só um paralelo que fiz 🙃 A revolta do povo é totalmente compreensível. Assim, para controlar a situação, America e Maxon decidem criar outra seleção com a futura rainha, com o objetivo de distrair o povo e fazer com que eles "ganhem tempo" para pensar em algo para se fazer a respeito. A protagonista ficou super irritada com isso (obviamente), mas concordou em participar.


A Eadlyn é uma personagem forte e que não se deixa abalar. No entanto, é extremamente mimada, irritante e egocêntrica!! "A herdeira" foi um livro que custou a terminar, pelo menos para mim. Acredito que tenha sido uma sequência um tanto desnecessária. Acho extremamente válido a autora querer mostrar o futuro dos dois, mas creio que ela poderia ter feito isso de uma forma melhor, com uma história mais empolgante e cativante, de fato. A história não me prendeu muito, e os personagens não me cativaram, o que, claro, dificulta a conexão do leitor com a obra. 

Não estou animada para ler a sequência e a conclusão da série: "A Coroa". Não sei nem se vale a pena, visto que "A herdeira" foi uma decepção total... estou adiando bastante essa leitura, admito. Talvez eu leia "A coroa" um dia, quando tiver coragem 😅 Não recomendo "A herdeira", mas, como ele é um livro que divide bastante opiniões, talvez você leia e goste (afinal, vai do gosto de cada um ❤). 

E você? Gosta da Seleção? Leu a Herdeira? O que achou? Me conta aqui nos comentários! ❤




quarta-feira, 12 de agosto de 2020

Resenha: "Uma fada veio me visitar"

agosto 12, 2020 0 Comments
UMA FADA VEIO ME VISITAR 
Autora: Thalita Rebouças
Editora: Rocco Jovens Leitores
Número de páginas: 144
Nota: 4/5 ⭐

Recentemente, li "Uma fada veio me visitar", da Thalita Rebouças e com ilustrações de Roberta Lewis. Sou fã da autora, com sua linguagem simples e extremamente divertida, e as situações cotidianas das personagens, que geram fácil identificação no leitor. Assim, decidi ler "Uma fada veio me visitar", que inspirou o filme "É fada!" de 2016. No entanto, vale ressaltar que o filme não é uma adaptação do livro, pois, pelo que li de sinopses e críticas, a história mudou completamente! Nunca assisti ao filme, mas admito que fiquei decepcionada ao constatar que o enredo era bem diferente do livro. Espero que ele ganhe uma adpatação, um dia :)

"Uma fada veio me visitar" é um livro bem curtinho, dando para ler uma sentada. Li em 2 dias, e gostei bastante! É uma história bem fofinha, que fala especialmente sobre amizade (e, diga-se de passagem, eu gosto muito de livros que falam sobre o tema), com a linguagem característica da Thalita, como apontei no início da resenha. Praticamente não consegui largá-lo até ter concluído a leitura! <3



Em uma véspera de prova de matemática, Luna, uma garota de 13-quase-14 anos, recebe a visita da fada Tatu, que, após ter dormido por 42 anos por conta de um castigo, precisa realizar sua primeira missão depois desse período. É aí que entra Luna, escolhida para ajudar Tatu. A missão envolve a Lara Amaral, a patricinha do colégio, fortemente detestada por Luna. Um tanto hesitante, a escolhida decide ajudar a fadinha, para livrá-la de outro castigo e ajudá-la a conseguir uma promoção no mundo das fadas. 

É uma história simples e divertida, que ensina, principalmente, a não julgar os outros pelo que eles aparentam ser ou ter, e a que empatia é primordial. Apresenta também inúmeras referências ao "mundo dos humanos", porém na versão da realidade das fadinhas, o que gera trocadilhos engraçados e que arrancam um sorrisinho nos lábios que quem lê. Enquanto lia, fiquei imaginando como seria legal possuir uma fada, e talvez essa tenha sida uma das intenções da autora com o livro. 



Uma ótima obra para aqueles que estão inciando no mundo da leitura, mas também para quem busca algo leve, rápido e fofo! Certamente um livro que ficará guardado com carinho no meu coração ❤

sexta-feira, 7 de agosto de 2020

Resenha: "Tina- Respeito"

agosto 07, 2020 2 Comments
TINA: RESPEITO
Autora (roteiro e ilustrações):
 Fefê Toquarto
Editora: Panini Comics
Número de páginas: 100
Nota: 4/5⭐

Oi, pessoal! Tudo bem? Eu estou devendo uma resenha de Ponte para Terabítia, que li no final do mês passado. Porém, como li esse livro ontem, decidi fazer a resenha para não acumular mais :) 

Nesse ano estou lendo mais quadrinhos e tirinhas, como vocês já devem ter percebido, isto porque sempre gostei do gênero, mas nunca dei uma chance de "ampliar meu leque", de fato. Foi quando me lembrei de uma graphic novel que havia ouvido falar e tinha achado interessante: Tina-Respeito. A graphic faz parte do selo "Graphic MSP", do Maurício de Sousa. 


A Graphic MSP é um selo da Maurício de Sousa Editora, publicado pela Panini Comics. O projeto, que surgiu em 2012, possui a intenção de trazer uma releitura dos personagens originais do Maurício, feita por quadrinistas nacionais, sem, no entanto, fazer com que eles percam sua essência. "Tina-respeito" é apenas uma graphic desta coleção incrível, que segue crescendo. Foi a primeira que li, e pretendo ler outras futuramente 🥰❤ Ah, sabia que o live-action "Turma da Mônica: Laços" foi inspirado em uma graphic lançada pelo selo? Pois é :) 

A obra  é bem curtinha, dando para ler em uma "sentada". Eu a devorei em cerca de 1 hora e meia, tamanha a fluidez da leitura! O livro, com roteiro e ilustrações da quadrinista Fefê Toquarto, faz uma releitura da Tina, personagem criada na década de 70. Na trama, a personagem precisa lidar com o assédio que sofreu em seu primeiro emprego, além de nos depararmos com suas expectativas para com o trabalho, sua vida, etc. Podemos também rever alguns personagens que fazem parte do universo da Tina, como a Pipa e o Rolo. Ao final da leitura, encontramos ainda uma seção com extras (bem interessante, por sinal!), que mostram o processo da autora na escrita e ilustração do livro, escolha da capa, do teaser (divulgado na CCXP - Comic Con Experience - de 2018) e também um pouco da história da personagem, que, como dito anteriormente, surgiu nos anos 70, como hippie

Referência à Tina original (quando sua trajetória começou), hippie dos anos 70

As ilustrações são belíssimas e delicadas, e as cores são vivas e igualmente belíssimas. Algumas vezes eu parava na página apenas para ficar admirando a ilustração 😅❤ Gostei bastante da história, pois ela traz consigo inúmeras reflexões. Porém, creio que o final foi um pouco corriqueiro, mas isso não foi algo que me incomodou muito. O tema principal, o assédio, é um tanto pesado, mas a Fefê Toquarto conseguiu retratá-lo com delicadeza e leveza! 

Além disso, a edição é linda e bem trabalhada! Capa dura, com ilustrações por todo o livro... um charme só! 💞

Reflexão abordada no livro

Infelizmente, a graphic causou muita polêmcia, por tratar de um tema tão importante e atual como é o assédio. Li alguns comentários negativos (que, felizmente, não foram a maioria), que criticavam a obra simplesmente pelo fato abordar o assédio e de trazer uma Tina exigindo por respeito e onde ela não se cala. 

A Fefê Toquarto fez uma belíssima ilustração para o dia da mulher (colocarei ela logo abaixo do parágrafo seguinte), onde vemos a Tina com uma expressão levemente irritada, com dois cartazes, um com o símbolo de vênus (representando o gênero feminino e a luta feminista) e uma pilha de livros do movimento (Bell Hooks, Djamila Ribeiro, Angela Davis etc). Um comentário na publicação da Maurício de Sousa Produções me chamou bastante a atenção. Ele dizia: "A Tina era tão feminina e delicada. Horrível com essa careta de revoltada" (escrito por uma mulher, o que me entristece mais ainda). Isso foi apenas um exemplo, é claro que outros comentários (até piores do que este) foram feitos, mas escolhi este justamente por mostrar a ignorância das pessoas com relação ao feminismo e à obra. 

Claramente as pessoas não entendem o contexto do livro e não buscam tomar conhecimento. Além disso, ser feminina não significa ser sempre graciosa e feliz com o mundo ao redor. Nós, mulheres, temos motivos suficientes para fazermos "careta de revoltada", e isso não reduz a feminilidade de ninguém, ou torna uma pessoa "horrível". O dia da mulher não foi criado para ser celebrada a feminilidade de uma mulher, mas sim suas lutas, o que ela conquistou, e o que ela ainda tem que conquistar, portanto, o comentário foi equivocado em vários sentidos. 

Linda ilustra, né?

Leiam a graphic, é linda e vale a pena a leitura (tanto para homens como para mulheres)! "Tina-respeito" é um daqueles livrinhos para se ler em uma tarde, tranquilamente, e ainda refletir sobre a vida. Recomendo! ❤🥰 Você já conhecia o selo Graphic MSP? Já leu algum da coleção? Gosta de quadrinhos? Me conta sua opinião, vou adorar lê-la! ❤
 

terça-feira, 28 de julho de 2020

Resenhas: "Peanuts: Ninguém gosta de mim..." e "Peanuts: felicidade é..."

julho 28, 2020 2 Comments
PEANUTS AMOR E FELICIDADE
Autor:
 Charles M. Schulz
Editora: L&PM
Número de páginas: 144 nos dois livrinhos
Notas: Amor- 5/5 ⭐
   Felicidade: 4,5/5⭐


Olá, pessoal! Essa é a primeira resenha "2 em 1" que escrevo, mas é porque os dois livros fazem parte da mesma coleção e são semelhantes, embora com tirinhas de temas diferentes. Li ambos os livros em menos de 24 horas: "Peanuts: felicidade é..." no início do mês, e "Peanuts: ninguém gosta de mim..." no dia 18. 

Ambos os livros foram publicados pela editora L&PM em edição de bolso, e eu já resenhei outro da coleção por aqui:  "Peanuts: é para isso que servem os amigos", em junho. Todos possuem somente 144 páginas, e contam com tirinhas geniais e divertidas. O meu favorito, até agora, foi "Peanuts: ninguém gosta de mim", que fala sobre amor. 

Em "Peanuts: felicidade é...", as tirinhas nos levam a refletir acerca do que seria felicidade. Todas trazem em si leveza, que nos arrancam sorrisos e risadas, mas, especialmente, aquecem nosso coração. O mesmo se aplica a "Peanuts: ninguém gosta de mim...", que retrata o amor de forma delicada, às vezes cômica, mas sempre de maneira bela e fofa. 



Recomendo esses livrinhos de tirinhas para todos que desejam uma historinha fofa, para se ler em qualquer hora do dia, sempre que se busca leveza e algo que irá aquecer nosso coração. Peanuts se mostrou genial (como sempre!). 

E vocês? Já leram algum dos livros resenhados ou outro de Peanuts? Vocês gostam de ler tirinhas/HQs? Me contem aqui nos comentários! ❤🥰

terça-feira, 21 de julho de 2020

Resenha: "Conectadas"

julho 21, 2020 0 Comments
CONECTADAS 
Autora:
 Clara Alves
Editora: Seguinte (selo jovem da Companhia das Letras)
Número de páginas: 320
Nota: 4/5⭐


Há 04 dias, terminei de ler "Concetadas", da escritora Clara Alves. Eu queria ler esse livro há um bom tempo, pois sua sinopse me chamou muito a atenção! Trata-se de um romance LGBT brasileiro, bem fofinho, e creio que todos que estão na adolescência deveriam lê-lo. 

Foi a primeira vez que eu entrei em contato com a escrita da Clara, e eu gostei bastante! Leve, ágil e simples, o que torna a leitura ainda mais prazerosa. Mais uma autora para conhecer! 

Esse "tracinho" na parte inferior do livro é um corte. Sim. O livro acompanha um marcador de páginas (que está ao lado dele), e, quando fui recortá-lo, acabei recortando parte do verso do livro também. Por isso, tive que colcar com durex, tadinho! Agora vou prestar mais atenção na hora de recortar os marcadores 😅🙈🙈


"Conectadas" começa um pouco lento, mas depois pega o ritmo, tanto que não consegui largá-lo até terminar a leitura. O livro conta a história de Raíssa e Ayla, que se conheceram por meio de um game chamado "Feéricos", e a narrativa é alternada entre as duas, sendo narrado em primeira pessoa. Porém, Raíssa sofria muito com o machismo de outros jogadores, sendo deixada de fora das jogadas apenas por ser menina, e também sofria assédio. Por isso, ela decidiu criar um perfil masculino, para que pudesse aproveitar melhor o jogo. No entanto, quando ela conhece Ayla no jogo, ela se passa por seu melhor amigo, Leo.  Assim, Ayla pensa que está conversando com Leo, quando, na verdade, está conversando com Raíssa. Para piorar toda a situação, Ayla e Raíssa se apaixonam, masss, Ayla pensa que está apaixonada por Leo. Uma verdadeira confusão!! À medida que o tempo passa, e a possibilidade delas duas se encontrarem aumenta, a mentira toma proporções ENORMES, e bem complicada de contornar. 

"Conectadas" fala sobre a aceitação de ser quem a gente realmente é, descoberta da sexualidade e amizade. Além disso, é um livro cheio de representatividade, não apenas no que se refere a personagens LGBTs. Por exemplo, a Ayla possui descendência japonesa e é vegetariana, e a Raíssa, indígena.



 No início da leitura, eu me sentia um pouco um "peixe fora d'água", já que não sou muito ligada nesse negócio de games, mas esse é apenas o pano de fundo, dando para aproveitar bastante a leitura! Deu até vontade de jogar o Feéricos, jogo fictício onde Ayla e Raíssa se conheceram... rsrsrsrs 
O livro também cita bastante filmes, séries e livros (o que é mais a minha praia 😅). Por exemplo, quando fala sobre a importância da representatividade, Grey's Anatomy é citada. Um prato cheio para românticos e românticas nerds!

- CITAÇÕES FAVORITAS -

"Eu não estava pronta para admitir para o mundo que gostava de meninas. Não tinha certeza de como as pessoas iam reagir, principalmente meus pais. Minha mãe era toda 'respeito as opções de cada um, mas não precisa ficar se beijando assim em público', como se fosse muito mente aberta, mas ela não entendia que: 1) Não era uma opção. Se fosse, será que eu não teria escolhido o caminho mais fácil? E 2) Aquele era exatamente o tipo de pensamento que só pessoas preconceituosas tinham. Afinal, ela nunca reclamava de casais héteros, mesmo que a conduta deles às vezes fosse muito mais explícita."- Páginas 61 e 62 

"Cada vez que eu tentava dizer a mim mesma que não tinha nada de errado em gostar de meninas, que eu era normal, o medo de estar errada me fazia sofrer. E se o inferno realmente existisse e eu fosse acabar lá por causa disso?"- Página 117

"Por que você esconderia o que sente, quem é, só para satisfazer as expectativas dos outros?"- Página 240 

"[...] Não é como se você estivesse atuando numa peça e tivesse que se esforçar o tempo inteiro para lembrar as falas. A vida real funciona na base do improviso. É quando você esquece o roteiro e só deixa tudo fluir que consegue realmente ser feliz."-Página 241 

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E vocês? Já leram "Conectadas", ou algum outro livro da autora, algum semelhante? Me contem aqui nos comentários! 😘😘🥰



domingo, 19 de julho de 2020

Resenha: "Persépolis"

julho 19, 2020 2 Comments
PERSÉPOLIS
Autora:
 Marjani Satrapi
Número de páginas: 352
Editora: Quadrinhos na CIA.
Nota: 4,5/ 5 ⭐


Dia 29 de junho eu terminei de ler "Persépolis, mas só tive tempo de fazer a resenha agora (semanas de provas online, por conta da pandemia). Enfim, bora lá!

Persépolis é uma história em quadrinhos aclamada, tendo ganhado vários prêmios, e inclusive virou filme em 2007 (tendo vencido o festival de Cannes e indicado ao Oscar de melhor animação)! Além disso, é o primeiro livro em quadrinhos escrito por uma mulher no Irã, o que é um feito e tanto. Esse livro me chamou a atenção no início do ano,e, enfim, pude lê-lo (e que experiência boa!). 



Essa edição, da"Quadrinhos na Cia." (selo da Companhia das Letras dedicado a publicar histórias em quadrinhos no formato de livro), reúne os quatro volumes de Persépolis, o que faz com que ele se torne um livro um pouco mais grosso. De início, fiquei meio intimidada com a grossura dele, mas eu li bem rapidinho, tamanha a fluidez da leitura. Não se deixe intimidar pelo tamanho do livro, pois é uma leitura bastante prazerosa, ágil e que gera várias reflexões! Creio que o formato em quadrinhos contribua para isso. 

"Na vida você vai encontrar muita gente idiota. Se te ferirem, pensa que a imbecilidade deles que os leva a fazer o mal. Assim você evita responder às maldades deles. Porque não tem nada pior do que a amargura e a vingança... Seja sempre digna e fiel a si mesma."

Persépolis é uma autobiografia em quadrinhos da autora Marjane Satrapi, e é ambientado na Revolução Islâmica de 1979 e suas consequências para o Irã, que até hoje é uma República Islâmica. Nunca tinha lido nada que falasse sobre a Revolução, e o livro foi um ótimo meio para aprender um pouco mais sobre ela. O livro foca na vida da Marjane, obviamente, e também em como o regime é extremamente opressor, especialmente com as mulheres. Acompanhando o crescimento da autora desde os seus 10 anos, o livro é cheio de críticas, questionamentos e reflexões. Assim, podemos ver seus erros e acertos, que a tornaram a mulher que é hoje. Com a leitura, também podemos aprender um pouco sobre a cultura do Irã. 



"Se um cara mata 10 mulheres na presença de outras 15, ninguém pode condená-lo, pois em caso de homicídio nós, mulheres, não podemos nem testemunhar! Também é ele que tem direito de divórcio e, se ele te concede, fica com a guarda dos filhos! [...]"

Marjane foi criada por pais politizados e de esquerda, o que contribuiu para que ela tivesse uma certa consciência política desde a infância. Com apenas 14 anos, foi mandada para Áustria sozinha, por conta da guerra do Irã e Iraque. Porém, retornou poucos anos depois, com saudades de casa. De volta ao Irã, ela pôde acompanhar toda a opressão e perseguição em seu país, onde as pessoas não eram livres para ser quem elas realmente eram ou agirem como bem entendessem. 

Uma leitura leve e rápida, com pitadas de humor e aprendizados. Muito bom! Recomendo para quem quer entender um pouco mais a situação do Irã e das mulheres no país. 

"A verdade é que, enquanto existir petróleo no Oriente Médio, não vamos saber o que é paz..." 

E você? Já leu "Persépolis"? O que achou? Me conta aqui nos comentários! ❤😘😘 

quarta-feira, 1 de julho de 2020

Resenha: 99 dias

julho 01, 2020 0 Comments
99 DIAS
Autora: Katie Cotugno
Editora: Rocco Jovens Leitores
Número de páginas: 384
Nota: 3⭐/5

Olá, pessoal! Dia 24 eu concluí a leitura do livro "99 dias", mas só pude fazer a resenha agora!
Ganhei "99 dias" de presente há cerca de 2 anos. Tentei ler, mas abandonei logo no início, pois não estava gostando muito da leitura. Assim, seu destino foi ficar parado na minha estante. Na quarentena, então, enquanto aguardava uns livros que pedi na Amazon chegarem, notei a presença desse livro na minha estante e resolvi dar uma segunda chance para ele, afinal, já havia se passado quase 2 anos! É uma leitura rápida e que te fisga, mas não é um livro surpreendente. É mais um bom livro água com áçucar, para passar o tempo, com um enredo que não se torna cansativo. 

"99 Dias" conta a história de Molly Barlow, que havia "traído" seu namorado com o irmão dele, logo após o término dos dois (por isso a presença das aspas). Carregando essa culpa por 1 ano, ela decide contar seu segredo para sua mãe, que escreve um livro sobre o ocorrido, que virou um best-seller. Dessa forma, seu namorado descobre sua "traição" e também a maior parte da cidade. Coberta de vergonha e arrependimentos, Molly foge para outra cidade, onde conclui o ensino médio. Enquanto a faculdade não começa, ela retorna para Star Lake, sua cidade natal, e precisa encarar 99 dias de constante humilhação, e aguentar todo o verão. 



É uma premissa bastante interessante. Um tema abordado no livro é como a mulher sempre é a culpada, mesmo que o homem também esteja envolvido, no caso da traição. Ninguém exclui ou persegue o irmão do ex-namorado de Molly, mas a vida dela vira um verdadeiro inferno. O que ela fez foi errado, mas não justifica nada do que fizeram com ela. 

O triângulo amoroso, formado por Molly, Patrick (ex dela) e Gabe (o irmão do ex dela) foi desenvolvido de forma interessante. No entanto, o Patrick é um EMBUSTE. Sério. Que ranço eu peguei desse personagem! Ele não apoiava a Molly e achava que o mundo girava em torno dele, sem contar que tinha certas atitudes machistas. O relacionamento dos dois era abusivo (algo que poderia ter sido explorado pela autora), e a Molly sempre afirmava que os dois eram "como um só". Quando ela foi em busca de sua prórpia individualidade, ocorre a maior treta (não entrarei em detalhes para lhe poupar de spoilers). Além disso, Patrick é um perosnagem bastante hipócrita e chato. Por outro lado, temos Gabe... Gabe não era exatamente como o irmão, mas também não era as sete mil maravilhas. Ele era legal, e , no início, um personagem realmente apaixonante, mas não falarei mais sobre. 

Acho muito legal que a Tess, atual namorada do Patrick, se tornou amiga de Molly, afinal, ela não tinha nada a ver com aquela história, e ser amiga da ex do seu atual requer um certo nível de maturidade. 

É normal errar, e o que devemos fazer é aprender com os erros, certo? No decorrer do livro, acompanhamos a evolução da protagonista, e como ela está disposta a recomeçar, mas... parece que não dá muito certo. Isso me irritou bastante, pois, mesmo tendo consciência de estar cometendo um erro, ela prosseguiu com isso (não vou informar o quê, obviamente). Eu esperava ver um crescimento maior na personagem. 



Algo que eu acredito que o livro deveria ter explorado mais é a relação da proagonista com a mãe, pois seria algo bastante interessante e importante de ser abordado, mas a escitora focou muito no triângulo amoroso e a confusão gerada por ele. 

Apesar de algumas pessoas não terem gostado do final, ele foi bastante satisfatório. A Molly, apesar de todos os erros cometidos no passado e no decorrer do livro, mostrou, finalmente, que havia aprendido algo. O final nos dá uma sensação de recomeço e novas possibilidades, o que eu gostei bastante. 

Conclusão: não é um livro extraordinário, mas é ótimo para se ler quando você está buscando algo leve e agradável (mesmo que a leitura tenha me feito passar raiva várias vezes kkkkk). 

E você? Já leu "99 dias" ou algum outro livro da autora? O que achou? Conte-me aqui nos comentários! ❤