terça-feira, 10 de novembro de 2020

Resenha: "Para gostar de ler - Volume 10 (contos)"

novembro 10, 2020 0 Comments

PARA GOSTAR DE LER VOLUME 10 - CONTOS
Autores: Aluísio Azevedo, A. de Alcântara Machado, Érico Veríssimo, Guimarães Rosa, Ivan Ângelo, Mário de Andrade, Orígenes Lessa, Otto Lara Resende, Ricardo Ramos
Número de páginas: 80
Editora: Ática
Nota: 3,9/5 ⭐


Oi, pessoal! Eu fiquei um bom tempo sem ler nada, perdi o ritmo... isso é muito frustrante, especialmente porque eu estava acostumada a ler 4 livros em um mês. Então, estou voltando aos pouquinhos, e, por isso, peguei um livro mega fino que comprei há 2 anos em um sebo, mas nunca havia lido, o volume 10 (contos) da coleção Para Gostar de Ler. Há um outro livro da coleção por aqui (volume 6- poesias) que resenhei no ano passado: https://sementesliterariasbooks.blogspot.com/2019/03/resenha-poesias-da-scolecao-para-gostar.html  (basta clicar no link e você será redirecionada pra resenha).  


Eu indicaria esse livro para quem está iniciando no mundo da leitura, ou para quem, como eu, perdeu seu ritmo e quer retomar. Ele é dividido em 3 partes, com 3 contos cada uma delas: "Lembranças", "Esperanças" e "Mudanças". A obra apresenta textos de diversos autores, como  Érico Veríssimo, Aluísio Azevedo, Orígenes Lessa, Mário de Andrade, entre outros. Apresenta contos diversos, e isso é algo que gostei bastante, além de oferecer a oportunidade de conhecer novos escritores!  


O início do livro conta, ainda, com uma espécie de "entrevista" com os autores dos textos (os diálogos dos autores falecidos na época de publicação da obra foram feitos a partir de trechos de depoimentos e memórias). 


Meus contos favoritos, de cada parte do livro, foram: 

  • Lembranças: "A Aranha", de Orígenes Lessa
  • Esperanças: "Aos vinte anos", de Aluísio Azevedo (porque tem uma enorme reviravolta)
  • Mudanças: "Herança", de Ricardo Ramos 


E você? Já leu esse livro ou algum outro da coleção? Conte-me nos comentários! <3 



segunda-feira, 26 de outubro de 2020

Violetas

outubro 26, 2020 0 Comments


Ela virou a esquina, atenta ao barulho dos carros. Seguiu adiante e abriu o portão caindo aos pedaços do escondido jardim da casa abandonada, a apenas 2 quadras do lar da menina. Apesar do estado deplorável em que se encontrava a residência, não era possível dizer o mesmo do jardim: lindo, com flores diversas por todos os cantos, árvores de folhas verdes e brilhantes, um balancinho de madeira pendurado em um galho e acompanhando o ritmo da brisa suave, e caminhos de pedras por todo o local. Era fantástico. Um refúgio para menina, mas não apenas para ela. 

O jardineiro que cuidava do lugar costumava chegar meia hora antes da garota. Ele ia por motivos semelhantes ao dela: refugiar-se. Cuidava das plantas para esfriar a cabeça, e porque acreditava que elas, como seres vivos, mereciam cuidados decentes, e não podiam ser simplesmente abandonadas da mesma maneira que a casa foi.  

A garota, de olhos amendoados e reluzentes, cabelos cacheados volumosos e macios, e a pele tão negra quanto a noite, sentou-se no balanço à espera do jardineiro, que já era um senhor de idade. Ele chegou um pouco atrasado e mais tarde do que ela, a menina percebeu, mas não comentou nada. 

Ele começou a podar os arbustos na entrada do jardim. Quase ninguém ia lá: o local passava despercebido. Ninguém se interessava em entrar e ver o conteúdo, julgando o local pela fachada sombria e malcuidada. Era um alívio para o jardineiro e para a menina: um lugar quase secreto. Terminando de podar os arbustos, o jardineiro triou o boné bege da cabeça e esfregou a palma da mão na testa suada, consequência do trabalho e do sol escaldante sobre a própria cabeça. A garota olhava tudo, atenta, e ainda não haviam trocado uma palavra naquele dia. Ainda. 

Ele se sentou em um banquinho de mármore que havia ao lado do balanço de madeira, onde a menina ainda se encontrava sentada. Perguntou como foi o dia da garota. Ela respondeu, e perguntou como foi o dele. Então, eles começaram a conversar. Foi uma conversa tranquila e revigorante, como costumava ser sempre que se encontravam, às quartas-feiras e sextas da semana.  

O jardineiro era um velho solitário. Era viúvo, pai de 4 filhos. A esposa faleceu há 20 anos e os filhos brigaram na justiça pela herança, como se isso fosse mais importante do que a morte da mãe, ou o luto do pai. A briga durou anos, mas terminou com um acordo entre os 4 filhos. No entanto, quando isso aconteceu, a família já havia se divido. O jardineiro, depois da morte da esposa, ia para o jardim da casa abandona todos os dias. Se sentia melhor no meio da natureza do que no próprio lar (podemos chamar de "lar"?"), devorado pelo silêncio e amargura. Ele não falava com nenhum dos filhos há anos, e o jardim era o único lugar aonde podia ir. 
No entanto, houve um dia, 16 anos após a morte da esposa, que encontrou uma menininha no balanço, ao lado de um cachorro vira-lata. Nesse momento, ajoelhou-se e perguntou se estava perdida. "Não", ela teria respondido. O jardineiro perguntou também a sua idade, e na época ela respondeu, sem hesitar: "seis anos". Agora, a menina se encontrava com 10 anos, felicíssima por finalmente possuir todos os dedos da mão ocupados e já ter uma década de histórias para contar.  

Já a garota é filha de um dono de uma padaria pequena no bairro, e sua mãe trabalha como cabeleireira no próprio salão, que fica no andar de baixo da casa (que, apesar de ter dois andaras, não poderia ser classificada como grande). Não tem irmãos, mas tem um cachorrinho muito esperto, que é a alegria da casa da menina. Os pais, apesar de serem extremamente amorosos e cuidadosos, precisam trabalhar o dia inteiro, e a garota acaba ficando sozinha com o cachorro no andar de cima da casa. Não brinca na rua, porque é perigoso, e não se pode mais: as ruas absurdamente movimentadas não deixam. Tem alguns amiguinhos na escola, mas à tarde é o pior horário. É quando fica só, e tem que aguentar inúmeras horas se arrastarem, levando-a junto. 

No dia em que encontrou o jardineiro, havia pedido para ficar no salão com a mãe, que deixou. No entanto, levou o cachorro consigo, para a desaprovação da mãe. A menina, então, pediu para passear com o animal. A mãe ponderou, mas acabou deixando, avisando que ela só poderia ir até os limites da casa abandonada enorme que ficava a duas quadras dali. Nada depois disso. Ela também não poderia entrar lá, caso contrário estaria encrencada. A menina assentiu. Pegou o cachorro, colocou uma coleira e foi-se, pela calçada. No entanto, o cão é um animal muito maior e mais forte do que ela, e, quando estavam na rua da casa abandona, perto de voltar, ele se pôs a correr, escapando das mãos da menina. Para o maior desespero da garota, ele entrou no jardim da casa abandonada, que ela morria de medo. Porém, não poderia deixar o cachorro fugir, pois, caso contrário, estaria de castigo, e o cachorrinho é a sua grande companhia nas tardes tediosas da semana!  Respirou fundo e entrou. 

Quando se deparou com o jardim enorme, arborizado e bem-cuidado, prendeu a respiração. Estava sem acreditar no que via: como ninguém nunca pôs os pés ali? Por que todos diziam para se manter afastada de um lugar tão belo e divino? E, lá estava o cachorro: sentado em frente a um balanço de madeira, balançando o rabinho com uma feição animada e fofa. A menina passou as mãos pelos arbustos e árvores, colheu uns girassóis para dar para a mãe e se sentou no balanço, afagando o pelo do cachorro, que deitava e mostrava a barriga, pronto para a brincadeira. A menina riu. Nesse momento, um velho jardineiro chega, com a expressão cansada. A menina enrijeceu, com medo daquele desconhecido, que começou a fazer perguntas sobre ela. Porém, quando ele virou e começou a podar os arbustos, ela relaxou e deixou os ombros penderem. Eles conversaram um pouco, sobre si mesmos e a vida, e nem sentiram o tempo passar. 

Ela, no entanto, precisou retornar para sua casa, e disse que voltaria na sexta. Não sabia o porquê de querer voltar a se encontrar com aquele senhor. Ele parecia gentil, mas reservado, e aquele lugar era lindo. Havia gostado do jardim e do jardineiro, então ela acreditava que seria legal voltar ali, sempre com o cachorrinho. Na sexta-feira, disse que passearia com o cachorro, e dizia que dava várias voltas com o cachorrinho na quadra, explicando sua demora aos pais. Aos poucos, o passeio virou um hábito, que já somava 4 anos. 

Quartas e sextas: os melhores dias da semana, para a menina e o jardineiro (e, quem sabe, para o cachorrinho também?). O velho era carinhosamente chamado de vovô pela menina, e ele a chamava de "minha garotinha". Ele a ajudava com suas tarefas da escola, que ela levava escondido, e até brincavam juntos. Um dia, ele levou baralho e passaram a tarde toda jogando, tanto é que o jardineiro acabou se esquecendo de seu jardim naquele momento. Às vezes, liam os jornais juntos. 

Naquele dia, em especial, a garota ia aprender os ofícios da jardinagem. Insistira tanto que o velho acabou cedendo (sem muita dificuldade, diga-se de passagem, já que adorava a menina). O jardineiro se levantou do banco de mármore e a menina fez o mesmo, se levantando do balanço de madeira. 

- Antes de tudo, você precisa aprender cuidar de uma plantinha. Hoje começaremos com uma fácil: um cacto. 

- Um cacto?! - Reclamou a garotinha, revirando os olhos - Qualquer um cuida de um cacto. Eu quero uma planta melhor. 

- As plantinhas são seres vivos, minha garotinha, elas precisam de cuidados tanto quanto a gente. Como pode sugerir uma planta "melhor"? - Ele enfatizou as aspas com os dedos - Você rejeitaria um amigo assim? 

A menina pensou um pouco e aceitou. Levou o pequeno cacto para a casa, e, quando a mãe perguntou onde ela tinha arrumado aquela planta, ela respondeu que uma amiguinha dera na escola. A mãe estranhou, erguendo a sobrancelha de um modo desconfiado, mas não falou nada. A garota continuou a frequentar o jardim, e, a cada dia que se passava, estava melhor no ofício. O jardineiro estava orgulhoso de seu progresso. 

Dois anos se passaram, e a menina já era uma jardineira de primeira. Estava grande, bonita, e era muito inteligente. O jardineiro estava com a aparência mais cansada, isso é fato, mas não se deixava abalar. Também passava a impressão de ter cumprido um dever. 

Agora, ela ajudava o velho a cuidar do jardim, e ele estava mais bonito do que nunca. Para a sua casa, comprara diversas plantas, e cuidava de cada uma com muito carinho e dedicação. Seu cachorro falecera no ano anterior, e isso a abalou muito, mas todos a apoiaram, especialmente o jardineiro, que, a partir daquele dia, sempre entrega um buquê de flores para a menina nas sextas. Ela, então, diz que colheu essas flores no caminho, e, para se desculpar quanto a suas saídas nas quartas e sextas, dizia que havia se acostumado a caminhar com o cachorro, e preferia continuar com o hábito. 

Era sexta-feira. 6 anos de convivência, a idade que a menina tinha quando encontrou o jardineiro pela primeira vez. Ela estava sentada no banquinho de mármore observando o velho trabalhar, pensativa. Ele a conhecia bem mais do que o contrário, havia percebido, mas não comentava. Se levantou e começou arrancar ervas daninhas. As flores do dia eram violetas, para a surpresa da menina, que sempre recebia rosas, girassóis, lírios ou margaridas. 

- O que é isso? - Ela perguntou 

- Violetas para você. Sabe o que significam? 

A menina balançou a cabeça negativamente. 

- Lealdade eterna e paz. - O jardineiro respondeu 

A menina sorriu, com seu ar de início da adolescência e começando a desabrochar (exatamente como um flor). Ela não respondeu nada, apenas abraçou o velho jardineiro. Lágrimas surgiram nos olhos dele e nos da menina. Ele a fez prometer que ela sempre cuidaria do jardim, o que ela estranhou, mas acatou a promessa. Quando já estava anoitecendo, se despediram. 

Para total espanto da menina, a mãe se encontrava a apenas alguns metros de distância do jardim. Ela a seguira, pois estranhava aqueles buquês diversos logo depois da morte do cachorro, pois no caminho que a menina costumava percorrer não havia muitas flores. A mãe reclamou com a menina, que cabisbaixa, ouvia a tudo. Ela então, contou a história da casa, que era de extrema curiosidade da menina. 

- Há 22 anos, uma senhora que morava na casa faleceu. Ela era muito amiga da sua avó, sabia? Foi muito triste para todos especialmente para o marido dela. Os filhos se afastaram, e a única coisa que ele tinha era esse jardim, de onde você rouba as flores. O marido dela faleceu há 6 anos, mas por um motivo bem diferente. Um incêndio destruiu toda a casa, e os filhos não se preocuparam em reconstrui-la. O senhor acabou falecendo intoxicado com a fumaça, coitado. O jardim se mantém o mesmo desde então, misteriosamente. Mas aí eu te sigo e te vejo podando arbustos e entendo tudo. Durante todo esse tempo, você cuidava do jardim, mas eu não compreendo como uma garotinha podia cuidar de um lugar tão grande.  

- Mamãe, me desculpe por mentir durante todos esses anos. Mas... venha ver o jardim. É lindo! - A menina respondeu, enquanto processava a informação. 

A mãe a seguiu, hesitante. No entanto, quando atravessou o horrível portão de ferro, abriu a boca e não pôde emitir nenhum som. Agora compreendia a afeição da menina pelo lugar. 

A garota se afastou um pouco de sua mãe. Ela, então, olhou para o céu escuro e estrelado e suspirou. Por isso o jardineiro a ensinou a cuidar do jardim: para partir em paz. Deixou uma violeta em cima do banco de mármore onde o velho costumava se sentar. Chamou a mãe, e fechou o portão de ferro. 

- Lealdade eterna. - Ela sussurrou, voltando para casa

sábado, 24 de outubro de 2020

Dica de série: Friends

outubro 24, 2020 0 Comments

FRIENDS
Ano: 1994-2004
Temporadas: 10
Criação: David Crane e Marta Kauffman
Elenco principal: Courteney Cox, Matthew Perry, Lisa Kudrow, Jennifer Aniston, Matt LeBlanc e David  Schwimmer
Nota: 4,95/5 ⭐❤
Onde assistir: Netflix (por enquanto, pois futuramente a série sairá do catálogo)


Olá, pessoal! Hoje irei recomendar uma série clássica, muito gostosinha de se assistir: Friends! 

Assisti Friends em junho desse ano, até o início de setembro. Admito que antes eu tinha um certo preconceito com a série, porque todos falam tanto dela que eu ficava com o pé atrás. No entanto, quando resolvi dar uma chance, fui positivamente surpreendida! Eu amo Friends, mas devo admitir que a série é um tanto superestimada, pois há tantas outras produções incríveis que não recebem o mesmo reconhecimento... de qualquer forma, a série é ótima, e é dela que irei falar hoje!


Friends possui 10 temporadas, e isso pode intimidar um pouco, mas não se preocupe quanto a isso! Cada episódio dura um pouco mais do que 20 minutos, e eles são tão divertidos e dinâmicos que você nem sente o tempo passar, terminando a temporada (e toda a série) em um piscar de olhos.  


A série conta a história de seis amigos em Nova Iorque: Monica (Courteney Cox), Chandler (Matthew Perry), Phoebe(Lisa Kudrow), Rachel (Jennifer Aniston), Joey (Matt LeBlanc) e Ross (David Schwimmer). Os seis vivenciam juntos a vida adulta, e encorajam uns aos outros, mostrando a importância da amizade. Friends é uma série que com certeza irá lhe arrancar risadas, deixará um quentinho no seu coração, fará você se identificar com os personagens, e, quem sabe, lhe arrancará algumas lágrimas. Creio que Friends tenha esse poder de fazer com que a gente se sinta melhor porque é o cotidiano que vemos em tela,  mostrado de forma única, leve e divertida. 


Há algo que eu gostaria deixar bem esclarecido aqui: Friends é uma série dos anos 90. Isso significa que as coisas mudaram de lá pra cá, a sociedade evoluiu. No entanto, o que vemos em tela, com Friends, é um retrato e reflexo do pensamento da sociedade da época. Coisas que antigamente eram consideradas legais e "engraçadas", hoje sabemos que são erradas e desrespeitosas. Mas essa é a questão: Friends não é uma série dos dias atuais, embora seja atemporal. Digo isso porque a série carrega algumas problemáticas, como: falta de representatividade no elenco (6 protagonistas, todos brancos e héteros, sendo que às vezes nenhum negro aparece nos episódios), piadas machistas, homofóbicas e gordofóbicas, entre outras coisinhas. Não estou dizendo para passarmos pano nessas horas, claro que não, o que quero dizer é que, ao assistir uma série dos anos 90, temos que levar em conta esse fator. Fazer críticas, sim, mas pensando que as coisas seguem mudando, o pensamento da época não é o mesmo do de hoje em dia (e que bom!). 


Tendo isso em mente, creio que dê para aproveitar melhor a produção. Friends é uma série ótima, engraçada e inteligente, que creio que todos deveriam assistir. Admito que fiquei triste e chorei um pouco quando finalizei o último episódio, foi emocionante (afinal, 10 anos no ar). Inclusive, a série completou 25 anos em 2019, e a Warner disponibilizou um app comemorativo da série, com quizzes, papéis de parede, entre outras coisas bem legais! Para baixar o aplicativo em seu celular, basta clicar no link e instalar: https://play.google.com/store/apps/details?id=com.wb.goog.friends25&hl=pt_BR 


Recomendo muito Friends, e, antes de finalizar esse post, digo: ROSS TRAIU A RACHEL, SIM! E, mesmo que não tivesse traído, o que ele fez foi ridículo e ele teve 0 consideração por ela. É isto rsrsrsrs  

Ah, quase ia me esquecendo! Qual é o seu "friend" favorito? O meu é a Monica Geller, super me identifico com ela! Gostou do post? Me conta nos comentários! Beijos e até a próxima :) 


sexta-feira, 23 de outubro de 2020

Cara nova!

outubro 23, 2020 2 Comments

Oi, pessoal! Escrevo esse post super feliz, por anunciar que O BLOG ESTÁ DE CARA NOVAA!! Uhuuu!

Eu vivia procurando templates que se encaixassem ao perfil do blog e ao meu, mas a maioria que eu encontrava eram minimalistas demaiss (e digamos que eu não seja a maior fã do minimalismo). Claro, eu encontrava templates que me agradavam, mas eles sempre apresentavam alguns problemas e eram difíceis de editar. Até que, por acaso, encontrei este template, e, ao aplicá-lo, deu super certo! 

Algo no template anterior me incomodava, achava simples demais. Agora, posso dizer que o blog está do meu gosto, e está lindo, lindo, lindo! 

É apenas isso, um post bem simples e rápido para anunciar essa nova era :) 

Espero que tenham gostado tanto quanto eu! <3 


Maria Rita 

domingo, 4 de outubro de 2020

Dica de série: "Emily em Paris"

outubro 04, 2020 2 Comments
EMILY EM PARIS
Ano:
 2020-...
Temporadas: 1
Classificação indicativa: 14 anos
Criador: Darren Star
Elenco principal: Lilly Collins, Lucas Bravo, Ashley Park, Camille Razat, Philippine Leroy-Beaulieu, William Abadie, Bruno Gouery e Samuel Arnold
Onde assistir: Netflix 🍿
Nota: 4,8/5⭐

"Emily em Paris" estreou na Netflix em 02 de outubro desse ano, e eu já assisti a série todinha. Do mesmo criador de Sex and the City (Darren Star), a série é super curtinha e tem apenas uma temporada (até agora), com 10 episódios com duração média de 30 minutos. Ou seja, perfeita para maratonar, ainda mais em tempos de pandemia! 

"Emily em Paris" acompanha Emily Cooper (Lilly Collins) na Cidade Luz, após ter sido enviada à cidade para trabalhar em uma empresa de marketing e levar a "visão americana (estadunidense)" à companhia. Em Paris, ela precisa se adaptar a sua nova vida, a um idioma que não domina, e aos costumes das pessoas ao redor. Assim, ela decide transformar seu perfil pessoal em uma espécie de blog, onde ela registra suas aventuras e descobertas na cidade.  É uma comédia romântica leve, agradável e que faz com que a gente mate um pouco a saudade de viajar (mesmo que através de uma tela)! 

O cenário parisiense é deslumbrante e encantador, e vamos descobrindo mais sobre a cidade junto de Emily. As situações inusitadas nos arrancam sorrisos, e, quando percebemos, já assistimos todos os 10 episódios! "Emily em Paris" era a série que precisávamos para descontrair nesses tempos sombrios. A comédia romântica me lembrou, em alguns momentos, de "O diabo veste Prada", especialmente pelos looks dos personagens e pela chefe ma-ra-vi-lho-sa de Emily rsrsrsrs

Nos primeiros episódios, o choque de cultura é bastante evidenciado, mas o povo francês é bastante estereotipado durante a produção, e acredito que esse seja o único ponto negativo da série. No entanto, no decorrer da temporada, esses estereótipos são deixados um pouco de lado, e são nos primeiros episódios que eles incomodam mais e se mostram mais presentes.

Vale super a pena assistir "Emily em Paris", especialmente para quem procura uma série rápida, divertida e que com certeza irá arrancar suspiros do telespectador (especialmente pelas paisagens de tirar o fôlego)! 

terça-feira, 8 de setembro de 2020

O poder da leitura na sociedade

setembro 08, 2020 0 Comments
(Texto escrito por mim em 23 de julho de 2020)

Recentemente, alguns questionamentos surgiram ao meu redor acerca da representatividade na literatura. Questionei-me sobre isso depois de terminar de ler "Conectadas", da escritora nacional Clara Alves. É um romance LGBTQIA+ bem fofinho! Me pus apensar: quantos livros LGBTQIA+ existem por aí? E quantos deles eu li? Quantos livros apresentam como protagonistas  minorias (que não são representadas de forma estereotipada)? Qual seria o papel da literatura nessa história? Esse texto nada mais é, cara leitora (o), uma reflexão minha acerca do tema. 

Primeiro, preciso deixar claro sobre o que significa essa palavra: representatividade. Nada mais é do que ter todas as pessoas, com suas peculiaridades de ser, sendo representadas. É a diversidade na mídia e em todos os cantos, sendo importante não apenas para a comunidade LGBTQIA+, mas também para as pessoas negras, mulheres (quando elas não sexualizadas, por exemplo), indígenas, mulçumanos, pessoas com deficiência, etc. Em outras palavras, são as minorias sendo representadas de forma coerente, sem estereótipo. Estereótipos estes que, quando espalhados, afetam a percepção que a própria sociedade possui acerca das pessoas, da vida, etc. Por exemplo, quem nunca se deparou com o estereótipo de que Nordeste é só seca? Ou Norte é apenas mato? Ou o de que todo gay é afeminado? Sendo que, quando um gay afeminado é representado, vemos uma perspectiva totalmente distorcida sobre ele, que geralmente é apresentado na posição de "melhor amigo gay", sendo este o seu único papel e valor na história. 

Reduzir as pessoas a estereótipos é completamente injusto e fora da realidade. Quando esses esterótipos são espalhados pela própria mídia, que afeta (e muito) a perspectiva que as pessoas têm acerca da sociedade, fica ainda mais difícil se desvencilhar deles, já que são tão naturalizados na nossa sociedade. Por serem naturalizados, são poucos aqueles que questionam os danos que esse estereótipos difundem, sendo um debate que necessita de muita escuta. Não adianta nada você dizer: "eu sou uma pessoa muito mente aberta", se você não escuta quando as minorias falam e se expressam. É, no mínimo, hipócrita. Por isso, quando alguma minoria for falar da representatividade para você, de suas próprias lutas, escute. Procure saber, é sempre primordial! 

Agora chegamos a um outro ponto: por que a representatividade é tão importante para as minorias? Bom, primeiro, posso te dar a resposta mais óbvia: "porque essa pessoa se sente representada, ué", mas vai muito além disso. Quando lemos algo, nos imaginamos naquele mundo, nos identificamos com os personagens, nos sentimos representados. Quando um LGBTQIA+, por exemplo, lê um livro com um protagonista LGBTQIA+, ele se identifica com aquilo, e isso é muito importante, pois ajuda a pessoa a se aceitar como ela é, e a ter orgulho de sua prórpria identidade. Além disso, a representatividade ajuda a naturalizar o que já é normal, mas não é vista dessa forma pela sociedade. Por exemplo, ler histórias com protagonistas negros ajuda os brancos a saírem um pouco da prórpria bolha, e conhecerem a realidade dessas pessoas. Por isso que muitos dizem (inclusive eu): ler gera empatia. A partir da leitura, nos conectamos com a história daqueles personagens, suas lutas e seus anseios. Quando esses protagonistas são minorias? Entramos em contato com parte de sua realidade, mesmo que seja uma história de ficção. Saímos de nossos casulos e olhamos para as vivências de outras pessoas. Passamos a enxergá-las. 

Não encontramos muitos livros por aí que falem da realidade da mulher negra na nossa sociedade racista e patriarcal, nem muitos que falem sobre a realidade dos refugiados no nosso mundo segregacionista e com manias de se achar a última cereja do bolo. Com mais livros abordando esses temas claramente pouco discutidos, creio que a sociedade consiga avançar mais rapidamente. 

Representatividade importa, e os livros são a nossa arma mais poderosa. Lembre-se disto. 

quarta-feira, 2 de setembro de 2020

Resenha: "Ponte para Terabítia"

setembro 02, 2020 2 Comments


PONTE PARA TERABÍTIA 
Autora:
 Katherine Paterson
Número de páginas: 160
Editora: Salamandra
Nota: 3/5 ⭐


Oi, pessoal! Li "Ponte para Terabítia" no final de junho, e estou fazendo a resenha agora :)

Este é um livro bem famoso, ganhador de inúmeros prêmios, e que deu origem ao filme de 2007. Creio que a minha opinião a respeito dele seja incomum, então acompanhe a resenha para saber mais 😉 

"Ponte para Terabítia" conta a história de Jesse Aarons, um menino de 10 anos que tem como objetivo ser o melhor corredor do colégio. Ele e sua família não possuem uma boa relação, sendo que seu pai não lhe dá muita atenção quando chega do trabalho, à noite, o que torna o menino um pouco solitário. No entanto, tudo muda quando Leslie Burke se muda para casa ao lado, e vence a todos em uma corrida. Logo eles desenvolvem uma amizade e se tornam inseparáveis. Assim, eles decidem criar "Terabítia", um mundo mágico onde criaturas fantásticas e sonhos são reais, usando o poder da imaginação. 

É um bom livro, mas esperava mais. Talvez porque eu praticamente só encontrei boas críticas na internet, e porque ele é tão aclamado. A solidão de Jesse em sua casa é tocante, e creio que esse seja um ponto bastante interessante no livro, sua amizade com Leslie é bem bonita e o livro levanta algumas questões interessantes. Porém, ao ler a obra, eu fiquei com a impressão de que os fatos ocorreram de forma muito corriqueira. Além disso, um fato muito importante e triste desse livro (que eu já sabia que ia ocorrer, mesmo não tendo assistido ao filme ou lido spoilers a respeito disso, já que era meio... previsível) foi bem desnecessário, em minha opinião. Se você já leu, creio que saiba do que estou falando (e, caso você leia um dia, entenderá). 

É um livro emocionante, em certos aspectos. Porém, não chorei, como quase todo mundo que o leu (e olha que eu sou meio chorona kkkk). O final é lindo, e deu aquele quentinho no coração. Uma leitura ótima e curta. Esperava mais, como já disse, mas creio que isso varie de leitor para leitor 🙃❤



CITAÇÕES FAVORITAS

"-Antes de chegar a hora e a gente viver alguma coisa, nunca dá mesmo para saber como vai ser" 

"Feche seus olhos, mas deixe sua mente bem aberta."