sábado, 31 de dezembro de 2022

Retrospectiva literária 2022 :)

dezembro 31, 2022 0 Comments

Oii, pessoal! Feliz Ano Novo! Obrigada por acompanharem o Sementes Literárias :) Que 2023 seja um ano recheado de coisas boas e felizes na vida de todos nós. Que represente positivas mudanças, também na realidade de nosso país. Que seja um excelente recomeço <3 Como faço todos os anos, aqui estou eu, trazendo a retrospectiva dos livros que li em 2022. Ano passado, li 14. Esse ano, li 9 livros a mais, totalizando 23! Estou bastante feliz! Entretanto, o que realmente importa não é a quantidade, mas sim o quanto gostei das minhas leituras esse ano. 

Para 2023, não estabeleci nenhuma meta de leitura (eu nunca faço isso). O que espero, assim como todos os anos, é que eu continue lendo, no meu ritmo, e que sejam leituras bastante proveitosas! 


Enfim, vamos lá, pessoal! Lembrando que você encontra a resenha de (quase) todos os livros por aqui. Os únicos pendentes são o segundo e o terceiro volume de Heartstopper, mas em breve eu escrevo. A lista está na ordem de leitura.


  1. Depois Daquela Viagem - Valéria Piassa Polizzi 
  2. Anésia - Will Leite 
  3. Um Milhão de Finais Felizes - Vitor Martins ❤
  4. Quinze Dias - Vitor Martins
  5. O Mistério do Cinco Estrelas - Marcos Rey 
  6. Heartstopper: Dois Garotos, Um Encontro - Alice Oseman 
  7. Heartstopper: Minha Pessoa Favorita - Alice Oseman (Resenha pendente)
  8. O Príncipe e a Costureira - Jen Wang 
  9. A Diferença Invisível - Julie Dachez e Mademoiselle Caroline 
  10. O Reino de Zália - Luly Trigo 
  11. Adultos Sem Filtro e Outras Crônicas - Thalita Rebouças 
  12. Com amor, Anônima - Wendy Mora
  13. O Ladrão de Raios (Série Percy Jackson e os Olimpianos) - Rick Riordan
  14. O Mar de Monstros (Série PJO) - Rick Riordan 
  15. A Maldição do Titã (Série PJO) - Rick Riordan 
  16. A Batalha do Labirinto (Série PJO)  - Rick Riordan
  17. O Último Olimpiano (Série PJO) - Rick Riordan ❤
  18. Heartstopper: Um Passo Adiante - Alice Oseman (Resenha pendente)
  19. Se a Casa 8 Falasse - Vitor Martins ❤
  20. Téo & o Mini Mundo: Quentinho no Coração - Caetano Cury 
  21. Vejo Você no Espaço - Jack Cheng 
  22. Romance Real - Clara Alves
  23. Arlindo - Luiza de Souza (@ilustralu) ❤

Eu adorei as minhas leituras em 2022! Nas minhas favoritas, eu coloquei um coração ao lado <3 Creio que os pontos altos desse ano no quesito literário tenham sido Percy Jackson e a minha pessoal descoberta de Vitor Martins. De qualquer forma, foi um ano recheado de bons livros. Que 2023 seja tão bom quanto (ou até melhor!).

Em breve escrevo a retrospectiva cinematográfica! Como neste exato momento eu estou na casa da minha avó, não estou com meu caderno de filmes à disposição. Dessa forma, não sei se poderei escrever a retrospectiva de filmes ainda hoje. Mas não se preocupem! Se ela não sair hoje, sairá ano que vem (também conhecido como "amanhã" hahaha). Até breve e feliz Ano-Novo!

sábado, 24 de dezembro de 2022

Resenha: "Heartstopper Vol. 1: Dois garotos, um encontro"

dezembro 24, 2022 0 Comments
HEARTSTOPPER: DOIS GAROTOS, UM ENCONTRO
Autora:
 Alice Oseman
Editora: Seguinte
Número de páginas: 288
Nota: 4\5 ⭐


Oi, gente! Primeiramente, Feliz Natal!! Pois bem. Hoje, FINALMENTE trago a resenha do primeiro volume de Heartstopper. Inicialmente, eu não escrevi porque eu pensei: "Ah, eu escrevo quando tiver lido os quatro volumes e deixo tudo numa resenha só". Não é uma escolha sensata quando se trata de séries literárias, e uma das razões são os spoilers. Aí o tempo foi passando e eu fui empurrando a resenha com a barriga, porque quanto mais tempo passa, menos o livro fica fresquinho na nossa cabeça. E, como eu li até o terceiro volume, havia coisas que eu achava que tinham acontecido em um volume e tinham acontecido em outro! Foi uma besteira que eu fiz, e não recomendo. Mas cá estamos, depois de eu ter dado uma olhada novamente no volume 1, para poder falar sobre ele sem colocar coisa dos outros dois sem querer. Vamos lá!


A história acompanha dois garotos: Nick Nelson e Charlie Spring, ambos estudantes de uma escola só para garotos na Inglaterra. Charlie está no primeiro ano do Ensino Médio, é gay e havia sido tirado do armário um ano antes do momento em que o enredo se passa, sofrendo com bullying e fofocas por conta de sua sexualidade. Ao saber dos boatos, um rapaz chamado Ben começa a se aproximar de Charlie com o único intuito de beijá-lo quando bem entendesse, mesmo sem nutrir nenhum sentimento pelo protagonista. Assim, Charlie precisa lidar com o bullying e com um relacionamento abusivo, em que ele claramente só está sendo usado. A história de "Heartsopper" se passa após esse momento de bullying, e, ao longo da leitura, vamos descobrindo mais sobre as marcas deixadas por esse período difícil pelo qual Charlie passou.  Nick, por sua vez, está no segundo ano, é um atleta de rúgbi, supostamente "obviamente" hétero, querido por todos e que possui amigos preconceituosos. Ambos os protagonistas se conhecem graças ao fato de que um de seus professores os colocaram para formarem dupla em suas aulas, fazendo com que eles se aproximassem e eventualmente se tornassem amigos. Até que essa amizade evolui para um interesse romântico mútuo, e Nick precisa lidar com os questionamentos sobre a própria sexualidade e com todas as certezas que ele achava ter até então. Assim, nesse primeiro volume, vamos acompanhar o florescimento dos sentimentos, antes que Nick e Charlie comecem a namorar de fato. 


"Heartsopper" tem, inclusive, uma série na Netflix que fez o maior sucesso, que se origina dos quadrinhos. No entanto, eu tentei assistir e não me prendeu. Larguei perto do final. Mesmo que a adaptação seja bem fiel, não sei por que não me cativou tanto assim... talvez funcione melhor nos quadrinhos, não sei. Mas, realmente, não prendeu minha atenção. De qualquer forma, creio que valha a pena você conferir para tirar as suas próprias conclusões. Enfim. 


Os traços são delicados e são uma verdadeira gracinha! Tem várias cenas que mostram os quartos dos protagonistas, e, sinceramente, eu sou apaixonada no quarto do Charlie. Existem muitas referências musicais, já que ele toca bateria, mas a que chamou a minha atenção de cara foi um pôster dos Strokes. Também gosto muito do letreiro escrito "Music" em cima de sua cama. Muito massa! 


Claro, não posso deixar de dizer o quanto a história é fofinha e cativante, além de ser uma rápida e agrdável leitura! Eu, por exemplo, li em cerca de 1 horinha :) Os protagonistas e os amigos de Charlie são bem legais, e é bacana poder acompanhar o cotidiano deles, seus dilemas, conquistas e desafios. O quadrinho é bem leve, e mesmo temas pesados como homofobia e bullying são abordados com leveza e responsabilidade. De enredo singelo, "Heartsopper" cativa por sua genuinidade <3 É um livro bem cut cut! Recomendo!

quinta-feira, 22 de dezembro de 2022

Dica de filme: "Mesmo se nada der certo"

dezembro 22, 2022 2 Comments
MESMO SE NADA DER CERTO
Elenco principal:
 Keira Knightley, Mark Ruffalo, Adam Levine, James Corden, Hailee Steinfeld, Catherine Keener
Diretor: John Carney
Classificação indicativa: 12 anos
Ano: 2013\2014
Onde assistir: Amazon Prime Video
Nota: 4,9/5 ⭐


Oi, galerinha! A última vez que eu recomendei algum filme por aqui foi em dezembro do ano passado 😯 Mas aqui estou eu, depois de tanto tempo, para recomendar um filme super agradável e gostosinho de se assistir! Já havia visto várias vezes trechos de "Mesmo se nada der certo" (Begin Again, em inglês) quando passava na TV ou, até mesmo, na internet, mas nunca tinha chegado a assistir ao filme inteirinho, do começo ao fim certinho. Pois bem, hoje finalmente fiz isso! Ele está disponível no Prime Video, caso você tenha curiosidade de ver. 


O longa-metragem acompanha dois protagonistas: Dan (Mark Ruffalo) e Gretta (Keira Knightley) na cidade de Nova Iorque. Dan é um produtor musical frustrado, depressivo e alcóolatra, cuja carreira está em constante declínio, e acaba de ser demitido da gravadora que ele mesmo fundou, mas vendeu a própria parte há anos. Ele também possui uma relação complicada com a esposa e com a filha, com quem ele não mora já há algum tempo. Gretta, por sua vez, é uma compositora que havia se mudado para Nova Iorque para apoiar seu namorado, Dave (Adam Levine), na carreira de cantor, com quem ela compartilhava o interesse por música e juntos eles compunham canções. No entanto, depois que Dave a trai e o relacionamento termina, Gretta está disposta a retornar à Inglaterra, já que ficar em Nova Iorque não faz mais sentido para ela. Assim, ela passa a morar com seu amigo Steve (James Corden. Sim, o apresentador de TV), que a convida para acompanhá-lo em uma apresentação musical que ele ia realizar num bar. Ela vai, e acaba tocando uma de suas músicas por insistência de Steve. É nesse momento que Dan a conhece e enxerga um enorme potencial nela, convencendo-a a ficar em Nova Iorque para que pudessem gravar suas músicas.


A amizade que Dan e Gretta desenvolvem é um ponto muito importante na história, pois ambos evoluem a partir dessa relação, passando a possuir uma nova perspectiva sobre as próprias vidas. É algo belo e genuíno. Uma amizade sincera sem segundas intenções, em que é possível encontrar apoio e compreensão. Além disso, "Mesmo se nada der certo" nos presenteia com uma trilha sonora impecável, que casa perfeitamente com o enredo, tanto melodicamente como com relação às letras. Não é um filme de muita música e pouca história, pois um complementa muito bem o outro. Assim, as cenas musicais são maravilhosas e bem-feitas, não sendo enfadonhas em nenhum momento. 



Aqui, por exemplo, vou colocar a minha música favorita do filme: Lost Stars (Estrelas Perdidas), na versão que a Keira Knightley canta e na versão do Adam Levine (ambas estão no longa). Ela foi, inclusive, indicada ao Oscar de Melhor Canção Original em 2015. Eu era completamente viciada nessa música em 2018, e eu nem me lembrava dessa canção no filme naquela época. Isto porque, como eu disse, eu nunca tinha chegado a assistir ao filme inteiro de fato, só partes (e continuou assim, eu vendo pedaços, até hoje isso ser mudado hahaha). Enfim. Há dois trechos em particular que acho muito interessantes em Lost Stars (a música inteira é, na verdade):


God, tell us the reason

Youth is wasted on the young 

(Deus, nos diga a razão

para a juventude ser desperdiçada nos jovens)


But are we all lost stars

Trying to light up the dark?

(Mas somos todos estrelas perdidas

tentando iluminar a escuridão?)

Esta segunda frase, aliás, está na bio do meu Pinterest há anooos - sem pretensão de tirar. Enfim. Vale a pena conferir a trilha sonora na íntegra! 




"Mesmo se nada der certo" é perfeito para quem ama filmes e música (e eu me incluo nessa categoria). É divertido, é criativo, é sincero, é leve. Sabe aquele filme que você termina de assistir se sentindo genuinamente bem? Com um calor agradável no peito, aquela sensação gostosa que apenas bons filmes nos proporcionam? Pois bem. É exatamente isso. Uma obra sobre recomeços (como bem indica o título original), sobre tentar e seguir seus sonhos (como o título em português "deixa no ar"), sobre amizade, e, claro, sobre música. Uma excelente pedida! Fica a dica ;)


Créditos: @cineseriesoficial no Instagram

terça-feira, 20 de dezembro de 2022

Resenha: "Arlindo"

dezembro 20, 2022 0 Comments
ARLINDO
Autora:
 Luiza de Souza (@ilustralu) 
Editora: Seguinte
Número de páginas: 200
Nota: 4,8/5 ⭐


Oi, pessoal! Hoje eu trago a resenha de "Arlindo", livro que adquiri por meio do Dia do Quadrinho Grátis. Esse dia na verdade foi final de semana passada, nos datas10 e 11 de dezembro. Eis o que diz o site do evento: 

"Como o nome já diz, o Dia do Quadrinho Grátis é um dia em que as lojas especializadas participantes, espalhadas pelo país, distribuem quadrinhos gratuitamente para todo mundo que entrar na loja! Um evento, inspirado no “Free Comic Book Day” americano, que já está em sua quinta edição no Brasil! O Dia do Quadrinho Grátis acontecerá nos dias 10 e 11/12/2022, durante um evento, organizado pela Editora Devir, chamado: Virada Nerd.[...] A Amazon.com.br distribuirá gratuitamente a versão digital de uma seleção de quadrinhos, com exclusividade [...]"


Eu fiquei sabendo da iniciativa por causa do Instagram da Seguinte, editora que publicou "Arlindo", pois este era um dos livros disponíveis para serem baixados gratuitamente no site da Amazon. Como era um livro que eu já queria ler há bastante tempo, corri para adquirir o meu! Achei a iniciativa super bacana, porque facilita o acesso a esse tipo de literatura e ainda ajuda a divulgá-la, de forma legalizada. Mesmo que você não tenha um Kindle, você pode acessar o livro por meio do aplicativo do Kindle no celular ou pelo site https://ler.amazon.com.br. Eu, por exemplo, mesmo tendo o e-reader, preferi ler pelo meu celular porque no Kindle as imagens são preto e branco (e as cores em Arlindo são muito bem trabalhadas e lindas!!!). A forma como a autora utilizou as cores rosa, amarelo e azul também torna o livro visualmente ainda mais bonito, pois ela combinou perfeitamente as cores com a fofura que é a história e com seus traços dinâmicos e também bonitos. 


    Explosão de cores!!!!

A obra acompanha o adolescente Arlindo (ou "Lindo", para os mais íntimos) em uma pequena cidade conservadora do Rio Grande do Norte em meados dos anos 2000. Assim, podemos ver a sua relação com os colegas, amigos, familiares e também podemos perceber como a homofobia é bastante presente e limitante, não apenas em sua vida, mas na de qualquer pessoa LGBTQIA+. O protagonista precisa lidar com a falta de acolhimento do pai, extremamente homofóbico e machista, com as fofocas da cidade sobre a sua sexualidade, e, ainda, com as zoações na escola, pelo simples fato de ele ser quem ele é. Nesse aspecto, Arlindo encontra apoio em seus amigos, Mari, Lis, o novato Pedro e Luis Felipe, na sua tia, mãe, avó e também na figura de sua irmã caçula. A forma como essas relações são construídas é bastante convincente e fofa, fazendo com que o tema da amizade e família sejam bastante recorrentes e importantes na história. É muito bonito ver como a quadrinista retrata os sentimentos e as relações das personagens, de forma tão delicada e sutil que se torna encantador observar o mudinho de Arlindo, mesmo que por um breve momento, já que se trata de uma leitura bem rapidinha e gostosa de se fazer. As personagens são verdadeiramente cativantes! 


Além disso, "Arlindo", como consequência da época em que o enredo se passa, é recheado de referências aos anos 2000! Como eu não vivi essa época (quero dizer, em 2009, final da década, eu tinha apenas 3 aninhos. Não conta muito, conta?), foi muito legal poder vivenciar através dos quadrinhos coisas que eram super comuns naquela época e que hoje em dia não são mais recorrentes ou simplesmente não existem mais, como locadoras, troca de mensagens por MSN, DVDs e CDs (mas, no caso destes, eu usava bastante até 2016\2017, quando eu comecei a usar o streaming), etc. Existem também inúmeras referências musicais, com destaque para Pitty e para Sandy e Júnior. Elas estão presentes através dos CDs, das cantorias cotidianas, simples conversas e, até mesmo, em uma espécie de status do MSN, em que você podia escrever uma frase (muitas pessoas usavam para colocar trechos de música). Achei super legal que várias das músicas eu conhecia e gostava!! Teve também referência ao The Smiths e à música "Eu não sei dançar", da Marina Lima, que eu recomendei na penúltima postagem. Enfim, adorei isso!! Outro aspecto super legal é brasilidade fortemente presente na obra. É fácil se identificar com as personagens e com as falas delas, e achei engraçado como um monte de coisa que a mãe de Arlindo fala a minha também diz. Isso faz com que nos conectemos ainda mais com aquele universo, como se realmente fizéssemos parte da turminha do Arlindo e estivéssemos lá, torcendo por ele. 


MSN! 

"Arlindo" é uma obra belíssima, tanto visualmente como com relação à sua história, que fala, sobretudo, sobre amor, acolhimento e sobre ser quem se é, enquanto busca seu lugar no mundo. Vale super a pena a leitura, que dá gostinho de quero mais, aquece nosso coração e nos presenteia com esperança. Assim, fica bem claro que a beleza do livro não se restringe ao título: é lindo, lindo, lindo. 


<3

domingo, 18 de dezembro de 2022

Resenha: "Romance Real"

dezembro 18, 2022 0 Comments
ROMANCE REAL
Autora:
 Clara Alves
Editora: Seguinte
Número de páginas: 262
Nota: 3/5 ⭐


Oi, pessoal! Hoje trago a resenha de "Romance Real", livro que estava na minha lista e que ganhei de presenta de uma amiga minha num amigo secreto. Ele foi escrito por Clara Alves, autora de Conectadas, e me lembro de ter gostado do livro na época que li. A proposta básica de "Romance Real" era que esta fosse uma história tipo os contos de fadas, porém sáfica, ou seja, retratando o relacionamento entre duas mulheres, não necessariamente lésbicas. A proposta é interessante, mas a leitura não me prendeu de verdade em nenhum momento. De qualquer forma, foi boa para passar o tempo. 


Primeiramente, "Romance Real" vai acompanhar a trajetória de Dayana depois que ela se muda para Londres para morar com o pai, Roberto, já que a sua mãe havia falecido há pouco tempo. No entanto, ela não via o pai há dez anos, desde que ele se mudou para a Inglaterra para tentar ganhar mais dinheiro, tivera seus planos frustados, e conhecera outra mulher lá. Então, acabou permanecendo e nunca mais voltou ao Brasil. Com a morte da mãe, Dayana propõe aos avós (com quem ela inicialmente passou a morar) que ela vá para Londres para viver com o pai, e os avós acabam aceitando, para a surpresa da protagonista, que não pensava que os avós fossem levar o pedido a sério. Essa mudança se mostra um grande desafio para ela, pois precisaria conviver com o homem que a abandonou quando ela ainda era uma criança, além de ter que lidar com a madrasta, Lauren, e a sua filha, Georgia. Mesmo que Londres fosse um sonho que compartilhava com a mãe, Dayana não se sentia bem naquela cidade, naquela casa, e a falta da figura materna era um vazio dentro de si. 


Nos seus primeiros dias na capital inglesa, Dayana vai passear pela cidade e passa pelo Palácio de Buckingham. Enquanto admirava a faixada do lugar, uma garota de cabelos ruivos (que também se chamava Diana) escala as grades do Palácio e cai em cima de Dayana. Ela estava fugindo, desesperada, e Dayana acaba se juntando à menina, mesmo sem entender a razão de sua fuga. Ambas as garotas acabam se aproximando, e a companhia de Diana torna aquela cidade mas suportável na concepção da protagonista. 


Assim, com o passar do tempo, segredos são revelados, por parte de todos. 


Ela tinha uma voz rouca, meio grave, daquelas que vão no fundo da alma e reverberam dentro da gente

 

Como disse no começo desta resenha, o livro não me prendeu tanto. Dayana é uma personagem  irritante em diversos momentos: impulsiva, imatura, grossa. A gente compreende as suas dores, a sua raivas e as suas revoltas, mas isso não justifica a forma como ela trata as personagens do livro (e eu não estou nem falando apenas do núcleo familiar de Londres).  Vi algumas pessoas reclamando que o romance entre Dayana e Diana tinha sido "do nada" porque foi quase como um amor à primeira vista, mas isso não me incomodou porque, tendo em vista a premissa da história de se assemelhar a um conto de fadas, é algo que faz sentido e funciona nesse contexto. No entanto, o livro é mais focado na vida de Dayana e nas relações que ela constrói com sua nova família do que no romance de fato. Apesar disso, o romance tem um papel de destaque e de grande importância na história. 


Marcadores que vieram para recortar no livro


Um bom livro para passar o tempo, mas nada além disso. Não senti conexão com a história, nem com as personagens. De qualquer forma, a que eu mais gostei foi Lauren. Enfim. Outro aspecto que eu não curti muito foi que a resolução de alguns conflitos também foi pouco convincente... Sobre os pontos positivos, cito as várias referências a Londres, seja descrevendo a própria cidade, seja falando sobre filmes que a retratam, como Um lugar chamado Nothing Hill. Aliás, há inúmeras referências a este filme por aqui, o que me agradou bastante! Preciso revê-lo, assisti há muitos anos e não me lembro direito de muitas coisas. Também tem várias referências à One Direction, pois este é o grupo favorito de Dayana. No começo de cada capítulo, por exemplo, há um trechinho de alguma música deles. Imagino que isso torne a experiência do livro mais legal pra quem é fã deles, então achei bacana também, mesmo sem escutá-los. No entanto, creio que a autora poderia ter colocado os trechos acompanhados de traduções, para tornar a leitura mais acessível. Também gostei da maneira como Clara retratou o luto de Dayana, mostrando como isso realmente a afetava, de forma natural. 


"Romance Real" é uma obra para quem está buscando algo mais levinho, mas que aborda temas importantes mesmo assim (como abandono parental, luto e representatividade LGBTQIA+, entre outros). No entanto, não é um livro que eu curti tanto assim, apenas o suficiente. 


Quando eu estava com Diana, não era exatamente como se me sentisse inteira; eu não seria tão clichê. Mas a gente se ajudava a juntar os caquinhos e se sentir normal, apesar dos remendos. 

quinta-feira, 15 de dezembro de 2022

10 músicas para ouvir enquanto lê (parte 2)

dezembro 15, 2022 0 Comments

Oi, pessoal! Uns meses atrás escrevi um post recomendando 10 músicas para ouvir enquanto lê, e disse que pretendia trazer mais listas do tipo por aqui. Então, aqui estamos! =) Eis o link para a primeira parte desse tipo de lista, caso você ainda não tenha conferido: clique aqui :) 


1: A DIFFERENT AGE -  CURRENT JOYS

Estou bem viciada nesta música ultimamente. Gosto das partes que são sutilmente "gritadas", porque não é o tipo de grito esgoelado, é uma coisa mais tímida e sofrida, e são as partes que passam mais emoção. Enfim. Não sei se posso chamar de "grito" exatamente, mas só ouvindo pra entender o que eu quero dizer aqui. É uma música bem calminha, pra ser sincera. Ah, e tem um trecho da letra que eu considero bastante inteligente e verdadeiro, que é: 

"Como uma vida sem amor
Deus, isso é simplesmente insano
Mas um amor sem vida
Bem, isso acontece todos os dias" 

Coloquei a tradução pra ser mais direta. Enfim!




2: NEM LUXO, NEM LIXO - RITA LEE

Eu tinha recomendo "Mania de Você" na outra lista, e cá estamos novamente com a minha xará. As músicas da Rita Lee passam uma tranquilidade tão grande, e um pouco de nostalgia também. Não sei explicar ao certo, apenas fazem com que eu me sinta bem. Escolhi "Nem Luxo, Nem lixo" porque desde ontem estou escutando ela com mais frequência, me passando a sensação que descrevi aqui. Enfim, super calminha também, e vale a pena conferir! Talvez você já conheça, porque é bem famosa (assim como "Mania de Você"), mas, ainda assim, continua valendo a minha recomendação :)



3: WELL I WONDER - THE SMITHS

Fui dar uma recapitulada na primeira lista, e fiquei chocada quando não vi nenhuma música do The Smiths. Eu achava que tinha colocado! Pois bem, sendo assim, aqui está. "Well I wonder" é a minha música favorita deles, e a considero tão linda e melancólica (bom, as músicas da banda são). Gosto muito da melodia e da letra, especialmente nas partes que dizem "Please, keep me in mind" ("Por favor, me mantenha na mente"). É um pedido sincero, dolorido. Vale conferir canção toda!



4: CRIANÇA - TERNO REI 

Essa música é maravilhosamente boa, e eu estou completamente viciada! Sério. Já perdi as contas de quantas vezes eu já ouvi a canção desde que a descobri, por causa de uma matéria no site Tenho Mais Discos que Amigos. 
A melodia é tranquila e contagiante e a letra também é interessante. Com certeza vale a pena escutar e conferir o clipe ;)



5: WHAT ONCE WAS - HER'S 

Conheci esta música por causa de um vídeo que apareceu pra mim no Instagram, e desde então, não paro de escutá-la! Muito boa, e passa a sensação de leveza. Ótima para acompanhar os momentos de leitura!



6: BARBOSA - CIDADE DORMITÓRIO

Já havia ouvido falar da banda, mas estou escutando desde que o Spotify recomendou uma música deles pra mim. Eu ia pular a música, porque não tinha curtido tanto, mas antes, fui no perfil deles e descobri que são sergipanos, assim como eu! Eu achei isso super legal, e, assim, resolvi dar mais uma chance, ouvindo outras canções. E, sério, que eu bom que eu fiz isso! Acabei descobrindo muita coisa legal, e "Barbosa" foi uma dessas coisas. Não sai da minha cabeça, coloco pra tocar o tempo inteiro e cantarolo por aí. "Quando chegar a hora de me esquecer, esqueça", é meu trecho favorito, o que talvez seja um pouco engraçado, quando você compara com meu trecho favorito de "Well I Wonder". Enfim, fica a aqui a recomendação!



7: ONLY IN MY DREAMS - THE MARÍAS

Essa música é realmente um sonho (desculpa o trocadilho ruim)! Ela soa muito leve, muito relaxante, e colocá-la no repeat é quase inevitável. Enfim, recomendo bastante. Eu uso muito a palavra transcendental para descrever as coisas, mas eu não encontro uma palavra melhor para descrever esta música. 



8: TENTA ACREDITAR - ANAVITÓRIA 

Lançada no álbum mais recente da dupla, adoro a sonoridade contagiante da música. Quando chega ao refrão, é muito difícil não se empolgar e cantar junto! De qualquer forma, a canção adiciona mais emoção à leitura, e vale bastante a pena. 



9: SOMETIMES - MY BLOODY VALENTINE

Apesar do som alto das guitarras distorcidas, "Sometimes" é uma música que eu considero calma. Ela também é, inegavelmente, melancólica, e gosto dela desde a primeira vez que a escutei. A primeira frase da música, "Close my eyes, feel me now" ("Feche meus olhos, sinta-me agora") é muito bacana, e a considero bem poética. Simplesmente amo essa música!  



10: NÃO SEI DANÇAR - MARINA LIMA 

Esta aqui é bem tristinha. A letra e o ritmo são bastante melancólicos e combinam perfeitamente um com o outro, e gosto bastante do refrão, que diz: "Eu não sei dançar tão devagar pra te acompanhar" 💔. É o tipo de música que eu imagino na cena de algum filme, algo do tipo. Enfim, muito boa.


POR HOJE É SÓ, PESSOAL! 🌸

Obrigada por terem lido até aqui, e espero que tenham gostado das minhas recomendações. Caso vocês gostem de alguma música que citei, ou queiram recomendar alguma outra, fiquem à vontade para escrever nos comentários! Eu adoraria ler o que vocês têm a dizer :)
Assim como ocorreu com a "parte 1", deixei muitas músicas de fora, o que me dá margem para escrever uma parte 3 no futuro. Veremos, veremos. Até lá, boas leituras e boas músicas para escutar!

sábado, 10 de dezembro de 2022

Resenha: "Se a casa 8 falasse"

dezembro 10, 2022 0 Comments
SE A CASA 8 FALASSE
Autor:
 Vitor Martins
Número de páginas: 336
Editora: Globo Alt
Nota: 4,8/5 ⭐


Oi, pessoal! Hoje trago a resenha de "Se a casa 8 falasse", terceiro livro do Vitor Martins que eu leio. Sou fã dele, sério! Ganhei este livro de presente de aniversário do meu tio, em Setembro, e o li em outubro. Eu disse, estou atrasada com as resenhas por aqui... mas devagar a gente vai tirando o atraso. Ai, ai... perdão, galerinha. 


O título do livro é bastante autoexplicativo... Vitor Martins escreveu a história durante a pandemia, em que tivemos que ficar trancados dentro de casa. Assim, em um momento em que a casa era o único lugar em que podíamos estar, ele usou toda a sua criatividade para dar vida ao lar e às suas vivências, partindo da seguinte premissa: como seria se a nossa casa pudesse contar a história de seus moradores? Ouvir, sentir e presenciar de fato tudo o que ocorre dentro dela? Uma proposta muito interessante, e, ao concluir o livro, nos pegamos com o mesmo questionamento. Qual seria a história que a nossa casa contaria da gente? Vitor Martins concretiza isso a partir da ficção, e amo como a literatura torna possíveis contextos como este. Dessa forma, a Casa 8, da Rua Girassol, conta para nós a história de seus moradores em 3 décadas diferentes: 2000, 2010 e 2020. 


Ana, nos anos 2000, vai se mudar de cidade por conta de uma proposta de emprego recebida pelo pai, e a história gira em torno de o que essa mudança significa para ela, ao mesmo tempo em que vamos conhecendo mais de seu cotidiano e de seus sentimentos. Seu pai a cria sozinha porque a mãe dela faleceu durante o parto, e Ana precisa lidar com o fato de nunca ter conhecido a mãe, além de ela ser lésbica, ter uma namorada e ainda não ter se assumido para o pai. Agora que ela está indo para outra cidade, o futuro é um enigma, e Ana precisa lidar com as incertezas e com as mudanças que a vida impõe, descobrindo mais sobre si mesma e sobre como as coisas serão dali para a frente. 



Nos anos 2010, nós somos introduzidos a Greg, que vai passar um tempo com a sua tia (com quem ele não tem nenhuma intimidade) na cidadezinha de Lagoa Pequena, na casa 8, enquanto seus pais resolvem questões do próprio divórcio. Como a sua tia é dona de uma locadora, ele passa a trabalhar lá, mesmo que locadoras estejam em decadência. Com o passar do tempo, ele vai se acostumando com a sua residência temporária, fazendo novos amigos e amadurecendo. Além disso, a sua tia é obcecada por Keanu Reeves e tem um cachorrinho com o nome dele, o que eu achei bem bacana. Não julgo. Se eu tivesse um animalzinho, ele se chamaria Alex Turner! 


Já em 2020, acompanhamos Beto tendo que lidar com a pandemia e com todos os desafios que ela impôs, como a quarentena e medo constante de pegar o coronavírus. Somado a isso, ele também teve que adiar o seu sonho de ir a São Paulo para perseguir a carreira de fotógrafo, o que o deixa bastante frustrado e inseguro. Sua irmã, que havia se mudado para estudar, retorna para passar a quarentena com Beto e a mãe, e o protagonista vai descobrir que os conceitos que tinha estabelecido sobre a irmã estavam equivocados. Assim, Beto passará a conhecer mais sobre si mesmo, terá que lidar com as suas frustações e limitações e aprenderá mais sobre as pessoas que ama. 


É muito interessante a forma como Vitor Martins escolheu contar as histórias, através de diferentes gerações e pela ótica da casa. Podemos acompanhar as mudanças que ocorrem com o tempo e o crescimento das personagens, o que é gratificante. O autor tem uma forma tão delicada de contar suas histórias, é encantador! Em muitos momentos, acabamos nos identificando com as personagens e com seus dilemas sobre si mesmos, sobre o futuro e sobre a realidade que os cerca, o que torna a obra ainda melhor. Além disso, todos os protagonistas são LGBTs , e o tema é abordado com naturalidade e leveza pelo escritor. 


A história de Beto, particularmente, era uma história que eu estava receosa de ler, porque foi um período muito difícil que é complicado relembrar, mas o Vitor abordou esse contexto complicado sob uma perspectiva mais leve (afinal, leveza era tudo que precisávamos naqueles dias, e lembre-se de que foi durante aquele período em que o livro foi escrito) e traduziu os anseios de todos nós de forma verossímil e delicada. Aliás, todas as histórias carregam essa característica, e, sempre alternando entre as 3 gerações, ficava complicado definir uma favorita! Isto porque eu sempre achava que a história de uma personagem era a minha favorita até eu adentrar na próxima, e o ciclo se repetir, uma vez que as histórias são alternadas (o que em nenhum momento faz o enredo perder o fôlego e se tornar confuso). O relacionamento de Ana com o pai e com a sua namorada, Letícia, é adorável, assim como as relações que Greg constrói com a sua tia e com as pessoas de Lagoa Pequena. E, claro, não podemos deixar de citar a aproximação que Beto desenvolve com a sua família. 


Adoro a maneira como Vitor conseguiu captar momentos cotidianos e aparentemente banais e mostrar o quanto eles são especiais e bonitos, pois assim é a vida. Não é um livro com acontecimentos mirabolantes, é um livro de visão introspectiva sobre acontecimentos da vida das personagens. A narrativa se limita à visão da casa de fato, ou seja, não temos acesso ao que ocorre fora dela, apenas dentro ou em seus arredores, mas isso não é incômodo em nenhum momento. A obra foi, inclusive, finalista do prêmio Jabuti na categoria recém-criada "Romance de Entretenimento", e a indicação ocorreu logo depois de eu ter terminado a leitura! Fiquei bem feliz com a notícia. Enfim, Recomendo bastante a leitura! Afinal, "nossa casa é a gente", e o livro nos mostra exatamente isso. 


🌸 CITAÇÕES FAVORITAS 🌸

" - Aquele seu CD. Ele ainda está comigo - ela diz, finalmente
- Pode ficar com ele por quanto tempo precisar" - Página 77 (Contexto: esse é o código entre Ana e Letícia para dizerem que se amam durante as ligações que realizam). 

"Esqueça o esbarrão no corredor da escola, vizinhos com interesses em comum ou funcionários de cafeterias que puxam assunto com clientes. Ninguém se conhece desse jeito na vida real" - Página 116 /referência a "Um milhão de finais felizes" na parte sublinhada? :)

"Todos os dias parecem uma cópia ruim do dia anterior" - Página 123 

"Registrar os fracassos faz parte da jornada. 
Amanhã eles podem tentar algo novo" - Página 137

"Tudo o que temos é o agora." - Página 148

"Mudanças externas podem ser gatilhos para mudanças internas. Se enxergar de um jeito novo pode ajudar a ver seus problemas por outra perspectiva e trazer um pouquinho de estabilidade emocional" - Página 186

"BETO: uau, que específico. quem AMA terças-feiras?
NICO: minha mãe tem uma coleção com todos os dias da semana. Sei que dia é hoje só por causa das canecas. A pandemia já me tirou completamente a noção realidade. 
BETO: nicolas, hoje é sexta
NICO: meu deus????" - Página 194

"Talvez família seja mesmo uma coisa só do coração" - Página 297

"- [...] Tenho saudades de morar aqui, mas me dei conta de que a casa não é só um lugar. Nossa casa é a gente. [...] Às vezes a gente fica olhando a casa dos outros e pensando 'nossa, se morasse ali eu seria mais feliz', mas, no fim das contas, essa sensação de lar não vem de um lugar. Vem de dentro." - Página 331

Resenha: "Vejo você no espaço"

dezembro 10, 2022 0 Comments
VEJO VOCÊ NO ESPAÇO
Autor:
 Jack Cheng 
Editora: Intrínseca 
Número de páginas: 288
Nota: 4,7/5 ⭐️


Oi, pessoal! Hoje trago a resenha de "Vejo você no espaço", que ganhei de uma amiga minha. A ideia, de uma professora, era fazer um amigo secreto com a turma com coisas que tínhamos em casa e não usamos mais, mas que estão em bom estado. Uma coisa sustentável e tal. Eu, minhas amigas e algumas outras pessoas participaram, e eu acabei ganhando "Extraordinário" de um colega meu. No entanto, como já li, troquei com meu colega que tinha pegado "Vejo você no espaço" , que, por sua vez, trocou com a minha amiga, pois ela estava ansiosa pra ler "Extraordinário". Soou meio confuso, mas eu espero que tenha dado pra entender. Enfim!


"Vejo você no espaço" é um livro adorável e que eu recomendo bastante! Lembro-me de que por volta de 2017 e 2018 sempre o via sendo vendido em uma livraria aqui da minha cidade, e achava a capa a coisa mais linda, mas nunca cheguei a comprá-lo de fato. Essa foi a oportunidade perfeita para finalmente lê-lo! E digo que não somente a sua capa é bonita, mas a história também é.


O enredo acompanha um garotinho de 11 anos chamado Alexander (Alex), que é bastante inteligente, curioso e que ama astronomia. Seu herói é o famoso cientista Carl Sagan, que gravou os sons da Terra em um disco de ouro para enviá-lo ao espaço para que os seres extraterrestres pudessem saber quais sons podem ser encontrados no nosso planeta. Inspirado por isso, Alex decide fazer o mesmo, mas gravando os sons em um Ipod dourado (ou seja: seu Ipod de ouro). Assim, ele constrói um foguete para enviar seu Ipod ao espaço, e tenta lançá-lo em um evento de lançamento de foguetes. Pelo que li, eu achava que o evento só ia ocorrer no final do livro, mas ele ocorre logo no começo! Isto porque o livro não gira em torno do lançamento do foguete, mas em torno da jornada de autodescoberta de Alex. 


O pai do garoto faleceu quando ele tinha apenas 3 anos, seu irmão mais velho mora em outro estado e é bastante ausente em sua vida e a sua mãe precisa lidar com problemas psiquiátricos (isso é algo que fica claro durante toda a leitura, mas só é realmente explicado no final). Dessa forma, Alex é uma criança autossuficiente e um tanto negligenciada, e a situação dele dá bastante pena. Ele viaja para o evento acompanhado apenas de seu cachorro, Carl Sagan (em homenagem ao seu herói). Quando o lançamento de seu foguete falha, Alex decide viajar com 2 amigos que conheceu no evento de foguetes, Zed e Steve, em busca de respostas sobre o seu pai, pois recebeu um e-mail de um site sobre genealogia que dizia que seu pai havia se casado em outro estado muito tempo atrás (e não era com a mãe dele). Acreditando que ele ainda poderia estar vivo, pois tanto a mãe de Alex como o seu irmão falavam pouco dele, Alex está disposto a reencontrá-lo, reunir a sua família e obter as respostas que tanto deseja. Durante toda a sua trajetória, conhece novas pessoas e faz vários amigos, como uma menina chamada Terra, que tem bastante importância no enredo. 



É o tipo de história em que acontece muitas coisas, e em nenhum momento ela fica cansativa ou entediante. Alex é uma personagem cativante, e sua ingenuidade infantil realmente encanta. Torcemos por ele durante todo o livro, e é ótimo poder acompanhá-lo enquanto ele descobre mais sobre si mesmo e continua registrando sua jornada no Ipod de ouro. Aliás, algo bastante interessante sobre o livro é que os capítulos são os áudios que Alex grava! Assim, nos conectamos ainda mais com a história, e as pessoas falam muito bem da experiência com o audiobook. Enfim! As outras personagens também encantam, e todos parecem pessoas reais, entende? Outra coisa muito legal é que Alex não desiste após a queda de seu foguete, e continua planejando próximos lançamentos, sempre mantendo a esperança viva. Não apenas com relação ao seu sonho, mas Alex também tem esperança nas pessoas, de forma genuína. É lindo. O livro também é cheio de piadinhas de tiozão com astronomia, pois Alex tem fascínio por elas, o que eu adorei! Por exemplo: "Por que o gato mia para a Lua, mas a lua não mia para o gato? [...] Porque astronomia!"


"Vejo você no espaço" é o tipo de história que eu gostaria que virasse filme, e que parece ser sobre algo mais simples e superficial, mas que, no final, se mostra ser sobre algo muito maior. Surpreendente, leve e adorável! Lembrou-me do meu priminho que também ama astronomia... Recomendo muito! Uma obra sobre amor, família e, também, sobre manter a esperança e ser forte. 


✿ CITAÇÕES FAVORITAS ✿


"MÃE DA LACEY: Lacey, quando a gente não tem nada legal a dizer sobre uma pessoa, a gente...?

LACEY: ...

MÃE DA LACEY: A gente faz o quê, Lacey?

Lacey: A gente não diz nada." - Página 32 


"Um dia, ele me perguntou se eu ficava triste por não ter um pai, e eu perguntei Você fica triste por não ter um dinossauro? O Benji disse que não sabia, porque nunca tinha tido um, e eu respondi que sentia a mesma coisa sobre não ter um pai." - Página 19


"Mas meu herói sempre dizia que o conhecimento é melhor que a ignorância, que é melhor descobrir e aceitar a verdade, mesmo que ela não seja agradável" - Página 67


"Não adianta ser forte só quando se está feliz. Isso não é ser forte." - Página 100

domingo, 4 de dezembro de 2022

Resenha: "Téo & o Mini Mundo: Quentinho no coração"

dezembro 04, 2022 0 Comments

TÉO & O MINI MUNDO: QUENTINHO NO CORAÇÃO
Autor:
 Caetano Cury
Editora: Publicação Independente
Número de páginas: 120
Nota: 4,5/5 ⭐


Oi, pessoal! Estou oficialmente de férias, desde o dia primeiro de dezembro. Ainda estou devendo umas resenhas, mas uma hora vou sentar pra escrevê-las. Sério, gente. Desde o último post, muita coisa aconteceu. "As semanas mais tranquilas na escola" que eu falei na última postagem passaram voando (e eu não escrevi as resenhas, desculpaa), eu viajei pro Rio de Janeiro e assisti ao show do Arctic Monkeys (belíssimo, magistral, perfeito, perfeito), e, quando voltei pra minha cidade, a escola me entupiu rapidinho de provas e trabalhos. Ao longo de novembro eu tive que segurar o fôlego pra dar conta de tudo! Aí agora finalmente posso respirar tranquilamente e fazer o que há de pendente! Sentia falta daqui, galerinha. Ensino Médio não é fácil. Mas vamos lá!


Minha primeira leitura das férias foi "Téo & o Mini Mundo: quentinho no coração", que eu peguei emprestado da minha madrinha. Já li outro livro do Téo: este aqui (clique pra ser redirecionado à resenha), e acompanho as tirinhas no Instagram.

 

Eulália: O monjolo não é aqui. Acho que você errou o caminho.

Téo: Não errei! Não errei!

Eulália: Quando você assume que não tem razão você passa a ter razão!

Téo: Tá bom, eu errei o caminho...

Eulália: Esse é o caminho. Parabéns.

     

Téo & o Mini Mundo é uma webcomic (série de tirinhas\histórias em quadrinhos publicadas na internet) que acompanha o protagonista Téo e a borboletinha Eulália em uma série de diálogos inteligentes sobre diversos aspectos da vida. Assim, as tirinhas propõe reflexões, quentinhos no coração (como sugere o subtítulo do livro), bom humor e críticas, tudo com extrema sensibilidade. A obra conta com produções dos últimos 2 anos, e possui diversas tirinhas ao longo de 120 páginas. Os desenhos são fofos e belíssimos, além de combinarem perfeitamente com a sutiliza dos diálogos e reflexões propostas. 


Uma leitura bem rápida, para você admirar e pensar, recheada de tirinhas delicadas para desacelerarmos. Recomendo! Link para comprar o livro: https://www.lojinhadoteo.com.br/livro-teo-e-o-mini-mundo-vol.-3-quentinho-no-coracao

Para finalizar, eis minha tirinha favorita:

Minha tirinha favorita do livro.