sábado, 31 de dezembro de 2022

Retrospectiva literária 2022 :)

dezembro 31, 2022 0 Comments

Oii, pessoal! Feliz Ano Novo! Obrigada por acompanharem o Sementes Literárias :) Que 2023 seja um ano recheado de coisas boas e felizes na vida de todos nós. Que represente positivas mudanças, também na realidade de nosso país. Que seja um excelente recomeço <3 Como faço todos os anos, aqui estou eu, trazendo a retrospectiva dos livros que li em 2022. Ano passado, li 14. Esse ano, li 9 livros a mais, totalizando 23! Estou bastante feliz! Entretanto, o que realmente importa não é a quantidade, mas sim o quanto gostei das minhas leituras esse ano. 

Para 2023, não estabeleci nenhuma meta de leitura (eu nunca faço isso). O que espero, assim como todos os anos, é que eu continue lendo, no meu ritmo, e que sejam leituras bastante proveitosas! 


Enfim, vamos lá, pessoal! Lembrando que você encontra a resenha de (quase) todos os livros por aqui. Os únicos pendentes são o segundo e o terceiro volume de Heartstopper, mas em breve eu escrevo. A lista está na ordem de leitura.


  1. Depois Daquela Viagem - Valéria Piassa Polizzi 
  2. Anésia - Will Leite 
  3. Um Milhão de Finais Felizes - Vitor Martins ❤
  4. Quinze Dias - Vitor Martins
  5. O Mistério do Cinco Estrelas - Marcos Rey 
  6. Heartstopper: Dois Garotos, Um Encontro - Alice Oseman 
  7. Heartstopper: Minha Pessoa Favorita - Alice Oseman (Resenha pendente)
  8. O Príncipe e a Costureira - Jen Wang 
  9. A Diferença Invisível - Julie Dachez e Mademoiselle Caroline 
  10. O Reino de Zália - Luly Trigo 
  11. Adultos Sem Filtro e Outras Crônicas - Thalita Rebouças 
  12. Com amor, Anônima - Wendy Mora
  13. O Ladrão de Raios (Série Percy Jackson e os Olimpianos) - Rick Riordan
  14. O Mar de Monstros (Série PJO) - Rick Riordan 
  15. A Maldição do Titã (Série PJO) - Rick Riordan 
  16. A Batalha do Labirinto (Série PJO)  - Rick Riordan
  17. O Último Olimpiano (Série PJO) - Rick Riordan ❤
  18. Heartstopper: Um Passo Adiante - Alice Oseman (Resenha pendente)
  19. Se a Casa 8 Falasse - Vitor Martins ❤
  20. Téo & o Mini Mundo: Quentinho no Coração - Caetano Cury 
  21. Vejo Você no Espaço - Jack Cheng 
  22. Romance Real - Clara Alves
  23. Arlindo - Luiza de Souza (@ilustralu) ❤

Eu adorei as minhas leituras em 2022! Nas minhas favoritas, eu coloquei um coração ao lado <3 Creio que os pontos altos desse ano no quesito literário tenham sido Percy Jackson e a minha pessoal descoberta de Vitor Martins. De qualquer forma, foi um ano recheado de bons livros. Que 2023 seja tão bom quanto (ou até melhor!).

Em breve escrevo a retrospectiva cinematográfica! Como neste exato momento eu estou na casa da minha avó, não estou com meu caderno de filmes à disposição. Dessa forma, não sei se poderei escrever a retrospectiva de filmes ainda hoje. Mas não se preocupem! Se ela não sair hoje, sairá ano que vem (também conhecido como "amanhã" hahaha). Até breve e feliz Ano-Novo!

sábado, 24 de dezembro de 2022

Resenha: "Heartstopper Vol. 1: Dois garotos, um encontro"

dezembro 24, 2022 0 Comments
HEARTSTOPPER: DOIS GAROTOS, UM ENCONTRO
Autora:
 Alice Oseman
Editora: Seguinte
Número de páginas: 288
Nota: 4\5 ⭐


Oi, gente! Primeiramente, Feliz Natal!! Pois bem. Hoje, FINALMENTE trago a resenha do primeiro volume de Heartstopper. Inicialmente, eu não escrevi porque eu pensei: "Ah, eu escrevo quando tiver lido os quatro volumes e deixo tudo numa resenha só". Não é uma escolha sensata quando se trata de séries literárias, e uma das razões são os spoilers. Aí o tempo foi passando e eu fui empurrando a resenha com a barriga, porque quanto mais tempo passa, menos o livro fica fresquinho na nossa cabeça. E, como eu li até o terceiro volume, havia coisas que eu achava que tinham acontecido em um volume e tinham acontecido em outro! Foi uma besteira que eu fiz, e não recomendo. Mas cá estamos, depois de eu ter dado uma olhada novamente no volume 1, para poder falar sobre ele sem colocar coisa dos outros dois sem querer. Vamos lá!


A história acompanha dois garotos: Nick Nelson e Charlie Spring, ambos estudantes de uma escola só para garotos na Inglaterra. Charlie está no primeiro ano do Ensino Médio, é gay e havia sido tirado do armário um ano antes do momento em que o enredo se passa, sofrendo com bullying e fofocas por conta de sua sexualidade. Ao saber dos boatos, um rapaz chamado Ben começa a se aproximar de Charlie com o único intuito de beijá-lo quando bem entendesse, mesmo sem nutrir nenhum sentimento pelo protagonista. Assim, Charlie precisa lidar com o bullying e com um relacionamento abusivo, em que ele claramente só está sendo usado. A história de "Heartsopper" se passa após esse momento de bullying, e, ao longo da leitura, vamos descobrindo mais sobre as marcas deixadas por esse período difícil pelo qual Charlie passou.  Nick, por sua vez, está no segundo ano, é um atleta de rúgbi, supostamente "obviamente" hétero, querido por todos e que possui amigos preconceituosos. Ambos os protagonistas se conhecem graças ao fato de que um de seus professores os colocaram para formarem dupla em suas aulas, fazendo com que eles se aproximassem e eventualmente se tornassem amigos. Até que essa amizade evolui para um interesse romântico mútuo, e Nick precisa lidar com os questionamentos sobre a própria sexualidade e com todas as certezas que ele achava ter até então. Assim, nesse primeiro volume, vamos acompanhar o florescimento dos sentimentos, antes que Nick e Charlie comecem a namorar de fato. 


"Heartsopper" tem, inclusive, uma série na Netflix que fez o maior sucesso, que se origina dos quadrinhos. No entanto, eu tentei assistir e não me prendeu. Larguei perto do final. Mesmo que a adaptação seja bem fiel, não sei por que não me cativou tanto assim... talvez funcione melhor nos quadrinhos, não sei. Mas, realmente, não prendeu minha atenção. De qualquer forma, creio que valha a pena você conferir para tirar as suas próprias conclusões. Enfim. 


Os traços são delicados e são uma verdadeira gracinha! Tem várias cenas que mostram os quartos dos protagonistas, e, sinceramente, eu sou apaixonada no quarto do Charlie. Existem muitas referências musicais, já que ele toca bateria, mas a que chamou a minha atenção de cara foi um pôster dos Strokes. Também gosto muito do letreiro escrito "Music" em cima de sua cama. Muito massa! 


Claro, não posso deixar de dizer o quanto a história é fofinha e cativante, além de ser uma rápida e agrdável leitura! Eu, por exemplo, li em cerca de 1 horinha :) Os protagonistas e os amigos de Charlie são bem legais, e é bacana poder acompanhar o cotidiano deles, seus dilemas, conquistas e desafios. O quadrinho é bem leve, e mesmo temas pesados como homofobia e bullying são abordados com leveza e responsabilidade. De enredo singelo, "Heartsopper" cativa por sua genuinidade <3 É um livro bem cut cut! Recomendo!

quinta-feira, 22 de dezembro de 2022

Dica de filme: "Mesmo se nada der certo"

dezembro 22, 2022 2 Comments
MESMO SE NADA DER CERTO
Elenco principal:
 Keira Knightley, Mark Ruffalo, Adam Levine, James Corden, Hailee Steinfeld, Catherine Keener
Diretor: John Carney
Classificação indicativa: 12 anos
Ano: 2013\2014
Onde assistir: Amazon Prime Video
Nota: 4,9/5 ⭐


Oi, galerinha! A última vez que eu recomendei algum filme por aqui foi em dezembro do ano passado 😯 Mas aqui estou eu, depois de tanto tempo, para recomendar um filme super agradável e gostosinho de se assistir! Já havia visto várias vezes trechos de "Mesmo se nada der certo" (Begin Again, em inglês) quando passava na TV ou, até mesmo, na internet, mas nunca tinha chegado a assistir ao filme inteirinho, do começo ao fim certinho. Pois bem, hoje finalmente fiz isso! Ele está disponível no Prime Video, caso você tenha curiosidade de ver. 


O longa-metragem acompanha dois protagonistas: Dan (Mark Ruffalo) e Gretta (Keira Knightley) na cidade de Nova Iorque. Dan é um produtor musical frustrado, depressivo e alcóolatra, cuja carreira está em constante declínio, e acaba de ser demitido da gravadora que ele mesmo fundou, mas vendeu a própria parte há anos. Ele também possui uma relação complicada com a esposa e com a filha, com quem ele não mora já há algum tempo. Gretta, por sua vez, é uma compositora que havia se mudado para Nova Iorque para apoiar seu namorado, Dave (Adam Levine), na carreira de cantor, com quem ela compartilhava o interesse por música e juntos eles compunham canções. No entanto, depois que Dave a trai e o relacionamento termina, Gretta está disposta a retornar à Inglaterra, já que ficar em Nova Iorque não faz mais sentido para ela. Assim, ela passa a morar com seu amigo Steve (James Corden. Sim, o apresentador de TV), que a convida para acompanhá-lo em uma apresentação musical que ele ia realizar num bar. Ela vai, e acaba tocando uma de suas músicas por insistência de Steve. É nesse momento que Dan a conhece e enxerga um enorme potencial nela, convencendo-a a ficar em Nova Iorque para que pudessem gravar suas músicas.


A amizade que Dan e Gretta desenvolvem é um ponto muito importante na história, pois ambos evoluem a partir dessa relação, passando a possuir uma nova perspectiva sobre as próprias vidas. É algo belo e genuíno. Uma amizade sincera sem segundas intenções, em que é possível encontrar apoio e compreensão. Além disso, "Mesmo se nada der certo" nos presenteia com uma trilha sonora impecável, que casa perfeitamente com o enredo, tanto melodicamente como com relação às letras. Não é um filme de muita música e pouca história, pois um complementa muito bem o outro. Assim, as cenas musicais são maravilhosas e bem-feitas, não sendo enfadonhas em nenhum momento. 



Aqui, por exemplo, vou colocar a minha música favorita do filme: Lost Stars (Estrelas Perdidas), na versão que a Keira Knightley canta e na versão do Adam Levine (ambas estão no longa). Ela foi, inclusive, indicada ao Oscar de Melhor Canção Original em 2015. Eu era completamente viciada nessa música em 2018, e eu nem me lembrava dessa canção no filme naquela época. Isto porque, como eu disse, eu nunca tinha chegado a assistir ao filme inteiro de fato, só partes (e continuou assim, eu vendo pedaços, até hoje isso ser mudado hahaha). Enfim. Há dois trechos em particular que acho muito interessantes em Lost Stars (a música inteira é, na verdade):


God, tell us the reason

Youth is wasted on the young 

(Deus, nos diga a razão

para a juventude ser desperdiçada nos jovens)


But are we all lost stars

Trying to light up the dark?

(Mas somos todos estrelas perdidas

tentando iluminar a escuridão?)

Esta segunda frase, aliás, está na bio do meu Pinterest há anooos - sem pretensão de tirar. Enfim. Vale a pena conferir a trilha sonora na íntegra! 




"Mesmo se nada der certo" é perfeito para quem ama filmes e música (e eu me incluo nessa categoria). É divertido, é criativo, é sincero, é leve. Sabe aquele filme que você termina de assistir se sentindo genuinamente bem? Com um calor agradável no peito, aquela sensação gostosa que apenas bons filmes nos proporcionam? Pois bem. É exatamente isso. Uma obra sobre recomeços (como bem indica o título original), sobre tentar e seguir seus sonhos (como o título em português "deixa no ar"), sobre amizade, e, claro, sobre música. Uma excelente pedida! Fica a dica ;)


Créditos: @cineseriesoficial no Instagram

terça-feira, 20 de dezembro de 2022

Resenha: "Arlindo"

dezembro 20, 2022 0 Comments
ARLINDO
Autora:
 Luiza de Souza (@ilustralu) 
Editora: Seguinte
Número de páginas: 200
Nota: 4,8/5 ⭐


Oi, pessoal! Hoje eu trago a resenha de "Arlindo", livro que adquiri por meio do Dia do Quadrinho Grátis. Esse dia na verdade foi final de semana passada, nos datas10 e 11 de dezembro. Eis o que diz o site do evento: 

"Como o nome já diz, o Dia do Quadrinho Grátis é um dia em que as lojas especializadas participantes, espalhadas pelo país, distribuem quadrinhos gratuitamente para todo mundo que entrar na loja! Um evento, inspirado no “Free Comic Book Day” americano, que já está em sua quinta edição no Brasil! O Dia do Quadrinho Grátis acontecerá nos dias 10 e 11/12/2022, durante um evento, organizado pela Editora Devir, chamado: Virada Nerd.[...] A Amazon.com.br distribuirá gratuitamente a versão digital de uma seleção de quadrinhos, com exclusividade [...]"


Eu fiquei sabendo da iniciativa por causa do Instagram da Seguinte, editora que publicou "Arlindo", pois este era um dos livros disponíveis para serem baixados gratuitamente no site da Amazon. Como era um livro que eu já queria ler há bastante tempo, corri para adquirir o meu! Achei a iniciativa super bacana, porque facilita o acesso a esse tipo de literatura e ainda ajuda a divulgá-la, de forma legalizada. Mesmo que você não tenha um Kindle, você pode acessar o livro por meio do aplicativo do Kindle no celular ou pelo site https://ler.amazon.com.br. Eu, por exemplo, mesmo tendo o e-reader, preferi ler pelo meu celular porque no Kindle as imagens são preto e branco (e as cores em Arlindo são muito bem trabalhadas e lindas!!!). A forma como a autora utilizou as cores rosa, amarelo e azul também torna o livro visualmente ainda mais bonito, pois ela combinou perfeitamente as cores com a fofura que é a história e com seus traços dinâmicos e também bonitos. 


    Explosão de cores!!!!

A obra acompanha o adolescente Arlindo (ou "Lindo", para os mais íntimos) em uma pequena cidade conservadora do Rio Grande do Norte em meados dos anos 2000. Assim, podemos ver a sua relação com os colegas, amigos, familiares e também podemos perceber como a homofobia é bastante presente e limitante, não apenas em sua vida, mas na de qualquer pessoa LGBTQIA+. O protagonista precisa lidar com a falta de acolhimento do pai, extremamente homofóbico e machista, com as fofocas da cidade sobre a sua sexualidade, e, ainda, com as zoações na escola, pelo simples fato de ele ser quem ele é. Nesse aspecto, Arlindo encontra apoio em seus amigos, Mari, Lis, o novato Pedro e Luis Felipe, na sua tia, mãe, avó e também na figura de sua irmã caçula. A forma como essas relações são construídas é bastante convincente e fofa, fazendo com que o tema da amizade e família sejam bastante recorrentes e importantes na história. É muito bonito ver como a quadrinista retrata os sentimentos e as relações das personagens, de forma tão delicada e sutil que se torna encantador observar o mudinho de Arlindo, mesmo que por um breve momento, já que se trata de uma leitura bem rapidinha e gostosa de se fazer. As personagens são verdadeiramente cativantes! 


Além disso, "Arlindo", como consequência da época em que o enredo se passa, é recheado de referências aos anos 2000! Como eu não vivi essa época (quero dizer, em 2009, final da década, eu tinha apenas 3 aninhos. Não conta muito, conta?), foi muito legal poder vivenciar através dos quadrinhos coisas que eram super comuns naquela época e que hoje em dia não são mais recorrentes ou simplesmente não existem mais, como locadoras, troca de mensagens por MSN, DVDs e CDs (mas, no caso destes, eu usava bastante até 2016\2017, quando eu comecei a usar o streaming), etc. Existem também inúmeras referências musicais, com destaque para Pitty e para Sandy e Júnior. Elas estão presentes através dos CDs, das cantorias cotidianas, simples conversas e, até mesmo, em uma espécie de status do MSN, em que você podia escrever uma frase (muitas pessoas usavam para colocar trechos de música). Achei super legal que várias das músicas eu conhecia e gostava!! Teve também referência ao The Smiths e à música "Eu não sei dançar", da Marina Lima, que eu recomendei na penúltima postagem. Enfim, adorei isso!! Outro aspecto super legal é brasilidade fortemente presente na obra. É fácil se identificar com as personagens e com as falas delas, e achei engraçado como um monte de coisa que a mãe de Arlindo fala a minha também diz. Isso faz com que nos conectemos ainda mais com aquele universo, como se realmente fizéssemos parte da turminha do Arlindo e estivéssemos lá, torcendo por ele. 


MSN! 

"Arlindo" é uma obra belíssima, tanto visualmente como com relação à sua história, que fala, sobretudo, sobre amor, acolhimento e sobre ser quem se é, enquanto busca seu lugar no mundo. Vale super a pena a leitura, que dá gostinho de quero mais, aquece nosso coração e nos presenteia com esperança. Assim, fica bem claro que a beleza do livro não se restringe ao título: é lindo, lindo, lindo. 


<3

domingo, 18 de dezembro de 2022

Resenha: "Romance Real"

dezembro 18, 2022 0 Comments
ROMANCE REAL
Autora:
 Clara Alves
Editora: Seguinte
Número de páginas: 262
Nota: 3/5 ⭐


Oi, pessoal! Hoje trago a resenha de "Romance Real", livro que estava na minha lista e que ganhei de presenta de uma amiga minha num amigo secreto. Ele foi escrito por Clara Alves, autora de Conectadas, e me lembro de ter gostado do livro na época que li. A proposta básica de "Romance Real" era que esta fosse uma história tipo os contos de fadas, porém sáfica, ou seja, retratando o relacionamento entre duas mulheres, não necessariamente lésbicas. A proposta é interessante, mas a leitura não me prendeu de verdade em nenhum momento. De qualquer forma, foi boa para passar o tempo. 


Primeiramente, "Romance Real" vai acompanhar a trajetória de Dayana depois que ela se muda para Londres para morar com o pai, Roberto, já que a sua mãe havia falecido há pouco tempo. No entanto, ela não via o pai há dez anos, desde que ele se mudou para a Inglaterra para tentar ganhar mais dinheiro, tivera seus planos frustados, e conhecera outra mulher lá. Então, acabou permanecendo e nunca mais voltou ao Brasil. Com a morte da mãe, Dayana propõe aos avós (com quem ela inicialmente passou a morar) que ela vá para Londres para viver com o pai, e os avós acabam aceitando, para a surpresa da protagonista, que não pensava que os avós fossem levar o pedido a sério. Essa mudança se mostra um grande desafio para ela, pois precisaria conviver com o homem que a abandonou quando ela ainda era uma criança, além de ter que lidar com a madrasta, Lauren, e a sua filha, Georgia. Mesmo que Londres fosse um sonho que compartilhava com a mãe, Dayana não se sentia bem naquela cidade, naquela casa, e a falta da figura materna era um vazio dentro de si. 


Nos seus primeiros dias na capital inglesa, Dayana vai passear pela cidade e passa pelo Palácio de Buckingham. Enquanto admirava a faixada do lugar, uma garota de cabelos ruivos (que também se chamava Diana) escala as grades do Palácio e cai em cima de Dayana. Ela estava fugindo, desesperada, e Dayana acaba se juntando à menina, mesmo sem entender a razão de sua fuga. Ambas as garotas acabam se aproximando, e a companhia de Diana torna aquela cidade mas suportável na concepção da protagonista. 


Assim, com o passar do tempo, segredos são revelados, por parte de todos. 


Ela tinha uma voz rouca, meio grave, daquelas que vão no fundo da alma e reverberam dentro da gente

 

Como disse no começo desta resenha, o livro não me prendeu tanto. Dayana é uma personagem  irritante em diversos momentos: impulsiva, imatura, grossa. A gente compreende as suas dores, a sua raivas e as suas revoltas, mas isso não justifica a forma como ela trata as personagens do livro (e eu não estou nem falando apenas do núcleo familiar de Londres).  Vi algumas pessoas reclamando que o romance entre Dayana e Diana tinha sido "do nada" porque foi quase como um amor à primeira vista, mas isso não me incomodou porque, tendo em vista a premissa da história de se assemelhar a um conto de fadas, é algo que faz sentido e funciona nesse contexto. No entanto, o livro é mais focado na vida de Dayana e nas relações que ela constrói com sua nova família do que no romance de fato. Apesar disso, o romance tem um papel de destaque e de grande importância na história. 


Marcadores que vieram para recortar no livro


Um bom livro para passar o tempo, mas nada além disso. Não senti conexão com a história, nem com as personagens. De qualquer forma, a que eu mais gostei foi Lauren. Enfim. Outro aspecto que eu não curti muito foi que a resolução de alguns conflitos também foi pouco convincente... Sobre os pontos positivos, cito as várias referências a Londres, seja descrevendo a própria cidade, seja falando sobre filmes que a retratam, como Um lugar chamado Nothing Hill. Aliás, há inúmeras referências a este filme por aqui, o que me agradou bastante! Preciso revê-lo, assisti há muitos anos e não me lembro direito de muitas coisas. Também tem várias referências à One Direction, pois este é o grupo favorito de Dayana. No começo de cada capítulo, por exemplo, há um trechinho de alguma música deles. Imagino que isso torne a experiência do livro mais legal pra quem é fã deles, então achei bacana também, mesmo sem escutá-los. No entanto, creio que a autora poderia ter colocado os trechos acompanhados de traduções, para tornar a leitura mais acessível. Também gostei da maneira como Clara retratou o luto de Dayana, mostrando como isso realmente a afetava, de forma natural. 


"Romance Real" é uma obra para quem está buscando algo mais levinho, mas que aborda temas importantes mesmo assim (como abandono parental, luto e representatividade LGBTQIA+, entre outros). No entanto, não é um livro que eu curti tanto assim, apenas o suficiente. 


Quando eu estava com Diana, não era exatamente como se me sentisse inteira; eu não seria tão clichê. Mas a gente se ajudava a juntar os caquinhos e se sentir normal, apesar dos remendos. 

quinta-feira, 15 de dezembro de 2022

10 músicas para ouvir enquanto lê (parte 2)

dezembro 15, 2022 0 Comments

Oi, pessoal! Uns meses atrás escrevi um post recomendando 10 músicas para ouvir enquanto lê, e disse que pretendia trazer mais listas do tipo por aqui. Então, aqui estamos! =) Eis o link para a primeira parte desse tipo de lista, caso você ainda não tenha conferido: clique aqui :) 


1: A DIFFERENT AGE -  CURRENT JOYS

Estou bem viciada nesta música ultimamente. Gosto das partes que são sutilmente "gritadas", porque não é o tipo de grito esgoelado, é uma coisa mais tímida e sofrida, e são as partes que passam mais emoção. Enfim. Não sei se posso chamar de "grito" exatamente, mas só ouvindo pra entender o que eu quero dizer aqui. É uma música bem calminha, pra ser sincera. Ah, e tem um trecho da letra que eu considero bastante inteligente e verdadeiro, que é: 

"Como uma vida sem amor
Deus, isso é simplesmente insano
Mas um amor sem vida
Bem, isso acontece todos os dias" 

Coloquei a tradução pra ser mais direta. Enfim!




2: NEM LUXO, NEM LIXO - RITA LEE

Eu tinha recomendo "Mania de Você" na outra lista, e cá estamos novamente com a minha xará. As músicas da Rita Lee passam uma tranquilidade tão grande, e um pouco de nostalgia também. Não sei explicar ao certo, apenas fazem com que eu me sinta bem. Escolhi "Nem Luxo, Nem lixo" porque desde ontem estou escutando ela com mais frequência, me passando a sensação que descrevi aqui. Enfim, super calminha também, e vale a pena conferir! Talvez você já conheça, porque é bem famosa (assim como "Mania de Você"), mas, ainda assim, continua valendo a minha recomendação :)



3: WELL I WONDER - THE SMITHS

Fui dar uma recapitulada na primeira lista, e fiquei chocada quando não vi nenhuma música do The Smiths. Eu achava que tinha colocado! Pois bem, sendo assim, aqui está. "Well I wonder" é a minha música favorita deles, e a considero tão linda e melancólica (bom, as músicas da banda são). Gosto muito da melodia e da letra, especialmente nas partes que dizem "Please, keep me in mind" ("Por favor, me mantenha na mente"). É um pedido sincero, dolorido. Vale conferir canção toda!



4: CRIANÇA - TERNO REI 

Essa música é maravilhosamente boa, e eu estou completamente viciada! Sério. Já perdi as contas de quantas vezes eu já ouvi a canção desde que a descobri, por causa de uma matéria no site Tenho Mais Discos que Amigos. 
A melodia é tranquila e contagiante e a letra também é interessante. Com certeza vale a pena escutar e conferir o clipe ;)



5: WHAT ONCE WAS - HER'S 

Conheci esta música por causa de um vídeo que apareceu pra mim no Instagram, e desde então, não paro de escutá-la! Muito boa, e passa a sensação de leveza. Ótima para acompanhar os momentos de leitura!



6: BARBOSA - CIDADE DORMITÓRIO

Já havia ouvido falar da banda, mas estou escutando desde que o Spotify recomendou uma música deles pra mim. Eu ia pular a música, porque não tinha curtido tanto, mas antes, fui no perfil deles e descobri que são sergipanos, assim como eu! Eu achei isso super legal, e, assim, resolvi dar mais uma chance, ouvindo outras canções. E, sério, que eu bom que eu fiz isso! Acabei descobrindo muita coisa legal, e "Barbosa" foi uma dessas coisas. Não sai da minha cabeça, coloco pra tocar o tempo inteiro e cantarolo por aí. "Quando chegar a hora de me esquecer, esqueça", é meu trecho favorito, o que talvez seja um pouco engraçado, quando você compara com meu trecho favorito de "Well I Wonder". Enfim, fica a aqui a recomendação!



7: ONLY IN MY DREAMS - THE MARÍAS

Essa música é realmente um sonho (desculpa o trocadilho ruim)! Ela soa muito leve, muito relaxante, e colocá-la no repeat é quase inevitável. Enfim, recomendo bastante. Eu uso muito a palavra transcendental para descrever as coisas, mas eu não encontro uma palavra melhor para descrever esta música. 



8: TENTA ACREDITAR - ANAVITÓRIA 

Lançada no álbum mais recente da dupla, adoro a sonoridade contagiante da música. Quando chega ao refrão, é muito difícil não se empolgar e cantar junto! De qualquer forma, a canção adiciona mais emoção à leitura, e vale bastante a pena. 



9: SOMETIMES - MY BLOODY VALENTINE

Apesar do som alto das guitarras distorcidas, "Sometimes" é uma música que eu considero calma. Ela também é, inegavelmente, melancólica, e gosto dela desde a primeira vez que a escutei. A primeira frase da música, "Close my eyes, feel me now" ("Feche meus olhos, sinta-me agora") é muito bacana, e a considero bem poética. Simplesmente amo essa música!  



10: NÃO SEI DANÇAR - MARINA LIMA 

Esta aqui é bem tristinha. A letra e o ritmo são bastante melancólicos e combinam perfeitamente um com o outro, e gosto bastante do refrão, que diz: "Eu não sei dançar tão devagar pra te acompanhar" 💔. É o tipo de música que eu imagino na cena de algum filme, algo do tipo. Enfim, muito boa.


POR HOJE É SÓ, PESSOAL! 🌸

Obrigada por terem lido até aqui, e espero que tenham gostado das minhas recomendações. Caso vocês gostem de alguma música que citei, ou queiram recomendar alguma outra, fiquem à vontade para escrever nos comentários! Eu adoraria ler o que vocês têm a dizer :)
Assim como ocorreu com a "parte 1", deixei muitas músicas de fora, o que me dá margem para escrever uma parte 3 no futuro. Veremos, veremos. Até lá, boas leituras e boas músicas para escutar!

sábado, 10 de dezembro de 2022

Resenha: "Se a casa 8 falasse"

dezembro 10, 2022 0 Comments
SE A CASA 8 FALASSE
Autor:
 Vitor Martins
Número de páginas: 336
Editora: Globo Alt
Nota: 4,8/5 ⭐


Oi, pessoal! Hoje trago a resenha de "Se a casa 8 falasse", terceiro livro do Vitor Martins que eu leio. Sou fã dele, sério! Ganhei este livro de presente de aniversário do meu tio, em Setembro, e o li em outubro. Eu disse, estou atrasada com as resenhas por aqui... mas devagar a gente vai tirando o atraso. Ai, ai... perdão, galerinha. 


O título do livro é bastante autoexplicativo... Vitor Martins escreveu a história durante a pandemia, em que tivemos que ficar trancados dentro de casa. Assim, em um momento em que a casa era o único lugar em que podíamos estar, ele usou toda a sua criatividade para dar vida ao lar e às suas vivências, partindo da seguinte premissa: como seria se a nossa casa pudesse contar a história de seus moradores? Ouvir, sentir e presenciar de fato tudo o que ocorre dentro dela? Uma proposta muito interessante, e, ao concluir o livro, nos pegamos com o mesmo questionamento. Qual seria a história que a nossa casa contaria da gente? Vitor Martins concretiza isso a partir da ficção, e amo como a literatura torna possíveis contextos como este. Dessa forma, a Casa 8, da Rua Girassol, conta para nós a história de seus moradores em 3 décadas diferentes: 2000, 2010 e 2020. 


Ana, nos anos 2000, vai se mudar de cidade por conta de uma proposta de emprego recebida pelo pai, e a história gira em torno de o que essa mudança significa para ela, ao mesmo tempo em que vamos conhecendo mais de seu cotidiano e de seus sentimentos. Seu pai a cria sozinha porque a mãe dela faleceu durante o parto, e Ana precisa lidar com o fato de nunca ter conhecido a mãe, além de ela ser lésbica, ter uma namorada e ainda não ter se assumido para o pai. Agora que ela está indo para outra cidade, o futuro é um enigma, e Ana precisa lidar com as incertezas e com as mudanças que a vida impõe, descobrindo mais sobre si mesma e sobre como as coisas serão dali para a frente. 



Nos anos 2010, nós somos introduzidos a Greg, que vai passar um tempo com a sua tia (com quem ele não tem nenhuma intimidade) na cidadezinha de Lagoa Pequena, na casa 8, enquanto seus pais resolvem questões do próprio divórcio. Como a sua tia é dona de uma locadora, ele passa a trabalhar lá, mesmo que locadoras estejam em decadência. Com o passar do tempo, ele vai se acostumando com a sua residência temporária, fazendo novos amigos e amadurecendo. Além disso, a sua tia é obcecada por Keanu Reeves e tem um cachorrinho com o nome dele, o que eu achei bem bacana. Não julgo. Se eu tivesse um animalzinho, ele se chamaria Alex Turner! 


Já em 2020, acompanhamos Beto tendo que lidar com a pandemia e com todos os desafios que ela impôs, como a quarentena e medo constante de pegar o coronavírus. Somado a isso, ele também teve que adiar o seu sonho de ir a São Paulo para perseguir a carreira de fotógrafo, o que o deixa bastante frustrado e inseguro. Sua irmã, que havia se mudado para estudar, retorna para passar a quarentena com Beto e a mãe, e o protagonista vai descobrir que os conceitos que tinha estabelecido sobre a irmã estavam equivocados. Assim, Beto passará a conhecer mais sobre si mesmo, terá que lidar com as suas frustações e limitações e aprenderá mais sobre as pessoas que ama. 


É muito interessante a forma como Vitor Martins escolheu contar as histórias, através de diferentes gerações e pela ótica da casa. Podemos acompanhar as mudanças que ocorrem com o tempo e o crescimento das personagens, o que é gratificante. O autor tem uma forma tão delicada de contar suas histórias, é encantador! Em muitos momentos, acabamos nos identificando com as personagens e com seus dilemas sobre si mesmos, sobre o futuro e sobre a realidade que os cerca, o que torna a obra ainda melhor. Além disso, todos os protagonistas são LGBTs , e o tema é abordado com naturalidade e leveza pelo escritor. 


A história de Beto, particularmente, era uma história que eu estava receosa de ler, porque foi um período muito difícil que é complicado relembrar, mas o Vitor abordou esse contexto complicado sob uma perspectiva mais leve (afinal, leveza era tudo que precisávamos naqueles dias, e lembre-se de que foi durante aquele período em que o livro foi escrito) e traduziu os anseios de todos nós de forma verossímil e delicada. Aliás, todas as histórias carregam essa característica, e, sempre alternando entre as 3 gerações, ficava complicado definir uma favorita! Isto porque eu sempre achava que a história de uma personagem era a minha favorita até eu adentrar na próxima, e o ciclo se repetir, uma vez que as histórias são alternadas (o que em nenhum momento faz o enredo perder o fôlego e se tornar confuso). O relacionamento de Ana com o pai e com a sua namorada, Letícia, é adorável, assim como as relações que Greg constrói com a sua tia e com as pessoas de Lagoa Pequena. E, claro, não podemos deixar de citar a aproximação que Beto desenvolve com a sua família. 


Adoro a maneira como Vitor conseguiu captar momentos cotidianos e aparentemente banais e mostrar o quanto eles são especiais e bonitos, pois assim é a vida. Não é um livro com acontecimentos mirabolantes, é um livro de visão introspectiva sobre acontecimentos da vida das personagens. A narrativa se limita à visão da casa de fato, ou seja, não temos acesso ao que ocorre fora dela, apenas dentro ou em seus arredores, mas isso não é incômodo em nenhum momento. A obra foi, inclusive, finalista do prêmio Jabuti na categoria recém-criada "Romance de Entretenimento", e a indicação ocorreu logo depois de eu ter terminado a leitura! Fiquei bem feliz com a notícia. Enfim, Recomendo bastante a leitura! Afinal, "nossa casa é a gente", e o livro nos mostra exatamente isso. 


🌸 CITAÇÕES FAVORITAS 🌸

" - Aquele seu CD. Ele ainda está comigo - ela diz, finalmente
- Pode ficar com ele por quanto tempo precisar" - Página 77 (Contexto: esse é o código entre Ana e Letícia para dizerem que se amam durante as ligações que realizam). 

"Esqueça o esbarrão no corredor da escola, vizinhos com interesses em comum ou funcionários de cafeterias que puxam assunto com clientes. Ninguém se conhece desse jeito na vida real" - Página 116 /referência a "Um milhão de finais felizes" na parte sublinhada? :)

"Todos os dias parecem uma cópia ruim do dia anterior" - Página 123 

"Registrar os fracassos faz parte da jornada. 
Amanhã eles podem tentar algo novo" - Página 137

"Tudo o que temos é o agora." - Página 148

"Mudanças externas podem ser gatilhos para mudanças internas. Se enxergar de um jeito novo pode ajudar a ver seus problemas por outra perspectiva e trazer um pouquinho de estabilidade emocional" - Página 186

"BETO: uau, que específico. quem AMA terças-feiras?
NICO: minha mãe tem uma coleção com todos os dias da semana. Sei que dia é hoje só por causa das canecas. A pandemia já me tirou completamente a noção realidade. 
BETO: nicolas, hoje é sexta
NICO: meu deus????" - Página 194

"Talvez família seja mesmo uma coisa só do coração" - Página 297

"- [...] Tenho saudades de morar aqui, mas me dei conta de que a casa não é só um lugar. Nossa casa é a gente. [...] Às vezes a gente fica olhando a casa dos outros e pensando 'nossa, se morasse ali eu seria mais feliz', mas, no fim das contas, essa sensação de lar não vem de um lugar. Vem de dentro." - Página 331

Resenha: "Vejo você no espaço"

dezembro 10, 2022 0 Comments
VEJO VOCÊ NO ESPAÇO
Autor:
 Jack Cheng 
Editora: Intrínseca 
Número de páginas: 288
Nota: 4,7/5 ⭐️


Oi, pessoal! Hoje trago a resenha de "Vejo você no espaço", que ganhei de uma amiga minha. A ideia, de uma professora, era fazer um amigo secreto com a turma com coisas que tínhamos em casa e não usamos mais, mas que estão em bom estado. Uma coisa sustentável e tal. Eu, minhas amigas e algumas outras pessoas participaram, e eu acabei ganhando "Extraordinário" de um colega meu. No entanto, como já li, troquei com meu colega que tinha pegado "Vejo você no espaço" , que, por sua vez, trocou com a minha amiga, pois ela estava ansiosa pra ler "Extraordinário". Soou meio confuso, mas eu espero que tenha dado pra entender. Enfim!


"Vejo você no espaço" é um livro adorável e que eu recomendo bastante! Lembro-me de que por volta de 2017 e 2018 sempre o via sendo vendido em uma livraria aqui da minha cidade, e achava a capa a coisa mais linda, mas nunca cheguei a comprá-lo de fato. Essa foi a oportunidade perfeita para finalmente lê-lo! E digo que não somente a sua capa é bonita, mas a história também é.


O enredo acompanha um garotinho de 11 anos chamado Alexander (Alex), que é bastante inteligente, curioso e que ama astronomia. Seu herói é o famoso cientista Carl Sagan, que gravou os sons da Terra em um disco de ouro para enviá-lo ao espaço para que os seres extraterrestres pudessem saber quais sons podem ser encontrados no nosso planeta. Inspirado por isso, Alex decide fazer o mesmo, mas gravando os sons em um Ipod dourado (ou seja: seu Ipod de ouro). Assim, ele constrói um foguete para enviar seu Ipod ao espaço, e tenta lançá-lo em um evento de lançamento de foguetes. Pelo que li, eu achava que o evento só ia ocorrer no final do livro, mas ele ocorre logo no começo! Isto porque o livro não gira em torno do lançamento do foguete, mas em torno da jornada de autodescoberta de Alex. 


O pai do garoto faleceu quando ele tinha apenas 3 anos, seu irmão mais velho mora em outro estado e é bastante ausente em sua vida e a sua mãe precisa lidar com problemas psiquiátricos (isso é algo que fica claro durante toda a leitura, mas só é realmente explicado no final). Dessa forma, Alex é uma criança autossuficiente e um tanto negligenciada, e a situação dele dá bastante pena. Ele viaja para o evento acompanhado apenas de seu cachorro, Carl Sagan (em homenagem ao seu herói). Quando o lançamento de seu foguete falha, Alex decide viajar com 2 amigos que conheceu no evento de foguetes, Zed e Steve, em busca de respostas sobre o seu pai, pois recebeu um e-mail de um site sobre genealogia que dizia que seu pai havia se casado em outro estado muito tempo atrás (e não era com a mãe dele). Acreditando que ele ainda poderia estar vivo, pois tanto a mãe de Alex como o seu irmão falavam pouco dele, Alex está disposto a reencontrá-lo, reunir a sua família e obter as respostas que tanto deseja. Durante toda a sua trajetória, conhece novas pessoas e faz vários amigos, como uma menina chamada Terra, que tem bastante importância no enredo. 



É o tipo de história em que acontece muitas coisas, e em nenhum momento ela fica cansativa ou entediante. Alex é uma personagem cativante, e sua ingenuidade infantil realmente encanta. Torcemos por ele durante todo o livro, e é ótimo poder acompanhá-lo enquanto ele descobre mais sobre si mesmo e continua registrando sua jornada no Ipod de ouro. Aliás, algo bastante interessante sobre o livro é que os capítulos são os áudios que Alex grava! Assim, nos conectamos ainda mais com a história, e as pessoas falam muito bem da experiência com o audiobook. Enfim! As outras personagens também encantam, e todos parecem pessoas reais, entende? Outra coisa muito legal é que Alex não desiste após a queda de seu foguete, e continua planejando próximos lançamentos, sempre mantendo a esperança viva. Não apenas com relação ao seu sonho, mas Alex também tem esperança nas pessoas, de forma genuína. É lindo. O livro também é cheio de piadinhas de tiozão com astronomia, pois Alex tem fascínio por elas, o que eu adorei! Por exemplo: "Por que o gato mia para a Lua, mas a lua não mia para o gato? [...] Porque astronomia!"


"Vejo você no espaço" é o tipo de história que eu gostaria que virasse filme, e que parece ser sobre algo mais simples e superficial, mas que, no final, se mostra ser sobre algo muito maior. Surpreendente, leve e adorável! Lembrou-me do meu priminho que também ama astronomia... Recomendo muito! Uma obra sobre amor, família e, também, sobre manter a esperança e ser forte. 


✿ CITAÇÕES FAVORITAS ✿


"MÃE DA LACEY: Lacey, quando a gente não tem nada legal a dizer sobre uma pessoa, a gente...?

LACEY: ...

MÃE DA LACEY: A gente faz o quê, Lacey?

Lacey: A gente não diz nada." - Página 32 


"Um dia, ele me perguntou se eu ficava triste por não ter um pai, e eu perguntei Você fica triste por não ter um dinossauro? O Benji disse que não sabia, porque nunca tinha tido um, e eu respondi que sentia a mesma coisa sobre não ter um pai." - Página 19


"Mas meu herói sempre dizia que o conhecimento é melhor que a ignorância, que é melhor descobrir e aceitar a verdade, mesmo que ela não seja agradável" - Página 67


"Não adianta ser forte só quando se está feliz. Isso não é ser forte." - Página 100

domingo, 4 de dezembro de 2022

Resenha: "Téo & o Mini Mundo: Quentinho no coração"

dezembro 04, 2022 0 Comments

TÉO & O MINI MUNDO: QUENTINHO NO CORAÇÃO
Autor:
 Caetano Cury
Editora: Publicação Independente
Número de páginas: 120
Nota: 4,5/5 ⭐


Oi, pessoal! Estou oficialmente de férias, desde o dia primeiro de dezembro. Ainda estou devendo umas resenhas, mas uma hora vou sentar pra escrevê-las. Sério, gente. Desde o último post, muita coisa aconteceu. "As semanas mais tranquilas na escola" que eu falei na última postagem passaram voando (e eu não escrevi as resenhas, desculpaa), eu viajei pro Rio de Janeiro e assisti ao show do Arctic Monkeys (belíssimo, magistral, perfeito, perfeito), e, quando voltei pra minha cidade, a escola me entupiu rapidinho de provas e trabalhos. Ao longo de novembro eu tive que segurar o fôlego pra dar conta de tudo! Aí agora finalmente posso respirar tranquilamente e fazer o que há de pendente! Sentia falta daqui, galerinha. Ensino Médio não é fácil. Mas vamos lá!


Minha primeira leitura das férias foi "Téo & o Mini Mundo: quentinho no coração", que eu peguei emprestado da minha madrinha. Já li outro livro do Téo: este aqui (clique pra ser redirecionado à resenha), e acompanho as tirinhas no Instagram.

 

Eulália: O monjolo não é aqui. Acho que você errou o caminho.

Téo: Não errei! Não errei!

Eulália: Quando você assume que não tem razão você passa a ter razão!

Téo: Tá bom, eu errei o caminho...

Eulália: Esse é o caminho. Parabéns.

     

Téo & o Mini Mundo é uma webcomic (série de tirinhas\histórias em quadrinhos publicadas na internet) que acompanha o protagonista Téo e a borboletinha Eulália em uma série de diálogos inteligentes sobre diversos aspectos da vida. Assim, as tirinhas propõe reflexões, quentinhos no coração (como sugere o subtítulo do livro), bom humor e críticas, tudo com extrema sensibilidade. A obra conta com produções dos últimos 2 anos, e possui diversas tirinhas ao longo de 120 páginas. Os desenhos são fofos e belíssimos, além de combinarem perfeitamente com a sutiliza dos diálogos e reflexões propostas. 


Uma leitura bem rápida, para você admirar e pensar, recheada de tirinhas delicadas para desacelerarmos. Recomendo! Link para comprar o livro: https://www.lojinhadoteo.com.br/livro-teo-e-o-mini-mundo-vol.-3-quentinho-no-coracao

Para finalizar, eis minha tirinha favorita:

Minha tirinha favorita do livro.

sábado, 22 de outubro de 2022

Minha opinião sobre o "The Car", novo álbum do Arctic Monkeys

outubro 22, 2022 0 Comments
THE CAR
Banda:
 Arctic Monkeys
Duração: 37 minutos
Data de lançamento: 21 de outubro de 2022
Nota: 4,5 ⭐
Ouça aqui: Spotify * YouTube * Apple Music * Amazon Music



Oi, galerinha! Sei que andei sumida, mas é por causa da escola. Tenho algumas resenhas pra fazer, de livros que li recentemente, mas, como essas semanas serão mais tranquilas, vou escrever em breve ;) Nunca fiz a resenha de um álbum, mas pra tudo tem uma primeira vez, não é mesmo?  Hoje, portanto, vamos ao que achei do "The Car", sétimo e mais novo álbum de estúdio do Arctic Monkeys! <3 Foi lançado ontem, dia 21 de outubro, e já dei várias escutadas!

Ah, já adianto que gostei do álbum, que segue a linha do "Tranquility Base Hotel & Cassino", mas, como Alex Turner bem disse, o "The Car" seria um retorno à Terra, se distanciando da sonoridade de ficção científica e espacial de seu antecessor. Talvez por isso seja mais fácil gostar dele "de cara" do que do Tranquility Base (pelo menos foi assim pra mim), embora eu acredite que ambos valham a pena. Isso não significa que eu goste mais do "The Car", até porque eu acho que ainda tá cedo pra eu sair definindo isso. Enfim.


Primeiramente, eu gostaria que as pessoas entendessem que o Arctic Monkeys está tomando novos rumos e que é bom que eles se aventurem em experimentações e saiam da zona de conforto que insistem em inseri-los. Ok, os primeiros álbuns realmente são maravilhosos e eu amo, e tá tudo bem não gostar do novo som deles, mas eles não são mais os meninos de 20 anos que eram quando o álbum de estreia deles foi lançado. As músicas deles atualmente refletem quem eles são hoje, e prender-se ao passado é injusto com os caras. Reclamar das mudanças deles e desmerecer toda a trajetória da banda em prol de um passado que não existe mais é realmente injusto. O importante é que eles seguem fazendo o que gostam, e, pelo que falaram em entrevistas, eles realmente se divertiram no processo de gravação do "The Car". E essa é uma das coisas que mais gosto no Arctic Monkeys: eles se mantêm fiéis à própria essência, ao que eles gostam de fazer, e buscam sempre experimentar e inovar dentro de seu próprio som, mesmo que isso acabe desagradando alguns. Se o interesse deles fosse puramente comercial, eles já teriam feito um "AM parte 2" há muito tempo. E bem que eles tentaram "retornar às origens",  mas os resultados não estavam agradando, e, como afirmou Alex Turner, eles estavam soando como uma paródia de si mesmos. Eu, sinceramente, acho incrível que eles fujam desse conceito de se repetirem. Como disse, está tudo bem não gostar e dizer que não gosta. Afinal, gosto é gosto e não se discute, mas desmerecê-los pelo álbum é claramente incompreensão da trajetória deles.


Dito isso, vamos ao que eu achei. Quando eles estrearam "I Ain't Quite Where I Think I Am" em um dos primeiros shows dessa nova era, bem antes do lançamento do álbum, eu admito que não curti muito e fiquei com um forte pé atrás. Mas então, um tempinho depois, eles lançam o primeiro single: "There'd Better Be a Mirrorball", e, como falei em um post daqui, eu chorei um pouquinho com a música, porque eles realmente estavam de volta e porque eu achei a música linda. Pronto, já estava mais animada! E, tendo escutado todas as 10 músicas, posso dizer que é a minha favorita! Aliás, todas as canções parecem ter saído da trilha sonora de algum filme, o que eu achei bem massa e me faz ficar imaginando cenas que combinariam com elas :)

Mas vamos falar faixa por faixa, pela ordem que aparece no álbum.



There'd Better Be a Mirrorball é melancólica, tanto em sua letra ( que, na minha opinião, fala sobre término) como em sua sonoridade, e eu amo músicas nesse estilo, então foi bem fácil gostar dela. O clipe também está bem massa, e foi dirigido por Alex Turner! Gostei muito da abertura, que mostra o Alex tocando piano com uma luz refletindo em seus cabelos, o que deixa o vídeo ainda mais bonito. Além disso, gostei bastante da fonte usada para anunciar o nome da canção, pois combinou bastante. É um clipe bonito, em vemos vários takes da banda e que e combinou muito com a melancolia da música. 


I Ain't Quite Where I Think I Am foi o terceiro single, lançado pouco antes do álbum. Achei chatinha nas primeiras vezes em que escutei (antes do lançamento oficial), mas, à medida que eu ia ouvindo, eu ia me acostumando ao som e achando mais legalzinha.  Quando eu descrevi a canção na postagem que eu fiz sobre o anúncio do álbum, eu usei exatamente esse termo (legalzinha) como um eufemismo, porque eu não sabia se aquela seria a sonoridade do álbum todo e porque eu também queria ouvir a versão de estúdio pra formular melhor minha opinião.  De qualquer forma, estou dando mais chances a ela, pois sempre tem alguma música que não gosto de primeira e que depois de um tempo passo a gostar. Ainda não acho tudo isso, mas tem umas partes interessantes (o começo, antes de Alex começar a cantar, por exemplo). Apesar disso, essa bendita ficou na minha cabeça durante uma manhã inteira, feito chiclete. Vai entender. De qualquer forma, é bacana que o Arctic Monkeys esteja se propondo a explorar novos sons, mesmo que, nesse caso em específico, não tenha me agradado tanto. 


Sculptures of Anything Goes era a canção que eu estava mais animada pra ouvir. Antes de sair aqui no Brasil, o álbum já tinha sido lançado em vários lugares por causa da diferença de fuso-horário, e a maioria das pessoas estavam dizendo que essa era a melhor do álbum. Bom, eu humildemente discordo. Eu gostei, mas está longe de ser uma das minhas favoritas. O som bastante cinematográfico é bem massa e faz com que eu me sinta em um filme, mas não achei isso tudo que estavam falando.


Quando eu ouvi Jet Skis on The Moat pela primeira vez me veio logo a cena de um casal dançando lentamente pela sala. Ok, bastante específico, mas foi exatamente isso. Eu adorei! Bem calminha, tranquila, bonita. Me passa a sensação de poesia, de olhar para o céu em uma noite estrelada e apreciar. Na verdade, não é a única música no álbum que me passa essa sensação. Falando de uma forma geral, creio que o "The Car" como um todo tenha essa energia. 


Body Paint foi o segundo single, e ouvi pela primeira vez em um vídeo com o áudio vazado de um show que eles fizeram, antes mesmo do lançamento oficial. Depois, eles também tocaram naquele talk show famoso dos Estados Unidos, o programa de Jimmy Fallon. E, sério, a versão ao vivo é ainda melhor, vale super a pena conferir. Enfim. Eu gostei muito! Na minha visão, a letra fala sobre o fim de um relacionamento (talvez eu esteja enganada, mas é dessa forma que eu interpreto). Há um trecho que, particularmente, achei interessante e melancólico (tendo em vista a minha interpretação da música como um todo é claro), que é: "And if you're thinking of me, I'm probably thinking of you" ("E se você está pensando em mim, eu provavelmente estou pensando em você"). Outro trecho que eu gostei, é um que se repete bastante: "There's still a trace of body paint on your legs and on your arms, and on your face" ("Ainda há um rastro de pintura corporal, nas suas pernas e nos seus braços e no seu rosto"). Eu interpreto essa parte sobre as marcas desse relacionamento, que foram deixadas na outra pessoa. Talvez eu esteja viajando? Provavelmente, mas pra mim sentido. Ah, e o clipe é bem top, vale a pena conferir. Achei melhor do que o de There'd Better Be a Mirrorball, tendo estilo de filme mesmo!


The Car (a música) tem um começo muito bonito, que passa sensação de infinito, sabe? Depois, a canção prossegue com um som instigante, cinematográfico e melancólico, palavras que, vocês já devem ter percebido, descrevem bem o álbum como um todo. Merece um clipe, ia ficar bem massa! 


Big Ideas soa autobiográfica, como vi algumas pessoas apontando e como fica notório no seguinte trecho (vou colocar logo a tradução porque é longuinho): "Eu tive grandes ideias, a banda estava tão animada/ O tipo que você prefere não compartilhar por telefone / Mas agora a orquestra tem todos nós cercados". O som do The Car é certamente mais orquestral do que o dos álbuns anteriores, algo que fica evidente em praticamente todas as faixas e pela presença constante de violinos, então eu realmente acredito que Big Ideas seja sobre a própria banda. No entanto, meu trecho favorito é: "The ballad of what could have been" ("A balada do que poderia ter sido"), porque se aplica a outras situações fora, inclusive, do contexto da banda. Eu achei uma frase bem legal!


O começo de Hello You me lembrou bastante o AM, especificamente Knee Socks. Mas de uma forma diferente, realmente mais orquestrada. É como se Knee Socks e o Everything You've Come To Expect (segundo álbum do The Last Shadow Puppets, banda paralela de Alex Turner) tivessem tido um filho, e esse filho é Hello You. Pra ser sincera, esse é o álbum do Arctic Monkeys que mais lembra o TLSP, e esta poderia ser facilmente uma música lançada pelo projeto paralelo do Alex, que vale muito a pena ser conferido. Gostei!


Mr. Schawartz é linda. Tem uma sonoridade romântica, e, assim como Jet Skis on The Moat, é o tipo de música que é fácil imaginar um casal dançando ao som dela. É o tipo de música pra se sentir, pra parar para apreciar. Sério, me pergunto o porquê de as pessoas não estarem falando tanto dela. É incrível!


O álbum fecha com chave de ouro. Perfect Sense é linda, contagiante, tristinha, lenta. Do jeitinho que eu gosto. Tem um trecho que eu achei bem interessante:  "Continue me lembrando que não é uma corrida/ Quando minha sequência invencível se transforma na reta final" e na hora que eu vi essa parte da música eu pensei em questões sobre comparação. Provavelmente nem é sobre isso, mas foi o que me veio à cabeça. Acho muito legal essas interpretações diversas que podemos ter sobre as coisas (quando elas permitem isso, é claro).


Em ordem de preferência, fica assim (provavelmente vai mudar, porque é o que sempre acontece, mas, nessas primeiras ouvidas, deu nisso):

1. There'd Better Be a Mirrorball

2. Body Paint

3. Mr. Schwartz

4. Perfect Sense

5. The Car

6. Jet Skis On The Moat

7. Hello You

8. Big Ideas

9. Sculptures of Anything Goes

10. I Ain't Quite Where I Think I Am


Se vocês forem no site do Letras (Letras.mus.br), pesquisarem por There'd Better Be a Mirrorball e  descerem a página, vocês vão encontrar meu nome e perfil lá, porque a canção foi enviada por mim hehehe ;) também enviei a tradução de The Car e a legenda de algumas músicas, como Body Paint. É realmente divertido contribuir por lá :) Enfimm


Vale a pena escutar o álbum, com a mente e com o coração abertos. "The Car" é um convite à introspecção, tão presente nas músicas, então, por que não? As mudanças são bem-vindas, e é interessante acompanhar a evolução do Arctic como banda. Recomendo! <3




segunda-feira, 29 de agosto de 2022

Vrum Vrum

agosto 29, 2022 0 Comments


21 de outubro de 2022. Uma sexta-feira. É o dia em que o Arctic Monkeys irá, finalmente, lançar seu sétimo álbum ("The Car"), após 4 anos do lançamento do "Tranquility Base Hotel & Cassino"! Também é um ano especial para a banda, pois ela está completando 20 anos desde a sua formação, lá em 2002. Estou bastante ansiosa!! O anúncio de lançamento do álbum foi feito há alguns dias, mas minha vida anda tão corrida (escola, ensino médio. Mal encontro tempo para respirar) que não consegui escrever por aqui. 
Não é um post muito elaborado, é mais como um registro pessoal. É claro que, quando o álbum for lançado, eu venho aqui falar sobre ele. 

Aliás, eles estrearam uma das músicas do álbum nessa nova série de shows que eles estão fazendo (depois de 3 anos!!): "I Ain't Quite Where I Think I Am" (algo como "Eu não estou exatamente onde eu acho que estou"). Eu gostei bastante do título, e a música em si é até legalzinha. Não me pegou de jeito e não achei "Ahh, meu Deus, que música maravilhosa", mas teve algumas partes que eu achei interessantes (do meio para o final). Então, vou esperar até sair a versão de estúdio para dar um veredito, que nunca é oficial, porque sempre tem umas músicas que de início eu não gosto muito ou acho sem graça ou que simplesmente não me encanta e que depois me encontro completamente viciada (Crying Lighting, Library Pictures, She Looks Like Fun, Reckless Serenade, I Bet You Look Good on The Dancefloor, etc). Aí também poderei ouvir a música mais vezes para formar melhor minha opinião. Veremos, veremos. 





Quando eu vi o título do álbum pela primeira vez, fiquei surpresa e minha primeira reação foi até achar o nome meio paia: "The Car". Mas aí me lembrei que é do Arctic Monkeys de quem estamos falando, então certamente tem algum conceito por trás. Pelo visto, vou ter que esperar até 21 de outubro para descobrir. Ah, uma das músicas no álbum se chama justamente "The Car", então estou bastante curiosa. Sobre a capa: quando vi, pensei logo: "parece as fotos que o Matt Helders [baterista] tira". E foi ele mesmo quem tirou! Apesar de ser apenas uma foto de um estacionamento, achei bem legal a foto ser de autoria dele. Ele tem umas fotografias bem interessantes, e, caso você tenha curiosidade, é só olhar o Instagram dele.  

Outra música do álbum que estou ansiosa para escutar é "Sculptures Of Anything Goes", cuja letra foi escrita não apenas por Alex Turner, mas por Jamie Cook também (de acordo com o iTunes)! Não sei se ele já participou da escrita de outras músicas da banda, mas, de qualquer forma, achei muito legal e me deixou mais curiosa , já que não é comum que os outros membros do AM escrevam as letras. 

Ah, e eu não poderia deixar de dizer que o Arctic Monkeys vem para o Brasil em novembro!! O primeiro show deles depois do lançamento do álbum vai ser por aqui (4 de novembro, no Rio de Janeiro). Eles também passarão por São Paulo, para o Primavera Sound (5 de novembro) e em Curitiba (8 de novembro). 

Enfim, é isso. Só registrando por aqui! 😊


****ATUALIZAÇÃO DA POSTAGEM*****

Oi, de novo! Mais cedo, eu escrevi esse post falando sobre minhas expectativas para o novo álbum do Arctic Monkeys, e o que eu havia achado das coisas que saíram até então. Só que aí, hoje mesmo, às 20h (aqui do Brasil, pois no Reino Unido era meia-noite), o Arctic Monkeys lançou um single novo!!!!!!!! "There'd Better Be A Mirrorball". Aqui, temos mais uma amostra do Arctic Monkeys inovando a cada álbum novo, mas sem perder a essência (como ele sempre fez). 

Que música linda ❤ Bem tristinha, do jeitinho que eu gosto. Se assemelha ao Tranquility Base em relação ao piano e, especialmente, em relação à melodia do começo da canção, mas é diferente. Não soa como uma música que estaria no TBH&C (só o início, talvez), mas lembra um pouco, demonstrando a influência do álbum anterior. Li um comentário na internet que descreveu a canção como o "filho" do Tranquility Base e do Everything You've Come To Expect, segundo álbum do The Last Shadow Puppets (projeto paralelo de Alex Turner). O comentário faz sentido, pois realmente é possível encontrar referências dos dois álbuns em "There'd Better Be a Mirrorball". É difícil de explicar, creio que só escutando para entender o que eu quero dizer. 
Ah, e sabiam que quem dirigiu o clipe (pois é, eles estrearam com clipe e tudo!) foi o próprio Alex Turner?? E ficou bem legal. Enfimmm

Quando escutei a música pela primeira vez, meus olhos marejaram. Porque realmente gostei da música, porque estou muito animada para o lançamento do The Car e porque eles vêm para o Brasil em breve. E tudo está tão perto! <3 

Agosto foi um mês incrível para os fãs do Arctic Monkeys :)


domingo, 7 de agosto de 2022

Resenha: "O Último Olimpiano"

agosto 07, 2022 0 Comments
O ÚLTIMO OLIMPIANO
Autor:
 Rick Riordan
Editora: Intrínseca
Número de páginas: 384
Nota: 5/5 ⭐


Oi, pessoal! Hoje trago a resenha de "O Último Olimpiano", quinto e último livro da série Percy Jackson e os Olimpianos (PJO). Mas se liga: depois deste, ainda há mais 5 livros, mas da série que sucede PJO, "Os Heróis do Olimpo". Isso fica claro no final da leitura, que encerra o ciclo da primeira série de Percy Jackson, mas deixa um gancho para série que a sucede. Agora, voltando a falar sobre "O Último Olimpiano"... Que leitura maravilhosa! Sem sombra de dúvidas, se tornou o meu livro favorito de PJO! Gostaria de agradecer à minha tia, que me deu literalmente todos os livros da série (valeu, dinda!) e também de dizer que essa resenha conterá spoilers dos livros anteriores, então toma cuidado. 


"O Último Olimpiano" narra, desde o começo, a grande batalha travada contra Cronos e seu exército, esperada desde o primeiro livro. Isso não torna a obra repetitiva em nenhum momento - muito pelo contrário! Cada reviravolta é emocionante, cada revelação é construtiva e surpreendente. Aqui, Percy está prestes a completar 16 anos e, junto dos deuses e outros meio-sangues, precisa se preparar para a concretização da Grande Profecia, tão citada na série. É muito interessante ver o desdobramento da profecia e os acontecimentos que a permeiam, assim como a enorme guerra que a acompanha. É, na minha humilde opinião, o livro mais emocionante e eletrizante da série! Em vários momentos me senti ansiosa pelo rumo que as coisas estavam tomando e pelo rumo que elas poderiam tomar, mas de uma forma positiva! Porque a história consegue te conectar a esse ponto, ao ponto que faz com que você realmente se importe com as personagens, com o enredo, com o desenrolar dos eventos. 


Um meio-sangue, dos deuses antigos filho, 

chegará aos dezesseis apesar dos empecilhos.

Num sono sem fim o mundo estará,

e a alma do herói, a lâmina maldita ceifará.

Uma escolha seus dias vai encerrar,

o Olimpo preservar ou arrasar. 


Algo muito legal no livro, e que creio ser um dos maiores destaques dele, se refere a Luke Castellan. Luke é o antagonista de Percy Jackson, o amigo que o traiu lá no primeiro livro, que quase o matou tantas vezes e que foi uma peça-chave para que o plano de Cronos ganhasse proporções enormes e ameaçadoras (não potencialmente, mas realmente ameaçadoras). Inclusive, no livro anterior, Cronos se apossa do corpo de Luke para que possa prosseguir com seu plano, o que é bastante bizarro. Então, me parece justo que o "O Último Olimpiano" ofereça uma perspectiva maior sobre sua a sua história e motivações. Nos livros que o antecedem, temos uma noção mínima sobre essas questões, mas aqui elas são mais aprofundadas, o que é maravilhoso para a construção do arco da personagem. E que arco! Luke foi uma personagem detestável na maior parte do tempo, mas, com todas as revelações, senti muita pena dele. Todas as escolhas erradas que fez ao longo da vida, todos os acontecimentos negativos, amarguras... nossa, só de me lembrar, a sensação de aperto no peito floresce em mim de novo. Queria que as coisas tivessem sido diferentes pra ele, porque você passa a entendê-lo como um personagem sofrido. Não digo que passei a amá-lo, porque não passei. Mas passei a compreendê-lo, apesar de discordar de suas atitudes, na grande maioria das vezes equivocadas e abomináveis. E claro, ele poderia ter agido diferente. Mas é possível compreender, entende? Uma personagem movida pelo rancor. Então, como disse, o sentimento que fica e se destaca é o de pena. Porque tudo poderia ter sido diferente, mas não foi. Foi um ponto no livro que me marcou bastante, e gostei muito da forma como Rick Riordan o fez, revelando o passado do Luke e dando a ele um arco digno, embora claramente melancólico. 


Outro ponto que gostaria de destacar aqui se refere ao desenvolvimento da história de Nico di Angelo, que ganha novas formas. À medida que Nico vai se conhecendo, vamos descobrindo mais sobre ele, o que é bastante curioso. Crescemos junto de Nico. É bom e dá uma sensação de familiaridade agradável, que tornam o personagem mais instigante. Aqui, ele ajuda Percy Jackson e os outros semideuses, tendo um papel fundamental, além de trilhar mais seu próprio caminho. Saber um pouco mais sobre o seu passado ajuda a entendê-lo, e ajuda a compreender outros eventos importantíssimos que estão interligados à sua história e que acabam afetando a vida de outras personagens, não apenas a de Nico e de quem o cerca. E, assim, bato na mesma tecla que bati nas outras resenhas: a maneira como Rick Riordan entrelaça tudo na história. É fantástico! É perceptível como a história é bem construída, bem pensada, não apenas por conta dos fatos interligados, mas também pela maneira como a mitologia é adaptada. Mas voltando a Nico di Angelo... Como disse na resenha de "A Batalha do Labirinto", ele tem um potencial notório, e espero ver mais dele na próxima série! Nico está conquistando seu espaço aos poucos, e é realmente interessante ver isso acontecendo. 



Podemos ver como os personagens evoluíram bastante, e, além de Nico, creio que o maior destaque no que se refere à evolução seja Grover. Desde que encontrou o deus Pã, Grover está mais poderoso, mais sábio, mais destemido. Não é mais o sátiro super atrapalhado do primeiro livro. Percy, por sua vez, segue corajoso, cativante, teimoso, encantador. Uma Cabeça de Alga absurdamente adorável. Adoro seus comentários sarcásticos sempre presentes, de humor sagaz. Annabeth continua esperta e extremamente leal aos seus amigos. Mesmo que em alguns momentos ainda paire a rivalidade entre ela e Rachel, o que me incomodou no quarto livro, ela é menos presente por aqui - embora, ainda, desnecessária. Rachel também continua admirável, e recebe um papel muito importante neste livro (assim como no anterior, mas de uma forma diferente. Não me estenderei para evitar spoilers). A relação entre Annabeth e Percy também recebe novos contornos, e é interessante ver como ela se desenvolve, especialmente depois do primeiro beijo que ocorreu em "A Batalha do Labirinto". 


Além disso, uma adição ao núcleo dos deuses que me agradou muito foi a de Héstia, deusa do lar e do fogo. Ela tem um papel muito importante para as reviravoltas e para o desenrolar dos fatos, e gostei de todas as suas aparições. A deusa é acolhedora, assim como o lar e o fogo, e Rick Riordan soube passar bem essa sensação toda vez que ela aparecia. 


"O Último Olimpiano" é cativante, comovente, recheado de ação e, claro, de muita mitologia grega. Um encerramento ótimo e emocionante, digno do caminho que começou a ser construído lá em "O Ladrão de Raios". Inclusive, chorei em alguns momentos, porque a história encanta e comove assim. Altamente recomendado! ❤


- Percy Jackson - disse Hermes -, talvez você possa mesmo ensinar uma ou duas coisinhas


🌸 CITAÇÕES FAVORITAS 🌸


"Às vezes o poder mais difícil de dominar é o poder de ceder" - Página 105

"[...] A esperança sobrevive melhor no seio de nosso lar" - Página 309

"Nenhum herói está acima do medo" - Página 347

"Os deuses me fuzilavam com os olhos, mas Annabeth cobria a boca com as mãos. Seus olhos brilhavam. E isso compensava tudo." - Página 353

" [...] Saiba reconhecer qual peixe é grande o bastante para ser pescado [...]" - Página 380


CITAÇÕES COM SPOILERS 🚨

" - Você fica uma gracinha quando está preocupado - murmurou ela. - Suas sobrancelhas ficam juntas e franzidas.
 - Você não vai morrer e me deixar lhe devendo um favor - falei. - Por que levou aquela facada?
- Você teria feito o mesmo por mim." - Página 203 

"Pensei em May Castellan, sozinha em sua cozinha, assando biscoitos e fazendo sanduíches para um filho que jamais voltaria para casa." - Página 341




sábado, 6 de agosto de 2022

Resenha: "A Batalha do labirinto"

agosto 06, 2022 2 Comments

 

A BATALHA DO LABIRINTO 
Autor:
 Rick Riordan
Editora: Intrínseca
Número de páginas: 392
Nota: 4,7/5 ⭐


Oii, pessoal! Hoje trago a resenha do quarto e penúltimo livro da série Percy Jackson e os Olimpianos: "A Batalha do Labirinto"! Já terminei a leitura do quinto livro e a resenha deve sair em breve :) Vale deixar registrado que, por se tratar do quarto livro, a resenha certamente conterá spoilers dos livros anteriores. 


O Acampamento Meio-Sangue está prestes a ser invadido pelas tropas do Titã Cronos, pois existe um acesso para o acampamento por meio do Labirinto de Dédalo, antigo e grandioso arquiteto, filho de Atena. No entanto, é muito difícil transitar no Labirinto, uma vez que ele está em constante expansão e seus caminhos mudam constantemente, sendo criado para confundir todos que caminham nele. Por conta disso, o exército de Cronos, liderado por Luke, está buscando uma forma de transitar pelo Labirinto certeiramente e, enfim, chegar ao Acampamento e atacá-lo. Para evitar que isso aconteça, Annabeth recebe a missão de adentrar o Labirinto a fim de encontrar Dédalo e convencê-lo a não ajudar Cronos & Companhia. Consigo, ela leva Percy, Grover e Tyson, e, um pouco depois, Rachel Elisabeth Dare junta-se ao grupo. Rachel apareceu no livro anterior, e, assim como a mãe de Percy, é uma mortal que consegue ver através da Névoa (mecanismo que altera a percepção de realidade dos mortais). 

Além disso, Grover permanece determinado em seu próprio grande objetivo: encontrar o deus Pã, perdido há muitos anos. Na história, há também Nico di Angelo, que fugiu do acampamento no livro anterior e não consegue aceitar a morte da irmã, buscando trazê-la de volta à vida com a ajuda de um fantasma. Ele não apareceu muito em "A Maldição do Titã", mas ganha mais espaço por aqui, o que me agradou! Nico é uma personagem interessante e que tem, nitidamente, bastante potencial. Ele está sendo aprofundado aos poucos, à medida que conhece mais sobre si mesmo, e creio que isso o torna ainda mais instigante. Thalia, por sua vez, deu uma bela sumida, mas isso já era te se esperar, tendo em vista que agora ela é uma Caçadora.



Assim como as obras anteriores, podemos aprender um pouco sobre mitologia grega de forma bastante divertida, em uma história emocionante e cheia de aventuras. Em vários momentos me vi angustiada junto às personagens, pois o Labirinto é capaz de enlouquecer qualquer um! Além de acompanhar o problema principal a ser resolvido (o rolê do Labirinto e Cronos), é gratificante ver a jornada de Grover ganhando novas formas, e também a de Nico. 

Só teve algo que me deixou incomodada na história: a implicância de Annabeth com Rachel, obviamente por conta de Percy Jackson. Rachel é uma garota bastante inteligente e se mostra uma pessoa muito leal, assim como Annabeth também é. Essa rivalidade que pairava no ar toda vez que estavam juntas é incômoda, e, como li em outra resenha, datada. De qualquer forma, a história continua sendo muito boa, apesar deste ~detalhezinho~. 


"A Batalha do Labirinto" é uma obra leve, divertida e bastante eletrizante. Recomendo!! E, tendo lido o último livro da série, digo: ele se tornou o meu favorito! Estou ansiosa para escrever a resenha dele. Bom, é isso galera. Até a a próxima :)


CITAÇÕES FAVORITAS 🌸


"Estou acostumada à perseverança. É preciso se erguer acima das discordâncias e do caos e continuar acreditando. É preciso manter os objetivos sempre em mente" - Página 114

"Conseguir uma coisa e ter a sabedoria para usá-la... são posições bem diferentes" - Página 115

"[...] A procura é a natureza da sabedoria" - Página 200

"[...] Não julgue ninguém até ter estado em sua forja e trabalhado com seu martelo, o.k?" - Página 229 

"Reconstruam o mundo selvagem, um pouco de cada vez, cada um em seu canto do globo. Não podem esperar que ninguém, nem mesmo um deus, faça isso por vocês" - Página 323

"Um gesto generoso pode ser tão poderoso quanto uma espada" - Página 352

"Percy, seres menores tomam muitas atitudes horríveis em nome dos deuses. Isso não significa que os deuses aprovem. A maneira como nossos filhos e filhas agem em nosso nome... isso diz mais sobre eles do que sobre nós" - Página 363